Kakashi
— Pai...
A voz de Hina ecoou pelos meus ouvidos e ela apareceu vestindo um longo vestido de noiva, com um buquê de rosas nas mãos.
— Hina...
— O que acha? — segurou o vestido e deu uma volta — fiquei bem?
Sorrio e engulo o nó na garganta, ciente de que nunca saberei a sensação de levar minha menina até o altar.
— Como uma princesa...
Olho em seu rosto, vendo as feições de Rin, vendo seu rosto como uma verdadeira mulher.
Ela se senta ao meu lado, abraça meu braço.
— Estou feliz que vou me casar, pai.
Ouvir isso de Hina é tão estranho... nunca nem parei pra pensar na fase dos namoradinhos, imagina em um casamento.
Essa realidade é completamente diferente.
— Que bom, meu amor — beijo o topo de sua cabeça, cuidando para não desmontar o véu — é um bom homem?
— Sim... — sorri — igual a você, papai, igual você era com a mamãe.
Por mais que eu ame matar um pouco da saudade que sinto de Hina nestes sonhos. As vezes eles me quebram.
— E pai... — ergue a cabeça para me olhar — sei que consegue ser feliz sozinho. Mas te vejo tão feliz com Aika.
Paraliso, sem palavras, Rin já havia falado de Aika, mas era uma conversa de adultos, Hina... tudo bem que neste momento ela é uma adulta, mas é estranho falar com minha filha sobre outra mulher que não seja a mãe dela.
— Hina...
— Eu gosto dela, pai. Ela é uma querida... e ela te ama.
Deus isso é tão difícil...
— Papai... sei que a sua vida não foi a que planejou... que muita coisa aconteceu... mas precisa seguir... Aika é como um anjo que apareceu na sua vida pai, ela é atenciosa, cuidadosa, carinhosa... não é como Raya. Ou qualquer pessoa que existe por aí...
— Hina...
— Precisa parar de se condenar por seguir a vida... nunca deixaremos de ser sua família e sempre iremos te amar. Mas desejamos que tenha amor pai... que seja feliz.
Senti suas mãos em minhas costas, acariciando.
— Sei que seu maior medo é esse pai... se iríamos aceitar... sim papai, queremos a sua felicidade.
Me levantei, ela também se levantou, me deu um abraço demorado e um beijo na bochecha.
Pode entrar comigo, pai?
Engoli seco.
— Não tenho tanta certeza disso... tenho medo de ver quem é seu noivo...
Ela sorriu.
— Não seja bobo...
Caminhei com ela até a porta. Quando coloquei a mão sobre a madeira para empurrá-la, percebi que estava vestindo um terno. Quando abri a porta, olhei para o lado e vi que Hina já não estava ali.
Olhei para o altar e vi uma mulher com um vestido enorme de noiva, ela se virou para mim e caminhou em minha direção, na medida que se aproximava meu coração foi saltitando pela garganta, era Aika, vestida de noiva. E estava linda.
Ela se aproximou com um sorriso, mas não parou quando chegou em mim, passou reto, encontrando com um homem que estava vestido de terno, então ficou na ponta dos pés.
E o beijou.
Choque de realidade
Me sento na cama, suado ofegante.
Aika casando com outro homem? Nunca.
Nunca.
Nunca.
Nunca.
Isso me emputeceu pra cacete.
Aika
— Acho que temos que adaptar um quarto para vocês aqui embaixo — comento com meu pai, enquanto analiso as nossas opções — se Akira fizer cesárea ela vai sofrer para subir essas escadas.
Ele olhou as escadas.
— Tem razão.
Nossa casa tem quatro quartos, dois em cima e dois embaixo, meu quarto costumava ser lá em cima, mas depois do acidente não consegui subir as escadas.
Há um quarto aqui embaixo que na verdade usamos pra guardar coisas.
— Podemos limpá-lo... colocar uma cama de casal, um armário para as coisas do bebê... o berço esperamos para colocar no dia, se for parto normal, pode ser lá em cima...
— Certo...
Meu celular tocou com uma ligação de Shizune, olhei para meu pai.
— Vai, vai logo — riu.
Sorri, beijei sua bochecha.
Abri a porta da sala e saí pelo portão, encontrei Ino e Shizune na calçada.
— Não vejo coisa melhor que ir para o shopping na virada do ano — Shizune disse.
Sorri.
— Vai ser ótimo.
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As meninas sabiam da clínica e eu mostrei para elas, também sabiam de Akira, que eu me tornaria irmã mais velha.
Compramos roupas, sapatos e tudo que tínhamos direito, inclusive, eu comprei um amigurumi de girafinha para o bebê.
— Sei lá... cada vez me desanimo mais de pegar esses combos do mac — Ino disse, encarando nosso pedido — o hamburguer vem cada vez menor.
— Uma porcaria — Shizune disse — eu reclamo e nunca troco de lugar.
Dei uma pequena risada.
Olhei meu celular com algumas mensagens de Kakashi.
"Comprei o led amarelo, chegou hoje... posso ir instalar ele depois do almoço, o que acha?"
Sorri com o coração completamente quentinho, amo como Kakashi me apoia e principalmente como sempre arruma uma "desculpa" para me ver, afinal, ele poderia instalar isso qualquer outro dia ao invés da virada do ano.
— Ei, tá falando com quem? — Shizune perguntou, tentando olhar meu celular.
— Com Kakashi...
— Ainda? — Ino fez careta — caraca, vocês são mais enrolados do que eu imaginava...
— Estamos juntos... — sorri, um tanto orgulhosa — ele é um amor.
— Finalmente! — Shizune sorriu — que amor!
— Ah, parabéns... — Ino desviou o olhar — eu não sei... acho que eu não teria coragem de me relacionar com um homem que já teve uma esposa e uma filha... na minha cabeça que ele sempre amaria a esposa.
— Ino... — Shizune murmurou, dando-lhe um cutucão.
— Todo mundo merece uma segunda chance... — dei de ombros.
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— Pode desligar as tomadas pra mim? Preciso fazer uma conexão.
Fui até o painel e desliguei o disjuntor, observei Kakashi trabalhando concentrado naquilo, já fazia um tempo que ele estava ali.
— Hoje é virada do ano... poderia ter vindo outro dia — comentei.
— Eu queria te ver.
Sorri com a confissão sincera e verdadeira.
Analisei ele terminar os acabamentos, escondendo os fios com muito capricho.
— Pode acender para vermos.
Liguei o disjuntor outra vez e sorri quando brilhou lindamente, do jeitinho que eu queria.
Ele se levantou, se apoiando na mesa, com uma careta.
— Está tudo bem?
— Tá sim... só um pouco de dor nas costas por ficar tanto tempo embaixo da mesa.
Puxei a cadeira para que ele se sentasse.
— Senta aqui... — enchi um copo de água — bebe...
Abri a gaveta e peguei a caixa de lenços, tirei alguns e sequei seu rosto.
— Desculpe... ainda não instalaram o ar...
— Quer mais? — perguntei, pegando o copo de sua mão, ele negou com a cabeça, então o joguei no lixo.
— Isso foi... bem atencioso da sua parte — disse.
O encarei, sem entender exatamente.
— Por que acha isso? É algo normal...
— É algo que só você tem...
Balancei a cabeça como negação, me sentei na sua perna.
— Eu amo cuidar das pessoas, Kakashi... principalmente de quem eu amo...
Cobri a boca com as mãos, percebendo o que acabei de dizer. Ele deu uma pequena risada, me puxou para um abraço.
— Você nasceu para cuidar das pessoas, Aika... nunca vi uma mulher tão cuidadosa como você.
Deitei o rosto em seu peito.
— Tô morrendo de medo — confesso.
— Medo? — tira o cabelo de meu rosto, beija minha testa — de que?
— De hoje a noite... — suspiro nervosa — de passar a virada com seus pais... eu to muito, muito, muito nervosa...
— Não há o que temer — ele segura a minha mão — estarei com você... minha família é tranquila. Provavelmente eles terão um pé atrás por conta de tudo o que Raya nos causou, mas vão te amar, tenho certeza.
— E sua mãe? — ergo os olhos para ele.
— Não vai te fazer mal... jamais. Não se preocupe...
— Eu só... não sei se vou conseguir ficar tranquila... ela se parece muito com a minha mãe... — me levanto — fiquei completamente desestabilizada quando a vi pela primeira vez.
— Você vai gostar dela... — ele se levantou também, se aproximando — tenho certeza.
Me sentei na mesa e ergui a cabeça para olhá-lo.
— Meu pai e Akira vão passar a semana fora... de férias. Eu achei uma boa ideia, para que eles tenham o tempo deles agora que ela está grávida...
— Eu também pego férias a partir do dia dois — comentou — mas odeio pegar férias na primeira semana do ano...
— Por que?
— Dia três é aniversário da Hina. Minha cabeça fica completamente fora do lugar... é um dia do qual eu adoraria poder trabalhar até não querer mais, mas geralmente estou preso dentro de casa.
Deito o rosto em seu peito e o abraço, não sei exatamente o que dizer.
— Sinto muito...
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Vesti uma saia branca e um body rosa de alcinha. Geralmente todos tem o costume de usar branco e mais alguma cor para "atrair" alguma coisa.
O rosa era amor.
E por mais que eu quisesse muito essa cor, eu demorei para tomar coragem de vesti-la. Fiquei me questionando o que Kakashi pensaria se me visse com ela.
Fiz um babyliss no cabelo, que sempre foi curto na altura do ombro. Não é como se meu cabelo já não fosse ondulado.
Me sentei na cama e encarei o salto alto de glitter que estava ao lado do guarda-roupa, novo impecável, mas eu nunca poderia usá-lo com essa perna.
Peguei minha papete branca de pedrinhas e coloquei-a no pé. Kakashi enfatizou várias vezes que não importava o quanto estivesse frio lá fora, na casa dos pais dele quase ninguém suportava por conta da lareira. Então espero que esteja certo, porque eu literalmente estou indo com roupa de verão, tirando o fato da jaqueta branca.
Me olhei no espelho mais uma vez, dando uma conferida na maquiagem, vesti o casaco e ouvi a campainha tocar, meu pai não estava em casa, então sabia que era Kakashi.
Respirei fundo e abri a porta, o vi segurando um buquê de flores.
— Aika... — sorriu, sua postura desabou — como você está linda... meu Deus.
Sorri, beijei seus lábios, analisei sua roupa: branco e rosa.
— Estamos combinando...
Ele me entregou as flores, astromélias coloridas, deu-me um beijo no rosto.
— Obrigada... — sorri feito boba, eram lindas e eu amava receber flores.
— Precisamos conversar.
Meu sorriso se desfez, meu coração se apertou no peito, dei um passo para trás, lhe dando espaço para entrar.
— Claro... eu só... pode se sentar...
Peguei as almofadas do sofá e joguei no outro, derrubei o controle da Tv no chão e me abaixei para pegar, bufei. Ajeitei meu cabelo atrás da orelha, mas tenho certeza que ele viu minhas mãos tremendo.
— Aika... — sorriu, segurando minhas mãos — se acalme...
— Desculpa — estava com vontade de chorar, odiava ser uma pessoa ansiosa, eu nem sabia o que ele iria dizer e já pensei em milhares de coisas ruins.
Me sentei ao seu lado, mas virada de frente para ele, olhei em seus olhos.
-— Eu não quero te assustar... jamais. Eu só queria dizer algumas coisas.
Minhas mãos começariam a suar se ele não fosse breve.
Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma caixinha, abriu a mesma e vi duas alianças prateadas, de compromisso.
— Olha... eu queria dar um discurso, mas estou tão nervoso quanto você — deu uma risada nervosa — mas acho que já estendemos o que temos por muito tempo...
Ele colocou a caixinha sobre sua perna e eu só conseguia analisar como as alianças eram lindas, meus olhos se encheram antes de qualquer palavra.
— Aika... — passou a mão sobre a cabeça, meio sem jeito — eu sou péssimo nessas coisas...
— Eu te amo — digo, minha voz quase não sai, e não sei se deveria ter dito, não queria ter dito, não ainda.
Ele fica completamente mudo, olhando em meus olhos com um pequeno sorriso.
— Olha... Aika. A minha vida... você sabe como minha vida foi uma bagunça... — suspirou pesadamente — como foi doída... e ainda é. Mas você... você tirou a minha vontade de morrer.
Minhas lágrimas escorreram pelo rosto — e que raiva — borrando a maquiagem.
— Você me aceitou assim, quebrado. Você nunca me mandou seguir a vida e esquecer de Rin ou Hina, pelo contrário, você sempre teve um carinho enorme pela minha filha... sempre me disse para seguir com elas no coração... e... involuntariamente, sigo com você dentro dele.
Ele bufou, completamente sem jeito.
— E caralho... eu sei, sou péssimo nessas coisas. Mas eu também te amo, amo você, Aika. Não consigo imaginar minha vida sem você, não consigo imaginar você com outro. Cansei de nos relacionar sem compromisso... quero poder dizer que estamos juntos, que um dia vamos casar. Quero colocar essa aliança no seu dedo. Então eu te peço Aika... fica comigo... namora comigo... o resto a gente constrói.
Apenas concordo com a cabeça, incapaz de falar, ele sorri, coloca a aliança em meu dedo. Pego a outra e coloco no dedo dele.
— Te amo.
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Eu estava nervosa, por vários motivos. Primeiro pelo "eu te amo". Pela aliança. Pelo jantar de família.
— Desculpa — Kakashi pediu pela milésima vez — deveria ter te entregue depois, não sabia que ficaria assim.
— Tudo bem. Só estou morrendo de medo.
Ele deu uma pequena risada.
Kakashi tocou a campainha e eu quis fugir, Emiko abriu a porta e novamente eu congelei, meu estômago embrulhou.
— Kakashi, você trouxe ela! — Emiko disse entusiasmada, virou-se para dentro e disse em tom alto — Kakashi trouxe a Aika!
Mordi os lábios, querendo chorar de nervoso, Emiko abraçou o filho e depois me deu um abraço do qual eu não consegui retribuir, mas tentei.
— Que bom te ter conosco querida... Kakashi falou tanto de você, seja bem-vinda.
— Obrigada...
Emiko nos guiou até os fundos, onde havia uma piscina enorme, na verdade a casa toda era enorme e principalmente a área de festa, que era toda de vidro.
Conheci o pai de Kakashi, a irmã e uma cacetada de tios e tias e algumas crianças que são seus primos, todos me acolheram muito bem e ficaram felizes por Kakashi, as tias dele pareciam encantadas dizendo o quanto eu sou linda.
Dei uma fugida e fui até a cozinha, onde a mãe de Kakashi realizava mil e uma coisas ao mesmo tempo.
Uma hora ou outra eu teria de encará-la.
— Quer ajuda?
Ela se assustou com a minha presença, desligou o fogo e se voltou para mim.
— Imagina querida... só estou terminando alguns aperitivos e a sobremesa de uva...
— Sobremesa de uva? — sorri — é a minha favorita... e também é minha especialidade, eu posso ajudar.
Ela sorriu.
— Por isso mesmo que estou fazendo. Mas tive tanta coisa pra fazer hoje que acabei esquecendo da sobremesa... você me perdoa?
Meu Deus, que querida...
— Por favor, não peça perdão... eu deveria ter me oferecido para ajudar e ter trazido a sobremesa pronta, fiquei tão nervosa que nem passou pela minha cabeça, vou lhe ajudar...
Peguei a bandeja com as uvas e comecei a lavar.
— Imagina... estar me ajudando agora já é muito bom.
Lavei as uvas e coloquei-as sobre a travessa. Acabei me empolgando e ajudando com todo o resto.
— Posso dar uma olhada?
Quando ela tocou meu ombro eu reagi, me afastando. Morri de vergonha.
— Desculpa... eu...
Pensei em como me justificar.
— Tudo bem querida... — Emiko sorriu — não fique brava com Kakashi, mas ele comentou com nós... só queria que se sentisse confortável, então compreendemos.
Senti minha garganta dar um nó.
— Ele disse sobre minha mãe?
Ela concordou com a cabeça, olhando pela janela da cozinha.
— Sinto muito que tenha passado tudo aquilo com sua mãe... mas saiba que estamos completamente felizes por tê-la conosco... que você é muito bem vinda na família...
Dei um pequeno sorriso.
— Kakashi nos contou tudo o que fez por ele... — sua voz se alterou — eu não sei me expressar muito bem, mas chorei tanto ouvindo cada coisa... Raya desgraçou a nossa família, Aika... ela tirou tudo do meu filho... ela tirou a nossa neta...
Meus olhos se encheram outra vez.
— Se você tivesse conhecido Kakashi antes... — ela balançou a cabeça — ele era outro homem... sempre estava alegre, sempre fazia piadas, se entusiasmava com tudo... e era um ótimo pai.
— Ele era o melhor, ainda é o melhor pai — concordei — gosto de brincar que Kakashi e meu pai estão sempre em uma disputa acirrada pelo título de melhor pai do mundo.
Ela sorriu.
— Obrigada por cuidar tão bem do meu filho... olhe só — ela apontou pela janela — ele está sorrindo... está rindo... ele está voltando a ser o nosso Kakashi e tudo isso é graças a você.
Balancei a cabeça em sinal de negação.
— Eu dei uma ajudinha... ele andou até aqui — eu estava cheia de orgulho — ele tem lutado todos os dias e tem vencido.
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Lavei o rosto após ter tirado toda a maquiagem e o sequei na toalha.
— Está mais tranquila agora? Quanto à minha família — perguntou, jogando suas roupas no cesto.
Deveria ser em torno das três horas da manhã, a comemoração da virada do ano me cansou o bastante.
— Eles são tão queridos... e seus primos são uns fofos... foi bem diferente para mim que estou acostumada a ser somente eu e meu pai, mas eu amei...
— Que bom que se sentiu confortável...
Vesti meu pijama e fui para a cama, me deitei e ele se deitou ao meu lado.
— Amo você.
— Eu também te amo.
Sorrimos, encaixo meu rosto em seu pescoço.
— Obrigada por tudo que me disse mais cedo, quando me entregou a aliança.
— Você gostou do modelo? Eu nem lhe perguntei à respeito.
Beijei seus lábios.
— Eu amei...
Ele beijou-me, e depois outra vez, novamente, até estar por cima de mim.
— Estou com tanta saudade de você — diz beijando-me levemente no pescoço.
Sorrio.
— Por que não mata a nossa saudade?
Gosto do seu sorriso, gosto quando somos recíprocos em todos os sentidos.
Tiro o meu pijama enquanto ele coloca o preservativo, então me abraça e lentamente entra em mim.
Fecho os olhos e apenas sinto cada vez que entra e sai, cada vez que me leva ao céu.
Mesmo que a noite não esteja estrelada, sempre que estamos despidos de roupas, de traumas, de dores, alcançamos as estrelas, juntos.
E consequentemente brilhamos como elas.
⚠️: Quebra de tempo a partir do próximo capítulo. Podem ser meses ou até mesmo anos.