Contra o Verso

By DaniDaylor

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Maximillian vive em um paradigma onde o tempo transcorre de forma inversa sobre seu corpo. Em outras palavras... More

Quando você era um bebê
Quando você começou a chorar
Quando você entrou na jogada
Quando você estava aqui na Islândia
Quando você estava com alguém novo
Quando você estava lá na Itália
Quando te achei (infelizmente)
Quando você tomou um vinho e capotou
Quando você desapareceu
Quando você pensou que se livrou
Quando você virou karma
Quando você foi para a Suíça
Quando você falou sobre você
Quando você chegou ao Japão
Quando você ficou com raiva
Quando você sumiu
Quando você mentiu
Quando você sacrificou algo importante
Epílogo
Nota da autora

Quando você foi para Nova York

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By DaniDaylor

Nota: hoje é um daqueles dias que eu só preciso me preservar e focar em ñ pensar.

    Dory tinha muita auto-compaixão que fazia com que ela não permitisse que pessoas a machucassem de forma alguma. Esse era o motivo de ela ter em sua vida pessoas tão amáveis.

    James, seu pai, Yoko e todas as outras pessoas incríveis que conheceu em sua vida. É por isso que ver Max arremessando um vaso contra ela foi o suficiente para fazer com que ela arrumasse suas malas para ir embora.

    No hotel, ela arrumou suas coisas e pegou o celular para ver se o pai havia lhe mandando algo. Sua suposição estava certa: John havia mandado a ela trezentas mensagens desde a última conversa que tiveram.

    Dory, a sociedade está aqui.

    Eles estão me levando para Nova York.

    dory?

    :( eles vieram mais cedo

    Se você conseguir me encontrar, saiba q para entrar na sede da sociedade dos líderes vc só precisa entrar no clube Smalls e achar um porteiro da sociedade para abrir a passagem para voce. É altamente secreto então pff mantenha a discrição.

Te amo, Dory.

    Dory estava odiando sentir seu coração quase parar e não estava lhe fazendo bem sentir isso o tempo todo.

    Se seu pai for executado, a culpa seria toda sua e ela não podia permitir isso. Precisava fazer um sacrifício porque exatamente daqui dois dias ela estaria em Nova York.

    Ela procurou algo que pudesse ser sacrificado e não encontrou nada de tão importante em sua mala. No final, cansada, ela se deitou na cama e sentiu algo picar a sua pele.

    Dory enfiou a mão no bolso e retirou o objeto que estava cutucando suas costas e viu a miniatura do avião do L3Harris.

    Seu coração apertou quando ela cogitou usar o objeto como sacrifício, mas se lembrou do pai. Imaginou a Sociedade dos Líderes o sacrificando e isso foi o suficiente para fazer com que ela arremessasse o objeto no ar.

    O aviãozinho voou através do quarto do hotel e colidiu bruscamente contra a parede, partindo-se ao meio.

   
Dois dias depois
    Nova York, Manhattan

    Dory leu sobre a sede da sociedade maga em seu livro de magia quando era criança. Ela pensou: por que os Estados Unidos? E a resposta para essa pergunta veio agora, em seus 30 e poucos anos.

    Porque é nos Estados Unidos que se encontra gente doida o suficiente para servir de camuflagem para a sociedade.

    A real é que como todo mundo usa fentanyl, todos estão chapados demais para ligar para um mulher jogando as coisas no chão e desaparecendo do nada. Ninguém em terra americana ligaria. Provavelmente pensariam que é o efeito da droga e seguiriam suas vidas.

    Logo que Dory chegou em Manhattan, Nova York, ela seguiu a direção que levava para o clube noturno Smalls que era um lugar bem escondido, e como o nome já dizia, bem pequeno.

    Ao entrar ela foi banhada por aquele forte odor de maconha, e depois a melodia blues chegou aos seus ouvidos. Aquele ambiente era o tipo que não fazia o tipo dela. Barulhento, cheio de gente e cheio de drogas.

    Ela percorreu o corredor de pessoas até chegar na porta do banheiro perto do mini palco onde um cantor negro apresentava o clássico blue. Bem na porta do banheiro estava um homem jovem e alto, tão branco quanto a parede do estabelecimento, e provavelmente o único que não estava completamente chapado.

    Dory se aproximou. Ela sentia nele a magia do tempo por algum motivo surreal. Talvez fosse a aparência cansada do rapaz que sugerisse isso.

    Ele olhou para ela se desgrudou da parede.

    -Maga?-ele perguntou inexpressivo.

    -Sim.

    O garoto sorriu.

    -Por que quer entrar na sede?

    Dory abriu o celular e mostrou as mensagens de seu pai.

    -Meu pai, John Corderwin, foi preso recentemente. Eu vim apresentar a defesa dele.

    O garoto a observou por um ou dois segundos antes de apontar para a cadeira do bar que parecia reservada exclusivamente para ele.

    -Preciso fazer uma inspeção antes de te deixar entrar.

    Era óbvio que o garoto não acreditava nela. Magos do tempo são especialistas em mentiras, diziam os sábios, e uma garota jovem soava para o porteiro da sociedade como uma oportunidade.

    Dory tinha consciência desses fatos, mas se sentou na cadeira para a entrevista de qualquer forma.

    -Vamos começar com o básico,-o garoto se senta diante dela com uma prancheta e uma caneta em mãos.-Qual foi a última vez que usou magia?

    -Agora. Eu vim de alguns dias atrás.

    O garoto clica duas vezes a caneta antes de anotar aquilo.

    -Certo, hm...Qual sua especialidade?

    Dory inclinou a cabeça tentando entender.

    -O quê?

    O garoto revira os olhos, dessa vez impaciente.

    -Passado ou futuro? Em que níveis? Recente, profundo ou extra-profundo?

    Dory não entendia nada daquilo.

    -Eu...não sei.

    -Ah, nesse caso vai ser passado recente,-o garoto clica a caneta três vezes e anota.-Bem, por que seu pai foi levado?

    -É minha culpa,-ela responde, balançando os ombros.

    O garoto cruza as pernas e apoia o queixo nas mãos.

    -Sério? Me conte tudo!

    Dory não sabia exatamente se ele estava ironizando ou se estava arranjando modos de flertar com ela. Sua paciência estava de pouco em pouco se esgotando e ela sentiu a vontade de pegar aquela prancheta e...

    -Dory?-uma voz muito familia soou aos fundos.

    Dory se virou imediatamente, sentindo seu coração pular com a possibilidade de ter Max no seu encalce.

-Dorothy!-era ele, sem dúvidas.

-Ah, meu Deus!-Dory exclamou baixinho e se levantou desesperada.

O porteiro da sociedade procurava a origem da voz no meio da multidão, confuso.

-Quem é ele?

Dory viu Max a alguns passos de distância, lutando para passar no meio de um grupo de caras bêbados. Tudo que ela pensava era como ele conseguiu localiza-la e como ele chegou até ali.

-Dory...

-Ei, vá se ferrar,cara!-uma mulher xingou quando Max a empurrou, fazendo com que sua bebida caísse em seu vestido.

Aquilo estava se tornando a especialidade dele aparentemente.

Quando Max estava a um metro de Dory, ela fez o impensável e o improvável: ela pulou no rapaz e lhe deu um beijo nos lábios.

Os eventos seguintes foram puro caos. O rapaz espantado com o beijo olhou perplexo para Dory, enquanto ela implorava para que ele abrisse o portão para a sede. Com um estralar de dedos, uma fenda foi aberta na parede do banheiro, o que provocou uma série de berros dos frequentadores do Smalls.

Dory olhou para Max que encarava furioso o porteiro, e aproveitou essa distração para entrar na fenda e sumir daquele espaço e daquele tempo.

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