Lendas de amor e maldições

By Kordova_W

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Em um reino onde a magia é vigiada, Evangeline Starlight carrega o fardo de uma linhagem perseguida. Seus cab... More

Prólogo
Capítulo 1 - Destino mascarado
Capitulo 2 - Poço dos Corvos
Capítulos 3 - Acordos com o diabo
Capitulo 4 - Magos e enigmas
Capítulo 5 - Lembranças sombrias
Capítulo 6 - O inimigo dorme ao lado
Capítulo 7 - Casa dos segredos
Capítulo 8 - Solidão à dois
Capítulo 9 - Livros e ossos
Capítulo 10 - Flores e discussões
Capítulo 11 - Vilania do desespero
Capítulo 12 - Fugas e Facas
Capítulo 13 - Entrelaçados
Capítulo 14 - No Limiar da Escuridão
Capítulo 15 - Entre o Destino e a Vontade
Capítulo 16 - Fúria e sangue
Capítulo 17 - Contradições do Coração
Capítulo 18 - O Peso dos Segredos
Capítulo 19 - No Eco das Palavras Cruéis
Capítulo 20 - O Amuleto e o Preço da Verdade
Capítulo 21 - Sombras do Coração
Capítulo 22 - Obsessão obstinada
Capítulo 23 - Coração em Conflito
Capítulo 24 - Flechas de desespero
Capítulo 25 - À Beira do Abismo
Capítulo 26 - Nos domínios da morte
Capítulo 27 - Laços rompidos
Capítulo 28 - Dança com o Fogo
Capítulo 29 - Luta contra o desejo
Capítulo 30 - Baile de lágrimas
Capítulo 31 - Verdades crucificadas
Capítulo 32 - Entre Escuridão e Redenção
Capítulo 33 - Amor e Maldições
Capítulo 35 - Passado adormecido
Capítulo 36 - Pico das Falésias
Capítulo 37 - Entre a Joia e o Mar
Capítulo 38 - Uma cama e dois corações
Capítulo 39 - Liberdade e Redenção
Capítulo 40 - O fogo que consome

Capítulo 34 - Bilhetes de um jardim

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By Kordova_W

Evangeline estava sentada em seu lugar favorito no jardim do castelo, um recanto tranquilo e isolado, cercado por arbustos floridos e uma fileira de rosas trepadeiras que deslizavam ao longo do pergolado de madeira. O sol da tarde derramava seus raios dourados sobre ela, criando padrões de sombras e luzes dançantes no chão de pedra.

Com um suspiro de contentamento, Evangeline mergulhou nas páginas de seu livro, deixando-se envolver pela história cativante que se desdobrava diante de seus olhos. O aroma suave das flores flutuava no ar, misturando-se com o som distante do canto dos pássaros e o zumbido suave dos insetos.

Ela se perdeu nas palavras, permitindo que sua mente vagasse para além das páginas, enquanto o mundo ao seu redor desaparecia em segundo plano. Era um refúgio bem-vindo da agitação do dia-a-dia, um momento raro de paz e tranquilidade em meio ao caos que cercava sua vida.

No entanto, ao folhear as páginas desgastadas, algo chamou sua atenção: um pedaço de papel dobrado entre as páginas.

Com curiosidade brilhando nos olhos, Evangeline cuidadosamente deslizou o bilhete de seu esconderijo improvisado. Ele estava escrito à mão, com uma caligrafia elegante e familiar que instantaneamente a fez sorrir. O coração dela começou a bater mais rápido enquanto ela lia as palavras escritas ali.

"Minha querida Evangeline,

Enquanto você se perde em algum canto tranquilo do jardim, imersa em suas páginas, decidi deixar um pequeno rastro de caos no seu refúgio de paz. Considere este bilhete como uma dose de sarcasmo para iluminar seu dia, ou quem sabe para desafiá-la a erguer uma sobrancelha em minha direção.

De qualquer forma, espero que este bilhete interrompa temporariamente sua jornada literária e desperte um sorriso, ou quem sabe um suspiro de exasperação. Seja qual for a sua reação, saiba que estou aqui, observando silenciosamente, e talvez até rindo um pouco da sua expressão confusa.

Gostaria de convidá-la para vir até meu escritório ao cair da noite, tenho coisas interessante para te dizer.

Se optar por ignorar meu convite, saiba que vou ficar profundamente desapontado. E, como você bem sabe, Evangeline, quando estou desapontado, minhas ideias de vingança tendem a ser um tanto... criativas.

Com um carinho ameaçador reservado apenas à você,

Naevran."

Seus olhos percorreram as palavras escritas com uma mistura de surpresa e diversão, enquanto um sorriso divertido curvava seus lábios. Era típico de Naevran deixar uma nota tão intrigante e provocativa, mesmo quando convocando-a para uma reunião.

Ela imediatamente olhou ao redor, procurando encontrá-lo escondido atrás de algum arbusto rindo dela. Bem, ele definitivamente riria ao perceber que ela caiu em mais uma de suas provocações ao procurá-lo.

E aquilo deixava uma dúvida intrigante em sua mente: Como Naevran, além de saber qual livro ela estivera lendo, sabia até mesmo a página da qual havia parado?

Isso sugeria que ele andou observando-a, furtivamente e em segredo. Aquilo causava uma excitação intrigante em Evangeline, que a levava a se perguntar em quais outros momentos o elfo a tinha sondado secretamente. Imediatamente ela corou, tentando eliminar esses pensamentos lascivos de sua mente. Isso era coisa daquele elfo delirante, não dela! Ainda sim, a jovem riu de si mesma e da ideia de Naevran estar agindo como um perseguidor sombrio.

A luz do dia estava quase no fim quando Evangeline respirou fundo antes de girar a maçaneta da porta que dava acesso ao escritório de Naevran. Assim que adentrou o cômodo, seus olhos se fixaram nas paredes de pedra escura, contrastando com o brilho dourado dos candelabros que iluminavam o ambiente com uma luz suave e acolhedora.

O escritório exalava uma aura de sofisticação e mistério, refletindo perfeitamente a personalidade enigmática de seu dono. Uma estante alta ocupava uma parede inteira, repleta de livros antigos e artefatos misteriosos, cada item contando uma história única e desconhecida.

No centro da sala, uma imponente mesa de mogno ocupava o espaço. Sobre a mesa, havia um conjunto de objetos curiosos: O globo de cristal roubado de Nikolai, uma pena de corvo enfeitada com runas antigas e uma adaga afiada com o cabo entalhado em intricados padrões élficos.

Logo seu olhar encontrou Naevran, que estava sentado em sua cadeira imponente atrás da mesa, observando-a com olhos penetrantes e sutilmente desafiadores.

Ele estava elegantemente vestido como sempre, com sua capa escura jogada casualmente sobre os ombros e seus cabelos negros peteados de forma quase desajeitada. Seus traços eram afiados e marcantes, revelando a beleza sombria de sua linhagem feérica, enquanto sua postura era de um líder nato, acostumado a comandar e a ser obedecido.

Ela se aproximou lentamente, seus passos ecoando no chão de madeira, até que finalmente ficou diante da mesa de Naevran.

— Vejo que recebeu meu recado. — Evangeline emitiu um "hum", com o resquício de um riso nos lábios rosados.

— Me pergunto qual outra maneira criativa usará da próxima vez. — Ela comentou. — Talvez envie um corvo com um bilhete? Você parece gostar desses animais. — Naevran deu de ombros, estreitando os olhos com uma fagulha de diversão.

— Sente-se, Evangeline. — Ele disse apenas, apontando para uma das duas cadeiras em frente à mesa dele.

A jovem se sentou, levando a cadeira mais próxima da mesa para que pudesse apoiar os braços.

— É aqui que você planeja seus planos malignos então... — Murmurou, observando a sala ao redor antes de retornar a olhar para o elfo.

— Me encanta vê-la pensar que preciso estar aqui para planejar algo ruim. — Evangeline revirou os olhos, o resquício de um sorriso nos lábios.

— Está bem, agora diga logo o que quer de mim. — Seus lábios curvaram-se num estreito sorriso sugestivo, enquanto algo perverso brilhava em seus olhar penetrante.

Evangeline entremeceu diante daqueles olhos. Ela sentia-se nua perante a forma como ele a fitava com aquela expressão indecifrável que lhe causava uma horda de borboletas em seu estômago. Será que Naevran ouvia como seu coração batia acelerado na presença dele? Ela esperava que não...

O elfo inclinou-se para frente, tomando em mãos o globo de cristal.

— Sabe o que isso faz, Evangeline? — Ele perguntou, girando o objeto.

— Não, só espero que não tenha ajudado você a roubar nenhum tipo de arma de destruição em massa, nem nada do tipo. — Naevran riu, balançando a cabeça.

— Não diria que roubamos, apenas... pegamos emprestado por um período indeterminado de tempo. — Evangeline ergueu uma sobrancelha, incrédula com o conceito dele de pegar "emprestado". — E não, isso não é uma arma. É um localizador. — Aquilo com certeza deixou ela mais aliviada.

A jovem se inclinou um pouco mais para frente, curiosa à respeito.

— Finalmente decidiu procurar seu bom senso? — Ela comentou com sarcasmo, que tirou um cerrar de olhos de Naevran.

— A única que parece tê-lo perdido é você, pela forma inconsequente que age e fala comigo. —Ele comentou, sua voz perigosamente baixa.

Evangeline o olhou com desafio, recostando-se na cadeira que estava sentada enquanto dava de ombros.

— Estou apenas trazendo um pouco de entretenimento para sua vida, não é isso que você faz? — O elfo repuxou os lábios em desgosto, balançando a cabeça.

— Mais algum comentário irritante ou posso voltar para o que importa? — Evangeline riu vitoriosa, assentindo. — Pois bem, como eu estava dizendo... — Ele começou num leve tom de repreensão. -- Este pequeno globo funciona como um localizador, contanto que você possua algo daquele cujo deseja localizar. — Evangeline sentiu seu coração dar um salto no peito.

Ela ajeitou sua posição na cadeira, mais tensa e muito mais interessada naquele objeto do que antes.

— Podemos localiz... — Naevran a interrompeu antes que ela terminasse.

— É exatamente isso que faremos, coelhinha. — Evangeline franziu o cenho, respirando um pouco mais freneticamente.

Aquele globo seria usado para localizarem sua mãe.

— Por que não me disse aquele dia no castelo que o usaríamos para isso? Eu certamente teria me aderido com mais facilidade à ideia de rouba-lo. — Naevran deu de ombros, sorrindo perversamente.

— Talvez eu tenha me esquecido de mencionar. Ou só quisesse vê-la ir contra seus próprios princípios por obrigação. — Evangeline bufou, revirando os olhos.

— Você definitivamente daria um excelente príncipe do inferno. — Ela resmungou, fulminando-o com um olhar irritado.

— Eu faria com excelência qualquer papel designado à mim. Aliás, o inferno não é tão ruim quanto dizem. Eu tenho uma cabana na praia com vista para os lagos de enxofre. — Evangeline balançou a cabeça, incrédula.

— Por que não começa a interpretar o papel do elfo bonzinho que para com seu terrível costume de perturbar sua humana favorita? — Uma gargalhada escapa dos lábios de Naevran enquanto ele se levantava e vai até a jovem.

Naevran inclinou-se mais perto de Evangeline e apoiou suas mãos nos braços da cadeira dela. Um sorriso malicioso dançando em seus lábios enquanto ele a encarava.

— Ah, minha cara Evangeline, você realmente acha que eu seria capaz de me contentar em ser bonzinho? Isso seria uma verdadeira blasfêmia contra minha própria natureza. — Sua voz era suave, mas havia um toque de provocação em suas palavras. — Você gosta de me ver perturbar a ordem das coisas, admita. É a minha natureza sombria que a atrai, não é mesmo? — Ele sussurrou, sua respiração quente acariciando suavemente sua pele.

Evangeline sentiu um arrepio percorrer sua espinha diante da proximidade de Naevran, seus olhos fixos nos dela, faiscando com uma energia perigosa. Ela tentou desviar o olhar, mas encontrou-se presa na intensidade do olhar de Naevran. Ela sabia que ele estava certo, que havia algo em sua aura sombria e provocativa que a atraía como um ímã.

— Você adora se gabar do seu charme diabólico, não é? Mas acho que você subestima minhas habilidades de resistência. — Ela retrucou, erguendo uma sobrancelha com um olhar desafiador.

Naevran soltou uma risada suave, um som que ecoou na mente de Evangeline como a mais bela das melodias musicais do norte.

— Quem sabe eu estou apenas testando seus limites, querida. Assim como você faz comigo. — Ele sussurrou, causando uma nova onda de arrepios em todo o corpo de Evangeline.

— Você não negou que eu era sua humana favorita. Então talvez a vitoriosa disso tudo seja eu. — Outro sorriso perverso estampou-se nos lábios dele.

— Talvez eu esteja fazendo-a pensar que está ganhando, apenas para ver o quão longe você está disposta a ir para provar seu ponto. — Evangeline levou os olhos até os lábios de Naevran, tão chamativos e pecaminosos.

— Talvez eu não precise ir tão longe. — Ela sussurrou, olhando para sua boca antes de tornar a olhá-lo nos olhos. — Afinal, o que seria da vida sem um pouco de diversão perigosa? — Um sorriso felino curvou os lábios de Naevran, que se afastou dela com cuidado.

— Você acabará causando a ruína de nos dois, minha doce Evangeline. — Um sorriso felino curvou os lábios de Naevran, seus olhos brilhando com uma mistura de fascínio e hesitação.

Evangeline se viu enredada nas palavras de Naevran, sentindo-se como uma presa diante do seu predador. Ela ergueu o queixo com determinação, desafiando-o com um brilho travesso nos olhos.

— Talvez seja exatamente isso que estamos destinados a fazer, Naevran. — Ela respondeu, sua voz soando firme, apesar do turbilhão de emoções que a consumia por dentro. — Destruirmos um ao outro. — As palavras ecoaram no ar, carregadas de um peso sombrio e uma pitada de desafio.

Evangeline sabia que estava brincando com fogo ao se entregar à atração perigosa que sentia por Naevran, mas não conseguia resistir à tentação de desafiar o destino e se render à paixão proibida que ardia entre eles.

— Você é uma verdadeira tempestade, Evangeline. — Ele murmurou, sua voz carregada de uma mistura de encanto e perigo. — Essa seria uma ruína gloriosa. — A jovem sentiu seu coração dar um salto diante das palavras dele.

A voz de Naevran tinha o poder de acender chamas dentro dela, mas também despertava dúvidas e incertezas. O que ele realmente sentia por trás de todas essas provocações, dessa fachada de incerteza e palavras ambíguas?

Ela se obrigou a manter o olhar firme no dele, buscando qualquer sinal de fraqueza ou hesitação. Mas Naevran era um enigma, um abismo profundo de segredos e mistérios que ela ainda não conseguia decifrar completamente.

Então como se nada tivesse acontecido, Naevran se encosta na mesa, cruzando as pernas na altura dos tornozelos e pondo as mãos nos bolsos num gesto casual.

— Como eu estava dizendo, preciso de algo que pertenceu à sua mãe. Pode me ajudar com isso? — Evangeline balançou a cabeça, tentando se livrar de todos aqueles pensamentos ardentes que a consumiam.

— Sim, o vestido branco que usei no solstício de primavera. — Pelos deuses, aquilo aconteceu há poucos meses mas parecia... uma vida passada, completamente diferente.

Naevran assentiu, um brilho de determinação reluzindo em seus olhos sombrios.

— Perfeito. Vista-o e volte aqui. — Evangeline assentiu, deixando a sala e a presença do elfo.

Evangeline olhou para o vestido branco que pendia elegantemente em seu armário, uma peça de tecido delicado que guardava memórias de um tempo mais simples e feliz. Ela se viu imersa em pensamentos enquanto seus dedos acariciavam suavemente o tecido, relembrando o solstício de primavera e todas as emoções que o acompanharam.

Naquele dia, enquanto se preparava para o evento, ela se pegou imaginando se encontraria seu verdadeiro amor usando aquele vestido, assim como sua mãe encontrara seu pai. Era uma reflexão inocente na época, tingida com um toque de romantismo e esperança no futuro.

E então, usando-o, ela conheceu Naevran.

No entanto, agora, diante de toda a incerteza e perigo que cercavam sua vida desde que Naevran cruzou seu caminho, ela se questionava se ele realmente poderia ser seu verdadeiro amor. Seu futuro parecia mais incerto do que nunca, um labirinto de segredos sombrios e ameaças iminentes.

Evangeline suspirou, sentindo o peso das dúvidas sobre seus ombros. Naevran era uma figura enigmática, sedutora e perigosa, envolta em mistério e sombras. Sua presença despertava emoções tumultuadas dentro dela, uma mistura de fascínio, medo e desejo.

Ela sabia que se envolver com Naevran significava entrar em um mundo de perigo e intriga, um mundo onde a morte espreitava em cada esquina. Mas, apesar de tudo isso, havia algo nele que a atraía irresistivelmente, algo que ela não conseguia ignorar ou resistir.

No entanto, o futuro deles era incerto, um horizonte nebuloso onde o destino os aguardava com sua mão implacável.

Ela se perguntava se o amor verdadeiro era capaz de florescer mesmo nas circunstâncias mais sombrias, se eles poderiam encontrar a luz no meio das trevas que os rodeavam. E, mais do que tudo, ela se perguntava se Naevran era realmente seu verdadeiro amor, ou se ele era apenas uma ilusão fugaz em um mundo repleto de mentiras e enganos.

Com todas essas perguntas ecoando em sua mente, Evangeline fechou os olhos e respirou fundo antes de vestir o vestido de sua mãe.

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