Doce Mentira

By IsaBiehl

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Quando a falência de sua família a coloca à beira de um casamento indesejado, Amélia Fickelgruber busca deses... More

Apresentação
Cast
1 - Precisa-se de um noivo
2 - A Proposta
3 - A Farsa
4 - Uma Legítima Fickelgruber
5 - Sorte
6 - Hora de Crescer
8 - Amor de Pai
Epílogo
Playlist

7 - Escolhas

80 9 170
By IsaBiehl


— Até que ela está indo bem — Comentou Altivo, o Umpa Lumpa amigo de Willy Wonka enquanto o chocolateiro observava de sua janela, Amélia sair de sua loja na Galeria Gourmet para pegar o bonde para a pensão — Aprendeu a se esforçar no trabalho, viu que gastar o primeiro salário em coisas  supérfluas era algo estúpido de fazer, fez até amizade com pobres... Imagino o que ela anda ocultando do pai quando vai visitá-lo — Já fazia três meses que Amélia estava trabalhando como vendedora de chocolates na loja de Willy e ele a viu amadurecer ainda mais nessa época, mas sem poder querer ser mais do que um amigo, pois era o patrão dela e não seria o certo, mas seu peito ainda doía porque não conseguia se apaixonar por outra pessoa como se apaixonou pela Fickelgruber

— Eu me sinto um monstro... Devia estar feliz por ela e me sinto horrível por simplesmente odiar que ela esteja trabalhando ao vez de... De... De cuidar da nossa casa e dos nosso filhos

— Foram só quatro a meses que vocês se conheceram, não teriam filhos

— Eu sei, Altivo, mas eu queria que ela fosse a minha mulher! Eu... Altivo, isso faz de mim um homem possessivo? - Willy perguntou preocupado de estar sendo muito machista

— Veja bem, Wonka, acredito que dependendo do contexto, a resposta possa estar no resultado final... Você a ama e quer com você, certo?

— Com toda a certeza da minha vida

— E qual a sua atitude em relação a isso? A obrigou a se casar com você a ameaçando ou a desonrando? Ou deu um emprego a ela e a observa prosperar de longe?

— Eu preferia ser atropelado por mil elefantes a obrigar Amélia a fazer alguma coisa — Ele respondeu sorrindo ao lembrar do que ela mesma falou sobre se casar com ele

— Então você tem a sua resposta...

— É verdade... Talvez eu só precise me acostumar com a ideia de que nem sempre ficamos juntos com quem nós amamos... E se ela está feliz eu também tenho que estar — Ele sentou-se suspirando, não sabendo o que aconteceria no futuro. Amélia poderia encontrar alguém que não fosse ele, ou ela iria gostar da vida que levava, ele não tinha como saber.

     Amélia não gostava muito da nova vida. Era certo que ela se esforçava para ser a melhor funcionária e era certo que o salário que ela ganhava era justo e a pensão em que vivia era boa e cobrava um preço igualmente justo, mas era difícil para ela se acostumar com a vida proletária. No primeiro salário ela gastou quase tudo só em roupas e acessórios e nada sobrou para alimentos e outras contas, então ela passou a ver como as coisas que eram tão simples e corriqueiras na sua antiga vida, não passavam de produtos superfaturados apenas pela ideia de serem exclusivos, ela se lembrou dos chocolates superfaturados que vendeu no trem com Wonka e se sentiu uma otária. Ela também se sentiu um pouco mal por ter se afastado dele, agora eram apenas patrão e funcionária e não queria que a vissem como a que está saindo com o patrão. Ela também achou a rotina exaustiva e por mais que saísse com amigos no final de semana, ela simplesmente tinha certeza que aquela vida não era para ela, ela ainda queria ser mãe e ter um marido e cuidar de uma casa, mas se antes era difícil encontrar um bom marido, agora era praticamente impossível já que a sociedade julgava muito as mulheres que trabalhavam. Quando ia visitar o pai na cadeia, ela sofria mais ainda, ele parecia tão mal e culpado, ela sempre usava as melhores roupas para ele pensar que ela conseguiu conservar alguma coisa de sua antiga vida e sabia que sua vó não iria contar toda a verdade porque Lady Hortense jamais pisaria em uma prisão

— Eu sinto tanta saudade de você, minha trufinha — Ele choramingava — Cada dia aqui é uma tortura e eu só penso em como seria se ainda estivéssemos morando juntos

— Eu também sinto saudades, papai, mas estou juntando dinheiro para tentar te tirar daqui... Subornando a justiça, talvez

— Não precisa mentir para me agradar, trufinha, eu sei que não sobrou mais nada da minha querida marca

— Sobrou sim — Ela mentiu — E estou vendendo... Estou vendendo alguns chocolates Fickelgruber e... Estou me saindo muito nisso — Ela não queria nem arriscar em falar que estava vendendo Wonka

— Não queria que você tivesse que vender tão cedo, meu amor... Mas se você está se saindo bem, então é porque está no teu sangue — Ela nunca tocou no assunto de saber que era adotada, naquele dia ela iria falar, mas a hora da visita tinha acabado e ela precisou se despedir.

Mais tarde, com Penélope junto a ela no bondinho (o que era uma coisa nova e empolgante para Penélope que nunca andou no bondinho) a amiga tentava lhe consolar

— As coisas estão melhores do que se você estivesse com o conde viúvo negro

— É verdade... Mas mesmo assim eu sinto que eu errei em algo... Como se tivesse deixado passar alguma coisa

— Amiga, eu acho que você está se sentindo assim porque tentou seguir em frente sem superar direito seu noivo de mentirinha

— O Wonka? Não, eu não posso... A vida que levo agora é melhor do que... — Ela não tinha mais certeza — Não posso fazer isso com o papai

— Uma hora seu pai vai descobrir toda a verdade...

— Então que não seja algo tão difícil para ele aceitar.

Mas em uma noite, Amélia apareceu na porta da casa de Willy, ele estava sozinho e se surpreendeu com a visita dela, mas ficou igualmente feliz

— A que devo a honra? — Ele perguntou contente

— Saudades — Ela deu de ombros — Eu só senti saudades de você

— Mas nós nos vemos todos os dias

— Mas não é a mesma coisa...- Ela respirou fundo, talvez tivesse comido um pedaço do macaron com leite de girafa e sentia coragem o suficiente para dizer tudo o que sentia a ele -  Willy eu me apaixonei por você naquela viagem — Ela falou de uma vez — Eu tentei te esquecer nesses dias que se passaram, mas é meio impossível... Você acabou com a vida do meu pai, mas... É tão... É tão — Ela não terminou de falar pois ele a tomou pela cintura e a beijou intensamente.

Era o primeiro beijo de Amélia, seu coração estava disparado, suas mãos trêmulas, suas pernas bambas e a boca de Willy tinha simplesmente gosto de chocolate, o mais delicioso chocolate. Ela pousou sua mão no peito dele e levantou o tornozelo, era como se seu final feliz tivesse se concretizado e ela sabia disso, apenas sabia que Willy Wonka era o homem de sua sua vida, ele interrompeu o beijo lentamente olhando em seus olhos, ela sentiu falta daquele gosto

— Você estava comendo chocolate? — Ela perguntou se sentindo estúpida por ter dito aquilo logo após o primeiro beijo, mas ele sorriu

— Por causa de um pequeno acidente em uma das minhas viagens, todo o meu corpo tem gosto de chocolate...— Ela não sabia o que responder, eram muitas coisas passando pela cabeça dela até que ele deu outro beijo e tudo se silenciou. Ela não sabia beijar muito bem então apenas chupava a língua com gosto de chocolate dele e se segurava para não morder. Ele a segurava com força e comprimia contra sua corpo deixando escapar o tesão de todos aqueles dias em que ele teve se comportar, Amélia sentia a ereção e não conseguia apenas verbalizar que não queria fazer nada ali, ela realmente queria muito. Ele a pegou no colo e a deitou em um divã de seu escritório e começou a tirar suas roupas

— Willy... — Ela se forçou a dizer — Por favor não me faça eu engravidar... Se você sabe fazer isso — Willy riu com a inocência dela, mas não pensava nem um pouco em consumar o ato daquela forma, mesmo que ele tivesse toda a intenção do mundo de casar com ela, ele lembrava do que havia acontecido com Dorothy, então ele só deu um sorriso acolhedor

— Eu prometo que eu não vou te engravidar antes de ter tornar minha esposa... — Amélia se sentiu desconfortável... Ela não tinha ido lá com a intenção de reatar o noivado, as coisas apenas tinha acontecido e agora ela não conseguia dizer nada enquanto Willy tirava peça por peça de suas roupas até ela perceber que estava completamente nua na frente dele, ainda que um rubor tivesse lhe tomado conta da face, ela não queria se cobrir, só deixar ele a ver, com aqueles olhos verdes como as mais belas e caras esmeraldas que ela nunca viu. Ele começou beijando seu pescoço a fazendo se contorcer enquanto seus dedos ligeiros passavam e apertavam outras partes de seu corpo como seus seios, mamilos e barriga, até acabarem apertando de leve o grelo dela e fazendo gemer alto

— Willy... — Ela suspirou alto e ele apenas se sentiu o homem mais realizado do mundo ao ouvir seu nome na boca de Amélia, e apenas continuou o que estava fazendo descendo a boca pelo corpo dela até chupar seus seios com vontade e mordisca-los provocando gritinhos em Amélia, depois deslizou com sua língua até o meio de suas pernas e chupou sua intimidade, com fome e desfrutando como a uma fruta, que fez com que Amélia sentisse coisas jamais imaginadas por ela, aquilo era sublime. Ela enfiou os dedos entre os cachos de Willy e o puxou para mais perto. O chocolateiro ficou ali chupando-a até que ela levantasse os quadris gritando e caísse estremecendo sobre o divã em que estava deitada, ele sugou até a última gota de seu meu, depois veio subindo até seu pescoço distribuindo beijos por todo o seu corpo, e sussurrou eu seu ouvido

— Mon cher... — Ela sentiu seu corpo vibrar com aquelas palavras, ele tinha descoberto o quanto ela gostou daquilo e  beijou sua bochecha, ela se sentia plena, leve e cansada, com todas as forças tendo abandonado seus músculos, Willy ainda estava excitado e tirou as calças deixando a mostra seu membro, ela o viu, era ainda maior do que ela pensava, ele chegou perto — Eu juro que ele também tem gosto de chocolate... Se você... Provar — Ela começou a rir e ele ficou envergonhado — O que é tão engraçado?

— Eu não duvido que tenha gosto de chocolate... Mas não quero pô-lo na boca... Não agora, é demais para mim — Ele entendeu então só suspirou e guiou a mão dela tocá-lo, coisa que ela fez com muita ternura até que ele gozasse na mão dela e a levasse até a boca de Amélia

— Só... Experimenta — Ela teria repudiado aquilo na hora se não fosse o cheiro... Tinha um cheiro forte de chocolate, ela fechou os olhos e lambeu, apenas gosto de chocolate

— Como isso é possível?!

— É uma longa história — Ele sussurrou — Mas eu não quero contar agora, eu só quero ficar com você — Ele deitou ao lado dela e ela se apoiou em seu peito — Isso é tão errado... Eu não devia estar fazendo isso com uma funcionária

— É só me demitir

— E como você vai se virar? — Ela suspirou tomando uma decisão muito difícil, mas a qual ela queria muito tomar

— Aí é só casar comigo — Ele ficou em silêncio olhando para o teto enquanto passava a mão pelos cabelos dela, tinha que começar pelo menos legal

— E seu pai?

— Meu pai está preso, ele não precisa saber... Ele acha que estou vendendo chocolates Fickelgruber... Eu quero ser uma esposa, Willy e quero ser a tua esposa — Ao ouvir aquilo Willy sentia capaz de mover o mundo com sua felicidade, aquelas palavras soaram como a mais linda das melodias, a sensação era como compartilhar uma barra de chocolate com as pessoas que você ama, no caso, a barra era a própria vida

— Amélia Grosvenor Fickelgruber — Ele disse solenemente enquanto estava deitado e ela riu — Aceita ser minha esposa?

— Eu aceito... — E eles se beijaram mais uma vez, um beijo silencioso e muito terno. Willy Wonka sabia que era errado mentir e enganar Felix Fickelgruber mesmo depois de tudo o que ele fez, mas sua felicidade estava acima de tudo naquele momento. Eram apenas ele e Amélia, ele e a mulher que o deixara sem palavras na primeira vez que se viram.

No dia seguinte Amélia chegou na pensão como se flutuasse de tão feliz

— Comeu algum dos bombons da felicidade Wonka, garota? — Pergunto Piper admirada com o sorriso genuíno de Amélia

— Posso dizer que experimentei seu achocolatado — Ela respondeu e o queixo de Piper poderia muito bem ter caído a seus pés, Amélia era tão recatada, tímida e ainda conservava um ar superior de elite decaída que jamais estava esperando uma resposta daquela, mas teve que voltar a si para lhe contar algo importante

— Sua vó está esperando na sala comum

A melodia que Amélia estava ouvindo em sua alma e mente parou . Ela foi até a sala e lá estava Lady Hortense com cara de nojo

— Bom dia vovó

— Passou a noite fora

— Horas extras na loja do papai — Ela mentiu imediatamente

— A loja que era do seu pai... — Hortense se levantou — Ele já sabe de tudo — A alma de Amélia deixou o corpo, quando ouviu a palavra "tudo", imaginou que o pai tinha descoberto o que ela fizera naquela noite

— O que? — Ela caiu sentada

— Amélia... Venha comigo e você vai entender

— Eu... Não quero

— Tem uma pessoa que quer ver você

— Não quero saber do conde, trabalhar ainda é melhor que ser aprisionada por ele

— Não é o conde... Pelo menos não apenas ele

— É Niax? — Ela temeu

— Não... Apenas confie em mim dessa vez

Amélia chegou na quarto de hotel de luxo de sua avó e viu ninguém mais e ninguém menos que seu pai, a esperando de pé, ela corou, depois ela ficou feliz e correu para abraçá-lo, ficaram abraçados por três minutos inteiros e ela dizia o quanto tinha sentido tanto falta

— Querida, porque você mentiu para mim?! Não esta vendendo Fickelgruber, está sendo escravizada por aquele maldito Wonka! Sua vó me contou tudo, até mesmo sobre esse noivado estúpido... Você ia mesmo fazer isso comigo, Amélia? Iria casar com o homem que arruinou seu querido pai?! — Amélia sentia seu mundo desabar em cima dela, Félix parecia muito decepcionado, como ela nunca quis vê-lo

— Ele... Ele... É... — Ela não tinha coragem de defendê-lo para seu pai — Não era de verdade, papai, era um noivado falso para que a vovó não me obrigasse a casar com aquele conde com cara de morsa

— O cara de morsa, acredito, seja eu — Archibald Wentworth apareceu na sala — Prefere um burguês de origem proscrita do que um conde...

— Eu não te criei para isso, Amélia — Disse Félix — Eu não criei você para ter que trabalhar e morar em uma pensão de... Você sabe o quê! Eu não te criei para andar por aí com um homem como Wonka e ainda mais depois de tudo o que ele fez! Se você tem que casar, é culpa dele que destruiu todo o mundo que eu construí para você... Ficar com ele seria como ele tirar tudo de mim, incluindo a coisa mais preciosa que eu tenho... Amélia... Por favor, me prometa que vai voltar para a sua classe... Vai se casar com o conde e vai ser a mulher que eu te criei para ser... — Ele se aproximou e segurou seu rosto — Eu estou solto por conta dele... Archibald vai me ajudar a restaurar minha marca... Em troca...

— Você não pode estar querendo fazer isso comigo, papai... Não pode estar me trocando pela sua liberdade

— Eu jamais faria isso, Amélia... Eu estou desesperado de ver a situação em que você se encontra... Minha filha você está pobre! — foi a primeira vez que ela o ouviu falar aquela palavra — Tudo culpa daquele maldito Wonka... A única maneira de consertar tudo isso é você se casando com Wentworth... Você vai ter um título, propriedades, joias... Tudo o que você merece... Tudo o que eu prometi que jamais faltaria você

— Mas eu não serei feliz... — E ela saiu correndo dali.

Amélia chorava e sofria muito, o que ela mais temia tinha acontecido, agora seu próprio pai estava a fazendo casar com Wentworth. Quando já tinha chorado o suficiente na sacada ele apareceu e abraçou

— Você será feliz, minha trufinha, eu vou garantir isso, estarei sempre por perto — E limpou as lágrimas dela — Você também não precisa ficar com ele para sempre... Quando eu já estiver rico novamente, você pode vir morar comigo

— Papai, sobre o Wonka....

— Xiiiiu... Eu vou te perdoar por isso, não se preocupe e nem se entristeça com esse assunto... Na verdade eu até queria ver ele na reunião dos Grosvenor... Aquele bando de mauricinho tendo que conviver com aquele chocolateiro maluco

— Ele escandalizou a todos — Ela disse sorrindo, ela lembra o quanto o pai odiava os Grosvenor que o diminuíam por ser burguês

— Eu imagino... Deu para eles chocolates que o fizessem voar ou os embebedassem?

— Não... Ele tentou se comportar

— Pois é o que ele devia ter feito... Bem, minha querida, olhe para mim... Você vai se casar com Archibald Wentworth, não vai? Faça isso por mim, Amélia, prometo que não será definitivo... Como eu disse, é só até eu voltar ao mercado... Ele mesmo concordou com isso, ele diz que quer um filho, mas você não precisa dar nenhum filho para ele nesse tempo... — Ela sabia que teria que dizer adeus ao Willy, mas de qualquer maneira, ela teria o pai, mas aquilo ainda a machucava

-- E sobre as esposas dele? -- Félix suspirou nervoso ao pensar em quem contou aquela história

-- Archibald nunca foi casado, meu amor -- Amélia se sentiu menos temerosa, mas mesmo assim triste, só abraçou o pai e aproveitou para perguntar sobre uma coisa que ela estava adiando 

— Eu quero saber sobre uma coisa

— O que foi meu bem?

— Por que nunca me disse que eu não sou sua filha?

— Do que está falando?

— Vovó me disse que... Mamãe casou grávida e você sabia disso... — Félix se afastou e a encarou com muito amor, se apoiou na sacada e começou a contar uma história com nostalgia e melancolia em sua voz

— Eu sempre amei a sua mãe... Desde que estudávamos juntos...Éramos amigos na época em que ela começou a andar com... comunistas... — Ele riu — Eu dizia a ela para tomar cuidado, mas ela era um espírito aventureiro... Gostava de se misturar com eles... Então ela conheceu um estudante de direito... Eu tentei protegê-la... Eu tentei mostrar a ela que ele não queria nem dar um golpe do baú... Mas não deu certo... Então um dia ela me contou chorando que estava grávida e que seria expulsa da família se não se casasse e que ninguém iria querer casar com ela antes da barriga aparecer... Eu perguntei se ela casaria comigo... Ela aceitou na hora... Sua vó me encheu tanto o saco... Ela vivia me lembrando que eu estava assumindo o filho de outro homem e tudo o que eu pensava é que eu estava salvando a mulher que eu amava... Quando você nasceu, Melissa estava tão triste e envergonhada com você no colo...Sua avó tinha enchido a cabeça dela com ofensas, mas quando eu te peguei — Ele fez o gesto de colo com as mãos — Você era tão pequenininha e tão... Linda... Tão aristocrática... Tão igual a sua mãe que naquele momento eu tive a mais absoluta certeza de que nada nesse mundo mudaria a minha ideia de que você era uma Fickelgruber... Uma legítima Fickelgruber e que eu tinha feito você com uma Grosvenor... E eu fiz você — Ele tocou no rosto dela — Eu eduquei você, eu te dei amor, contei história, paguei os melhores tutores do país, te dei todos os mais caros brinquedos... Eu fiz você ser a minha princesinha... Eu tentei ter outros filhos com sua mãe... Mas ela... — Seus olhos marejaram de lágrimas — Ela se foi antes disso... Não importa o que a sua avó diga, eu sou teu único pai... Você é uma Fickelgruber extremamente legítima e nada mais importa

— Você... Conheceu... Esse... Esse advogado? — Amélia se sentia culpada por perguntar aquilo, mas ela precisava saber, seu rosto estava encharcado de lágrimas com aquela história, Félix suspirou

— Eu conheci... Ele sabia de tudo... Ele sabia que sua mãe estava grávida e eu fui até a casa dele para saber se ele iria querer assumi-la... Mas ele tinha ódio de classe... Ele nunca amou ela, só queria... Só queria arruinar uma jovem rica — Ele contou com raiva — Quando ele disse que não precisava se preocupar em cuidar de um filho porque a mãe tinha dinheiro, eu dei um soco na cara dele... Eu nunca dei um soco em ninguém, mas eu dei na cara dele — Não teve como Amélia não lembrar da história de Willy, uma vez que tinham sido parecidas, mas ela teve um pai enquanto ele só teve uma mãe. Amélia não tinha como não fazer o quê pai pediu então só o abraçou forte — Vai ficar tudo bem, meu amor. Eu prometo.

Notas da autora 

Eu chorei escrevendo esse capítulo. E quando eu estava procurando músicas para a playlisy (porque essa história tem uma playlist sim) eu achei essa música que tem tanto a versão da Adele quanto descobri que essa música é do Bob Dylan (e adivinha quem esta gravando o filme do Bob Dylan enquanto esta história está sendo publicada? Ele mesmo, nosso Timothée Chalamet) pessoalmente ela é mais bonita na voz da Adele, mas como creio que seja mais a forma como Willy ama sua querida Amélia, decidi deixar a versão original mesmo. 

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