As Folhas do Outono (SuperCor...

By rosedawsonr9

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Numa noite de outono, após sofrer um acidente, Lena Luthor, que carrega um nome um tanto quanto conhecido no... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 8

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By rosedawsonr9

- Você demorou! - Lena exclamou ao abrir a porta para Kara.

- Minha irmã não mora perto. - Encolheu os ombros dando um meio sorriso.

- Entra. - Lena deu espaço para que ela entrasse, assim que o fez, fechou a porta. - O que aconteceu? - A pergunta fez Kara suspirar.

- Qual você quer ouvir primeiro, a coisa boa ou a ruim?

- A ruim. - Lena caminhou até a adega, sendo acompanhada por Kara.

- Não sei ao certo como as coisas vão prosseguir daqui para frente, mas Mike e meu pai estão contra mim e a minha decisão da separação. - Lena lhe ofereceu uma taça com vinho que foi aceita imediatamente. - Minha irmã ouviu sobre um documento falso de divórcio onde eu assinaria e continuaria casada sem saber.

- Isso é doentio - comentou ao levar a taça para longe da boca.

- Só que eu já dei entrada no pedido de divórcio, só falta seguir o processo.

- E isso já não é certo que agora vocês vão se divorciar? - perguntou enquanto assistia Kara tomar o vinho da sua taça deixando o formato do seu lábio inferior estampado de batom vermelho.

- Os dois vão dificultar isso até onde conseguirem.

- Algo que era para ser tão simples...

- Nada é simples quando envolve meu pai. - Abaixou seu olhar para o chão.

- Se você explicar isso para o advogado talvez tenha como agilizar o processo, você não acha?

- Não sem provas.

- Mas tem uma testemunha... E não querendo te lembrar disso, mas posso ser testemunha também de quando te vi com hematomas nos braços causados por ele, já é uma ajuda também.

- Se tudo isso for realmente necessário, eu agradeço.

- Não precisa, como sempre. - Lena sorriu e segurou a mão de Kara a guiando até o sofá para que se sentassem.

- Como estão as coisas na empresa? - Kara mudou de assunto.

- Está tudo em ordem, foi acalentador voltar para lá. - Sorriu.

- Quero conhecer. - Sorriu também.

- E vai, mas em breve... - limitou-se a dizer.

- Vou aguardar um convite.

- Juro que não vai demorar. - Lena sorriu.

Kara olhou ao redor, reparando nos detalhes do cômodo em que estavam. O apartamento todo da morena tinha a mobília preta e branca com alguns detalhes coloridos, tudo devidamente em seu lugar, algo que parecia ter sido feito sob olhos e mãos de uma especialista em decoração.

- Seu apartamento é lindo - disse ao voltar a olhá-la.

- Obrigada. - Sorriu.

- Tudo tão... escape - disse fazendo Lena rir.

A campainha tocou, fazendo as duas se virarem para a porta. Passava das onze, se não fosse algum vizinho ou Samantha, seria estranho qualquer pessoa chegando a essa hora sem ser convidado. Lena se levantou do sofá para abrir a porta e assim que o fez, preferia não ter se dado ao trabalho de levantar.

- Hey, love. - Jack sorriu ainda na soleira. - Senti sua falta. - Lena ia protestar, mas foi impedida quando ele deu um passo a frente, segurando sua cintura e selando seus lábios contra a vontade dela. Com toda a força que tinha, ela o empurrou o fazendo dar um riso sarcástico.

- Você já foi mais fácil, Luthor.

- O que você está fazendo aqui? - falou pausadamente. Kara ainda sentada no sofá, observava os dois e estava prestes a se colocar de pé.

- Vim pegar o que é meu de volta.

- Não tem absolutamente nada seu aqui.

- Está bem na minha frente. - Deu um sorriso lascivo e um passo a frente, a fazendo dar um para trás. - Qual é, Luthor? Vai dificultar tudo mesmo?

- Sai da minha casa, Jack - usou seu tom de voz mais firme e cerrou os punhos tentando controlar suas mãos que tremiam por conta da raiva.

- Você sabe que invasão de domicílio é crime, não sabe? Não lembro de ouvir ela te convidando para entrar. - Kara se colocou ao lado da morena, cruzando os braços.

- Não sabia que trazia suas médicas gostosas para casa, Luthor.

- Ou você sai agora, ou...

- Ou o quê? - a interrompeu. - Vai chamar a polícia? - Soltou mais uma vez seu riso sarcástico.

- Posso, Lena? - Kara perguntou e Lena assentiu sem desviar os olhos dele.

- Não! - vociferrou quando Kara fez menção de tirar o celular do bolso. - Eu saio, Luthor, mas você não vai se ver livre de mim tão cedo. - A olhou por mais alguns segundos antes de passar pela porta. Lena a fechou e encostou suas costas nas mesmas, fechando os olhos e respirando fundo.

- Você está bem? - perguntou fazendo Lena abrir os olhos e a mesma assentiu.

- Me desculpe por isso.

- Quem tem que se desculpar é ele com você. - Deu um meio sorriso. - Preciso ir, vai ficar bem?

- Já?

- Uma hora ou outra tenho que voltar, não é?

- Ainda é cedo, fica mais um pouco. - Lena se desencostou da porta, se aproximando de Kara e colocando as mãos em seus ombros, a virando de costas para si e a guiando até o sofá de volta. - Você não disse que queria ficar longe de casa? Agora vai me fazer companhia. - Enquanto Kara se sentou novamente no mesmo lugar onde estava acomodada antes, Lena pegou as duas taças que estavam vazias sobre a mesinha de centro e voltou à adega.

- Eu estou dirigindo, Lena. - Riu ao ver a morena enchendo sua taça com mais vinho.

- Esquece que você tem que ir para casa - disse ao voltar para perto dela e lhe devolver a taça com um tanto considerável. - Duas taças de vinho também não vão fazer mal algum.

- Se eu pudesse beberia até ficar insana e esquecer o rumo que minha vida tá levando.

- Fique à vontade - riu -, te empresto minha cama.

- De modo algum. Eu trabalho amanhã cedo, senhorita Luthor. - Kara voltou a taça de vinho para a mesinha de centro de sala, e parou os olhos numa folha com um desenho ainda em andamento. Era o vestido que Lena estava fazendo pensando justamente nela, mas que ela não saberia até ficar pronto. Pegou a folha e a analisou. Lena sentiu o coração acelerar ao ver ela pegando e o olhando com uma expressão indecifrável. - Imagino que ficará lindo quando acabar. - Sorriu desviando os olhos da folha para Lena e logo voltando o desenho onde estava.

- Espero mesmo que fique. - Deu um meio sorriso.

- É para a coleção ou para alguém específico?

- Para alguém específico - limitou-se a dizer.

Passaram mais horas a fio conversando, Lena chegou até a colocar um filme que ambas compartilhavam o gosto por tal quando as palavras já não se faziam mais presentes entre elas. Se Kara queria ficar longe de casa, era isso que faria.

Estar ali com Lena era como ter um abrigo recém descoberto, era um lugar novo, mas que já de início fora cuidada. Ah, se sua amiga que sempre era quem estava por perto descobrisse que quase três horas da manhã Kara estava na casa de outra, assistido filme, enquanto essa outra era embalada pelo sono com a cabeça encostada no ombro da loira. Ela nem havia se dado conta de que Lena dormira no meio do filme. Essa companhia para Kara era sinônimo de conforto, era uma pessoa nova na sua vida, era o novo que se depender de sua vontade vai se tornar permanente.

Quando os créditos finais apareceram na tela, Kara olhou para a morena que estava calada há um tempo, com a cabeça repousada de modo confortável sobre seu ombro, ato que aconteceu logo no começo do filme de forma quase involuntária. Olhou seu celular e consequentemente percebeu que era hora de ir embora. Por segundo ficou indecisa se a acordava ou não e então preferiu avisar que estava indo embora, assim, ao menos Lena poderia ir também dormir em um lugar mais confortável que o sofá.

- Lena - sussurrou próximo ao seu ouvido e se moveu um pouco.

- Hum? - deu um murmúrio.

- Vá dormir na sua cama. - Kara riu ao ver Lena levantando a cabeça de seu ombro e coçando os olhos.

- Desculpa por usar seu ombro como travesseiro. - Deu um meio sorriso. - Que horas são?

- Quase três da manhã. Já passou da minha hora. - Se colocou de pé e observou Lena com os cabelos pretos todos desgrenhados e quase deixou um sorriso escapar ao vê-la assim com uma cara digna de quem dormiu por horas.

- Está tarde para você ir embora.

- Sim - respirou fundo -, mas eu preciso mesmo assim.

- Tudo bem - colocou-se de pé também -, eu te acompanho até o térreo.

- Não precisa, volte a dormir. - Se aproximou dela, lhe dando um beijo no rosto. - Obrigada, escape.

- Pelo que? - Lena a encarou confusa.

- Por ter sido meu escape mais uma vez. - Sorriu e deu as costas. Quando estava prestes a abrir a porta para sair, Lena a chamou fazendo com que se voltasse para ela.

- Cuidado.

Kara sorriu com a única palavra dita por Lena e assentiu, saindo logo em seguida.

Luthor desligou a televisão e caminhou quase arrastada para o quarto.

Já fora do prédio, Kara olhou a rua quase deserta, só não completamente porque um carro ou outro passava. Entrou no seu carro com uma sensação contrária da que entrara para vir até aqui. Estava começando acreditar que Lena tem algum dom que a deixa mais leve, colocando um pouquinho de paz onde é puro caos.

x

Kara desceu para tomar café da manhã antes de ir para o hospital, assim que colocou os pés no último degrau, pôde ouvir uma voz que conhecia perfeitamente vindo da cozinha. O que Jeremiah fazia aqui uma hora dessas?

Seguiu para onde vinham as vozes de Mike e seu pai e olhou para os dois procurando por uma explicação. Ambos estavam sentados próximos a bancada, onde estava servido o café da manhã e agiam normalmente, como se fosse rotineira a presença de Jeremiah em sua casa às seis da manhã.

- Bom dia, querida. - Jeremiah deu um meio sorriso.

- Bom dia - respondeu de má vontade. - O que faz aqui tão cedo? - Pegou uma xícara e esperou a resposta enquanto a enchia com um café que desejava que estivesse amargo para fazer o par perfeito com seu humor.

- Seu marido - enfatizou - me disse ontem à noite que você não voltou para casa e estava preocupado. Vim saber se estava tudo bem.

- Tudo ótimo. - Pousou a xícara já vazia de volta na bancada. - Espero que seu advogado lhe avise logo quando deverá assinar os papéis do divórcio - disse mantendo seu olhar sobre Mike, saindo da cozinha em seguida.

O aviso estava dado, todo o temor por seu pai ali presente se esvaiu no momento em que a raiva por lembrar que estavam unidos a favor da sua infelicidade se acendeu.

Jeremiah não estava ali por preocupação, estava ali por querer controlar a vida dela e continuar com suas rédeas curtas, Kara tinha a plena consciência disso.

Se não fosse por Alex, estaria entrando em uma armadilha perfeita criada por seu próprio pai, a pessoa que deveria apoiá-la em suas decisões independentes de quais fossem, ou dar um puxão de orelha quando necessário para ajudar, a pessoa que deveria estar ao seu lado nas horas que sua vida estava de ponta cabeça por ter se cansado da estabilidade de um casamento fracassado. Doía ver que a pessoa que estava disposta a tê-la a todo custo por puro egoísmo ainda tinha o apoio de quem deveria ter sua felicidade como prioridade. Passou a vida tentando agradar seu pai, sempre fora a melhor aluna, um exemplo de filha até mesmo na adolescência, que mal quebrava uma regra por mais besta que fosse, casou-se porque seu pai prezava por sua imagem e Mike era o homem perfeito para posar nas fotos das festas de final de ano, para apresentar aos colegas de classe alta como o marido da sua filha mais nova.

Era hora de se colocar em primeiro plano, era hora de ver que há anos não dependia mais de seu pai e por isso era desnecessário fazer algo para agradá-lo. Não importa o quanto esse divórcio afeta Jeremiah, estava decidida a prosseguir com isso mesmo com os empecilhos que teria por conta do mais velho.

Era pedir demais ter uma família estruturada, onde pai e filha mantém uma relação que beira a algo saudável.

x

(07:04)

Chegou bem em casa de madrugada?

Sorriu boba ao ler a mensagem enviada pelo contato salvo como Escape. A mensagem chegara há duas horas atrás, porém era um momento inapropriado para respondê-la. Lena já estava acostumada a ter respostas demoradas se mandava mensagens durante seu plantão.

(09:09)

Apesar do tanto de vinho que você me deu, sim, cheguei bem.

Respondeu assim que pôde se sentar para tomar um copo de café quente e amargo.

(09:10)

Como estão as coisas? Como você está?

(09:10)

Se você considera que o estado caótico da minha vida já é normal, então está tudo normal.

(09:10)

Seu conformismo me irrita, doutora Danvers.

Kara teve uma imagem perfeita em sua mente de como Lena diria isso se estivessem cara a cara e sorriu sozinha.

- É... Doutora Danvers? - Uma voz baixa a chamou. Kara virou-se procurando pela dona e a encontrou parada atrás de si.

- Sim? - respondeu à Rojas

Andrea deu mais três passos e se sentou ao lado de Kara.

- Sei que não temos tanta intimidade assim, mas no sábado é meu aniversário e vim te convidar para ir até minha casa, é algo como... uma festa?! - Mordeu o canto do lábio inferior, desviando o olhar rapidamente. - Faça isso por Lena, ela vai adorar ter você por perto. - Sorriu genuinamente ao voltar seus olhos para a médica.

Andrea fez duas visitas à Lena durante a semana, como havia prometido à amiga, e numa delas acabou por descobrir o contato que a médica e a paciente manteram. Suspeitava de que era algo que ultrapassava os limites do profissionalismo desde quando percebeu a prioridade que Kara dava ao caso da amiga quando a mesma estava internada. Tirou de Lena que as duas conversavam diariamente e se davam bem até demais. Não poderia deixar Lena sozinha na comemoração do seu aniversário. O círculo de amigos não era o mesmo, se recusava a falar para Lena levar sua melhor amiga que julgava ter tomado seu lugar, e a morena já não tinha mais namorado. Kara seria a pessoa perfeita para lhe fazer companhia e a nortear e não era algo anormal convidar a médica já que viviam no mesmo ambiente de trabalho.

Kara a analisou por segundos e esboçou um sorriso sereno, assentindo em seguida. Andrea sabia que se envolvesse o nome da amiga seu convite não seria negado. Anotou no bloco de notas do celular da médica o endereço e o horário e voltou à sua ala.

(09:22)

Acabo de ser convidada para uma festa por sua causa, escape.

Trocou a pauta.

(09:22)

Andrea?

(09:23)

A própria.

(09:23)

Me sinto honrada por sua companhia no meio de estranhos.

(09:24)

Serei seu escape por uma noite.

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