Depois de dançarmos muito, voltamos para os quatros no Palácio.
O Duque desapareceu novamente então tive que voltar só com as crianças.
E quando estava sozinha no quarto, ainda nervosa com tudo que aconteceu com o Príncipe, tive a certeza de que deveria pedir o divórcio.
Se o Duque não aceitar que eu veja as crianças, ele pode chegar a sofrer um acidente e falecer, e eu entrarei com o pedido para que a guarda das crianças fiquem comigo.
Mas não fico casada com esse homem, por nada nesse mundo.
Comparando as sensações que tive com o Príncipe e o Duque, percebi que o que sentia pelo Duque não passa de nojo e raiva.
E conviver com esse homem é o mesmo que viver com a vontade de arrancar sua cabeça todos os dias.
E eu preciso de paz.
Sinto o colchão afundar do meu lado, e vejo nevasca bem confortável no meio dos lençóis.
Deitada ao seu lado, faço carinho em seus pelos macios, e meus olhos vão ficando mais pesados até que eu os fecho e descanso.
Voltamos para o Ducado, e tive a informação de que as escavações deram certo, e os trabalhadores acharam vários diamantes e outras pedras preciosas.
E quando uma parte foi vendida, eu paguei os trabalhadores e coloquei todo o resto em uma conta pessoal.
Eu usarei o dinheiro para comprar uma casa na capital, e tentarei entrar para a guarda imperial novamente.
E o dinheiro das futuras escavações, eu deixarei mais da metade para as crianças.
Respiro fundo, vendo as malas prontas ao lado da cama, pego o papel e vou até o escritório do Duque.
Sou anunciada e espero a permissão desse infeliz para entrar.
Quando permite, vou direto até sua mesa e olhando nos seus olhos sem desviar deixo a folha em sua mesa.
Ele olha para o papel e depois olha para mim, com um olhar questionador.
— O que é isso? — Pergunta segurando a folha, ainda sem ler.
— Meu pedido de divórcio. — Digo e ele trava.
O homem na minha frente está em choque, o que é muito diferente do que eu esperava.
Já que imaginei que ele fosse assinar o mais rápido possível.
— O que? — Pergunta novamente.
— Eu quero o divórcio. — Sigo firme na minha decisão.
Ele deixa o papel na mesa e passa as mãos pelo rosto, com raiva.
— Divórcio, é isso mesmo?
— Sim, é exatamente o que ouviu.
— Pode esquecer, nunca te deixarei livre. — Sentencia, segurando o papel e rasgando sem tirar os olhos dos meus.
Esse homem é definitivamente louco.
Asher ama outra mulher, se casou obrigado, me odeia, e mesmo assim não quer me dar a porra do divórcio.
Respiro fundo, querendo que minha calma prevaleça.
— Eu poderia visitar as crianças uma vez por semana, ou elas podem passar o dia comigo e voltar no final da tarde. — Esclareço, em relação às crianças.
O homem simplesmente me encara e começa a rir, uma risada fria e que me deixa paralisada.
— Acho que você perdeu a cabeça enquanto se agarrava com o Príncipe, Agnes. — Sua fala deixa transparecer ódio e nojo, e me deixa assustada.
— Eu exijo respeito Duque, o Príncipe e eu estávamos apenas dançando.
— Dançando? Qualquer um naquele salão diria que vocês se agarrariam a qualquer momento.
— Por que está falando sobre isso? Eu quero o divórcio Duque!
— Só se for por cima do meu cadáver! — Levanta da cadeira e da a volta na mesa, ficando cara a cara comigo.
Esse homem está louco.
— Não sei se será como diz, mas eu não serei sua esposa nem por mais um segundo sequer. — Digo, já andando até a saída.
Ao abrir a porta, paro ao ouvir sua voz sombria.
— Se acha que vai conseguir o que quer está muito enganada, eu não vou perder para Henry.
Então é esse o problema, ele não quer perder.
Acho estranho, já que ele e o Príncipe semore foram muito unidos.
Mas a forma como o Duque fala, deixa claro seu complexo de inferioridade em relação ao Príncipe.
Ignoro sua fala e volto para o quarto apenas para pegar uma das malas e sair da mansão.
Já nas escadas da frente da mansão, vejo Maxi e seu semblante arrasado.
Entrego a ela outra cópia do pedido de divórcio.
— Entregue ao Duque, e diga que se ele não assinar, iremos para um julgamento e eu farei da vida dele um inferno.
Coloco a mala na carrugem e volto a dizer a Maxi.
— Depois uma carrugem virá buscar as outras malas, e diga as crianças que eu as amo e as verei de novo.
Maxi só chora, e concorda com a cabeça.
A puxo para um abraço, e lhe entrego uma bolsinha com dinheiro.
— Obrigado por cuidar de mim, Maxi. — Vejo nevasca vindo em minha direção e a chamo.
Entro na carruagem e ela vem logo em seguida.
E assim, apenas nós duas, chegamos a capital e vou direto até a guilda Shadow.
— Eu preciso de uma casa. — Digo, sem rodeios e o mesmo homem do outro dia me reconhece e após pegar alguns papéis me entrega todos os locais.
Eu preciso de uma que não seja muito cara, que tenha espaço mas não tanto, e principalmente que tenha um jardim.
Após olhar alguns encontro a perfeita.
Em uma pequena vila, uma casa com dois andares, 7 quartos todos com banheiro, 1 cozinha, 2 salas de estar, 2 salas de jantar, e um jardim enorme.
— Vou comprar essa. — Digo, feliz com a escolha.
O homem volta a procurar mais alguma coisa, e me entrega a escritura da casa.
Assino tudo corretamente, e faço o pagamento de uma vez só, o que deixa o homem muito feliz.
A carruagem do Duque voltou para o Ducado, então sigo levanto a mala, com nevasca ao meu lado, até minha mais nova casa.