Três mensagens, três notificações barulhentas que preencheram o silêncio do carro fazendo os olhos deles virem até mim, com perguntas silenciosas, olhares curiosos e o pior: falta de confiança.
Meu irmão me encara atenciosamente mais preocupado do que desconfiado. O noivo da Jessie, James, me lançou um olhar que deixava claro que se eu machucasse a minha amiga ele acabaria comigo.
E, sinceramente fiquei muito feliz com isso, era ótimo ver que a minha amiga tem alguém que faria tudo por ela que a protegeria acima de todos. Eles não precisavam me temer, nem me encarar com desconfiança, eu morreria antes de machucar a minha ruiva e o meu irmão.
Li novamente a mensagem, encarando as ameaças do Yuri, respirei fundo antes de desligar a tela do celular e dessa vez coloquei deixei o aparelho no modo silencioso. Precisava achar uma forma de conseguir o divorcio antes que a minha família descobrisse o meu relacionamento com um mafioso.
Meus avós me matariam se soubessem que eu difamei o nome Veriuss, já basta ela dizer que a minha mãe manchou, só porque ela não era uma agente. Se bem que eu não importava levar o Yuri para alguns jantares lá, tenho certeza que eles engasgariam com o vinho caro deles, seria uma ótima cena!
O problema disso é que eles jogariam a culpa de todo o meu mal comportamento na minha mãe e ainda diria que era culpa do "Falso sangue" dela.
Minha mãe não merecia isso.
Meu celular vibrou em meu bolso e fingir não vê, mas é claro que não passou despercebido pelos olhos pretos do meu irmão.
— Acho que você deveria atender, Fernanda. — Certo, não era nada bom quando ele dizia o meu nome, ao invés do meu apelido.
— Não é nada importante. — Rebati lentamente.
— Creio que a pessoa que está te ligando não pensa assim. — Interveio James.
— Olha, — Começou o parceiro do meu irmão. — É o seguinte: a gente sabe que você estava esse tempo todo com o executor da Rússia e também sabemos que ele era quem devia matar você e a jess, então se ele está te ligando não precisa esconder da gente. — Informou ele.
— Vocês só não sabem que ele é o meu marido possessivo e louco. — Sussurrei.
— Você se casou com um mafioso? — Explodiu falando muito alto deixando outra vez o silêncio se propagar pelo o carro. — Você se casou com o cara que foi mandado para matar você? Ficou louca, caralho? — Virei a minha cabeça para o meu irmão e o fitei surpresa com o seu tom.
Ele nunca havia falado comigo assim.
— Baixe o seu tom de voz. — Avisei semicerrando os meus olhos. — Ser o meu irmão não lhe dá direito de questionar a minha vida e as minhas ações. — Apontei severamente. — Quer conversar comigo? Quer que eu explique? Então, aja como uma pessoa normal, mas não grite comigo, pois eu vou socar a sua cara na próxima vez. — Dei um olhar em sua direção e o mesmo me olhou arrependido.
— Vou marcar uma psicóloga para você. — Decretou ele. — Você sem dúvidas está com síndrome de Estocolmo. — Fechei os meus olhos por alguns segundos pronta para me defender das suas falas mal formuladas.
— Cale a porra da boca, Killian. — Pediu a minha amiga severamente me fazendo sorrir para ela e dar um sorriso agradecido.
— Eu não tenho síndrome de Estocolmo, Killian. — Afirmei. — Apesar do Yuri ser um mafioso, ele não me bateu, não me violentou, não me intimidou e nem abusou de mim, na verdade na maioria do tempo ele se preocupava com a minha saúde, mais do que eu própria. Estou com o meu psicológico super saudável e com todos exames em dias. — Eles não concordariam com a parte do psicológico saudável se soubesse que coloquei fogo em uma casa intencionalmente e pulei de um muro em minhas fugas.
— Você quer que eu acredite que passou todo esse tempo com ele e que o mesmo não tocou um dedo em você? — Formulou de volta bem no momento que o noivo da minha amiga parou o carro em uma garagem. Fiquei em silêncio, mesmo sabendo que todos esperavam a minha resposta, não tenho vergonha em dizer que transei com o Yuri, afinal não me arrependo disso.
Foi muito bom para lamentar.
— Eu acho que ele tocou nela, mas não do jeito que você pensa, Killian. — Ressaltou o agente com cabelos claros e olhos verdes sentado no banco da frente junto com o James.
— Cassio! — Disparou meu irmão fuzilando o seu parceiro com o olhar.
Muito recatado como sempre, Killian.
— Eu só falei a verdade. — Disse dando de ombros e abriu a porta do carro saindo logo em seguida.
Tem como isso ficar pior, Meu Deus?
— Ele não está errado. — Decretei passando a mão pelo o meu rosto e a minha amiga olhou para mim risonhamente. Ela já sabia como eu funcionava e conhecia o meu jeitinho. O meu irmão, como toda família normal, preferia não ver o que eu fazia, acho que na mente dele ainda sou virgem.
Meu irmão desceu do carro rapidamente e o noivo da minha amiga fez o mesmo me deixando um tempo sozinha com ela.
— O killian está surtando. — Murmurei.
— Foi uma surpresa para mim saber que você tinha um irmão tão rabugento como ele. — Iniciou ela. — Ele me odiava, me desrespeitou e me culpava pela sua "morte", porém aprendemos com o passado e deixamos isso de lado. — Seus olhos azuis cintilantes e calma me encararam com carinho.
— Ele vai se acostumar e tentar entender tudo. — Reforçou ela lentamente quando o meu irmão deixou a garagem indo para o elevador.
— Você acabou de chegar e talvez ele não esteja sabendo lidar com tudo isso, são muitas emoções.. geradas e o Killian como você deve saber não é uma pessoa fácil de lidar. — Salientou com um sorriso. — E, não se importe com os olhares do James, ele só está preocupado comigo, não é nada contra você.
— Não tiro ele da razão, afinal é muito estranho uma agente desaparecida voltar assim do nada. — Sussurrei e ela me abraçou, me acorrentando em seus braços finos. A sensação de ter ela me apoiando era tão boa.
— Eu confio em você Nanda. — Sussurrou em meu ouvido. — Sei que jamais me machucaria e outra ao contrário do seu irmão não me importo se você é casada com um mafioso, nem que ele seja russo. — Confessou ela. — Porque saber que você está viva e sem fantasma quer dizer que ele te protegeu e só isso já me faz gostar dele.
— Eu costumo dizer que ele me sequestrou, mas isso são detalhes. — Brinquei e ela deu um sorriso de volta.
— Tenho certeza que você conseguiu dobrar ele. — Frisou a minha amiga com um sorrisinho.
— Só o envenenei, coloquei fogo na casa dele e roubei a sua moto favorita. — Listei fazendo a mesma arregalar os olhos. — E, foi com as minhas plantinhas, viu? Eu lhe disse que ler aqueles livros de plantas um dia iria me ajudar.
— Você drogou um mafioso? — Perguntou surpresa e acenei positivamente.
— Ele não ficou muito feliz com isso. — Na verdade, eu tive muita sorte de ficar doente depois e de acordo com ele o carma já tinha feito trabalho suficiente para mim, por isso ele não precisava me dar uma punição, porém nós dois sabíamos que ele apenas não gostava de me machucar. — Mas não fez nada que me ferisse. — Pontuei emendando a minha fala.
— Você gosta dele? — Questionou ela.
— Gostar? — Refleti de volta tentando entender onde a minha amiga queria chegar com isso.
— Sim, quero saber se você gosta dele romanticamente, Fernanda.— Olhei para ela, encarando as suas órbitas cintilantes e neguei rapidamente, rápido demais para mim.
— Não, não gosto dele. — Murmurei com a voz fraca.
— Tem certeza? — Indagou estreitando os lábios e levantando a sobrancelha.
— É claro. — Acentuei. — O Yuri é um mafioso e eu sou uma agente, nos divertimos, mas jamais pensei nisso como algo mais do que era, sempre foi prazer, além disso, é extremamente proibido a nossa união, coisa que eu não quero de jeito nenhum. — Terminei frisando a última parte.
— É errado? Sim. Proibido? Também, mas por experiência própria não negue algo que fará você se sentir amada. O James é o chefe do meu chefe e você sabe que é proibido relacionamento com superiores do FBI que fazem parte do mesmo distrito, mas ele nem se importou com isso, verdade seja dita, ele fez um acordo com um mafioso para conseguir me proteger. — Disse ela com um sorriso dançando pelos os seus lábios.
— Vamos, você precisa descansar e porque amanhã vou te levar para conhecer a Linale e a Lisa. — Disse por cima e desceu do carro indo em direção ao seu noivo.
Depois disso, tudo passou rapidamente e quando me dei conta estava deitada em um dos quartos de hóspedes encarando o meu celular enquanto o mesmo não parava de tocar.
— O que você quer? — Perguntei assim que atendi a chamada de vídeo e o fitei sem paciência para uma discussão ou uma conversa.
— Conversar com a minha esposa desobediente e travessa. — Respondeu com um sorriso e segurando a corrente prata em seu pescoço, enquanto sorria em minha direção. Suspirei e deitei na cama tomando cuidado para que ele não visse nada do meu corpo.
A camisola nova que a Jess me emprestou ficava apertada, o que deixava os meus seios saltando para fora e eu não queria jogar um banquete no Yuri.
— Não temos nada para conversar. — Repliquei e seus lábios se estreitaram ainda mais.
— Diaba, não teste a minha paciência e me escute. — Ordenou ele deixando o sorriso sumir, como uma rajada de vento rápida, seus olhos marrons me encaram sem nem um traça de diversão. — Como sempre você não pensou antes de agir e fez muita merda — Reclamou.
— Porém .. não posso deixar de realçar que você é muito astuta e inteligente. Seu plano foi ótimo e digno de uma mulher de um mafioso, parabens, esposa! — Mas que porra é essa? Porque ele sempre me surpreende?
— Pelo o seu olhar você achou que eu ia gritar com você, não é? Oh, minha diaba, não há graça fazer isso longe, prefiro te punir quando estiver a centímetros de distância dessa sua boca ardilosa e do seu corpo quente. — Disparou ele com o seu semblante costumeiro.
— Ótimo, então podemos encerrar essa ligação ... — Sua voz me interrompeu e voltei novamente a minha atenção em sua direção.
— Preciso te passar algumas regras que você deve cumprir. — Revirei os olhos com o seu tom possessivo e intimidante.
— Se ao seu lado, eu já não te obedecia, por quê acha que faria isso, agora? — Ele deu um sorriso macabro.
— Primeira regra: Não saia em os seus seguranças. — Decretou ele.
— Eu não tenho seguranças, Yuri. — Informei risonhamente.
— Agora, tem e não pode sair da casa do agente B19 sem eles.
— Pelo amor de deus eu sou agente! — Exclamei furiosamente.
— E, minha esposa. — Destacou ele rapidamente. — Segunda regra: você está proibida de ir a festas. Terceira: Nada de homens perto, se alguém te tocar você já sabe o que acontece e não ouse tentar me instigar a reagir, pois eu irei. Bom, Fernanda, creio eu que você não quer ser a culpada da morte de outra pessoa não é? — Mordi o meu lábio e me mantive em silêncio.
— Quarta: A casa da Filadélfia está sendo preparada para a sua chegada e amanhã à noite quero que você esteja lá.
— Eu não vou sair daqui. — Resmunguei.
— Não é um pedido, é uma ordem, diaba. — Comunicou desligando a chamada.
Ele não manda em mim e vai esperar sentado se acha que vou seguir as suas regras.
🧙🏿♀️🧚♀✍
Oi, minhas fadinhas/ Bruxinhas!💓
O que vocês acham? Ela vai ou não obedecer?
AVISO IMPORTANTE: Dps de vocês pedirem, pedirem e pedirem kkkkk vou acatar aos desejos das minhas leitoras e trazer uma MARATONA!
Isso mesmo, você não leu errado kkk Vai ter MARATONA💓
Agora, passando para avisar que vai ser no carnaval, já que é feriado e vou ter tempo de escrever, provavelmente a maratona começará no domingo (11) até a quarta (14). 💓
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👍🏼 Lembrando que já soltei muitos spoilers do que vai acontecer com esse casal 🔥💣
📌Aperta o dedinho na estrelinha, por favor ↙️ ⭐
📢 Até Sexta, meus amores 👋🏼💓
↙️ Lembre-se que o Gasparzinho não gosta de competição com outros fantasminhas!
💓 Obrigado pela sua leitura! Estarei te esperando no próximo capítulo 💓🥰
bjs da titia issa!