Selcouth - ( Toji Fushiguro x...

By iamhksan

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🥇 1° em Jujutsu Kaisen • Março/22 🥇 1° em Fushiguro • Dez/23 Selcouth (adjetivo) - desconhecido, raro, estr... More

Prólogo
Piloto
Primeira Noite
Duas Falhas
Selvagem
Foxy Grin
Mal do Mundo
Presente de grego
Morada dos Vermes
Oh! Nunca mais!
Escolhas certas por vias tortas
Curiosidade Mata
Sentimentos Peculiares
Véu de Pesadelo
De Perna Atada
Valorosa
Velhas Cantigas
Caça e Caçadora
Lapso de Luxúria (+18)
Canalha
Salva por Acaso
Fala Traiçoeira
Buscando Explicações
Elogios
Comunhão de Bens
Bosque das Turbulências
Ajuda Inesperada
Retrabalho
Rosa e o Assassino
Pequenas Doses (+18)
Doce Delírio
Toxinas
Travessia de Caronte
Portão do Submundo
Julgamento
Deusa da Primavera
O Segredo do Sangue
Jardim Secreto
A Voz de um Deus
Caixa de Pandora
Vidas Paralelas
Senhor do Submundo
Comecem os Jogos
Caminho do Assassino
Veredito
Os Dez
Aquela Vida
Cinco Segundos
Falsa Odisseia
Campos Elísios
Acordo com o Diabo
Cão de Guarda
Projeto de guarda-costas
Tadaima
Pontos Finais
Visita Surpresa
Verdades Mortas
Duplo-Acordo
Quase Chance
Mudanças
Benção
Distância
O Que Somos (+18)
Flores Caídas
Única Chance
Último Dia
Epílogo
*EXTRA - Another Life

Eu Vou

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By iamhksan



A rotina era mais simples do que parecia, cada dia era um adeus diferente. Uma cidade deixada para trás, seguindo para uma nova que não tínhamos a mínima ideia do que aconteceria. Fugindo de uma sombra que não fazemos ideia de onde vêm, mas com a certeza de sua vinda.

Cada momento, fosse em um trem, ou de carro, parecia tirar uma parte da minha vitalidade. Com esse roubo de vida, vinham os pesadelos. As noites foram passadas completamente em claro, encarando os cantos escuros e as portas desconhecidas esperando pelo pior. Para mim, que tinha os fantasmas de ansiedade soprando meias-verdades nos ouvidos, restavam apenas os momentos de viagem para tirar um pequeno cochilo.

Sentir dor já se tornou uma rotina, pois é uma companhia diária. As marcas de Amarate, voltaram a crescer e comecei eventualmente a questionar se os terrores que vinham à minha mente eram realmente dedicados a mim. Se eram reais, ou memórias de quando a Imperatriz do fim, ainda era humana.

Pesadelos de uma época onde o mal se ergueu do chão, o início da era das maldições.

Tudo era estranho, borrões de momentos, contudo os sentimentos que vinham com esses delírios pareciam mais reais do que aqueles que carrego guardados no peito. A dor de uma traição, seguida de uma vingança motivada pela cobiça. Um par de galáxias que brilha azulado nas sombras se apaga, então tudo que resta é desespero.

Sentada na poltrona do pequeno quarto da pousada, mantinha a cabeça apoiada nas mãos. Mais uma vez, presenciei Amarate, quebrar um tabu ao matar um guardião do mundo.

— Não conseguiu dormir de novo?

O chão rangeu pelo peso da minha companhia, se fosse Toji já teria uma resposta pronta, mas sendo Cérbero apenas engoli as palavras e criei outras, um pouco mais suaves.

— Tem sido a rotina dos últimos dias — saí da posição sentindo o pescoço doer por ficar curvada para frente por tanto tempo. Com uma careta, fechei os olhos e me estiquei na poltrona.

Senti o olhar dele em mim e então sua aproximação — [Nome], você não parece nada bem.

Espontaneamente Cérbero colocou a mão sob a minha testa, jogando os fios que não percebi estarem colados na minha testa para trás.

Seu rosto ficou sério e então ele olhou para os lados para garantir estarmos sozinhos — Desde quando está com febre?

— Não sei — respondi com sinceridade. Apenas quando sua mão fria encostou em mim foi que percebi a diferença de temperaturas, foi como um choque passando, visto que não senti nada de diferente além da dor da marca.

Algo parece ter mudado dentro do mais velho, pois imediatamente ele começou a me dar ordens. Começando com ir tomar um banho e vestir as roupas mais frescas que podia, ainda que sentisse calafrios. Toji não estava ali, sempre que ele acordava de madrugada e eu também estava acordada o homem resolvia fazer ronda ao redor da nossa estadia para garantir que nada se aproximaria.

Deixar a água cair morna na pele, me fez sentir estar debaixo de uma cachoeira de inverno.

Foi então que percebi algo de estranho, não que a minha vida fosse a epítome da normalidade, porém algo além do que estou acostumada a ver. As marcas de Amarate começaram a se mover e formar novos padrões. Um choque de dor percorreu meu corpo e após cobrir um olho foi como se outra imagem aparecesse sobreposta a minha visão.

Saí do box, cambaleando, de alguma maneira consegui vestir as roupas de baixo, mas no momento em que estendi o braço para pegar uma camiseta. Uma nova onda de energia amaldiçoada me atingiu. Meu corpo já fraco reagiu da pior maneira possível, caí no chão do banheiro frio, travando na garganta o grito e segurando com força o pulso do braço totalmente tomado. Meus dedos estavam torcidos, era como uma câimbra intensa puxando os músculos do meu braço.

Toda a força que me restava estava sendo posta em conter aquele movimento involuntário, nisso a porta se abriu. Senti o meu pulso sendo apertado contra o chão e então uma pressão no meu ombro. Toji tinha o joelho apoiado no meu corpo e segurava o braço longe, nisso um riso maníaco rompeu a minha garganta.

Não era a minha voz, ou de Kiran.

Levantei a cabeça e bati no chão, conseguindo num lapso de lucidez virar para Toji.

— Quebre — pedi entredentes. Ele entendeu no mesmo momento, mas hesitou, me forçando a usar uma voz de comando.

— Quebre agora, Toji!

O som da junta do meu braço se rompendo veio antes da dor, minhas pernas se dobraram me forçando a bater a mão livre em punho no chão. Imediatamente a força que estava brincando comigo se foi, me fazendo pensar que não passava de uma brincadeira. Toji colocou a mão no meu ombro e então me ergueu do chão.

— O que aconteceu?

— Minori está se aproximando, e Amarate parece estar testando o quanto de controle tem sobre mim — cobri um dos olhos. — Não sei se é essa merda de ter uma gêmea ou algum poder que desconheço, mas vi que elas estão se aproximando. Precisamos nos mover.

— Como? Nada da certo, você está praticamente definhando, só conseguimos ser seguidos, não conseguimos cair no rastro dela uma única vez.

Talvez isso tenha sido o mais desesperado que escutei meu marido falar na vida, ele estava preso a mim e Megumi sem poder realmente caçar aquela que estava atrás de nós. Não o culpo por estar frustrado.

Amarate não queria que nada acontecesse com o me corpo, então logo consegui sentir os ossos voltando ao lugar com uma técnica de reversão. Abri e fechei a mão que agora respondia as minhas vontades e respirei fundo.

— Só vai piorar, precisamos nos deixar sermos pegos. Só então Minori vai estar exatamente onde queremos — deixei a cabeça cair em seu peito. — Só assim que esse pesadelo vai acabar.

Toji levantou uma das mãos segurando meu rosto, os olhos fixos nos meus — O que você está escondendo de mim, [Nome]? Porque fugir e agora se entregar.

As partes quebradas dentro de mim se agitaram, olhei para o teto procurando um meio de responder.

— Eu queria mais tempo. O que eu tinha já acabou, não sei o que será da próxima visita de Amarate — confessei —, não quero fazer algo com Megumi... Ou você. Minori precisa morrer para a Imperatriz do Fim ser exorcizada para sempre.

Meias verdades que fizeram a boca de Toji encontrar a minha em falsa aceitação, ele sabia que essa não era toda a verdade. Mas que provavelmente ele não a tiraria da minha boca se eu não quisesse falar.

Ele se levantou, também me levantando junto. Enquanto eu voltava a me vestir muito mais calma do que antes, ajustou os frascos caídos no chão. Cérbero estava na cozinha do chalé fazendo qualquer coisa para eu colocar para dentro do corpo. Fui até Megumi que parecia alheio a toda comoção antes do sol nascer, pois dormia seguro no quarto em que dividia com Cérbero.

Resolvi me deixar na cama por um momento, mesmo que fosse apenas para ficar de olhos fechados. Todo e qualquer vestígio do braço quebrado, ou das marcas se movendo haviam desaparecido. Me deixando apenas com o usual estado febril.

Toji voltou a me encontrar, dessa vez se sentou ao meu lado da cama com certo desleixo soltando um pano molhado em minha testa.

— O cachorro me mandou ficar de olho em você — explicou quando o encarei —, depois de me chamar de inútil por não perceber estar com febre.

Ele apoiou o queixo na mão e olhou para porta — Não tenho como saber o que está sentindo se não me falar, não sei o que é comum. Sua pele sempre parece quente para mim.

A frase foi dita com sinceridade, e talvez por ser uma observação genuína e não uma cantada torta, fez eu me sentir envergonhada.

— Deve ser passageira — usei a desculpa do pano para o ajeitar novamente sobre os olhos, me escondendo. — Não quis falar.

Silêncio.

— Você vai ficar aqui, cuidando de mim? — perguntei.

— É um problema para você?

Engoli a saliva acumulada na boca — Não.

— Então, sim, eu vou.








N/A: Meio capítulo de transição. Pelos meus cálculos, tem mais 2 capítulos LONGOS e o epílogo. 

ai ai ai

Obrigada por ler até aqui.

Até a próxima!

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