Engfa Waraha/Meena Collins' Point of View
Nos dias que se seguiram, a rotina na Moonlight Lounge continuou, e eu desempenhava meu papel como Meena Collins com perfeição. A cada apresentação, aprimorava minhas habilidades, conquistando a atenção dos clientes sem levantar suspeitas.
Após uma semana da conversa que tive com Charlotte, um funcionário da boate me abordou com um envelope, dizendo que minhas mudanças de horário foram aprovadas.
Com uma mistura de ansiedade e curiosidade, abri o envelope e li o papel cuidadosamente. Agora eu trabalharia dobrado, o que significava ficar sobrecarregada e exausta. Mas além de ter sido a desculpa que eu usei para falar com Charlotte, seria bom passar mais tempo na boate, pois quanto mais tempo eu passasse lá, mais coisas eu poderia descobrir.
No papel, estava detalhado que eu trabalharia de terça a domingo, ajudando na limpeza da boate nas segundas-feiras. A ideia de me envolver na limpeza não me agradava muito, mas talvez valesse a pena pelo novo salário, que era o dobro do meu atual. Será que Charlotte estava disposta a pagar tanto assim apenas para uma funcionária?
Hoje era sexta-feira, e, surpreendentemente, a boate estava calma. As meninas conversavam tranquilamente no bar, e o ambiente estava mais vazio, com apenas uns cinco clientes presentes.
- Oi meninas, tudo bem? - Perguntei ao me aproximar. - Está calmo aqui hoje,
né?
Elas arregalaram os olhos em alerta.
- Não fala isso. - Chompu disse. - Quando diz isso, o caos se instala
- Como assim? - Perguntei, intrigada.
- Quando se diz que está tudo calmo, parece que o universo escuta e tudo se transforma em um verdadeiro caos. - Nudee respondeu.
- Vocês acreditam mesmo nisso? - Falei, ainda sem acreditar que elas tinham superstições sobre o movimento da boate.
- Aguarde e veja por si mesma. - Chompu disse, se levantando. - Vou me trocar, sou a primeira hoje.
Horas depois, a boate começou a encher, finalmente trazendo a movimentação típica de uma sexta à noite.
Chompu já dançava no palco, exibindo toda sua sensualidade, enquanto eu vestia uma roupa ousada para a noite: uma calcinha e um sutiã, ambos vermelho.
Quando chegou a minha vez de dançar, subi no palco e deixei a música me levar. Cada movimento era uma expressão da minha confiança, e o público parecia cativado.
A noite avançou, e a boate estava lotada, algo que eu nunca tinha visto. Dancei três vezes no palco, e parecia que os clientes sempre queriam mais.
Nudee e Chompu também se apresentaram três vezes cada uma, em uma
sequência de performances empolgantes.
- Pode ir de novo, Meena. - Nudee disse com um sorriso travesso. - Quem mandou falar aquilo?
- Acha que a boate tá lotada por causa do que eu falei? - Tentei não rir.
- Já teve que dançar quatro vezes? - Ela perguntou, com um olhar sério.
- Até hoje não.
- Pois é.
Subi novamente ao palco, já me sentindo cansada e suada, mas determinada a dar o meu melhor novamente. Talvez se eu fosse mais sexy, os caras ficariam ainda mais satisfeitos.
Com movimentos mais provocantes, deixei Meena assumir completamente o controle, permitindo me sentir cada vez mais sensual e transmitindo isso para a plateia. Os "elogios" e o dinheiro continuaram a chover, enquanto eu dançava e me envolvia com a energia do lugar.
De repente, um homem de terno subiu no palco, tentei não me assustar, continuando a dançar e me afastando um pouco dele.
- Podemos dançar juntos? - Ele perguntou com um sorriso simpático e sedutor.
Meus olhos encontraram Charlotte lá em cima, observando tudo, e, por algum motivo, achei que seria melhor aceitar o convite, afinal, eu estava cercada por pessoas nada de ruim poderia acontecer.
- Sim. - Respondi para ele. - Vou dançar para você. - Pega uma cadeira. - Falei, com uma pitada de ousadia.
O homem, com um sorriso bobo tipico daqueles conquistadores, foi até a beirada do palco e pediu para seus amigos subirem uma cadeira, o que eles prontamente fizeram.
Enquanto dançava, pude ver Charlotte lá em cima, cruzando os braços, observando atentamente. Embora ela não conseguisse ouvir o quebfalávamos aqui embaixo, com certeza conseguia ver.
O homem se sentou na cadeira, alto e com os músculos marcados por baixo das mangas do terno, claramente encantado com a situação.
Continuei rebolando na sua frente, me virei de costas para ele, desci até o chão e subi empinando a bunda em sua direção. Ele mordia os lábios e sorria sem parar, mas em momento nenhum me tocava, o que achei respeitoso.
Percebi que Charlotte ainda estava lá, olhando tudo. Me sentei no colo do homem, de costas para ele, e comecei a rebolar a bunda lentamente em seu colo, podendo ouvir ele dizendo: "Meu Deus que delícia", "Caralho que gostosa".
- Posso tocar? - Ele perguntou educadamente
- Pode. - Respondi, mantendo o controle da situação.
Eu estava sentada de frente para Charlotte, a encarava enquanto ela me encarava.
Ela parecia intrigada.
O homem colocou uma mão em cada lado da minha cintura, segurando firme, e logo senti algo duro subir em baixo da sua calça, meu coração disparou e entendi ali que tinha ido longe demais.
Me levantei ainda na personagem, com a bunda empinada, e me virei de frente para ele. A ereção dele estava mais óbvia do que nunca, e ele não parecia ter nenhuma vergonha disso
- Obrigada pela participação, senhor. - Falei, finalizando a dança com um tom provocante.
Ele se levantou sorrindo e desceu do palco, sendo recebido por comemorações dos seus amigos lá embaixo, como se tivesse ganhado um prêmio.
Quando saí do palco, conferi se Charlotte ainda estava lá, e ela não estava. Assim que cheguei no camarim, as meninas me esperavam, curiosas para saber o que aconteceu.
- O que foi aquilo? - Nudee perguntou, com os olhos arregalados.
- Uma apresentação. - Respondi fingindo não entender, mas percebendo que elas estavam animadas com a situação
- O cara saiu de pau duro. - Ela disse, rindo.
- E eles não ficam sempre? - Falei, brincando.
- Você não entende. Você teve contato físico com ele, você deixou ele daquele jeito, como vai recusar transar com ele? - Nudee disse, fazendo uma expressão de entendimento.
- Recusando ué, foi só uma apresentação, - Afirmei, sabendo que minha relação com os clientes tinha limites.
Assim que saí do camarim, o cara do palco estava encostado no canto, visivelmente interessado
- Oi, é Meena né? - Ele perguntou, se aproximando.
- Oi, sim. Posso ajudar?
- Vamos subir pros quartos? - Perguntou, com um olhar sugestivo.
- Desculpa, não estou disponível para esse tipo de serviço. - Falei, notando sua decepção.
- Ah, beleza. - Ele falou, disfarçando a frustração.
Fui até o bar, bebi minha água com gás, e fiquei por perto para caso precisassem de mim novamente. Mas graças a Deus, não precisaram. Conforme a hora avançava, a boate esvaziou e todos foram embora. Fiquei por último e ajudei os funcionários a fecharem
- Bela apresentação hoje. - A voz inconfundível de Charlotte soou.
Me virei para ela e sorri.
- Obrigada. - Falei.
- Se continuar assim, daqui a pouco vai mudar seu contrato para transar com os clientes.- Ela provocou.
- Isso não vai acontecer. - Assegurei.
Aqui a chave, Sra. Charlotte. - O funcionário falou, entregando a chave a ela
- Obrigada, até amanhã. - Ela respondeu, despedindo-se dele.
A boate estava vazia, e só restava eu e Charlotte lá.
- Já vou indo também. - Falei, dando um último gole na minha bebida.
- Bebe vinho? - Sua pergunta me surpreendeu.
- Sim... - Respondi, curiosa para saber o que ela tinha em mente.
- Toma uma taça comigo? - Charlotte convidou.
Ela trancou a porta da boate por dentro e seguiu para subir as escadas, esperando que eu a seguisse. Curiosa e intrigada, a acompanhei no trajeto, sem saber ao certo o que ela tinha em mente.