Na manhã seguinte, Suzan acordou com os olhos tão inchados de pareciam duas ameixas, a noite foi longa para ela, sem conseguir dormir direito, ela ficou acordada, chorando, isso estava doendo muito.
A tempestade foi muito forte essa noite, algumas casas perderam uma parte do telhado, ao saber disso Suzan pensou "se nem os telhados das casas aguentaram, duvido as sementinhas do campo terem aguentado", ela saiu para o lado de fora e para sua surpresa, as sementes não só aguentaram como floreceram também.
Ela entrou no campo que estava coberto de brotos, lindos brotinhos verdes, assim como milly, que apareceu em seguida.
- Suzan, Suzan - ela correu até o campo na direção de Suzan, que se fez de difícil e virou as costas - Suzan, me perdoa, por favor, eu fiquei tão focada nas outras coisas que esqueci do mais importante, você. Por favor me desculpa, eu também te amo Suzan Clark - Suzan virou de frente para ela, olhos nos olhos, olhares apaixonados sinceros, o clima fresco com sombra, elas se aproximaram, encostaram a mão um no rosto da outra, e deram um beijo lento e delicado, o qual Suzan esperava a tempos. Quando terminaram, se olharam nos olhos e deram um sorriso.
Apesar de estar apaixonada, Milly pensava no que seu pais iriam dizer, "Apaixonada por uma garota? Eles vão me matar". Talvez para Milly, isso seria apenas um amor passageiro, um sentimento confundido, ela não acreditava que amor entre garotas daria certo, e não se aceitava por estar gostando de uma menina, mas o sentimento era tão gostoso, os lábios de Suzan eram tão macios. Mas oque seus pais pensariam? Era uma pergunta que ela não consequia esquecer.
- oque foi? Você não parece bem - Suzan perguntou com preocupação
- não é nada não, você me desculpa pelo oque fiz?
- claro que desculpo, eu entendo você, tá tudo bem - elas se olharam e Suzan deu um leve selinho em Milly
- oque meus pais vão pensar? Eles não vão aceitar isso, vão cortar meu pescoço fora
- acho que não é uma boa ideia contar a eles
- não, eu não posso esconder isso, são meus pais, eu nunca escondi nada deles
- pra tudo tem uma primeira vez - Suzan deu um olhar de confiança para Milly, que ficou com um pouco de medo, mas concordou com a ideia
- você nunca me contou do seu passado, de como era sua vida na cidade
- você quer saber?
- claro que quero - as duas se sentaram no chão do campo
- quando eu morava na cidade, eu vivia lá no castelo, eu sou melhor amiga da princesa Carmem
- a minha prima Rebeca também mora lá, ela é criada da rainha
- é, eu sei bem, bem até demais, ela é insuportável com você também ou é só comigo? - Suzan debochou
- ela é assim comigo também, quando nós éramos pequenas, minha vó deu uma boneca de porcelana para cada uma, a minha era rosa e a dela era verde, ela queria a rosa e eu não dei além do mais era minha, só que ai ela pegou a boneca dela, tacou no chão e quebrou, ela disse pra minha vó que foi eu quem quebrou a boneca e ai eu tive que dar a minha pra ela, e pra piorar, os meus parentes vivem me comparando com ela " Milena, você tem que ser mais parecida com a Rebeca, olha só como ela é bonita, porque você não é bonita assim também?" " A Rebeca ta tão inteligente, ta vendo Milena, tem que ficar assim" eu to cansada de ficarem me comparando com ela
- você é mil vezes melhor que ela, não sei como te comparam com ela, ela é uma cobra, muito mentirosa, sempre foi, desde que eu conheci ela, teve uma vez que ela conseguiu fazer eu e Carmem brigar por causa de uma caneta, odeio ela
- ela é muito escrota mesmo, que desculpa a palavra - milly ficou com vergonha, seu pai não deixava ela falar esses tipos de palavras
- ta tudo bem - ela passou a mão no rosto de milly com um sorriso
- desculpa perguntar, mas vc já ficou com outras meninas? - milly olhou para Suzan com cara de curiosidade
- já, lá no castelo, as meninas faziam festas do pijama, eu costumava fugir com algumas das meninas e ficava com elas, mas isso é passado
- ah - milly tinha medo, medo de não ser boa o suficiente, medo de se entregar e não valer apena, ela só se entregou uma vez para o amor, e não foi das melhores experiências
- ei, oque foi? Você ficou triste, foi oque eu disse? Me desculpa, eu não sabia que ia te magoar - Suzan abraçou Milly quando viu uma lagrima solitária descer pelo rosto dela
- a culpa não é sua - ela a abraçou forte e chorou, Suzan não perguntou o porque, teve medo de ser inconveniente
Elas passaram quase a manhã toda juntas. Quando Suzan voltou pra casa, ela contou tudo a seu pai, que ficou contente, mas milly ainda estava meio confusa com oque fez, era um sentimento novo. Seu medo era alguém descobrir, seu pai nunca mais iria olhar na cara dela, iria ter nojo dela, e ela não queria desagradar seu pai. Milly não considerou isso um namoro, nem Suzan, mas com o tempo elas ficaram muito juntas. Suzan ficou muito feliz com oque aconteceu, estava animada pq seu sentimento era recíproco, mas ela estava preocupada com a Milly, alguma coisa estava errada com ela, e Suzan queria saber o que.