Pequeno Filhote • JiKook • AB...

By bbittercoffee

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[Em andamento] |Passando por uma revisão, antes da publicação de novos capítulos| Na remota Alcateia do Norte... More

Informações!
🌒 Prólogo
🌙 Capítulo 1
🌙 Capítulo 2
🌙 Capítulo 3
🌙 Capítulo 4
🌙 Capítulo 5
🌙 Capítulo 6 [Parte 1]
🌙 Capítulo 6 [Parte 2]
🌙 Capítulo 7
🌙 Capítulo 8
🌙 Capítulo 9
🌙 Capítulo 11

🌙 Capítulo 10

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By bbittercoffee

ÔMEGA

A ômega de cabelos castanhos, presos em um coque baixo, deixando duas pequenas franjas dos dois lados de seu rosto. Carregava sua pequena filhote desperta em seus braços, pelos corredores largos e bem iluminados. Escutando apenas o baixo farfalhar de seu vestido com pequenas manguinhas, da cor vermelha, com uma saia aberta, que chegava um pouco abaixo de seus joelhos. Com os pés cobertos por uma pequena sapatilha simples da cor branca.

Sua filhote estava mais à vontade, vestida com um pijama azul clarinho, coberto por desenhos de dinossauros. E com os pequenos pés cobertos por uma meia amarela com listras pretas.

Ela levava a pequena filhote para seu quarto, para finalmente dormir. Enquanto ouvia ela cantarolar com animação, alguma música antiga e calma. Se embolando em algumas partes, já que não conhecia muito bem toda a letra, o que fazia a mais velha soltar uma baixa risada.

— Minha pequena lua tem uma voz tão doce. — A ômega mais velha disse em tom amoroso, ainda sorrindo para a pequena criança em seus braços.

— Obrigada mamãe! — Com um sorriso alegre, a menina agradeceu, deitando sua cabeça no ombro direito da mulher e se aproximando mais da glândula aromática da mesma. Sentindo o leve aroma de maçã e mel. — Mamãe, quero ouvir uma história antes de dormir — A pequena menina pediu com a voz baixa. Quando sua mãe passou pela porta de seu quarto.

O cômodo, cheio de estantes de madeira nas paredes e pelúcias, estava meio escuro. Sendo iluminado apenas pelo abajur em formato de abelha, que estava sobre a mesa de cabeceira. Com o ninho da filhote logo ao lado do móvel. Organizado com lençóis de cor rosa-bebê e azul-bebê, e um travesseiro com fronha verde-água.

Se abaixando, até que estivesse de joelhos sobre o chão e ao lado do ninho. A mulher pos a criança um pouco sonolenta em meio as cobertas e depois a cobriu com um dos lençóis.

— Qual história você quer ouvir? — A mulher perguntou arrumando os fios castanhos da menina. E ouvindo um baixo ronronar sair da pequena ômega.

— Da Senhora do Inverno. — Pediu, com os pequenos olhos de cor avelã brilhante.

A mulher sorriu e assentiu. Achava fofa a forma como sua filhote tinha um certo apego por essa história em particular.

— Tudo bem então... — A ômega soltou um suspiro, vendo como a filhote parecia animada para escutar a história que ela já conhecia. — Nossa história se passou bem ao Sul. — A mulher iniciou, com a voz em tom baixo e calmo. — Mais especificamente, na Alcateia do Sul. — Sussurrou, dando uma pausa dramática. — Alguns anos atrás, quando a Alcateia do Sul foi considerada a mais próspera e calma alcateia das terras de Herber. Algo aconteceu, — Com uma voz grave, a ômega continuou — como se tivessem jogado uma maldição sobre a terra, ela começou a mudar. Tornando a água e a terra  terríveis. — Pausou —  Até hoje, ninguém sabe o que realmente aconteceu. Só sabem que as plantações estavam morrendo e a água havia se tornado muito lamacenta para o consumo. — Alisando os cabelos da filhote, ela continuou: — Sem alimento e água própria, a alcateia foi a cada dia que passava entrando em miséria.

Interrompendo a mãe, a filhote perguntou curiosa — Muitas pessoas ficaram mal nessa época, mamãe?

Soltando um suspiro triste, a ômega afirmou: — Infelizmente, minha lua.

— Mas, a Senhora do Inverno resolveu tudo, não é? — Perguntou afobada.

Sorrindo por causa do jeitinho preocupado da filhote, ela disse: — Eu vou chegar lá, meu amor. — riu — Vamos com calma. — Inspirando o ar e se deitando ao lado da filhote. A ômega continuou: — Voltando para onde eu havia parado, né senhorita... — A ômega deu umas cutucadas no pequeno nariz da filhote, fazendo a mesma soltar risadinhas. — Com falta de água e plantio da própria alcateia. O povo foi obrigado a viajar alguns dias até conseguir água boa e para comprar tudo com fornecedores de outras alcateias. Mas sem dinheiro para comprar comida, as coisas foram piorando, a cada dia que passava.

“Sem entender o que estava acontecendo com suas terras, o líder alfa da alcateia clamou aos deuses. Ele não pediu uma explicação de tudo aquilo, nem mesmo pediu pela salvação de sua família. O grande líder alfa lúpus, clamou pela salvação de seu povo, nem que isso custasse a sua vida.”

A filhote arregalou seus olhos parecendo apreensiva.

“Um dia depois, uma notícia foi dada ao povo. Seu grande e forte líder havia morrido de algo que lhe atingiu o coração. E deixou seu esposo ômega, com uma herdeira em seu ventre.”

Com um sorriso em seu rosto a ômega continuou.

“Sete meses depois, a herdeira finalmente nasceu. Houve boatos de que foi o parto mais demorado e doloroso que alguma curandeira foi capaz de presenciar. Mas depois de algumas horas, a filhote finalmente nasceu. E sua chegada era muito esperada pelo ômega, que depois da morte de seu alfa e da desgraça que aconteceu com seu povo, não tinha muito pelo o que viver.”

A ômega deu uma pausa, se acomodando para abraçar o pequeno corpo de sua filhote, e para olhar para seu rostinho. Para ver melhor suas reações.

“Respirando perfeitamente e carregando fios de cabelos tão brancos quanto a neve e a pele tão clara quanto leite. A filhote nasceu. Sorrindo e parecendo brilhar. Trazendo grande alegria para sua mãe e seu povo.”

— Mamãe, ele a chamou de Snow? — A filhote perguntou curiosa. — Seria legal se ela se chamasse assim.

Rindo da filhote, ela negou. — Ele não deu esse nome a ela querida, uma pena.

— Então como ele a chamou? Eu não me lembro dessa parte mamãe.

— Ele a chamou de Sohui. — Ela respondeu. — Não tinha um motivo importante, ela apenas gostava do significado do nome.

— E qual era mamãe? — Perguntou curiosa.

— "Brilhante e gloriosa", já que ela acreditava que Sohui era a glória que seu povo tanto esperou.

— Ela não estava errada. — A filhote sussurrou.

— Não, ela não estava. — A ômega disse sorrindo. — Sohui era uma Ômega Lúpus Pura, uma raça já muito esquecida, capaz de grandes realizações. Um lupino, beijado pelos próprios deuses...

— Porquê beijado pelos deuses, mamãe? — A filhote perguntou sonolenta, com os olhinhos quase se fechando.

— Porquê um lupino assim, tem um poder equivalente ao de um dos Deuses. — A ômega explicou. — É um ser tão poderoso, capaz de curar e criar, que até mesmo os Deuses sentem tremor quando um deles renasce.

— Mas isso quer dizer que ela era do mal mamãe? — A pequena filhote perguntou com uma voz triste. — Já que os Deuses não gostam dela?

— Não, meu amor. — Sussurrou sua resposta, vendo a filhote quase completamente entregue ao sono. — Os Deuses a temiam, porque tinham medo de Sohui ser influenciada por seres ruins, e acabar utilizando seus dons de forma errada. — Explicou. — Mas ela não fez isso, na verdade Sohui foi, por muito tempo uma salvadora para a sua alcateia.

— Ela salvou o povo da miséria? — A filhote perguntou enquanto soltava um bocejo.

Assentindo, a ômega continuou: — Depois de seu nascimento, a terra finalmente voltou a ser fértil, só pela simples existência da pequena filhote. As vegetações começam a crescer novamente e a água que antes parecia lamacenta, ficou tão cristalina quanto cristais.

— O que aconteceu depois mamãe? — A filhote que lutava para manter seus olhos abertos, perguntou.

— Com o tempo, ela foi descobrindo mais coisas sobre seus dons. O que acarretou na descoberta sobre as várias formas que ela poderia usar seus dons para curar e é claro, as formas como ele podia fazer vegetações inteiras crescerem com um estalo de dedos. E isso, ajudou a acabar com toda a miséria da sua alcateia e se tornar uma grande e adorada líder. — disse.

— E porque ela ficou conhecida como a Senhora do Inverno, mamãe? Eu me esqueci. — A filhote de olhos fechados e a testa franzida, perguntou.

— Isso é simples, por causa de seus longos e lisos cabelos brancos e de sua pele pálida, que tanto lembravam o inverno.

— Hum! — Ela resmungou em concordância, sendo vencida pelo sono. E finalmente dormindo.

Com um sorriso materno em seu rosto, a ômega depositou um beijo de boa noite, na testa da pequena filhote.

— Nós continuamos essa história em um outro dia. — A ômega sussurrou, antes de se levantar, arrumar o seu longo vestido e indo em direção a saída do quarto.

Com todo o cuidado para não acordar a filhote. Ela abriu a porta e saiu pela mesma. Tendo todo o cuidado na hora de fechar.

Soltando um suspiro cansado, a ômega seguiu pelo corredor, sentindo o cansaço do dia lhe atingir de forma intensa.

Sua única vontade, neste momento, era se deitar com a sua alfa e dormir até o dia seguinte. Mas antes mesmo de ser capaz de chegar até seu quarto a ômega foi abordada pela guarda Kim.

— Minha Senhora. — A mulher a cumprimentou, fazendo uma breve reverência. E a olhando de forma séria e profissional.

— Senhorita Kim. — Ela devolveu o cumprimento. — A que devo sua presença?

— Ele acordou novamente — Ela respondeu sem muitas enrolações. — Parece que nenhum sedativo é forte o suficiente para mantê-lo apagado.

Soltando um suspiro cansado ao sentir uma pontada em sua cabeça, a ômega fechou seus olhos e pôs as duas franjas de seu cabelo atrás das orelhas.

— Me diga novamente, como ele agiu ao saber que a beta tinha um filhote. — Pediu com seus olhos ainda fechados.

— Ele parecia certo de cortar seu pescoço, mas quando ela declarou que tinha um filhote, ficou nítido que ele se abalou com a informação. — A mulher disse de forma lenta e firme. — Ele a liberou depois e usou sua influência de alfa lúpus contra nós, para que a deixássemos passar com segurança. Mas por algum motivo, sua influência não durou muito e nós fomos capazes de contê-lo rapidamente.

Abrindo seus olhos, a ômega olhava para a guarda a sua frente, pensativa.

— Ele deixou que vocês o prendessem — Constatou. — Para um lúpus seria fácil mantê-los sobre a sua influência, mas porque ele decidiu deixar que vocês o prendessem? — Confusa, a ômega analisou tudo o que a beta lhe disse, novamente. Mas nada respondia suas dúvidas. — Eu desisto de tentar entender, vamos apenas até onde ele está, se ele deixou aquela beta passar, isso quer dizer que sua fera não está no comando como nós achávamos que estaria. Vamos

Assentindo para as ordens de sua líder, a guarda deixou que ela liderasse o caminho até o desconhecido.

🌙

Jungkook nunca teve nenhum problema em pegar no sono. Normalmente, era só ele se deitar que o sono logo vinha. Mas algo aconteceu na noite passada. Ele ficou tanto tempo observando os dois ômegas dormirem, que deve ter pegado no sono apenas no meio da noite. E por mais incrível que possa parecer, o lúpus nunca se sentiu tão descansado.

Se alguém perguntasse a ele, Jungkook não seria capaz de ter uma resposta para isso, já que ainda estava confuso com muitas de suas ações ao redor dos dois ômegas. Mas bem lá no fundo, ele sabia que toda essa proteção e cuidado, vinha de seu lobo.

Sua preocupação para saber se os dois estavam confortáveis durante a noite e se realmente estavam dormindo, não eram infundadas. Seu lobo sabia bem que esse período seria complicado para Jimin e que isso poderia afetar seu filhote também. Então ele ficou alerta a qualquer desconforto que um dos dois pudesse sentir durante o sono e depois acordou bem cedo, para ter certeza de que os dois continuavam confortáveis.

Honestamente, Jungkook nunca se sentiu tão bem, após uma curta noite de sono. Principalmente, quando observava os dois ômegas abraçados e serenos do seu lado direito, com o filhote no pequeno casulo de braços, criado por ele e Jimin.

Nada poderia atrapalhar esse momento para o alfa. Nem mesmo a forte luz que tentava passar pelas cortinas.

Jungkook tinha noção de que já passava do horário que os dois ômegas normalmente acordam. Mas eles pareciam tão tranquilos ali em seus braços, que a última coisa que o alfa pensava era em perturbá-los.

Passando as mãos pelos fios claros de cabelo de Jimin, o lúpus os tirou do caminho de seu rosto e observou como ele parecia sereno, deitado de lado, com os braços em volta do pequeno corpo de seu filhote e com seu rosto virado para si. Sua bochecha parecia que estava sendo fortemente esmagada, o que causava um pequeno bico em seus vermelhos e carnudos lábios entreabertos. Suas pálpebras fechadas, mostravam para Jungkook que até mesmo seus cílios e suas sobrancelhas, eram claras e loiras, algo que Jungkook não havia reparado, já que seus cabelos tampavam.

Aquele ômega, parecia uma pequena amostra do paraíso. Com seu corpo tão pequeno, que Jungkook já descobriu que cabia perfeitamente em seus braços. Com o rosto tão lindo e com uma pele tão macia, que Jungkook desconfiou que não seria capaz de viver longe de seu toque. E com seu aroma, de caramelo e flor-de-laranjeira, que estava se tornando tão presente, fazendo seu lobo querer esfregar seu nariz na sua glândula aromática a cada minuto de seu dia.

E isso estava tornando as coisas ainda mais complicadas para Jungkook. Se manter longe e não tocá-lo, estava sendo impossível para o alfa. E perceber que o ômega gostava de seus toques, estava fazendo seu lobo querer se arriscar ainda mais.

Mas Jungkook tentava controlá-lo. Não queria por a carroça na frente dos bois, e acabar por acidente distanciando Jimin de si, ao invés de aproximá-lo.

O ômega poderia estar se mostrando afetado graças ao cio. Mas o alfa se perguntava se esses instintos também afetariam o ômega fora dele. Ele era um ômega comum, as coisas eram muito mais complicadas, quando relacionadas ao seu lobo. Já com Jungkook era mais simples, ele era um lúpus e sabia que não seria afetado pelo cio do ômega a menos que... a menos que Jimin não fosse o escolhido por seu lobo.

Um resmungo baixo vindo do pequeno filhote, lhe tirou de seus pensamentos. Ele parecia prestes a acordar, soltando baixos resmungou e ronronados no processo.

Após alguns segundos observando o filhote se remexer no casulo de braços, Jungkook finalmente viu ele abrir os pequenos e sonolentos olhos de cor âmbar. Sorrindo, o alfa levou uma de suas mãos até a cabeleira negra, afastando os fios para ver o rostinho inchadinho e com marcas de lençol.

— Acordou? — O lúpus perguntou em um baixo murmúrio. Vendo o filhote fechar seus olhinhos e se aproximar mais de seu peito. Escondendo o rostinho.

— Fome — A voz com rouquidão infantil disse, sendo abafada pelo peito de Jungkook.

Rindo, pois já esperava essa pequena palavra do filhote, Jungkook com todo cuidado para não acordar Jimin, se sentou no ninho com Yeonjun em seus braços, agarrando-o como um filhote de bicho-preguiça.

— Eu não sei porque ainda espero outra coisa vinda de você — Jungkook resmungou tentando conter sua risada. — Está sempre com fome esse pequeno filhote comilão.

Soltando um resmungo chateado, o filhote levantou sua pequena cabeça para olhar o alfa.

— Jun non é comião.

Sorrindo, o lúpus negou com um balançar de cabeça e se levantou do ninho, para alimentar o filhote.

— O que você gostaria de comer hoje? — Jungkook murmurou sua pergunta, olhando para o ômega que ainda dormia no ninho, com medo de acordá-lo.

— Geeia de moango — O filhote pediu animado.

Franzindo sua testa para tentar processar o que o filhote disse, Jungkook perguntou: — Você quer geleia de morango?

Contente pelo alfa ter entendido, o filhote assentiu. Ficando feliz que além de sua mamãe, o alfa também entendia toda vez que ele dizia alguma coisa.

— Mas será pães com geleia, nada de só geleia, não queremos que fique com dor de barriga depois — O alfa explicou, saindo do quarto.

— Baiga? — O filhote perguntou confuso.

— Isso mesmo, muitas bombas fedorentas. — Jungkook disse fazendo uma careta. — Não queremos isso, não é?

O filhote negou, achando engraçada a careta que o alfa fazia, o que lhe fez dar risadinhas.

🌙

— O que houve de tão importante, que o fez sair de seu palácio para vir até os plebeus? — Yoongi perguntou de forma sarcástica, olhando para seu líder. Ele gostava de como podia conversar com Namjoon, da mesma forma que fazia com seus irmãos e amigos. Sem aquela formalidade que sempre irritava o ômega.

Sorrindo, o alfa se sentou em uma das cadeiras que ficavam na cozinha da pequena doceria, junto a uma mesa, que era usada pelos funcionários na hora do almoço.

— São apenas informações que estão me deixando maluco — Namjoon disse passando as mãos pelo cabelo acinzentado. — Enquanto não dividir isso com alguém, eu não vou conseguir dormir.

Achando estranho como o alfa parecia perturbado, o ômega se sentou de frente para Namjoon, curioso.

— Sou todo ouvidos. — O ômega disse, de forma firme.

Soltando um suspiro cansado, Namjoon iniciou: — Seo Doyun veio até a alcateia a um dia atrás. Estava curioso sobre mais informações da investigação sobre o Minkyu.

— Que surpresa interessante. — Yoongi disse. — Não fiquei sabendo de sua estadia na alcateia.

— Sabe como ele é. Não consegue ficar muito tempo longe de sua alcateia. Ficou apenas por um dia, foi embora ao entardecer. — Namjoon explicou.

— Entendo. — Yoongi disse, balançando sua cabeça. — Mas o que lhe aflige tanto, que lhe fez sair de sua cabana, para vir até aqui?

— Consegui conversar com Han Junseo, o ômega pelo qual fiquei responsável. — Namjoon iniciou. — E fiquei meio confuso assim que descobri, que ele também não teve contato com o Minkyu.

— Espera! — O ômega pediu. — Você não me disse, que havia falado com o ômega.

— Ele resolveu me dizer tudo quando percebeu que eu não era uma ameaça — Explicou.

— Então, voltamos à estaca zero. — Yoongi resmungou cansado. — Achei que seria ele, já que tínhamos certeza de que não seria os outros dois.

— É aí que você se engana. — Namjoon disse, chamando a atenção do ômega novamente. — Nós confirmamos que o ômega que você conversou, não era um suspeito, mas o Jimin foi retirado da lista apenas por causa de suposições que fizemos. Não tínhamos certeza de nada, apenas supomos que ele não seria o ômega, graças ao seu filhote, que se mostrou ser um lupino com genes de um lúpus. O que mostrava que ele só podia ter vindo do Oeste.

— O que quer dizer com isso? — O ômega perguntou confuso. — Está dizendo que não concorda mais com o que disse?

— Sim. — O alfa respondeu sem hesitar. — Mas eu tenho os porquês.

— Então me explique, pois estou extremamente confuso. — O ômega disse, passando a mão em seus cabelos castanhos, e se sentindo estressado por toda essa história maluca.

— Perguntei a Seo Doyun se o paradeiro do último alfa lúpus registrado era verídico, e se ele realmente era da Alcateia do Oeste. — Namjoon pausou, soltando um suspiro pesado. — Ele negou.

Arregalando os olhos, Yoongi olhou para o alfa confuso.

— O alfa era seu sobrinho, — o alfa continuou — e  ele me explicou que não sabe de seu paradeiro, desde que ele foi levado, e isso aconteceu quando o menino ainda era um recém-nascido. — Disse de forma séria.

— Como assim levado? — Yoongi perguntou assustado.

Namjoon olhou para o ômega um pouco deprimido.

— Ele foi sequestrado. — Respondeu sem se demorar muito.

— Que droga. — Yoongi disse, se sentindo mal pelo líder do Oeste e sua família. Gostava do senhor, que às vezes poderia tirar Namjoon do sério. Quando ninguém conseguia fazê-lo. — Então a única prova do Jimin, acabou de ser posta contra ele.

— Isso. — Namjoon concordou — Mas tem mais uma coisa — Continuo — Minkyu não descreveu a aparência do ômega que esteve com ele, mas ele escreveu sobre o companheiro do ômega.

Franzindo as sobrancelhas, o ômega tentou se lembrar dessa parte do diário.

— "Seus cabelos são quase parecidos com os meus. Negros como ébano, e sua pele é bronzeada demais em comparação a pele clara e apenas um pouco bronzeada, que todos naturalmente nascidos aqui parecem herdar." — Namjoon disse, lembrando de cada palavra escrita por Minkyu.

— Ok? — Yoongi disse confuso. — O que a aparência do alfa tem com o Jimin.

— Minkyu narrou um lupino, muito parecido consigo mesmo, mas ao mesmo tempo, muito parecido com os alfas da família Seo — Namjoon explicou.

— Então está dizendo que o filhote de Jimin realmente era do último alfa lúpus registrado? — Yoongi perguntou. — Mas ele não desapareceu?

— É sobre isso que não paro de pensar. — Namjoon disse, parecendo cansado. — Seo me disse que ele foi sequestrado, e que eles nem ao menos tinham certeza se ele era mesmo um lúpus. Então o filhote de Jimin, pode ser de um lupino qualquer, de qualquer região, que não foi ao menos registrado.

— Mas que merda — O ômega se deu o luxo de soltar o xingamento.

Não era muito fã de fazer isso, já que Hoseok odiava quando ele soltava qualquer palavra feia. Mas estava se sentindo tão frustrado com a nova informação, que nem ao menos pensou muito antes de falar.

— Isso complica tudo. — Yoongi disse, bagunçando seus cabelos.

Namjoon, que observava o ômega, falou: — Ou não.

Confuso, Yoongi voltou sua atenção para o líder.

— Pense comigo. — Namjoon pediu. — Nós olhamos toda a lista de ômegas que chegaram bem no início do desaparecimento de Minkyu. Os únicos ômegas que chegaram naquela época foram esses três. — Pauso. — Eu e você, já confirmamos que não são os outros dois, então só nos falta Jimin.

— Está querendo dizer que Jimin é o ômega? — Yoongi perguntou, apenas para ter certeza de onde ele queria chegar.

— Estou dizendo, que a probabilidade é alta. — Disse com um suspiro, olhando para o ômega, com um olhar sério.

— Então, o que fazemos agora? — Yoongi perguntou perdido.

— Nós esperamos. — Namjoon disse, depois de um momento em silêncio. — Esperamos que Jungkook pergunte a ele, e descubra.

Fechando seus olhos, Yoongi abaixou sua cabeça na mesa, sentindo uma dorzinha irritante em seus olhos.

— Taehyung disse que ele está o ajudando no cio — Namjoon disse, quando Yoongi ficou em silêncio. — Acha que isso pode comprometer seu irmão a acreditar em qualquer coisa que ele diga?

Yoongi ficou em silêncio, olhando para a mesa e pensando em tudo que Jungkook havia lhe dito sobre o ômega.

Sabia bem o que estava passando com Jungkook e tentou se por no lugar dele, antes de responder a pergunta de Namjoon.

Se imaginou com Hoseok e se perguntou se acreditaria em qualquer coisa que o ômega lhe dissesse.

Ele não precisou de muito tempo para chegar a sua resposta.

Não.

Ele não acreditaria.

Mas faria de tudo para protegê-lo, se ele lhe pedisse.

— Eu não acredito que isso aconteça. — Ele respondeu por fim.

Ele não fazia ideia de como a relação deles havia evoluído, para que Jungkook ajudasse o ômega no cio. Mas depois de ouvir tudo que Jungkook disse sobre o que estava sentindo, Yoongi tinha uma dica de como a relação deles poderia estar sendo desenvolvida com rapidez.

E esperava do fundo do coração, que se Jimin fosse realmente o ômega que eles estavam procurando, que pelo menos ele não omita isso de Jungkook quando a hora chegasse. Pois, o alfa irá saber se ele mentir. E ficará magoado, se percebe que o ômega não confia nele.

Quando Yoongi sabe, que ele faria qualquer coisa para protegê-lo.

🌙

Sentindo a claridade incomoda seu sono. Jimin despertou de seu descanso longo e confortável. Se sentia um tanto preguiçoso, depois de dormir tanto, mas mesmo assim, foi abrindo seus olhos lentamente. Sentindo uma ardência nos olhos, graças a claridade.

Sem conseguir enxergar direito e vendo apenas pontinhos brancos a sua frente. O ômega pois suas mãos na frente de seus olhos, fazendo uma pequena sombra para eles e piscando algumas vezes para mandar os pontinhos brancos embora.

Quando finalmente conseguiu ver, soltou um suspiro longo e cansado.

Ele havia voltado.

Estava novamente naquela floresta alaranjada de seus sonhos. Sentado bem no meio de uma clareira cercada por árvores repletas de folhas vermelhas, laranjas e marrons. Vestido com as mesmas roupas brancas, da qual se lembrava.

— Que ótimo. — Jimin resmungou, fechando seus olhos e bagunçando seus cabelos de forma dramática.

Não estava acreditando que estava a sonhar novamente com esse lugar estranho, que lhe trazia sensações ruins e boas ao mesmo tempo.

Mesmo muitas pessoas dizendo que era normal, não se lembrar de muita coisa de seus sonhos. Jimin conseguia se lembrar desse, muito nitidamente, como se tudo realmente estivesse acontecido.

Então sem querer se demorar muito, e desejando que acordasse logo, para sair desse lugar. Jimin se levantou de onde estava, e sabendo exatamente onde deveria ir. Não pensou muito antes de correr em direção a trilha que usou da última vez.

Era estranho ele estar tão familiarizado com o local, que nem se assustou ao se ver ali novamente, e era estranho ele estar sonhando a mesma coisa, quando as pessoas diziam que era quase impossível.

Mas mesmo se sentindo confuso sobre o porquê de estar novamente ali. O ômega continuou a correr até se ver novamente no campo aberto com uma grama tão alta quanto se lembrava.

Com a sensação de que seus pulmões queimavam, pela longa corrida que deu, Jimin se curvou e apoiou suas mãos em seus joelhos, tentando normalizar sua respiração. Enquanto observava ao seu redor, tentando achar algo de diferente.

Mas não havia nada, estava tudo da mesma forma.

Com a respiração normalizada, o ômega ficou ereto novamente, e olhou para a grande e solitária árvore, da qual se lembrava tão bem. E sem pensar muito e sentindo em seu âmago que devia ir em direção a ela, Jimin voltou a correr em toda a velocidade pelo campo.

Ele não sabia bem o que estava fazendo, ou o que aconteceria, só seguia seus instintos, não se perguntando muito sobre.

Aquilo era um sonho, no final de tudo. E o ômega percebeu que não deveria dar tanta importância para o que aconteceria ali. Era tudo fruto da sua imaginação mesmo.

Ao chegar bem perto da árvore, Jimin observou novamente o pequeno pedaço de terra que havia em volta dela, cercada por um lago. E percebeu que aquele lobo do qual se lembrava, continuava no mesmo local. Ainda deitado, parecendo que dormia.

A pelagem do animal, novamente prendeu a atenção de Jimin, que achava o lobo a coisa mais bela e majestosa.

Olhando ao seu redor, Jimin percebeu algo que não estava da última vez que visitou aquele local.

Por algum motivo, agora o pequeno lago tinha uma pequena ponte de madeira branca, que levava até o pequeno pedaço de terra.

Confuso e se perguntando se aquela ponte havia passado despercebido da primeira vez. Ele a observou bem, tentando se lembrar de algo. Mas nada veio à sua mente. Ela não estava ali da última vez.

Então por que estava agora?

Um sentimento estranho de que deveria atravessá-la atingiu Jimin, enquanto observava a pequena construção. Mas com medo do que poderia ocorrer. Ele hesitou assim que se aproximou.

Olhando bem para a fera que dormia do outro lado e se dando a certeza de que ela continuava presa, como da última vez. Com a corrente de ferro em volta de seu pescoço. Jimin puxou o ar para seus pulmões, sentindo uma grande ansiedade lhe abater.

— Isso é só um sonho Jimin, nada vai acontecer com você. — Ele murmurou como uma prece, repetindo essas palavras enquanto botava seus pés na ponte e avançava lentamente.

A ponte parecia bem firme embaixo de seus pés, então Jimin não sentiu tanto medo ao andar por ela.

Mesmo andando lentamente, não demorou muito para chegar na outra ponta, sentindo receio de pôr seus pés na terra novamente.

Repetindo seu mantra, ele fechou seus olhos e finalmente pôs seus pés na grama verde da pequena ilha, sentindo a grama úmida abaixo de seus pés.

Abrindo seus olhos lentamente, Jimin olhou em direção ao lobo. Se perguntando se a ideia que tinha na cabeça era realmente boa.

Mas novamente seus instintos apontavam que ele devia se aproximar do animal. Então sem dar muita importância e repetindo seu mantra de que “Tudo aquilo era um sonho”. Jimin se aproximou lentamente. Dando total atenção para qualquer movimento suspeito do animal.

Quando não aconteceu nada, enquanto se aproximava. Jimin finalmente relaxou. Chegando a apenas um passo do lobo e se abaixando a altura do animal.

Com as mãos trêmulas e a respiração pesada, ele pousou suas mãos no pelo do animal, logo abaixo da corrente de ferro. Alisando seus pelos e percebendo o quão macios eram.

Se sentindo mais confiante, Jimin começou um carrinho calmo e relaxante no animal. Não percebendo que o animal já se encontrava com seus olhos abertos e atentos ao seu toque.

Cansado dos carrinhos e querendo fazer o que realmente veio fazer, desde o sonho passado. Jimin elevou seus olhos até onde a corrente estava ligada e a viu em volta da árvore.

Sentindo que seria impossível soltar o animal por ali. Ele se voltou para o pescoço da fera. Observando bem como estava em volta da mesma.

Sem saber o que fazer, Jimin levou as mãos até o objeto gelado e tentou afrouxar. Dando leves puxões. Mas de nada adiantou.

Soltando um suspiro cansado. Jimin andou até ficar de frente para o animal e se sentou ali. Percebendo agora que os grandes olhos de ouro derretido lhe olhavam com interesse.

— Você acordou — Jimin disse contente, percebendo que o animal não parecia agressivo. — Estava preocupado, na verdade ainda estou, mas não consigo tirar isso de você amigo. — Disse apontando para a corrente.

Como se entendesse o que o outro dizia. O animal se levantou, agora se mantinha sentado sobre as patas traseiras, mostrando todo o seu tamanho para Jimin. Que ficou surpreso ao perceber que ele era um pouco mais alto que ele de pé.

— Você quer que eu tente tirar agora? — Jimin perguntou olhando diretamente para os olhos de ouro, e mesmo sem uma resposta, ele entendeu aquele olhar como um "Sim". — Tudo bem, lá vamos nós.

Sem se demorar muito, Jimin pôs suas mãos novamente na corrente e tentou de todas as formas afrouxar a coleira. E novamente, ela nem ao menos se moveu em suas mãos.

Se sentindo sem esperanças, Jimin olhou diretamente nos olhos do lobo, ainda com as mãos na corrente.

— Acho que não vou conseguir te tirar daqui amigo. — Jimin disse de forma deprimida. Olhando bem para os olhos do lobo. Não recebendo nada em resposta, além de um lento piscar de olhos do lobo, que lhe encarava de forma séria.

Sentindo que não devia desistir, Jimin continuou seu árduo trabalho, de tentar afrouxar a corrente para passar pela cabeça do animal. Mas a cada minuto que passava, o objeto nem ao menos se mexia, lhe causando mais um sentimento de impotência.

— Me desculpa. — Jimin murmurou, olhando para o lobo, que inclinou sua face, olhando bem para os olhos dele.

Com uma sensação estranha por estar recebendo tal olhar, Jimin franziu sua testa. Mas como se para lhe tirar do transe que era olhar para o lobo, uma luz forte veio de cima de sua cabeça e lhe fez fechar seus olhos graças a claridade que os machucava.

Se sentindo perdido, Jimin largou a corrente e levou suas mãos de frente aos olhos, os protegendo. Sem entender de onde vinha tal luz.

Depois de alguns minutos, Jimin percebeu ao tirar suas mãos de seus olhos que a claridade já não existia. Então passou a lentamente abrir seus olhos.

E a primeira coisa que percebeu, foi que a fera que antes estava a sua frente, havia sumido.

Confuso, Jimin olhou a sua volta, tentando achar o grande animal e não encontrando nada. Decidido a encontrá-lo, Jimin deu um passo em direção ao lago, pensando em atravessar, mas se surpreendeu ao ouvir um tilintar metálico e ao sentir um peso sobre o seu tornozelo.

Olhando para baixo, para saber o que havia ali. Jimin se assustou ao ver a corrente que antes estava em volta do lobo, presa em seu tornozelo direito, parecendo tão pesada que o levou ao chão.

Sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo, Jimin olhou em volta. Percebendo que a ponte pela qual chegou até ali, havia sumido e que ele estava preso naquela pequena ilha cercada por um lago.

Assustado, Jimin se levantou e deu alguns passos até o lago, à procura da ponte. Mas caiu assim que se aproximou do mesmo e percebeu que a corrente não era tão longa.

Sentindo novamente, aquela sensação de falta de ar que sentiu da primeira vez. Jimin olhou para a água cristalina, vendo seu reflexo embaçado.

Mas percebeu que não havia apenas o seu reflexo.

Havia dois seres que eram refletidos de volta. Um que parecia brilhar mais que o próprio sol, e o outro tão sombrio que parecia puxar toda a luz que havia ali.

Assustado com o que via, Jimin desviou seus olhos do lago lentamente e olhou para trás.

E diferente da primeira vez, que não encontrou nada. Agora havia mesmo duas mulheres uma ao lado da outra. Uma vestida com um longo vestido branco, com um grande decote, mostrando sua pele clara. A outra mulher era completamente o oposto, vestindo um vestido tomara que caia, longo e da cor preta, chamando total atenção para seus ombros bronzeados.

Elas também encaravam Jimin de formas diferentes. A vestida de branco, olhava para ele com um sorriso grande e alegre, já a de preto, lhe encarava com os olhos semicerrados, parecendo lhe avaliar.

— É bom finalmente lhe conhecer. — A vestida de branco disse.

Sem entender o que estava acontecendo, Jimin finalmente encontrou sua voz para perguntar: — O que está acontecendo?

Soltando um bufo, a com o vestido preto revirou os olhos.

— Ótimo, ele não sabe de nada. — Ela disse de forma irônica, passando suas mãos pelos cabelos negros e o bagunçando.

— Não seja assim. — A outra disse de forma repressiva. — Era de se esperar que ele não soubesse, ela nos avisou que provavelmente não teria tempo.

— Isso é tão estressante. — Ela resmungou, virando de costas e pondo suas mãos na cintura.

— Lembre-se, que tudo o que está acontecendo é um pouco nossa culpa — A de branco disse, sem olhar para a outra mulher.

— Eu sei. — A outra disse parecendo raivosa. — É por isso, que ainda não desisti dessa ideia maluca.

Sem entender nada, e se sentindo mais assustado. Jimin perguntou: — Quem são vocês?

Voltando seus olhos para Jimin, a de vestido branco e cabelos longos e castanhos, sorriu, antes de responder.

— Eu me chamo Bae Joo-hyun, mas gosto mais de ser chamada de Irene — Ela respondeu, não tirando o sorriso do rosto. — E essa aqui do meu lado é a Kang Seul-gi, você pode chamá-la só de Seul-gi, ela não curte muito apelidos.

Assentindo lentamente, Jimin concordou.

— Ok. — Jimin disse. — Mas vocês não responderam realmente minha pergunta. — Explicou, olhando para mulher que conversava consigo, vendo a mesma franzir as sobrancelhas. — Eu não lembro de tê-las visto fora daqui, então porque estão em meu sonho?

Após sua fala, Jimin escutou a mulher vestida de preto, que ele descobriu se chamar Seul-gi, rir. Se virando para si e parecendo divertida depois do que disse.

— É porque você realmente não nos viu — Seul-gi respondeu divertida. — E porquê isso aqui não é um sonho.

— O quê?! — Jimin pronunciou alarmado.

— Você está assustando ele Seul-gi — Irene resmungou chorosa, soltando um suspiro cansado. — Não escute ela Jimin, você logo vai entender tudo.

— Como sabe o meu nome? — Dando alguns passos para trás, Jimin perguntou.

— Ele realmente não sabe de nada. — Seul-gi disse, parecendo desinteressada. — Nós sabemos tudo sobre você ômega. — Disse.

— Ou deveríamos saber — Irene murmurou, pensativa.

— Eu não estou entendendo nada. — Jimin disse desnorteado. — Então vocês podem, por favor, me soltar e deixar que eu vá embora?

— Isso não será possível. — Sem olhar para seus olhos, Irene respondeu.

— Como não?

Você precisa ficar aqui, e entender o porquê de sua existência. — Quem respondeu dessa vez foi Seul-gi.

— Eu não posso ficar aqui — Jimin disse afobado. — Eu tenho um filhote, ele precisa de mim.

— Oh! Não se preocupe com isso. — Irene respondeu alegre. — Seu ômega vai cuidar disso, enquanto estiver fora.

— Como assim, meu ômega?

— Bem, o lobo que você acabou de tocar, ele é seu ômega — Irene explicou. — Depois de tanto tempo aqui. Ele estava morrendo de saudades de seu filhote. E estava morrendo de vontade de conhecer seu companheiro. Acho que ele conseguirá agora.

— Eu não tenho um companheiro. — Jimin disse confuso.

— Na verdade, você tem sim, só não tiveram uma conexão ainda. — Seul-gi respondeu, parecendo falar do tempo, dando de ombros.

— Mas isso logo se resolverá, seu lobo não irá perder tempo, ele fará acontecer logo. — Irene respondeu parecendo sentimental.

— Chega de papo furado, vamos ao que, lhe trouxe aqui. — Seul-gi interrompeu, quando percebeu que Jimin faria mais perguntas.

E Irene apenas assentiu, parecendo animada.

🌙

A hora do almoço estava chegando. E Jungkook estava um pouco preocupado com Jimin, que até o momento não havia aparecido para tomar seu café da manhã.

Ele e o filhote já haviam se alimentado fazia algum tempo e agora estavam assistindo algum desenho estranho, que o filhote fez uma festa para por, mas que agora dormia como um bicho-preguiça. Completamente agarrado a si.

Jungkook ainda achava estranho a facilidade que o filhote tinha para dormir. Era só se deitar em algum lugar macio e pronto, o pequeno ser já estava soltando baixos ronquinhos, como se nada ao seu redor importasse mais que sua soneca.

Olhando para tevê e achando estranho o desenho que o filhote assistia, Jungkook voltou sua atenção para o ômega. Vendo o mesmo dormir em seu peito com um biquinho formado em seus lábios, muito parecido com o de sua mamãe.

Sorrindo para a visão fofa que era o filhote dormindo, Jungkook resolveu que estava cansado de esperar pela chegada de Jimin, e resolveu que ele mesmo o acordaria, já que se demorasse demais ele acabaria perdendo o café da manhã.

Então com todo o cuidado do mundo, o alfa ajeitou o pequeno corpo no ninho, o cobrindo para não pegar a friagem da manhã. E se levantou, andando em direção ao seu quarto.

Ao chegar na porta do mesmo, Jungkook o abriu com todo o cuidado, para não fazer barulho e entrou no cômodo escuro. Se incomodando com a escuridão, Jungkook foi até a pequena cômoda que ficava ao lado do ninho e acendeu um pequeno abajur antigo, iluminando um pouco o quarto.

Mas ao olhar para o ninho, à procura do ômega, Jungkook ficou confuso ao encontrar apenas os lençóis desarrumados.

Jungkook olhou em direção a porta do banheiro, mas a encontrou aberta e com as luzes apagadas.

Achando estranho, todo aquele breu e o silêncio. Jungkook fechou seus olhos e aspirou o ar para seus pulmões, procurando pelo aroma, que agora parecia tão familiar para si.

Mas apenas encontrou resíduos leves que o levaram até seu closet. Estranhando já que o cômodo também tinha as portas abertas e também estava escuro, Jungkook entrou e procurou pelo interruptor do cômodo, acendendo as luzes e se assustando com o que encontrou.

O chão estava coberto por suas roupas, criando um pequeno círculo com as mesmas. E no meio de toda aquela bagunça estava o ômega, de olhos fechados, esfregando seu nariz e abraçado a um de seus moletons, parecendo tão absorto, que nem ao mesmo percebeu a presença de Jungkook.

— Jimin? — Jungkook chamou confuso.

Esse que ao escutar a voz do alfa, abriu seus olhos, levantou sua cabeça, parando de cheirar o moletom e o deixando de lado. Tendo sua atenção totalmente tomada pelo lúpus. Que ao olhar o rosto do ômega, se assustou ao encontrar novamente os brilhantes e reluzentes olhos do dia anterior, e não as íris âmbar, da qual estava acostumado.

Sem pronunciar nenhuma palavra, o ômega se levantou do meio da bagunça em que se encontrava, e olhou para Jungkook parecendo totalmente hipnotizado.

Lentamente, como se tivesse medo que Jungkook desaparecesse, o ômega se aproximou, ainda lhe olhando nos olhos.

Assim de perto, Jungkook percebeu o brilho lupino nos olhos do ômega. E ficou surpreso novamente, ainda achando eles tão diferentes e misteriosos.

O alfa não sabia ao certo, o que eles significavam além de deixar claro a presença do lobo. Que Jungkook sabia que não era um lúpus, nem um comum.

Mas se não eram as únicas alternativas que Jungkook conhecia, que lobo, era o ômega?

Sem saber ao certo, Jungkook voltou sua atenção para o ômega. Que ao se ver tão perto do alfa, levantou as pequenas mãos, e as pousou uma de cada lado de seu rosto. Passando lentamente seus dedos por suas bochechas, nariz, olhos, sobrancelhas, testa, boca e queixo.

Parecendo emocionado com o que via, Jungkook percebeu os pequenos e brilhantes olhos, lacrimejarem e seus lábios grossos tremularem.

Alfa. — Ele pronunciou, com uma voz que parecia de Jimin e ao mesmo tempo não parecia. Misturado com um som profundo e doloroso.

Confuso com a reação do ômega, Jungkook deixou que ele continuasse, o que quer que estivesse fazendo. Sem prever o que aconteceria.

O ômega se aproximou mais de si, ficou nas pontas dos pés e enfiou sua cabeça em seu pescoço, fungando tão perto de sua glândula aromática, que se tornou impossível para Jungkook não se arrepiar por todo o corpo.

Tentando pensar em algo, para fazer o ômega sair dali. Jungkook teve seus pensamentos transformados em mingau ao sentir o exato momento em que a língua quente do ômega, lambeu seu local mais sensível, quase transformando seu corpo geleia e fazendo o pequeno ômega grudado em si soltar um baixo ronronar em aprovação.

— Ômega — Jungkook chamou, de forma séria. — O que está fazendo?

Como se não tivesse lhe escutado, o ômega continuou a lamber seu pescoço, e cansado de se manter na pontas dos pés para fazer isso, escalou o corpo forte e grande, abraçando a cintura do alfa com suas pernas e passando seus braços em volta do pescoço do alfa, se mantendo preso ao corpo grande e continuando com seu precioso trabalho.

Surpreso pela ação do ômega, o lúpus não pensou muito ao segurar as grossas coxas do ômega, firmando seu corpo em seu colo. Sentido quando o aroma de Jimin começou a se espalhar pelo ar, parecendo muito mais forte e dominante.

Sentindo ser coberto pelo aroma do outro, Jungkook se sentiu relaxar como se estivesse prestes a cair no sono.

Mas se assustou, no momento em que sentiu algo pontudo arranhar seu ombro, bem perto de sua glândula. E se deu conta de que isso eram os dentes do ômega.

Como se estivesse acordado de um transe, ele chamou assustado: — Ômega! — Tentando afastá-lo de seu pescoço. O que apenas resultou num rosnado possessivo, saindo dele. — Ômega, você não deve fazer isso. — O alfa disse, ciente do que ele queria, e tentando fazer com que Jimin voltasse ao controle.

Sua fala acabou tirando um sofrido choramingo do ômega, que sentiu uma dor no peito ao ser rejeitado por ele.

O alfa rapidamente entendeu o que fez, e em busca de melhorar as coisas, apertou mais o corpo do ômega em seus braços, tendo noção que todas as suas ações eram ligadas aos seus instintos.

— Desculpa, ômega! — Pediu, acariciando os fios loiros e aumentando seu cheiro, como uma forma de mostrar que estava arrependido. — Vamos com calma, ok! Uma coisa de cada vez. — Pediu, mesmo que por dentro, seu lobo estivesse se remexendo em descontentamento.

Mas sua fala, foi entendida totalmente errada pelo pequeno ômega, que agora, de pé a sua frente, com um sorriso em seu rosto, começou a esfregar suas bochechas com as do alfa, a procura de carinho. E como se estivesse desesperado, levou suas pequenas e arteiras mãos, ao elástico da calça de moletom do alfa, tentando abaixá-lá.

Jungkook ficou surpreso, quando entendeu o que ele queria.

A regra era clara para os lobos. "Ir com calma", tinha outro significado para eles, que apenas precisavam reconhecer seu companheiro de cio, para acasalar e marcar.

Então para o pequeno ômega em seus braços, parecia que Jungkook havia lhe dito que precisavam acasalar primeiro, para depois se marcarem.

— Espere! — Jungkook pediu, ao sentir que as pequenas mãos iriam descer ainda mais o seu moletom. — Olhe para mim ômega! — pediu com firmeza.

O ômega que parecia totalmente concentrado em sua tarefa, parou o que fazia para dar sua total atenção ao alfa, olhando bem para seu rosto, esperando ele dizer algo. Jungkook por outro lado ficou em silêncio, apenas chamando seu lobo, achando melhor, ter o seu lobo presente para conversar com o ômega.

Isso não demorou muito para acontecer, apenas alguns segundos, foram o suficiente para o grande lúpus vir à tona. Mostrando suas brilhantes íris avermelhadas. O que levou o ômega a abrir um sorriso gigantesco, ficando extremamente eufórico.

Alfa. — O ômega disse, quase ronronando, aproximando seu rosto do peito forte e se esfregando ali, para sentir o aroma de abacaxi e hortelã.

O alfa que olhava para a forma manhosa do ômega, sorriu amorosamente, chegando bem perto dos cabelos loiros para sentir seu aroma.

— Deixe que Jimin volte. — O alfa sussurrou no couro cabeludo do ômega.

Mas isso acabou afastando o ômega de si. Agora sem mais sorrisos, apenas um olhar choroso.

— Ômega ruim? — Perguntou parecendo deprimido.

— Ei! Nada disso. Você é um bom ômega. — O alfa disse, voltando a puxar o pequeno corpo para seus braços. Que pareceu alegre ao ter sua resposta. — Mas vocês precisam coexistir, assim como eu e Jungkook, não pode tomar esse corpo só para você ômega.

Soltando um choramingo, o ômega apertou mais seus braços ao redor do corpo do alfa.

— Ele fez isso comigo, me deixou de lado por anos. — O ômega disse com uma voz ferida. — Não conheço meu filhote, por causa dele.

— Ele não sabia o que estava fazendo, meu amor — O alfa disse, alisando os cabelos do ômega. — Vocês precisam conversar.

— Não consigo. — O ômega murmurou. Com o rosto abafado no peito do alfa.

— Mas precisa. — O alfa impôs, se afastando um pouco do ômega e levantando seu rosto para olhá-lo bem.

— Você não entende — O ômega disse choroso. — Eu realmente não consigo. Jimin não está mais aqui.

Confuso, Jungkook olhou bem para o rosto do ômega, à procura de alguma coisa que apontasse que ele não lhe dizia a verdade. Mas não havia nada.

— Mamãe! — Uma voz suave e sonolenta, lhe fez desviar os olhos do ômega, para o pequeno serzinho que andava aos tropeços até eles, coçando seus olhinhos.

E o ômega que antes estava em seus braços, rapidamente se desfez de seus braços e olhou para o filhote, que estava alheio a tudo o que acabara de ocorrer.

Jungkook que observava todas as ações do ômega. Percebeu quando os olhos brilhantes ficaram aguados. E os lábios formaram um sorriso materno.

— Filhote. — A voz saiu trêmula, como se não pudesse acreditar no que via.

O filhote, sem entender absolutamente nada. Apenas olhou para o ômega, e sorriu. Como sempre fazia quando olhava para sua mamãe.

— Mamãe acodo! — Disse alegre, correndo até ele com os bracinhos levantados.

O ômega parecia tão encantado ao ver seu filhote, que ficou parado, olhando o serzinho correr até si e abraçar suas pernas.

— Mamãe colo — O filhote pediu, levando seus braços e olhando para o maior. Que ainda sorrindo, se abaixou lentamente e pegou a criança como o objeto mais precioso de sua vida.

O alfa que olhava, sorriu ao ver o grande sorriso que ômega tinha em seus lábios. Parecendo tão emocionado, que em algum momento, deixou uma lágrima fujona cair.

— Mamãe tisti? — O filhote perguntou preocupado, limpando com a pequena mão, a lágrima que corria pelo rosto do ômega.

— Não, meu amor. — A voz do ômega saiu trêmula, parecendo encantado, enquanto alisava a pequena mecha ruiva que o filhote tinha. — Só estou feliz de finalmente lhe encontrar.

O filhote que ouvia com atenção. Ficou confuso com o que a mamãe dizia. E Jungkook ao perceber isso, pôs suas mãos nos ombros do ômega, sorrindo para o filhote.

— A mamãe só acordou com saudades de você — Jungkook disse, sentindo que assim o filhote não acharia estranho.

Ele era pequeno ainda, não entenderia que ali a sua frente era o ômega de sua mãe.

— Tamem seti, mamãe. — O filhote respondeu, sorrindo.

O que causou ao ômega uma risadinha. Que logo virou um ronronar ao esfregar seu nariz de botão contra o do filhote.

— Acho que é hora da mamãe comer — Jungkook disse chamando a atenção dos dois. — Você deve estar com fome depois de dormir tanto.

O ômega assentiu rapidamente, parecendo extremamente faminto. Sorrindo, Jungkook o guiou até a sala de jantar, com sua mão nas costas do ômega.

Que parecendo extremamente feliz por ter o seu filhote em seu colo. Decidiu não pôr a criança no chão.

E Jungkook resolveu conversar com o ômega mais tarde, quando o filhote estivesse dormindo.

Ao chegarem no cômodo, Jungkook pediu para o ômega se sentar em uma das almofadas. Algo que ele fez com um pouco de dificuldade graças ao filhote. Mas por fim, conseguiu, tendo o serzinho se levantando para ir atrás de Jungkook, que foi atrás do que preparou para o ômega.

Ele pegou um prato com algumas torradas cobertas por geleia de morango e uma bandeja, onde havia assado um bolo de cenoura, com chocolate. Levou até a mesa, tendo o filhote saltitante lhe seguindo, enquanto arrumava tudo para o ômega. Após arrumar a mesa, Jungkook foi até a sua geladeira e pegou uma jarra com suco de laranja, que já estava pela metade, pois ele e o filhote haviam bebido mais cedo.

Pegou um copo para o ômega e pois tudo de frente para o mesmo. Que olhava curioso para os dois alimentos à sua frente.

— Sinta-se à vontade — Jungkook disse, se sentando ao lado do ômega. Tendo sua atenção puxada para o pequeno filhote carente, que tentava se espremer para passar por seu braços e se sentar no seu colo.

Sorrindo para o filhote, Jungkook voltou sua atenção para o ômega, se surpreendendo ao ver o exato momento em que ele pegou um pedaço inteiro de bolo de cenoura e enfiou na boca. Se sujando inteiro e ficando com as bochechas parecidas com a de um esquilo, quando guardava suas nozes.

Rindo, da forma como o ômega comia, o alfa pegou um dos guardanapos que estavam sobre a mesa e se aproximou dele.

— Acho que você se sujou um pouco. — Sua voz saiu um pouco divertida, já que o ômega parecia completamente alheio a bagunça que estava fazendo.

Limpando o canto de sua boca com o guardanapo e ganhando um sorriso alegre. Jungkook observou o ômega voltar a comer.

E achou fofo, como ele parecia um filhote, se sujando inteiro de farelo, calda de chocolate e geleia de morango.

Era interessante ver que o ômega era muito diferente de Jimin. Era como se ele nunca tivesse tido a oportunidade de realmente estar fora ou acompanhar a vida de Jimin. Como se realmente fosse um filhote, que não sabia muita coisa sobre o mundo.

Jungkook não imaginava algo assim. Desde o início, pensava que Jimin fosse um lupino comum, então a hipótese de que seu lobo poderia acordar e tomar as rédeas, era nula.

Mas estava enganado, e isso era bem evidente quando observava o ômega de Jimin, comer como se nunca tivesse feito isso.

Depois de tantos Supressores ingeridos era de se imaginar, que seu lobo estivesse a tanto tempo adormecido que não sabia nada sobre o mundo que sua parte humana vivia.

Tanto tempo adormecido, trouxe algumas consequências. Jungkook só esperava que não fossem tão ruins.

Mas não era só isso que incomodava o lúpus.

Era evidente que Jimin sabia a quantidade certa de Supressores que devia tomar, para seu ômega não aparecer. Mas o que lhe incomodava era o porquê disso.

Por que ele deveria tomar Supressores, para não revelar o seu ômega?

Depois de se alimentar, o alfa percebeu que o ômega havia se sujado além da conta. O que causou um estrago no moletom que o mesmo vestia.

Era como se tivesse estourado uma bomba de chocolate e geleia de morango na roupa.

— Acho que você precisa de um banho agora. — Jungkook propôs, coçando a nuca, enquanto observava o moletom destruído.

— Mamãe fei baguça — Yeonjun disse, soltando uma risadinha.

O que causou um sorriso ao ômega.

— Tem um lago aqui perto? — O ômega perguntou, se levantando da mesa.

Jungkook, que achou estranha a pergunta, franziu suas sobrancelhas, antes de responder — Tem um ao Sul da floresta.

— Ótimo, o tempo parece bom para se banhar — O ômega disse, já andando em direção a porta, tendo um alfa lhe parando antes de chegar nela.

— Não há necessidade de ir até o lago, você pode usar a banheira, ômega. — Jungkook explicou. Mas agora, quem parecia confuso era o ômega.

— Banheira?

— Isso! — Jungkook afirmou. — Venha eu vou lhe mostrar. — Pediu, tendo o ômega lhe seguindo até o banheiro de seu quarto, com o filhote caminhando ao seu lado.

Ao chegar no banheiro, Jungkook apresentou a banheira para o ômega, que a olhava como se estivesse vendo a pior coisa já inventada.

— Essa... coisa é a banheira? — O ômega perguntou curioso.

— Sim — O alfa concordou.

— Ela não é muito... pequena? — O ômega perguntou confuso, inclinando um pouco a cabeça para olhar o objeto.

Jungkook olhou para o pequeno ômega ao seu lado, depois para a banheira. Antes de responder.

— É grande o suficiente.

— Mas... — Levando os dedos até a boca, parecendo pensar, o ômega perguntou: — Não será muito trabalho trazer a água para cá, ao invés de tomar banho no lago?

— Na verdade... — Jungkook fez uma pausa ao andar até a banheira e girar a torneira, para abrir o registro.

O que ele não esperava era escutar um som surpreso sair do ômega. Parecendo maravilhado com o que via.

E curioso, se aproximar para ver bem a água sair da bica.

— Surpreendente! — Ele disse abrindo um sorriso, enquanto botava seus pequenos dedinhos embaixo da água que saia da bica. Sorrindo ao sentir a temperatura. — A água está quente!

Rindo, pela animação, Jungkook disse: — Sim, é mais uma das coisas incríveis que a banheira proporciona.

— Uau!

— Bem, eu vou pegar mais roupas para você, você pode se banhar enquanto isso. — Jungkook avisou, e viu o ômega assentir rapidamente.

Saindo do quarto, Jungkook viu o pequeno filhote paradinho, esperando por ele, em frente a porta do banheiro.

— Você deve estar entediado, não é? — Jungkook perguntou ao filhote, recebendo uma expressão confusa do mesmo.

— Endiado? — Ele tentou pronunciar, o que só fez Jungkook soltar uma risadinha.

— É quando você não tem nada para fazer e quer fazer algo legal. — Jungkook explicou, vendo o filhote assentir.

— Eu quer! — O filhote explos.

— Eu vou só arrumar uma roupa para a sua mamãe, e a gente procura por brinquedos legais para você, no quarto do Soobin, ok?! — Jungkook perguntou, tendo um filhote animado concordando.

Jungkook foi até o seu closet, e soltou um suspiro ao encontrar a bagunça que o ômega havia feito.

Tinha se esquecido disso por um momento.

Tentando achar alguma blusa que não estivesse na bagunça, Jungkook marcou em sua memória de se lembrar de arrumar aquilo.

Ele olhou em suas gavetas, que não pareciam ter sido remexidas pelo ômega, e encontrou uma blusa preta lisa de manga. Que parecia ótima para o ômega, já que o tempo parecia ter esquentado um pouco para usar moletom.

Jungkook saiu do closet, vendo o filhote perto das janelas, olhando para a floresta, e foi até o banheiro. Batendo na porta para perguntar se poderia entrar.

Ao ouvir uma afirmação, Jungkook entrou no cômodo.

— Eu encontrei uma blusa leve para você vestir. Não está tão frio, então deve ser... — Jungkook teve suas palavras tomadas de si, ao se deparar com o seu banheiro sendo alagado, por uma banheira cheia de espuma. — Mas, o que...?

— Eu não sabia o que eram essas coisas, então joguei tudo na banheira. — O ômega disse animado, ainda vestido com o moletom sujo, e com as mãos cheias de sabonetes e garrafas de shampoo.

Extremamente surpreso com o que via, Jungkook foi rápido ao fechar a torneira. Interrompendo a passagem da água e abrindo o ralo da banheira para levar a água com vários tipos de cheiro.

— Acho que você usou muito sabão — Jungkook disse, depois de um tempo em silêncio. Vendo como o chão do banheiro estava molhado. E dando graças aos deuses por ter um ralo que estava sendo rápido a puxar toda aquela aquela água. — Acho melhor eu mesmo preparar o seu banho.

— Ok. — O ômega concordou, dando de ombros.

Soltando um suspiro. Jungkook foi rápido secar todo o chão e ao lavar bem a banheira para retirar os resíduos de sabão e enchê-la novamente, agora com água limpa e misturada com essência de baunilha.

Com o banho do ômega preparado. Jungkook deu uma barra de sabonete na mão do ômega e pediu que ele se lavasse apenas com aquilo.

Percebendo que o ômega entendeu o que ele disse, Jungkook finalmente o deixou sozinho para ele se limpar. E voltou para seu quarto, encontrando o filhote, ainda observando a vista da floresta.

Ele chamou o pequeno ser e o levou até o quarto de seu sobrinho. Encontrando muitos brinquedos antigos mais ainda novos de Soobin, que seriam ótimos para deixá-lo entretido.

Depois de levar os brinquedos para a sala de estar, já que o mesmo falou que gostaria de brincar lá. Jungkook voltou para seu quarto preocupado com o ômega. Mas o encontro saindo do banheiro, parecendo limpo e com um leve aroma de baunilha, emanando dele.

Então ele foi até seu closet, certo de que finalmente conseguiria arrumar aquela bagunça. Mas foi impedido por um ômega bravo, que se pôs a sua frente, o impedimento de pegar suas roupas jogadas no chão.

— Não pode mexer nelas — O ômega disse com os braços cruzados. — Você vai destruir o meu ninho.

Confuso com a fala do ômega, Jungkook olhou para a bagunça de roupas, e reparou que havia mesmo um círculo de roupas, em volta de mais roupas suas.

Era terrível, mas por alguma razão, o ômega considerava aquilo, seu ninho.

— Ômega, eu preciso arrumar isso, não posso deixar assim. — Jungkook disse tentando convencê-lo.

Esse que parecia bem firme, de não deixá-lo mexer em nada ali.

— Você não pode entrar no meu ninho sem a minha autorização. — O ômega disse por fim, cruzando seus braços, empinado seu pequeno nariz de botão e andando até estar em meio às roupas com o aroma de Jungkook.

Cansado e sabendo que não o convenceria, Jungkook desistiu. Aceitando que ele poderia ter esse ninho exótico. Desde que não tivesse tantas roupas suas.

O ômega aceitou devolver algumas, cheirando todas para saber quais estavam e as que não estavam com o aroma do alfa.

Depois dessa breve arrumação. Sobrou apenas o círculo de roupas, que Jungkook acabou presenteando com alguns lençóis e travesseiros. Para que o ômega fizesse algo mais bonito e confortável.

No fim, o ninho ficou aceitável, mesmo que só desse para o ômega se deitar ali.

———***———

Um capítulo fresquinho e com muito atraso para vocêskkk

Espero que tenham gostado dele.

Decidi vim aqui nesse finalzinho para responder uma pergunta que um(a) leitor(a) me fez e que eu não consegui responder já que não encontrei o comentário. Não sei se foi apagado ou se meu Wattpad bugou.
Mas aqui vai...

A pergunta foi o porquê de eu demorar tanto para atualizar essa fanfic. Bem, sendo sincera eu poderia falar muitas coisas sobre eu estar ocupada e etc..., mas resolvi explicar mais ou menos como o meu processo criativo funciona. Normalmente, logo depois de atualizar, eu não tenho vontade nem de pensar no próximo capítulok. Fico com dor de cabeça e não consigo progredir se me forçar a escrever. Da última vez que tentei fazer isso, joguei metade de um capítulo fora, porque odiei tudo oq foi escrito.
Então, sempre escolho esperar o melhor momento, aquele em que eu não consigo parar de pensar em novas ideias para a fic e onde eu sei que vou ficar tão focada escrevendo que no final tudo vai ficar do jeitinho que eu esperava. Mas esses surtos podem demorar um poucokkk, normalmente demora 1 mês para eles chegarem e isso somado as 2 ou 3 semanas que eu levo para escrever e corrigir todo o capítulo, leva a essa grande demora.

E lembrando que eu faço isso por hobby, tenho outras prioridades na minha vida, o que acaba deixando tudo ainda mais demorado.

É isso, espero que entendam e até o próximo .capítulo...

🌙Capítulo 11 a seguir...


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