** O Amor é uma grande casa que tem que ser construída por você. Ele pode sofrer com as tempestades, entretanto continua ali.**
Nicholas Sparks
Somos feitos de emoções. Movidos a sonhos e desejos. Amor.
Jihyo P.O.V
O Amor é o sentimento mais divino que existe, ele tem várias formas e intensidade, mas poucos são capaz de sentir o verdadeiro e único Amor, aquele que é a junção de toda a sua forma em uma única união. O verdadeiro amor não é singular, ele é compartilhado, mas não com qualquer pessoa, somente com aquele que realmente lhe pertence, O verdadeiro amor não pode ser somente sentido, mas precisa ser vivido em toda seu esplendor. Duas almas, dois corações destinados a se amarem por toda a eternidade, mas nem todos tem a sorte de se encontrar e vivê-lo, pois ele é raro.
Amar e ser amado é o que buscamos, mas nem sempre encontramos. As barreiras são muitas, as vezes altas demais, fortes demais, densas demais, quase impenetráveis, principalmente quando seu amor não segue as" regras da sociedade". O preconceito por exemplo, ele pode lhe impedir de viver um amor de verdade por medo dos julgamentos, tanto da sociedade, quanto divina se você for religioso. Mas e se o grande pecado não for exatamente um pecado? E se foi tudo interpretado diferente, em diferentes pontos de vista?
Isso é o verdadeiro amor, amar e ser amado sem cor, sem religião, sem sexo, sem status, sem barreiras, apenas compartilhar cada toque, cada sensação, cada sorriso, cada lágrima, atravessar de mãos dadas cada barreira, apoiar e ser amparado, construir juntos cada dia como se fosse o último, se dedicando ao outro sem pensar, cuidando e sendo cuidado, amando cada defeito e imperfeição para que os seus também sejam amados. Isso é o amor, a dedicação e cuidado constante, requer paciência e respeito acima de tudo, e eu hoje posso dizer que encontrei o verdadeiro amor em sua forma divina, o meu filho. E quem sabe eu encontre também o amor em outro coração também.
Olhei para o rosto sereno em minha frente.
- Como está, filha? - A voz suave e conhecida da minha mãe interrompe meu monólogo diário.
- Esses enjoos estão me matando. - Gemi em frustração e minha mãe sorri. - Mas tirando isso estou bem. Acabei de vir da consulta, e por enquanto são só esses enjoos que me perturbam mesmo.
- Nos primeiros meses é assim mesmo, depois passa. Eu sofri muito com você também. Tinha que andar com saquinhos por todo lugar. Era nojento.
- Vamos mudar de assunto se não vou ter que correr para o banheiro de novo. - Disse já sentindo o estômago embrulhar novamente.
- Você deveria ficar em casa, Jihyo, já esta a mais de um mês aqui nesse hospital ao lado de Jeongyeon. eu já disse que quando ela acordar eu te aviso. você não pode ficar nesse sofá tanto tempo assim. Está praticamente morando nesse quarto.
- Eu não quero deixá-la sozinha mamãe, e também quero estar aqui quando ela acordar, que ela veja que não me afastei dela e nunca irei.
- Eu entendo filha, mas não é bom você ficar tanto tempo assim aqui no seu estado. - Eu ia retrucar quando minha mãe continuou. - Mas eu vim aqui pra falar de outra coisa, acabei de vir da assistência social.
Meus olhos brilharam quando minha mãe terminou sua frase e apertei a mão de Jeongyeon mesmo sabendo que ela não corresponder. Me acostumei com o contato de sua pele na minha, as vezes me pego segurando sua mão e fazendo carinho na mesma sem perceber enquanto leio um livro ou assisto TV.
- Os Yoo's aceitaram minha proposta finalmente, quando Jeongyeon acordar ela não irá mais precisar voltar para aquela casa, ela vai para a nossa. Tenho a guarda dela, agora ela já é da família, filha. Embora ela já seria de qualquer jeito né? - Disse piscando pra mim e me fazendo corar fortemente.
Depois do ocorrido no quarto da Jeongyeon aquele dia, minha mãe entrou com uma ação contra os pais da Jeongyeon por maus tratos e abandono. Além de os culpar pela depressão de Jeongyeon, e violência sofrida por ela. Assim como os que a agrediam na escola que foram condenados a serviços comunitários por serem menores e expulsos da escola. O "pai" dela aceitou passar a guarda dela para minha mãe sem maiores dificuldades. A mãe ainda tentou fazê-lo mudar de ideia mas a juíza responsável pela ação da minha mãe já havia tirado a guarda deles.
- Mãe!..... Então que dizer que quando ela acordar vai ir pra casa com a gente?
- Sim filha. Agora vamos comer algo, você precisa alimentar meu netinho. - disse saindo sem esperar resposta.
Olhei mais uma vez para Jeongyeon antes de seguir minha mãe. Eu realmente estava faminta.
- Ou netinha. Mas ele ou ela é muito faminto. vou virar uma bola.
- Jihyo, fala sério. Você só está no segundo mês de gravidez. Essa gula é sua mesmo, você só não virou uma bola ainda porque teve muita sorte.
- Obrigada mãe, a senhora é um doce. - Disse me sentando na mesa da cantina do hospital.
Confesso que estava sentindo falta de conversar assim com minha mãe, as horas passam tão rápido quando estamos juntas. Minha mãe sempre foi minha melhor amiga. Tive muito medo de perder isso depois de engravidar tão cedo, sei que mesmo meus pais me apoiando em tudo nesse momento, tanto com relação a Jeongyeon quando a gravidez, eles se decepcionaram muito comigo e isso me deixa muito mal.
Depois do almoço com minha mãe, voltei para o quarto de Jeongyeon e ao entrar me deparei com Momo, uma "amiga" de Jeongyeon. Alguns dias depois que Jeongyeon entrou em coma ela e Dahyun vieram visitá-la e ficaram arrasadas quando souberam tudo o que aconteceu. Como eu quase nunca saio do lado da Jeongyeon, elas me contaram a relação entre elas e Jeongyeon e o quanto se arrependem de ter a abandonado e que querem reconquistar a amizade dela novamente. Eu comecei a criar uma amizade com elas também, principalmente com Momo que é a que mais pode vir visitar a Jeongyeon.
- Sabe que quando cheguei e não te encontrei aqui pensei em chamar a polícia porque só poderia ter sido sequestrada pra sair desse quarto, mas ai lembrei da cratera que você tem no estômago e imaginei que estava comendo, acertei? - Perguntou irônica ao me ver entrar no quarto.
- Por que todo mundo fica regulando o quanto eu como? - Me aproximei da cama e deixei um beijo nos cabelos de Jeong. Ela estava tão serena. - Eu nem como tanto assim. - Momo levantou uma sobrancelha me olhando. - Tá, eu estava comendo. Mas foi ordem da minha mãe, e eu estou grávida se você não se lembra.
- Certo. Continue se iludindo. - disse voltando a olhar para Jeongyeon. - Ela parece cada dia melhor não acha? Apesar que essa cor albina nunca vai mudar mesmo.
- É verdade, só falta acordar.
- Acha que ela vai demorar mais? quer dizer, já fazem quase dois meses.
- Eu não sei. As vezes parece que ela não quer acordar sabe? Mas eu sinto que ela vai acordar logo. Sinto falta dos seus lindos olhos verdes. - Disse distraída passando os dedos entres seus cabelos negros. Olhei para a loira que sorria maliciosa para mim me fazendo corar. - O que?
- Você não consegue mais disfarçar, Jihyo. Está tão apaixonada por Jeongyeon e eu fico muito feliz por isso. Ela merece mais do que ninguém amar e ser amada.
Não consigo mesmo mais disfarçar meus sentimentos por Jeongyeon. Mesmo ela ali, inconsciente a quase dois meses eu sinto algo forte crescendo dentro de mim, não sei se pode ser paixão de verdade ou apenas um carinho excessivo por ela a cada dia, mas sei que é muito forte. Mas tenho medo de como será quando ela acordar, pode ser que ela queira me afastar, afinal, somente eu tive a chance de conhecer e cultivar esse sentimento, e Jeongyeon, bom ela nem imagina isso. Nem sei se ela irá se lembrar de mim. Afinal ela só me conheceu por algumas horas.
- Ela nem me conhece, Momo, não gosta de mim nem como amiga ainda, nem sei se um dia ela poderá gostar de mim de outra maneira.
- Da mesma maneira que você gosta dela não é? - Perguntou ela.
- Sim, da mesma forma que eu gosto dela. - Respirei fundo imaginando se Jeongyeon iria gostar de mim de alguma forma. Se ela sentiu por mim no pouco tempo que ela passou comigo o que eu senti por ela. Eu queria tanto que a resposta fosse sim.
- Vou ser sincera com você, Jihyo. A Jeong nunca teve quem gostasse dela dessa forma, sabe? Que sentisse algo físico e sentimental por ela além de amizade. Eu sei que ela pode ter gostado de alguém assim, mas nunca demonstrou com medo de ser rejeitada. E por isso ela não tem experiência nenhuma sobre relacionamento, ou demonstrar os seus sentimentos, então pode ser que ela fique um pouco fechada depois que acordar. Então esteja preparada para conquistar essa branquela e tenha muuita paciência porque você vai precisar, e principalmente vai ter que se controlar muito por um bom tempo.
- Me controlar com o que? - A olhei confusa.
- Ora Jihyo, você está grávida, seus hormônios vão começar a explodir daqui a pouco e você está ciente que Jeongyeon nunca nem beijou ninguém, então sabe que ela é virgem, não sabe?
- Meu Deus, Momo! - Meu rosto queimava de vermelho enquanto Momo gargalhava descaradamente.
- Nem venha ser tímida, Jihyo, se até procriar você já procriou. Agora você vai ter que ensinar o bom da vida pra minha amiguinha ai. Que dizer o amiguinho dela.
- Sério Momo. Você não tem nenhum lugar pra ir não? - Perguntei impaciente.
- Tenho sim, mas não agora. - Momo se aproximou de mim em sussurrou olhando Jeongyeon como se ela fosse acordar bem na hora de ouvir o que ela ia falar. - Eu sempre tive curiosidade, será que é grande? - Franzi as sobrancelhas e ela apontou para o membro da Jeongyeon.
- MOMOOOO!
- O que? Vai dizer que você nunca se pegou imaginando como ele é, se é grande? Deve ser tão branco como ela. - Disse fazendo cara de nojo. Eu sorri negando com a cabeça.
Em uma coisa ela estava certa, já fiquei imaginando algumas vezes como ele seria, como seria sentir ela.... ok, não posso entrar nesse caminho estando grávida.
- Queria ver se você falaria assim com ela acordada.
- Falaria sim. Apesar de ter me afastado dela por um tempo, ela me conhece muito bem, ela sabe que falo na cara.
Respirei fundo olhando para Jeongyeon esquecendo o assunto anterior e somente admirando sua feição tão...perfeita.
- Só queria que ela acordasse e visse que as coisas mudaram para melhor. Que ela não está mais sozinha.
- Ela vai acordar logo, Hyo. Tenho certeza disso.
- Como pode ter certeza, Momo?
- Porque agora ela tem um motivo para voltar, uma razão para viver...você. O amor, Hyo. Seu amor vai trazer ela de volta.
Depois de suas palavras ela se despediu e foi embora e eu fiquei sozinha novamente com Jeongyeon.
Será mesmo que ela pode sentir minha presença? Sentir que eu estou aqui esperando por ela, para cuidar dela com todo o meu coração? E depois de acordar? Será que ela irá aceitar as novidades e desistir de querer se matar? Será que um dia ela irá ver em mim um motivo para querer viver?
Aproximei meu rosto do seu, sua respiração tranquila se misturando com a minha, resvalei fracamente em seus lábios antes de sussurrar.
- Eu posso te fazer feliz, Jeongyeon, só preciso que você permita. Só preciso que você viva, viva por mim, por você, viva comigo.
Não resisti e selei meus lábios nos seus em um selinho apenas, mas que causou uma explosão de sentimentos e sensações em meu peito. Naquele momento percebi que não tinha mais volta. Me afastei relutante e deitei minha cabeça em seu peito. Não sei quanto tempo se passou até que de repente senti seu peito se mover diferente, levantei minha cabeça para olhá-la e me deparei com o mar verde me encarando de volta.
- J-Jihyo...