Ocean Eyes • Vmin

🐠.Ocean Eyes.🐠

Olá, anjinhos... ou deveria dizer peixinhos? Rs.

Estou aqui com mais uma oneshot gostosinha.

Espero que gostem.

Não se esqueçam de comentar e de votar para que eu saiba o que estão achando.

[🧜🏻‍♂️]

Olhos azuis como o oceano. Azuis como a água que aquele belo homem nadava. Ou melhor, belo tritão. Um azul penetrante, um azul que acalma. Um azul que reivindica toda a atenção para si. Um azul que afunda cada vez mais profundo.

Era isso que se passava na mente de Kim Taehyung, um homem de 30 anos que estava em um passeio no aquário "Euphoria", um lugar conhecido pelos shows de sereias e tritões.

Foi por isso que ele escolheu aquele lugar para levar sua garotinha de sete anos de idade, Kim Yumi, uma amante de sereias.

Por um momento, foi cético acerca desses shows e acreditou que seriam bem infantilizados. Não era um problema, já que seu objetivo era agradar sua princesa.

Porém, ao olhar nos olhos daquele homem, daquele tritão que conseguia preencher o aquário mesmo sendo tão pequeno em comparação a quantidade de água ao seu redor, Taehyung duvidou se ele estava mesmo de fantasia ou se aquela calda era de verdade.

Não tinha como ser, tinha?

Aquele homem loiro fazia parecer que a calda era parte de seu corpo, uma parte muito importante.

Rodopiava e dançava na água com tanta maestria como se pudesse dominá-la.

Era um verdadeiro show de baixo da água.

Ele não estava sozinho. Mais duas sereias dançavam e encantavam o público, mas era apenas ele que tinha totalmente a atenção de Kim Taehyung, um simples professor de artes. O tritão dos olhos azuis.

Park Jimin é o nome dele.

Sua cauda tinha o tom das pérolas, mas, naquela imensidão azul, suas escamas refletiam aquele tom tão bonito que ele carregava nos olhos.

Pérolas adornavam seu corpo musculoso, assim como correntes de ouro que se prendiam desde suas mãos até sua cintura.

O cabelo loiro brilhava, seu corpo inteiro brilhava.

Ele brilhava!

Park Jimin era a estrela daquele show.

Cada movimento do seu ser parecia tão certo. Seu domínio na água era fascinante.

Taehyung se perguntava como ele conseguia ficar tanto tempo sem respirar, dando aqueles sorrisos doces para seus telespectadores e nadando como uma bela bailarina. Uma bela sereia.

O belo tritão que era!

Bolhas escapavam de sua boca, tornando a vista ainda melhor, mais graciosa.

Quando se aproximou do vidro, exatamente onde Taehyung estava com sua filha, o professor sentiu seu coração se acelerar. Mas os olhos que carregavam o oceano estavam vidrados em Yumi, sorrindo e dando toda a atenção do mundo a ela.

Kim Yumi estava vestida de Ariel, sua princesa favorita de todas. Ainda mais por seu cabelo ser ruivo como o dela, herdado de sua mãe.

Park Jimin jogou uma onda de bolhas na direção dela e ainda fez um lindo coração com as mãos, admirado com a garotinha.

E Taehyung estava completamente admirado por ele, suspirando por ele, louco por um pouco da sua atenção.

Pacientemente, o tritão se aproximou do vidro e encostou sua bochecha para que a menininha pudesse beijar. Assim feito, Yumi gritou toda realizada, dando pulinhos no lugar. Foi assim que o loiro se despediu antes de ir para a superfície.

— Você viu, papai? Eu dei um beijinho nele!!!!!!!!!!!! — a garotinha contava como se não pudesse acreditar. E realmente não podia.

Estar na presença das sereias era o que sempre sonhou. Vê-las nadando alimentava seus sonhos infantis, era prazeroso, mágico, estonteante.

Agora, um tritão havia se tornado o sonho de seu pai. Se pudesse fazer um pedido, pediria um minuto de conversa com aquele homem.

— Eu vi, minha sereinha! — com carinho, Taehyung pegou sua filha no colo e rodopiou com ela, apaixonado naquele sorriso tão verdadeiro que ela esboçava. — Está satisfeita?

— Podemos vir mais vezes, paizinho? Todos os dias? — ela pediu com aqueles olhos grandinhos e persuasivos, arrancando uma risada do pai.

— Todos os dias não dá, amor. Mas te trago outra vez. E outra. E outra!! — prometeu entre beijinhos, abraçando o corpo pequeno com seus braços fortes.

Não se importaria de observar aquele tritão por mais um milhão de vezes, não mesmo.

Ainda estava encantado com a leveza dos movimentos dele, o domínio que ele tinha na água, a beleza... aquele homem não havia nenhum defeito. Nenhum!

Taehyung nunca esqueceria dos olhos azuis que o encarou por poucos segundos. Nunca esqueceria!

E realmente não esqueceu.

Taehyung viu o loiro andando na rua enquanto ele estava dirigindo.

Não sabia dizer se aquele homem era mais bonito vestido de tritão ou em suas roupas costumeiras.

Era simplesmente cativante. Tinha toda a sua atenção.

Praguejou mil vezes pelo sinal não ter fechado para que ele pudesse apreciar um pouco mais de Park.

Viu Jimin de soslaio em uma loja de doces quando precisou comprar uma surpresinha para sua garotinha, mas ele logo sumiu de sua vista.

E encontrou com ele de novo em uma boate, sentado sozinho no bar enquanto degustava alguma bebida alcoólica.

Taehyung tinha ido pra acompanhar seu casal de amigos não assumidos, Yoongi e Jungkook, mas, naquele ponto, os dois já estavam se agarrando em algum canto daquele lugar.

Um detalhe importante... era uma boate gay, o que era ótimo para o Kim.

Levado por todo o seu interesse naquele homem, Taehyung se aproximou e se sentou ao lado dele, recebendo sua atenção por alguns segundos antes dele desviar, não imaginando que aquele homem bonito estava ali por ele.

— Você é o tritão, não é? — questionou curioso, como se já não soubesse. Jimin o olhou.

— Da Euphoria? Sim. — respondeu gentilmente, encarando o acastanhado. Não se lembrava dele. Como poderia? Seus olhos haviam se fixado na linda garotinha vestida de sereia, não em seu pai. — Já me viu lá?

Apesar de nunca tê-lo visto - ou não lembrar -, não deixou de notar que Kim Taehyung era bonito.

— Sim! Com a minha filha.. ela estava vestida de Ariel e até te deu um beijinho na bochecha. Se lembra? — um sorriso bonito se formou no rosto do loiro.

É claro que se lembrava daquela fofura.

— Lembro sim. Ela estava linda!

— Ela ainda me fala de você todos os dias. — confidenciou, virando-se de frente para o Park e repousando o rosto em sua mão. O que não contou era que ele mesmo não conseguia esquecer a vista linda do loiro bailando debaixo d'água.

— Fofa! — aquele sorriso adorável estava derretendo o coração de Kim, que não conseguia desviar para nada além dele, Park Jimin. — Deveria levá-la para me ver outra vez.

— Você se apresenta todos os dias?

— Só no final de semana.

— Levarei ela para te ver.

— Você tirou alguma foto? — Jimin questionou.

— Não. — impossível tirar estando tão hipnotizado pelo loiro. Ele era tudo que Taehyung conseguia ver.

— Faça isso na próxima vez. E me marque! — com delicadeza, retirou um cartãozinho do bolso e o estendeu para o acastanhado. Nele continha sua rede social e até seu número pessoal. Talvez tenha entregue na esperança de receber uma mensagem dele, mas não admitiria... só se conseguisse. — Se não se importar, estou indo dançar. — terminou sua bebida.

— Posso te acompanhar?

— Não me oponho. — Jimin deu de ombros, umedecendo seus lábios fartos. Afinal, estava testando o interesse do homem em si. Ele não teria se aproximado só para falar da filha, teria? Em uma boate gay? Levantou-se da cadeira e caminhou até a pista de dança, sem olhar para trás, mas sabendo que estava sendo acompanhado pelo acastanhado.

Como uma sereia, havia hipnotizado Taehyung. O emprego lhe caia bem, a fantasia...

Taehyung não conseguia tirar os olhos dele, não importava quantas pessoas estivessem naquele local, havia sido fisgado por aquele belo homem dos olhos azuis.

— Não seja tímido. — Jimin chamou a atenção dele, dançando em sua frente enquanto o Kim estava parado como uma estátua, enfeitiçado.

— Você dança muito bem. — Taehyung elogiou, aproximando-se e envolvendo a cintura do loiro, puxando-o para si com uma pitadinha de posse.

Ah, se aquele homem fosse seu....

— Eu danço desde pequeno. — confidenciou, envolvendo o pescoço de seu parceiro e olhando-o com nítido interesse.

Taehyung era bem bonito e parecia verdadeiramente interessado nele.

Era uma ótima oportunidade para matar a sua carência.

— Seus olhos são lindos! — Taehyung elogiou, completamente fissurado por aqueles olhos da cor do mar. Estava tão perto do rosto de Jimin, era como se ele fosse sua tela particular que só ele teria o prazer de ver.

— Obrigado! — ele respondeu com um sorriso orgulhoso, satisfeito por ser elogiado.

Jimin amava elogios, amava quando as pessoas notavam qualidades nele, sejam físicas ou traços da sua personalidade. Ele simplesmente amava!

— Acho que somos os únicos nesse ritmo. — Taehyung observou, mesmo sem olhar para nada além do rosto gracioso de Park. Eles estavam abraçados, como se dançassem uma música romântica, mas o que tocava de verdade era uma música agitada e dançante.

— Você que me puxou, príncipe.

— Príncipe? — Taehyung riu, acariciando as costas de Jimin lentamente.

— É.. você parece aqueles príncipes de contos de fadas.

— Está me elogiando? — Taehyung mordiscou o lábio inferior, adorando.

— Prefere que eu seja direto? Posso dizer que você é surreal de tão lindo. Melhor assim? — Taehyung sorriu mais ainda, com o ego inflado por estar sendo elogiado por aquele belo homem.

Seu sorriso singular hipnotizou Jimin.

Aquele homem conseguia ficar ainda mais bonito!

— Gosto disso... sou o príncipe e você a minha sereia.

— Tritão. — Jimin o corrigiu bem-humorado. Não se importava, na verdade. — E serei seu só por essa noite. — roçou os lábios carnudos contra o sorriso de Taehyung, provocando-o, instigando-o a buscar por seu beijo.

Taehyung já estava enlouquecido por ele, não precisava de mais provocações.

— Só por uma noite? — Taehyung o queria para sempre.

— Guloso! — Jimin o acusou, divertindo-se com aquele homem. Não se importaria de ficar com ele por mais noites. Já se achava um sortudo do caralho por ter fisgado um homem tão bonito e tão leve nos assuntos. — Se nos encontrarmos mais vezes, quem sabe. — deu de ombros.

Taehyung umedeceu os lábios.
Passaria a procurá-lo todos os dias se assim pudesse tê-lo.

— Vamos dançar primeiro, principezinho. — deixou um selar no canto dos lábios de Taehyung e escapou dos braços dele, sentindo-se quase vazio sem o calor corporal que o aconchegou segundos antes.

Com os olhos fixos aos de seu parceiro, Jimin dançou para Taehyung, amando ter toda a atenção dele só para si e para os movimentos de seu corpo.

Taehyung estava fascinado, entregue, totalmente interessado naquele loirinho gostoso que o provocava sem vergonha alguma.

Queria-o desesperadamente.
Queria-o para vida toda.

— Está me ofendendo, príncipe. Não vai me tocar? — ah... Jimin parecia tão intocável, tão distante da realidade de qualquer pessoa.

Taehyung não se sentia merecedor de tanta beleza. Mas era por ele que Jimin estava chamando, ele e só ele.

Ah, como era um sortudo.

— Eu me perco facilmente em você, tritão. — Jimin riu com o apelido, seria chamado assim mesmo?

— Jimin.. meu nome é Jimin. Mais bonito que tritão, não acha? — questionou, virando-se de costas para o Kim e permitindo que ele o envolva por trás. Segurou-o pela nuca, amando a maciez dos fios castanhos e quase se perdendo nessa sensação.

— Completamente! — Taehyung sussurrou no ouvido dele, arrepiando-o por inteiro com seu timbre rouco e arrastado. — Eu sou Taehyung, mas prefiro que me chame de príncipe. Seu príncipe! — Jimin riu. Aquele cara era mesmo engraçadinho.

Estava adorando.

Não se importava de esfregar seu corpo contra o dele e era exatamente o que estava fazendo, sendo acompanhado no mesmo ritmo.

Taehyung o segurava firme, com posse, deixando que ele dite o ritmo e seguindo-o como um bobo.

Aquele corpo forte atrás de si, pressionando-o, quente e firme... Jimin sentia que poderia perder a compostura.

Sem que pudesse perceber, puxou o cabelo de Kim e ele grunhiu em seu pescoço, deixando-o louco.

Foda-se! Precisava dele!

Sem mais delongas, virou-se de frente e tomou os lábios do acastanhado com fome, dominando-o, segurando o rosto dele com firmeza.

Em resposta, Taehyung firmou ambas as mãos nas nádegas volumosas de Jimin, pressionando-o com ainda mais desejo contra seu corpo.

Estavam nas nuvens, embebidos um pelo o outro, hipnotizados.

O beijo se encaixava maravilhosamente bem. Taehyung o tocava com maestria, exatamente onde deveria, onde enlouquecia o Park.

Taehyung se sentia mergulhando no mar que Jimin carregava nos olhos. Sentia-se afundando cada vez mais. Cada vez mais profundo. Cada vez mais viciado.

Talvez uma noite seja pouco. Ainda mais uma noite em uma boate.

Simples beijos e mãos salientes não seriam suficientes.

Foi por isso que ele foi parar na cama de Kim, na casa dele, sob o corpo másculo que o devorava.

E o que mais o encantava disso tudo era o interesse que transbordava dos olhos de Taehyung. O interesse que era direcionado aos seus próprios olhos, ao seu corpo.

Kim Taehyung não parava de elogiá-lo por tudo que ele fazia, por cada movimento, por cada gemido. Taehyung estava devoto aquele homem, completamente admirado.

E foi naquela cama que ele dormiu, exausto após três deliciosos orgasmos e um banho cuidadoso. Dormiu com a sensação de estar no lugar certo, onde sempre deveria estar, sendo tratado com carinho e respeito depois de uma noite que era para ser só sexo.

Taehyung não queria só sexo com ele. Não era uma simples atração física, Taehyung queria conhecê-lo, queria pertencer.

Taehyung o queria desesperadamente.

Ao acordar, Jimin deparou-se com o peitoral desnudo de Kim. Estava deitado com o rosto enfiado no peito dele, na verdade, sentindo o cheiro de morango que pertencia ao sabonete dele.

Taehyung já estava acordado. Notou pelo toque preguiçoso dele em suas costas e pelo nariz que roçava tão lentamente em seu cabelo.

Jimin quis ficar por horas naquele abraço aconchegante, com aquele homem que o tratava tão bem mesmo depois de já ter o levado para cama, como imaginava ser o único desejo dele.

Mas também tinha suas dúvidas... Taehyung transbordava de muitos sentimentos quando o olhava, não apenas desejo.

Jimin tinha medo de dar nome àquilo e se enganar no final.

Mas se deixou aproveitar das carícias, aninhando-se ainda mais ao corpo maior que o seu.

— Bom dia, loirinho. — Taehyung desejou de bom humor, atento aos movimentos do rapaz.

Estava tão realizado de tê-lo em seus braços, de ter passado a noite com ele.

— Bom dia. — Jimin respondeu baixo, sonolento, sem indícios de que queria levantar. Taehyung riu soprado, sem se importar.

— Espero que tenha dormido bem. — desejou, depositando beijinhos no topo da cabeleira loira.

"Não me mime tanto assim, não me faça desejar ainda mais você" Jimin resmungou mentalmente.

Taehyung parecia disposto a fazê-lo se viciar em tudo que ele fazia. Nos toques, nas palavras, nos cuidados, no prazer... tudo parecia diferente estando com ele.

— Que horas são? — questionou, sem vontade alguma de levantar.

Os braços de Taehyung eram muito mais convidativos.

— Hmmm... diria que por volta das 10? — mais perguntou do que respondeu, tentando deduzir as horas.

Jimin deu de ombros. Não era como se realmente importasse, ele não teria compromisso até o final da tarde, quando faria seu primeiro show do dia.

— Pode dormir mais um pouco, se é essa a sua preocupação. — ajeitou o lençol por cima deles e puxou a perna de Jimin para cima de seu corpo, aproveitando para acariciá-la despretensiosamente.

— Saber que está me vigiando me deixa... envergonhado. — confidenciou, porque não costumava compartilhar uma cama com seus ficantes. Não costumava acordar ao lado deles. Mas Taehyung estava ali, acolhendo-o, criando um ambiente confortável para que ele volte a dormir sobre seu olhar.

— Quer ficar sozinho? — questionou educado, mas não era de sua vontade se afastar dele.

Nunca seria.

— Não foi isso que eu disse! — Jimin retrucou, firmando suas mãos e perna ao redor do Kim.

— Adorável! Você é adorável, Jimin. — elogiou, todo encantado pelo homem que estava em sua cama.

Antes que Jimin pudesse retrucar, seu celular tocou e o forçou a se afastar o suficiente para alcançá-lo, na mesinha ao lado da cama.

— É a minha filha! Vou atender, tudo bem? — a voz cheia de amor contagiou Jimin, que se viu admirado com o carinho que aquele pai tinha por sua filhinha. Taehyung estava prestes a se levantar para deixar o loiro no silêncio, mas Jimin não permitiu e se embolou ainda mais no corpo dele.

— Pode ficar. Atenda. — Taehyung assentiu, embora o outro não possa ver, e depositou um selar na testa dele.

— Papaizinho! — a voz infantil saudou, contente, arrancando imediatamente um sorriso grande do Kim.

Jimin conseguia ouvi-la pela proximidade e pelo volume do celular de Kim.

— Bom dia, minha pequena sereia. Dormiu bem? — questionou todo amoroso, deixando o coração carente de Jimin ainda mais molenga.

Aquele homem era mesmo tão singular.

— Sim, paizinho! Foi muito divertido!!!! — ela contou e Taehyung riu soprado só de imaginá-la quase dando pulinhos de felicidade.

— É mesmo, filha? Depois o papai vai querer saber tudinho, tudo bem? — em ira esteja comoletamente atento à chamada, os dedos de Kim estavam brincando preguiçosamente com o cabelo de Jimin em um cafuné delicioso.

Ele estava nas nuvens.

— Siiiiiim!!!

— Me conta, comeu direitinho?

— Bem direitinho, papai! Não deixei nadinha no prato.

— E está sendo obediente?

— Sim, sim! A titia não brigou comigo nem uma vez!

— Muito bem, filha. E os dentinhos, está escovando?

— Claro, paizinho.

— Você é mesmo meu orgulho, minha sereinha.

— Para, paizinho, assim você me deixa tímida. — ela resmungou manhosa e Taehyung riu alto. Como amava aquela garotinha.

Jimin conteve uma risada. Esse era o efeito de Taehyung, ele gostava de elogiar e o fazia o tempo todo. Deixava as pessoas tímidas.

— Quando eu for te buscar, vou te encher de beijos! — prometeu e ela riu do outro lado da linha.

— Tá bom! Muitos beijos!

— Muitos!! É para te pegar antes ou depois do almoço, amor?

— Paizinho.. eu posso ficar mais? Até o finalzinho da tarde?

— Pode, filha. Mas você falou com a mãe da sua amiga? Ela deixou?

— Ela que chamou, paizinho... quer falar com ela?

— Não, pode deixar, depois eu mando uma mensagem. Me avise quando quiser vir para casa. E obedeça, mocinha! — nem precisava pedir, sua garotinha era muito educada e obediente. Ele era um excelente pai e educador.

— Sempre!!!! Te amo, paizinho, até depois!

— Também te amo, minha pequena sereia. Brinca bastante! — e foi assim que a chamada terminou.

O sorriso bobo continuou no rosto de Taehyung e Jimin se sentiu tentado a olhá-lo quando ouviu uma risadinha baixa escapar dos lábios dele.

Taehyung era mesmo bobo.

E ele estava sendo tão bobo quanto ao levantar a cabeça para vê-lo.

— Seu sorriso é lindo! — elogiou, encarando-o admirado.

— E você todinho é lindo! — retrucou, contornando os lábios fartos de Park com seu polegar. Queria beijá-lo.

Será que poderia?

Só um selinho?

— Não escovei os dentes. — Jimin resmungou quando Taehyung se inclinou em sua direção, meio envergonhado.

Taehyung não se importou. Mudou de posição e colocou-se por cima do corpo do loiro, sentindo o lençol escorregar em suas costas sem se importar com isso.

— Só rapidinho.. pode? — questionou, roçando os lábios aos dele.

— O que você quer de mim, príncipe? — Jimin quase choramingou, acariciando as bochechas do acastanhado.

— Não é óbvio? — sem a permissão para beijar os lábios, Taehyung depositou um selinho no pescoço de Park. Foi inevitável expor ainda mais o pescoço para receber ainda mais selares.

Jimin estava entregue...

— Já acorda querendo me comer, é? — mas não parecia se opor, porque aqueles beijos eram deliciosos.

Taehyung parou e olhou-o um tanto quanto ofendido. Não queria sexo, muito longe disso, só queria aquele homem, beijá-lo, amá-lo.

Jimin não conseguia ver?

— Não acabe com o clima. — Taehyung resmungou, depositando um selinho na bochecha do loiro.

— Não entendi. — Jimin o olhava confuso, meio perdido. — Não estou reclamando, você pode...

— Não é isso que quero agora, Jimin. Eu só queria te beijar. — explicou. — Você me deixa louco para te beijar.

— Só beijos? — Jimin riu alto, desacreditado. — Você é inacreditável.

— Sou é? — beijou o pomo de adão de Jimin, meio hipnotizado pelo corpo dele, por cada parte dele.

— Estou na sua cama, Taehyung!

— E? — mais um beijo, sendo esse na clavícula do loiro.

— É sério mesmo?

— Um homem não pode querer apenas uns beijinhos? Um chameguinho? — arrastou o nariz no pescoço de Jimin, arrepiando-o todinho.

— Pode. — riu alto. Quando em seus 30 anos ele tinha ficado com alguém com essas intenções? Sentia-se quase idiota por maliciar o carinho que Taehyung estava lhe dando.

Era tão bom!

— Está com fome, loirinho? Posso te preparar um café da manhã bem gostoso.

— Não vou negar. — percorreu as mãos pelos ombros largos de Kim até chegar na nuca dele, para acariciar seus fios castanhos.

— Escove os seus dentes para eu poder te beijar. — Taehyung pediu, pendendo o rosto acima do dele, roçando novamente os lábios.

— Um selinho pode. — deu a permissão que Taehyung tanto queria e ele abriu um sorrisão em resposta.

Sem pensar duas vezes, beijou Jimin, deixando seus lábios pressionados por longos segundos. Depositou uma sessão de selinhos na boca dele, amando a risada baixa que ele soltou para si, por conta de seu ato.

— Inacreditável! — Jimin repetiu, ainda incrédulo.

Aquele homem era uma caixinha de surpresas.

— Vem! Devo ter alguma escova de dente fechada para te emprestar. — murmurou após repuxar o lábio inferior de Park. Sua vontade era nunca mais se desgrudar dele.

Taehyung se levantou primeiro e esperou ao lado da cama. Ele estava só de cueca boxer e Jimin perdeu alguns segundos o observando dos pés à cabeça.

O Kim não o apressou.

— Você é mesmo bonito. — elogiou, sentindo-se muito confortável com aquele homem.

— Só não tanto quanto você, loirinho. — Taehyung não tirou os olhos dele nem um segundo, observando-o deitado em sua cama, com apenas uma blusa sua cobrindo o corpo dele e nada mais.

As coxas grossas estavam nuas, expostas para os olhos de Kim, assim como as nádegas fartas dele, que escapuliam da blusa por ela ter subido para a sua cintura.

Jimin não se importou de ser olhado. Havia passado a noite com aquele homem, o que mais tinha para esconder?

Levantou-se com a sensação de ser o homem mais bonito do mundo, porque era assim que os olhos de Taehyung o encaravam.

Foi até o banheiro, sabendo que estava sendo seguido, gostando de ser seguido pelo Kim.

Iria enlouquecer!

— Aqui, meu bem. — Taehyung retirou uma escova novinha de dentro do armário e entregou ao loiro. — Vou usar o outro banheiro para você ter privacidade, te espero na cozinha. — aproximou-se o suficiente para beijar o pescoço de Park e deixou um simples selar na pele macia.

— Não quer dividir?

— Tome seu tempo! Vou te preparar um café da manhã gostoso. — beijou-o no canto da boca e Jimin riu baixinho.

Ele era mesmo um bobo.

— Se quiser trocar de roupa, pode pegar no meu guarda-roupa. — Jimin assentiu e, assim, Taehyung o deixou só, saindo apenas com sua escova de dente em mãos.

Dentro do banheiro, Jimin riu mais ainda.

Aquele homem não parecia real. Era mesmo um príncipe, como havia brincado na noite anterior. Taehyung era um príncipe!!!

Ao chegar na cozinha, surpreendeu-se com a visão deliciosa do acastanhado em frente ao fogão, ainda só de cueca, mas com um avental cobrindo seu peitoral.

Taehyung estava tão à vontade, cantarolando uma música e dando reboladinhas de um lado para o outro, sem se preocupar com mais nada.

Jimin o observou em silêncio.

A pessoa que tivesse a oportunidade de namorar esse homem certamente seria uma sortuda!

Ele era gentil, carinhoso, carismático, gostoso, cheiroso e tantas outras coisas. Jimin poderia ficar o dia inteiro listando suas qualidades. Mas o que fez foi se aproximar e abraçá-lo por trás, adentrando o avental com as mãos para tocá-lo na barriga.

— Quer ajuda? — questionou enquanto roçava seus lábios nos ombros dele.

— Não precisa! Você pode se sentar, se quiser. — acolheu uma das mãos de Jimin e acariciou-a com ternura, gostando da proximidade. — Está quase pronto.

— Estou me sentindo muito mimado.

— Você gosta?

— É claro! — beijou as costas de Kim, sem querer largá-lo nunca.

— Então vou continuar te mimando. — com cuidado, virou-se no abraço de Jimin e sorriu para ele daquele jeito que derretia qualquer coração.

Prensou-o contra o armário e o levantou com facilidade, colocando-o sentado na pia para que pudesse ficar entre suas pernas.

Jimin riu.

Taehyung estava adorando fazê-lo rir tanto.

— Meu tritão... não está sendo meu só pela noite, mas pela manhã também! — provocou, lembrando-se do que o loiro havia dito no dia anterior. Jimin riu mais ainda.

— Você é muito engraçadinho, Taehyung! — implicou, dando beliscões fracos nos braços musculosos dele.

— E você gosta! — sem pedir permissão, dessa vez, Taehyung colou seus lábios aos de Park, reivindicando o beijo gostoso que tanto gostaria de dar nele desde que acordou.

Jimin o envolveu com seus braços, puxando-o para ainda mais perto, entregando-se ao beijo doce de Kim.

As mãos em suas pernas nunca pareceram tão certas, tão deliciosas.

Beijou-o como se sua vida dependesse disso, como se ele fosse o seu primeiro e único.

Taehyung só se afastou ou queimaria as panquecas que estava preparando.

— Você tem uma relação muito bonita com a sua filha. — Jimin comentou, lembrando-se da breve conversa de Kim com a garotinha logo pela manhã.

Após sair do banheiro, reparou melhor no quarto de Taehyung também, notando algumas fotos com Yumi espalhadas na decoração. E no caminho até a cozinha, viu outras nas paredes e até na sala.

Na maioria, Yumi trajava alguma roupa da Ariel ou de alguma outra sereia, o que Jimin achou adorável. Ela realmente amava sereias.

— Ela é meu bem mais precioso. — Taehyung confidenciou com um sorrisinho bobo no rosto. — Você deveria ver o quarto dela, é todo de sereia! — Jimin riu, imaginando.

Apreciava a inocência da garotinha de se apaixonar por sereias. Ele, com 30 anos, também era apaixonado. Tanto que gostava de se vestir como uma.

— Posso perguntar sobre a mãe dela?

— Somos amigos desde a infância. Foi um acidente... acabamos confundindo os sentimentos e, bom... você já sabe o final. Mas eu percebi que eu não estava tão feliz como deveria com ela. Para falar a verdade, nem chegamos a namorar. Eu notei que era gay antes disso acontecer, mas já havíamos nos descuidado e ela já estava grávida.

— Sinto muito por vocês.

— Apesar de tudo, foi a melhor coisa que me aconteceu. — Taehyung sorriu largo. — A guarda de Yumi é minha, mas a mãe a pega sempre que pode. Ela está estudando para tentar realizar o sonho da vida dela, que é fazer medicina. Ela não tinha muitas condições para pagar a faculdade e nem para fazer um cursinho quando estava no ensino médio. Mas agora ela consegue! É meio doido ver a determinação dela, mesmo tendo que lidar com trabalho e estudos. E uma criança!!!

— Então você a apoiou, certo?

— Claro! Ainda somos amigos, apesar de não termos ficado juntos.

— Isso é bonito! Vocês parecem ter bastante respeito um com o outro.

— Nós temos. Venha! — com dois pratos em mãos, guiou Jimin até a mesa. — Espero que goste de panquecas, nem te perguntei antes de fazer.

— Não sou muito exigente, príncipe. — sentou-se primeiro, sendo servido pelo acastanhado.

— Tem bolo, se preferir. Ou frutas! Ou posso fazer outra coisa! — Jimin riu.

— Não se preocupe, panquecas são ótimas! — pegou o vidrinho de mel para se servir e Taehyung notou que ele gostava beeeem doce. Conteve uma risada.

Parecia uma criança.
Sua filha fazia a mesma coisa.

Buscou sucos para eles e se sentou para comer também, ao lado do loiro para que pudesse manter sua mão na perna dele.

— Me fale sobre você.

— Não há nada de muito interessante em mim... tenho 30 anos, faço shows como tritão aos finais de semana e sou dono de uma loja de doces.

— A Magic Shop?

— Já me viu lá?

— Te vi muito rapidamente e depois você sumiu. Yumi é uma formiguinha e essa é a única loja que vende doces em formato de sereia.

— Por que será! — Jimin riu, arrancando uma risada do outro.

— Sua loja é muito bonita! Apesar de comprar sempre lá, nunca levei minha filha. Tenho certeza que ela ficará doida.

— Leve-a e me procure, posso dar alguns doces de graça para sua menininha. — delicadamente, Jimin limpou os lábios melecados de Kim com seu polegar e limpou o mel com sua própria boca, sem se importar.

Pareciam até um casal já íntimo, com anos juntos, mas eles haviam acabado de se conhecer.

— Mesmo? Ela vai ficar toda boba. E vai querer ir sempre! — Jimin gargalhou.

— Posso dar uma carteirinha vip para ela, quem sabe... uma quantidade para gastar todo mês. — ele sugeriu, muito benevolente até para a sua própria concepção.

— Você não faria isso, faria? — Taehyung já imaginava a felicidade de sua filha quando anunciasse isso. — Eu posso te pagar, não precisa ser de graça.

— Doces de sereia só para ela! — deu de ombros, sorrindo gentil para o Kim.

— Você é tão bonzinho, meu bem. — Taehyung praticamente manhou, afundando o rosto no pescoço de Jimin. Abraçou-o de lado, embebido pelo cheiro do seu sabonete na pele dele. Ah, tão bom, tão certo!

Depois daquele dia, eles começaram a conversar por mensagem. Todos os dias!

Uma amizade gostosinha cresceu entre eles. Contaram sobre a vida. Desabafaram. Contaram segredos.

Tornaram-se íntimos.

Demorou um mês até o próximo encontro, que nada mais era que levar Kim Yumi na loja de doces para que ela pudesse se esbanjar com o cartãozinho personalizado que Jimin fez para ela.

Sim, ele fez um cartão simbólico para a garotinha.

Esse simples ato ganhou ainda mais o coração de Taehyung.

O cartão tinha o nome dela e até um desenho de sereia.

Yumi ficou louca quando seu pai contou que ela o ganharia, quando a chamou para ir na doceria do Park.

Só não contou a ela que o dono era o tritão que ela havia dado um beijinho, queria que ela descobrisse pessoalmente.

Sua reação foi a mais fofa possível.

Ao ver Jimin, mesmo distraído com as prateleiras de doce, ela deu pulinhos no lugar, atraíndo a atenção dele.

— Papai, o tritão! O tritaaaaaaao!!! — ela puxou a barra da blusa de Taehyung, eufórica.

— É ele mesmo, filha! O que acha de ir falar com ele? — questionou carinhosamente, direcionando seu olhar para o Park e admirando-o.

Finalmente!

Um mês inteiro sem o ver foi uma tortura.

Um pouco envergonhada, Yumi se aproximou dele e esboçou um sorrisinho grande e quadrado, como o de Kim.

— Olá, senhor tritão! Eu sou a Yumi! — ela se apresentou, arrancando uma risada gostosa de Jimin.

— Olá, lindinha, você me reconheceu? — ele fingiu estar surpreso, mas, para Taehyung, sua cara não passava de adorável.

— É claro!! — ela riu, como se soubesse o maior segredo do mundo.

— Não conte para ninguém, tudo bem? — ele se abaixou para sussurrar para ela. Yumi assentiu, obediente.

Claro que não contaria, o segredo estava guardadinho com ela!

— O senhor é incrííível! — ela frisou, jogando-se nos braços dele para abraçá-lo.

— Obrigado, fofura! — beijou a testa dela. — Tenho um pequeno presente para você.... — ele tirou o cartãozinho do bolso da sua calça e entregou a ela. — É um cartão só seu, de mais ninguém. É um passe para você comprar as balas que quiser. — os olhinhos dela se arregalaram e ela ficou toda boba com a notícia. Virou-se para o pai, mostrando o cartãozinho, e correu até ele para que ele visse que era de verdade.

Taehyung riu de sua empolgação e a pegou no colo.

— Agradeça ao senhor tritão, minha filha. — depositou um selinho na bochecha dela e recebeu outro, gostoso e estalado, antes de colocá-la no chão de novo.

Jimin havia se aproximado, então, ela apenas abraçou a perna dele e murmurou:

— Muito obrigada, senhor tritão!! Vou comprar muitos docinhos!!! — Jimin afagou os fios ruivos dela com carinho.

— Comece a escolher, lindinha! — sugeriu e a pequena o olhou com os olhinhos brilhando antes de sair saltitando pela loja.

Jimin a observou por alguns segundos, admirado com a cena.

Fofa! Totalmente fofa!

— Minha filha é mesmo adorável. — Taehyung comentou, olhando para Jimin. — E vai te falir com esse cartão que deu para ela! — o Park gargalhou, contagiando o acastanhado.

— É por uma boa causa. — deu de ombros.

— Olha, senhor tritão!! Esse é o meu favorito! — Yumi retornou para chamar Jimin e mostrar a ele qual gostava mais.

Gentilmente, ele aceitou a mão dela e deixou-a guiá-lo pela loja.

Yumi ficou toda feliz de interagir com Jimin, passou o dia inteiro falando que era amiga de um tritão, gabando-se.

Jimin não se importou.

As conversas com Taehyung agora incluíam a pequena Yumi e deixaram de ser só mensagens para se tornar ligações de áudio ou até de vídeo.

Yumi considerava Jimin seu mais novo melhor amigo, sua inspiração.

Mais um mês se passou. E outro. E outro... eles ficavam cada vez mais próximos.

Para falar a verdade, tiveram tantos encontros casuais que até pareciam estar em um relacionamento.

Jimin foi várias vezes na casa de Taehyung. Pai e filha foram assistir ao show de Park. Jimin a ensinou a nadar como sereia. Foram em restaurantes. Foram em sorveterias. Foram em tantos outros lugares.

A relação que criaram era tão natural.

— Paizinho, eu tenho uma dúvida. — Yumi se jogou no colo de Taehyung, que estava sentado no sofá.

— O que foi, minha pequena sereia? — questionou, deixando o celular de lado para dar atenção a sua pequenina.

— Você e o titio tritão estão namorando, não estão?

— O que te faz pensar isso, amor?

— Eu vi vocês de beijinho! — ela confidenciou, arrancando um riso do pai.

— Ainda não estamos namorando, filha... mas quase!

— Mesmo? — os olhinhos dela brilharam, deixando o bobão do pai dela todo derretido.

— Você ficaria feliz se nós namorássemos? — ela assentiu imediatamente, como se fosse óbvio.

— O titio tritão é muuuuuito legal. Ele brinca comigo e com as minhas sereias! E está me ensinando a nadar que nem sereia!! E é muito bonito! E faz o papai sorrir muito, muito! E....

— Eu já entendi! — Taehyung gargalhou, envolvendo o corpo da pequena garotinha. — Pretendo pedi-lo em namoro logo, meu amor.

— Hoje? Amanhã? Quando, paizinho?

— Semana que vem, minha pequena sereia. Nós vamos assistí-lo e eu o pedirei em namoro. Mas isso é segredo, ouviu, mocinha? — ela assentiu, esboçando um sorriso sapeca. Mas, obviamente, não contaria.

— Você vai dar flores, paizinho? E chocolate? E falar palavras bonitas? — ela foi questionando, ansiosa pelo momento.

— Não vai ser preciso, minha filha... eu vou deixar ele sem ar.

— Mas se ele ficar sem ar ele morre! — ela arregalou os olhinhos, fazendo Taehyung gargalhar alto.

— Não é ao pé da letra, meu amor. Vou deixá-lo sem palavras. Como você mesmo disse, já parece que estamos namorando antes mesmo disso acontecer. Desde o início foi assim, então....

Na semana seguinte, como o planejado, Taehyung levou sua filha para assistir a mais um espetáculo de Jimin.

Taehyung caprichou na sua roupa, vestindo-se como um príncipe de conto de fadas, porque amava quando era chamado assim por seu Jimin.

Yumi estava vestida de sereia, como sempre, com uma saia que simulava uma cauda.

Adorável.

Quando Jimin começou seu show, quem ficou sem ar foi Taehyung.

Ele sempre ficava, não importava quantas vezes visse o loiro se apresentar. Jimin parecia pertencer à água, seus movimentos eram tão majestosos e leves, tão bem executados.

Aquele corpo bem esculpido, aquele corpo que ele devotava, que vez ou outra repousava em sua cama. Aquele homem que havia capturado toda a sua atenção, que havia o hipnotizado como uma verdadeira sereia.

Aqueles olhos azuis como o mar.
Aquele cabelo loiro que brilhava como ouro.

Tudo em Jimin era perfeito.

Ele nadava quase em câmera lenta, encantando todos os seus telespectadores. Dava cambalhotas, dançava... era simplesmente lindo de se ver.

E Taehyung o assistia como se fosse a primeira vez, com o mesmo encanto.

Porque ver o homem que estava apaixonado fazendo o que ele gostava de fazer era o que enchia seu coração de amor.

Jimin interagiu com as crianças, brincando e jogando bolhas de água nelas com um sorriso enorme no rosto. E quando se aproximou de Taehyung e sua filha que seu sorriso se tornou ainda maior.

O coração de Kim disparou.

É agora!

Enquanto Jimin brincava com Yumi, deixando que ela beije sua bochecha mais uma vez pelo vidro, Taehyung ocupou-se em retirar a caixinha do bolso da calça e abri-la.

Não precisava de palavras, os anéis diziam tudo.

Quando os olhos de Jimin se direcionaram a ele, Taehyung estendeu a caixinha, sentindo o coração quase na boca de tanta ansiedade.

Jimin arregalou seus adoráveis olhos e cobriu os lábios com as mãos, surpreso.

Era mesmo um pedido de namoro? Ele não estava sonhando?

Taehyung queria namorar com ele?

Ao redor deles, houve uma comoção pelo ato. Algumas pessoas reprovando o namoro entre dois homens, mas a grande maioria aprovando.

E foi com essa comoção que Jimin balançou a cabeça que sim, repousando sua mão no vidro e olhando com carinho para Taehyung.

O Kim colocou a mão junto com a dele, sorrindo como um bobo.

Jimin estava prestes a chorar.

Sorte a dele que Taehyung havia esperado até o fim do show para fazer o pedido ou não teria forças para continuar.

Tanto que se despediu do público e nadou para a superfície, necessitando de ar. Necessitando do seu novo namorado!

Taehyung levou Yumi junto a ele até o camarim e esperou por Jimin lá. Não demorou para a porta ser aberta e ele entrar envolto em um roupão, sem se preocupar em estar pingando e molhando o chão.

Correu para os braços de Taehyung e o beijou, sem mais delongas.

Beijou com carinho, com muito amor, confirmando milhões de vezes que queria sim namorar com ele.

Era tão certo!
Ele havia sentido desde o primeiro momento que precisava estar com esse homem.

Agora ele está.
Agora Taehyung é todo seu. Só seu

— Meu príncipe! — Jimin sussurrou entre o beijo, puxando-o com ainda mais força, ainda mais vontade.

— Eeeew! — Yumi resmungou, com os olhinhos fechados por suas mãos miudas. Mas os barulhos de beijo em si já a deixava constrangida.

— Vem aqui, minha pequena sereia! — Jimin pegou-a no colo e a encheu de beijinhos, todo apaixonado. — Eu adoro vocês! Adoro! Adoro! — ele repetiu várias vezes, apertando-os em um abraço gostoso com gosto de família.

Família!
Agora ele é parte da família Kim.
Homem de Taehyung. Seu amor.

[🧜🏻‍♂️]

O que acharam? Superou as expectativas? Foi fraco? Foi chato? Foi divertido?

Vocês gostam de oneshots? Querem que eu traga mais?

No mais, é isso.

Obrigada por chegarem até aqui. Amo vocês e até a próxima.