beijos, até a próxima. :)
{ Anita POV }
Estava no quarto de Keana aguardando uma ligação de Carlos. Enquanto Keana estava seguindo Verônica, que nesse momento deve estar naquele restaurante vegetariano. Escutei quando o not de Keana começou a apitar, fui até lá e atendi a ligação vendo o rosto de Carlos e Rafa
—Boa noite, agente A.B. Como estamos indo na missão?–Carlos perguntou.
—Boa noite, Sr. Alberto, Rafa. As câmeras já foram instaladas na casa da missão e já estamos seguindo ela. Ela aparenta não saber de nada e se ela sabe, tenho a dizer que essa mulher é uma boa atriz.
—Anita, vocês precisam agilizar. A gente não sabe quando ou que horas os bandidos vão chegar e matar essa moça.–Rafa falou.
—Ninguém vai matar ela, Rafa. Eu tenho a missão de protege-la e vou protege-la até o fim.–Garanti.
—Eu pensei em algo que irá fazer você ter a confiança dela.
—Me diga, Sr.
—A conquiste, pelo menos a amizade dela. Aí você poder entrar na casa de Verônica quando quiser. Eu preciso que você coloque a casa dela de cabeça para baixo se for possível, você precisa encontrar esse chip quanto antes, agente.–Alberto falou de forma estranha me fazendo franzir o cenho.
—Tudo bem, Sr. Farei meu melhor.–Encerro a ligação.
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{ Carlos Alberto Pov }
Tomei uma dosagem grande do meu whisky e continuei andando de um lado para outro.
—Não sei, Rafa. A Anita não tá com cara que vai conseguir esse chip de imediato.– Rafa comentou, ele estava sentado na poltrona do meu escritório.
—Eu vou pressionar ela, até ela conseguir.
—Por que o Senhor não envia uns agentes para invadirem a casa dessa tal de Verônica? Quem sabe isso dá mais fruto do que a Anita lá.
—Idiota, você não pensa?– Esbravejei.—A Anita está lá, ela conhece quase todos aqui. Ela pode estranhar, vale mais a Anita nas nossas mãos do que ela desconfiada.–Respirei fundo e tomei mais uma dose de meu whisky.—Merda! Joguei meu copo de whisky na parede assustando Rafa.—Maldita hora que eu fui confiar naquele filho de uma puta do Matias . Te juro Rafa se eu tivesse uma segunda oportunidade de acabar com ele com minhas próprias mãos, eu acabaria! Não mandaria porra de agente nenhum.
—Calma, sr. Ele está morto, fritando no inferno.– Rafa falou risonho.
—Desgraçado, ele é um desgraçado! digo ainda mais com raiva - Vou só deixar passar um tempo, depois que a Anita recuperar esse chip, eu mesmo em carne e osso vou matar a ex-futura noiva do Matias!
—Para quê isso, senhor? Já se passou dois anos...
—Eu vou me sentir melhor. Ela vai queimar junto com o Matias, e os dois vão poder se casar no inferno.– Isso sim seria uma boa coisa a se fazer, vou poder me vingar dele com minhas próprias mãos.
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{ Anita Pov }
Ainda estava no quarto de Keana esperando a mesma chegar, então a porta foi aberta, ela passou pela porta.
—Ela já está na casa dela em segurança.–Keana falou e foi direto para seu not checar as câmeras.
—Eu falei com Rafa.
—Hm...–Keana murmurou sem dar a mínima.
—Não vai perguntar o que ele queria?– Conheço essa garota a poucos dias, mas sei quando ela fica curiosa.
—Se você quiser contar...–Diz dando de ombros, tirou o foco do not e me olhou.— Tá legal, conta logo.
— Ele sugeriu algo.
—O que? Ele sugeriu o quê?
—Que eu me aproxime da Verônica, de um jeito romântico?
—De um jeito romântico como?
—De um jeito romântico, Keana. Você não sabe o que é romântico?
— Não acredito nisso. Mas a gente estava indo bem até agor...
—Eu estava indo bem até agora!–a interrompi.
— Tá garota "não preciso de ninguém para me ajudar, faço tudo sozinha."–implica fazendo voz de criança.—Por quê ele está com tanta pressa?
—Porque os bandidos que estão nesse chip estão por aí soltos...
—óh, se estão soltos. Um deles acabou de te ligar inclusive...– Keana falou voltando sua atenção para a tela de seu not.
—Não entendi sua ironia.–Cruzei meus braços.
—Não era para entender mesmo. Então, o que você vai fazer?
—Vou seguir ordens. Amanhã a Verônica faz o quê ?
—Vai a igreja.- Keana respondeu sem me olhar, eu a encarei incrédula.
—Quê?
—O que ela vai fazer em uma igreja?– Não gosto de igreja, não gosto de comida de mato, não gosto de crianças e nem de animal, fico completamente nervosa quando estou na presença dessas coisas.
Que porra é essa? Essa garota é meu oposto. Só pode.
—Rezar?!–Keana falou como se fosse óbvio.
—Essa missão com certeza não é para mim. Essa garota é meu oposto.–Exasperei andando de um lado para outro, onde eu fui me meter?
— Você é uma profissional, se comporte como uma.–Keana falou dando de ombros.
—Eu não vou entrar em igreja nenhuma.–Me arrepiei só de falar —Vamos segui-la e ficaremos do lado de fora.
—Como preferir, agente.
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{ Autora} [ Domingo → Igreja ]
Verônica estava na igreja com sua família, a missa acontecia já fazia algumas horas e o carro de Anita e Keana estavam logo na esquina observando todo o movimento.
→ Padre↓↓↓↓
—Vamos para a frase de reflexão do dia. "Rezemos para ter um coração que abrace os imigrantes. Deus julgar-nos-á com base no modo como tivermos tratado os mais necessitados. Amém igreja?"
—Amém.- igreja.
—E com essa frase encerramos hoje. Tenham um bom domingo assim como Deus os trouxe em sua graça, ele os levará!
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foi a primeira a ver Verônica saindo da igreja, enquanto Keana estava brincando em seu celular.
—Mano, esse cara é muito burro, BURRO, como ele mata o parceiro dele? Me diz?–Keana xingou o celular, nesse momento Anita olhou assustada para ela.
—Meu deus, seu ponto de lerdeza não tem limite né?– Anita perguntou indignada.
— Eu acho que não.–Keana nem ligou para o que a latina falou e voltou a brincar em seu celular.
— Ela tá saindo!– Anita avisou assim que viu a morena entrando em um carro preto, acompanhada de outras pessoas. Keana tirou a atenção do celular e olhou para a direção que Anita olhava.
—E agora? Vamos continuar seguindo?
—É o nosso trabalho, Marie. - Anita respondeu dando partida no carro.
—A gente só faz isso, só seguimos e seguimos. Isso só está dificultando ainda mais nossa aproximação com o chip.– Keana falou como se estivesse cansada.
—Calma, eu já tive uma idéia quanto a isso.– Anita comentou, sem parar de seguir o carro da família de Verônica.—Eu fiquei pensando a noite toda e...
—O que você está pensando em fazer?–Keana ficou curiosa.
—Vou dar em cima dela e tentar um namoro, qualquer coisa que me faça conquistar a confiança e entrar na casa dela. O plano do Rafa.
— Você acha mesmo que ela vai cair nessa? E por quê um namoro? Poderia ser uma amizade.–Keana estava realmente incomodada com a idéia.
— Por que ficou tão incomodada? Eu acho esse meio mais fácil de conquistar a confiança dela, se caso ela souber do chip com certeza irá me dizer.
—Eu acredito que ela não sabe da existência desse chip. Você acha mesmo que se ela soubesse, ainda não teria entregado para a Cia, FBI ou outras forças armadas especializadas nisso?
—Não sei! Eu não conheço ela de fato para dizer qualquer coisa.– Anita viu o carro que Verônica estava, estacionando em frente a um cemitério e somente ela saltou do automóvel.—Um cemitério? Legal, ela também frequenta cemitério.
— Quem sabe ela não veio mexer com algo tipo acender umas velas, colocar uma galinha preta, flores e outras coisas.–Keana falou sarcástica.
—Pode ser, mas o que ela realmente veio fazer aqui?–Anita brincou, perguntando para si mesma.
—Talvez ela tenha vindo ver a sepultura do ex-noivo dela.– Keana sugeriu. Anita apertou o volante, a mesma estava incomodada com o fato de ver a Verônica ali.
—Por que ela simplesmente não segue em frente?
—Porque o que ela teve com ele foi amor de verdade e isso é muito lindo. Queria ter esse tipo de sentimento por alguém e ser recíproco.– Keana falou em um lamento e a Anita riu com desdém.
—Amor não existe, Keana.– Anita desligou o carro.— Tanto que eu e minha noiva é prova disso.
— Você tem uma noiva?!– Keana perguntou incrédula.
— Tenho! E sabe o que eu sinto por ela? Um grande carinho. Amor acontece só nesses filmes idiotas que o final é felizes para sempre, tudo isso é fake news.– Anita esbravejou.— Isso são babaquices inexistentes que só vem para confundir nossa cabeça.
—Pelo amor, Anita! Você não pensa que vai falar essas coisas para confundir com a minha cabeça, só para me tornar uma pessoa amargurada igual a você, porque não vai!– Keana falou no mesmo tom que ela.—Amor só não existe para pessoas como você.
— Você não pode estar falando sério, Marie.–Se virou no banco para focar melhor em Keana.—Vou te falar três coisas sobre amor. Nunca tive, não quero e nem preciso.
— Tudo bem. Eu nunca tive também, mas quero ter. Você com essa conversa está tentando me influenciar.
—Você é tão mente fraca assim?
—Chega com esse assunto. Vamos focar aqui, tá?
—Fugiu do assunto. Covarde!– Anita provocou e Keana apenas bufou. O celular de Anita começou a tocar e quando a loira olhou o visor viu que era o número de Carlos.
—Oi, agente A.B. Como está na missão?
— Melhor impossível, Sr. Agora vou me aprofundar melhor.
—Não vou nem perguntar o que irá fazer. Aguardo mais informações, liguei para avisar que o carro que você pediu está na frente da pensão aonde sua estagiária está instalada, as chaves foram enviada em um envelope que já foi entregue no quarto de Keana.
—Obrigada, Sr.–A mesma encerrou a ligação.
—O que ele queria?–Keana perguntou.
—Ligou para dizer que o carro que pedi, já está em frente ao cubículo que você mora provisoriamente.
—Aquela história que a Klara te falou sobre o Carlos...
—Eu não vou começar outra discussão com você, agente Marie. O Carlos fez muito por mim. Ele me fez ser quem eu sou agora, então isso que a Klara tá fazendo é um desaforo para mim e o Alberto. Vou fingir que esqueci isso e você irá fazer o mesmo.– Anita falou tranquilamente e as duas viram Verônica sair do cemitério, pegando um taxi.—Vamos lá, agora me diz que ela pretende fazer escala nas montanhas de Yeso?
—Talvez, mas não. Fora isso ela adora o lago de Yeso, ela vai lá quando o inverno cobre a cidade com a neve. Sabe, eu também adoro, quem sabe eu me mudo pra cá depois que terminar essa missão.
—Vai se mudar por causa dela, não é?– Anita perguntou e Keana olhou pela janela.
—Por causa de quem?
—Sua cínica.– Anita falou risonha.—A Verônica não é tão fácil de ser conquistada, vou logo dizendo. Experiência pessoal.
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{ Anita Pov }
Vejo o taxista estacionar em frente a casa dos meus pais, desci do carro agradecendo o mesmo e adentrei a casa.
—Pensei que não viria. Como foi lá?–Meu pai perguntou beijando minha cabeça.
—O mesmo de sempre.–Respondi dando de ombros.—Cadê o Chris?
—Ainda está no fórum, tá quase para chegar.– Minha mãe respondeu da cozinha.
—Quando ele chegar diz que eu tô lá no quarto dele.–Avisei subindo as escadas e adentrei o quarto do meu irmão, joguei minha bolsa em um canto qualquer e fui até o violão que o Chris tinha, peguei ele e me sentei na cama começando a dedilhar as cordas.
— Não tem medo que eu te expulse daqui?
—Você não faria isso.
— Não duvide, Srta. Berlinger.
—Então faça!
Respirei fundo e fechei meus olhos, não entendo o por que dos meus pensamentos sempre se voltarem a ela. As vezes sinto que ela não é confiável, mas eu me sinto bem na companhia dela só que ela não precisa saber, o pensamento que sempre vinha foi quando ela me beijou pela primeira vez.
—É a última vez que eu vou pedir para você me soltar.
—Ou senão você vai fazer o que?
Sorri e toquei meus lábios, talvez eu só esteja pressionada com tudo isso, por que ela é daquele jeito? E por que a companhia dela me intriga tanto.
—Oi, Olá. Tem alguém aí?–Vejo Christopher estalar seus dedos em frente ao meu rosto e me assustei.— Você voltou a tocar?
—Claro que não.–Digo soltando o violão rápidamente na cama de Christopher.—Quanto tempo está aí?
—O tempo suficiente para ver você delirar. Por quê estava sorrindo toda boba aí? Será que temos uma pessoa?
—Que pessoa, o que? Não tem ninguém, ok?–Digo começando a ficar nervosa, me levantei e olhei meu irmão.—Eu vim conversar com você sobre adoção.
—O que?
—Olha, você é juiz e tals. Você pode me ajudar certo?
—Quem você quer adotar?
—Uma menina de quatro anos que foi deixada recentemente em um orfanato.
—Minha irmã, você é linda, ainda pode ter uma vida com alguém que ainda está por aí te procurando para começar uma história. Tem certeza que adotando uma criança agora te faria bem?
—Eu estou segura do que quero, Chris. E eu quero adotar a Valentina. Quando eu vi ele logo de primeira algo se acendeu dentro de mim, aquela vontade de reviver cresceu ainda mais. Eu tenho certeza disso. Por favor, me ajuda?–Implorei e vi meu irmão respirar fundo.
—Isso é um passo muito importante.
—Eu sei, eu sei, Chris. Mas eu tenho certeza do que quero.
—Tá certo!– Christopher levantou as mãos em rendição.—Eu vou te ajudar.