Velas Negras • MonSam

By Heartflwrbr

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Filha de um dos maiores e mais respeitados piratas da região de Nassau, no Caribe, Mon é obrigada a assumir u... More

Introdução
Personagens - Os Negros
Personagens - O Bordel
Personagens - Os Vermelhos
1. O Pior da Minha Vida
2. Decisão Tomada
3. O Acordo
4. Seguir curso!
5. Atitudes Inesperadas
6. O Resgate
7. A Garota da Família Rival
8. Defesa
9. Inconsequência
10. O Julgamento
11. Visitas Inesperadas
12. Vontade
13. Motivos
14. Lidando com os sentimentos?
15. Não é porque eu te odeio que eu não posso mais beijar sua boca
16. A Dançarina
17. Brincando com Fogo
18. Cartas na Mesa
19. Buscando Respostas
20. Traição...?
21. Decisões Difíceis
22. Aliança
24. Fatos e Conexões
25. Você é Bem Vinda.
26. A Última Noite
27. Traidores
28. Guerra
29. O Que Te Feriu?
30. Voltando Para Casa - Parte 1
30. Voltando Para Casa - Parte 2
31. Negros e Vermelhos (ou A Refeição da Mon)
32. Bebida gaseificada... Espera, quem é Pierre?
33. Velas Negras - Parte 1
34. Velas Negras - Parte 2
35. Plmdds, eu já estou recuperada!
36. Fim.

23. Afogando-me

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Samanun  Every

Kornkamon olha para mim, ainda apertando a mão da minha irmã. Ela me dá um sorriso sincero e eu retribuo, enquanto me encosto na mesa e cruzo os braços, observando a interação delas.

- Nós concordamos com o pedido de vocês, de acatar a aliança, mas lembre-se que ainda precisamos voltar a conversar sobre o Acordo de Paz. - Falo para a Mon, mas para minha surpresa sua expressão não se modifica, ela continua sorrindo para mim e faz um movimento positivo com a cabeça, como se concordasse que aquilo deveria ser tratado em breve.

- Não se preocupe, quando as coisas melhorarem, iremos trazer essa pauta novamente. - Ela me responde, me surpreendendo mais uma vez.

Seu olhar fica fixo em mim, sua expressão séria, enquanto ela me encarava.

- Vocês querem que a gente dê licença para que se comam aqui? - Engfa pergunta, quebrando o laço invisível que nossos olhares seguravam.

- Por mim, sim. - Kornkamon responde de bate pronto, como era de costume e eu abro o olho espantada.

- Ninguém vai se comer em canto nenhum, temos que ir Engfa. - Falo apressandamente e meio sem jeito sob os olhares divertidos da minha irmã e das mulheres dos Negros.

- Engfa, eu vou confeccionar o documento para que assinemos diante do Conselho. Assim que estiver pronto eu te entrego e você avalia para ver se concorda. - Tee fala.

- Não, acho que esse documento deve ser feito em uma reunião dos Vermelhos e dos Negros. - Kornkamon responde.

- É um pretexto para encontrar com minha irmã, Mon? - Engfa fala levantando uma sobrancelha e a Mon ri de forma cínica.

- A gente tem que levar essas reuniões de uma maneira mais profissional, para que sejamos mais objetivas. - Eu falo.

- Ih ala, a chata quer falar, fala chata. - Engfa fala e a Mon volta a rir. Isso me irrita um pouco.

- Deixa de ser infantil, Engfa. Você é a capitã do navio, porte-se de uma maneira um pouco mais responsável.

- Eu também sou a capitã e não vejo você reclamando da maneira que me porto. - Kornkamon me desafia.

- Não é minha capitã, Kornkamon. - Respondo séria.

- Não é no convés do navio, mas na cama... - Engfa volta a falar e o grupo das mulheres dos Negros ri.

- Tudo bem, querem ficar de gracinha? Pois fiquem, como sou uma mera maruja, não preciso estar aqui. Com licença para me ausentar--

Começo a me virar para ir embora, mas a Mon se adianta e segura meu braço.

- Para com isso, a gente está só brincando. - Ela me suplica, olhando o fundo dos meus olhos.

Desço meu olhar para sua mão enrolada no meu braço, meus pêlos se arrepiam e ela percebe, rindo de canto de lábio discretamente.

Meu olhar procura no seu pescoço a possível marca que deixei ontem a noite, mas a gola da sua jaqueta estava sabiamente bem posicionada, de maneira que não deixava o vestígio à mostra.

- Eu costumo levar minhas obrigações como capitã a sério, Kornkamon.

- Por mais que a gente brinque, o que estamos abordando aqui é uma ameaça real. Não confunda brincadeira com irresponsabilidade, porque eu também levo minhas atribuições como capitã, a sério demais. - Ela fala com o olhar firme e de maneira sóbria.

Todos na sala estavam em silêncio, observando nossa interação. O queixo levemente levantado da Mon e sua pose segura, só demonstraram como eu tinha batido em um ponto que ela não iria deixar passar. Sua pose me lembrava a maneira que havia se portado com sua tripulação no dia do julgamento.

Reviver aquela memória de sua pose de autoridade e constatar que eu amava vê-la se portando daquela forma, dissipou minha irritação na mesma hora.

Não era mais irritação que eu sentia, era outra coisa.

- Podemos voltar ao que estávamos falando? - Tee volta a falar, Mon solta meu braço e eu retomo a consciência de onde estávamos.

Arranho a garganta para tentar trazer minha concentração de volta, enquanto a Mon volta para perto do seu grupo, mas a única coisa que eu conseguia notar era a sua bunda naquelas calças de couro negro, apertadas, moldando a silueta do seu cor--

- Samanun! - Engfa me tira dos meus devaneios e eu sinto minha bochecha corar ao me dar conta de que eu tinha me perdido em pensamentos enquanto olhava para o corpo da Mon e todos ali haviam notado isso, principalmente a dona do corpo que tirava minha concentração. Ela estava com um riso safado no rosto, se divertindo com cada segundo daquela situação.

- Desculpe-me eu--

- Sim, a Mon é uma puta de uma gostosa, mas você mesma que pediu para concentrarmos na reunião. - Engfa fala de maneira casual e a Mon gargalha. Mas para mim, sua fala não tinha o menor conteúdo engraçado.

- Se me permitem dar uma opinião... - Yuki pede e todos permanecem em silêncio, como se permitindo sua fala. - Talvez devêssemos nomear uma integrante de cada grupo para participar da formulação do documento. Depois cada grupo avalia isoladamente e, chegando a um documento único, a gente apresenta ao Conselho e assina.

- A pessoa mais lúcida dessa reunião toda. - Comento e a Yuki cora levemente, olhando para mim.

- Obrigada Yuki, você deu uma ótima ideia. - Mon acrescenta e a Engfa concorda com a cabeça. - Nomeamos a Tee para essa tarefa.

- Acho que a pessoa mais apta a isso é a Samanun, concordam? - Ela pergunta para mim e para o Kirk, ambos concordamos.

- Então está decidido, vocês vão combinar uma reunião para tratar sobre a elaboração do documento e, estando pronto, nós apresentaremos para o Conselho. Como estamos sem tempo, sugiro que façam o mais rápido possível. - A capitã dos Negros termina sua fala.

- Então a reunião da gente se encerra aqui, ficamos esperando o documento, certo? - Engfa pergunta.

- Sim, se a Tee tiver disponibilidade, podemos nos reunir ainda hoje. - Sugiro e ela faz que sim com a cabeça.

- Ótimo. - Mon fala e então começam a nos organizar para sair. - A reunião está terminada, posso fazer gracinhas agora Samanun? - Ela pergunta de maneira irônica e eu reviro os olhos.

Ela anda até mim e, sem perceber, eu dou dois passos para trás me afastando.

- Não precisa ter medo, Samanun. Eu não mordo, só se você pedir. - Ela fala com um sorriso cafajeste no rosto.

- Mon...

- O que foi, não posso nem chegar perto de você mais? - Ela pergunta e eu olho para a Lauren, pedindo socorro.

- Capitã, vamos embora. - Tee a chama da porta.

Ela ignora o pedido da Tee e se aproxima mais de mim, puxando minha blusa para que eu não me afastasse e aproxima sua boca do meu ouvido.

- Eu vou terminar o que começamos ontem, não pense que vai se safar tão fácil. - Ela fala no pé do meu ouvido, de maneira que ninguém ouve.

Mais uma vez, ela consegue me fazer arrepiar e eu sinto meu corpo dando sinais de vida entre as minhas pernas. Era impressionante como ela tinha o dom da provocação e não tinha a mínima vergonha na cara de falar o que queria na frente de qualquer pessoa.

Subitamente, ela se vira e vai embora se juntando ao seu grupo, que a esperava na porta de saída e vai embora de vez.

- Ainda sabe como respira?- Engfa me pergunta.

- Você quer parar de entrar no joguinho de provocação que a Mon faz e me apoiar um pouco para variar?

- Eu sempre te apoio, mas nessa situação eu não irei ficar do seu lado, porque eu acho ridículo tudo isso. É claro e notório para qualquer um que tirar dois segundos para observar vocês interagindo uma com a outra, que se gostam e querem ficar juntas. A tensão sexual das duas é palpável e, ainda assim, você quer levar adiante esse afastamento.

- Eu não vou mais entrar nesse assunto com você, Engfa. Você não quer entender, então não entenda.

- Eng, a Sam está fazendo isso para que a Mon não piore sua situação com os Negros. Você sabe que eu tenho olheiros pelas ruas de Nassau, pessoas que me inteiram dos assuntos da ilha, para que estejamos a par das coisas e eu posso te dizer que a situação dela com os Negros estava ficando meio que fora de controle. Ela sempre foi uma capitã muito respeitada e admirada pela sua tripulação, mas o envolvimento com a Sam estava atrapalhando isso. - Kirk explica.

- Eu já disse isso a ela, Kirk, mas ela acha que é frescura minha, que se a Mon quer ficar próxima, eu deveria ficar. Mas eu não quero que ela perca essa ligação que ela tem com a tripulação dela, uma capitã que não é respeitada pela sua tripulação, não é nada.

- Eu sei disso, Samanun. Eu só acho que a Mon é uma pessoa inteligente o bastante para conseguir contornar isso de outra forma. Ela já disse que resolveria de outra forma, mas você e a Tee parece que não confiam nela.

- A Mon é impulsiva e às vezes só liga para sua vontade e desejos. Ela precisa de um freio e a Tee faz esse papel como ninguém. A cada dia que passa comigo longe dela, temos as informações que o respeito e admiração da sua tripulação estão sendo restabelecidos, o que só corrobora para mostrar que me manter afastada dela é a melhor opção por agora.

- O único furo nessa situação toda que você parece ignorar, Samanun, é que ela é bem persuasiva quando quer e, claramente, ela consegue te manobrar como ninguém. E como ficarão esse "respeito e admiração" quando eles descobrirem que, mesmo dizendo que não têm nada, se encontram escondidas?

Meu coração gela, como ela sabia?

- Quem disse que estamos nos encontrando escondidas?

- Ninguém, mas se não estão, é apenas questão de tempo para você ceder em determinado momento. Diga-me Sam, quanto tempo você vai aguentar se manter longe com uma mulher daquelas se jogando nos seus braços?

Nem 24h, porque a verdade é que eu já cedi.

- É impressão minha ou está torcendo para que eu ceda? - Pergunto, tentando não transparecer que eu estava nervosa.

- Não é isso, eu só estou sendo realista. Acho que vai ser pior você "se manter afastada" e depois descobrirem que se pegam escondidas.

- Está bem, Engfa. Você já apresentou seu ponto, mas toda sua opinião se baseia no fato de que eu vou falhar. Isso não vai acontecer.

Não vai acontecer... de novo.

- Tudo bem, senhora mente de forte. Se você diz. - Ela dá de ombros, claramente não acreditando nas minhas palavras.

Talvez ela não devesse acreditar mesmo, porque a verdade é que eu já havia sido fraca e cedido para a Mon, mas eu não iria deixar que ela descobrisse isso, porque eu não iria abandonar aquele plano ainda. Para mim, era óbvio que eu precisava me manter longe para que a Mon conseguisse se restabelecer com sua tripulação e eu estava disposta a não sucumbir mais outra vez.

- Só tenha consciência que esse seu joguinho pode fazer você perder a Mon de vez. Ela gosta de você e ela te quer, mas tudo tem limite e a paciência dela também.

-----------------

A mata era fechada e a casa de difícil acesso. Era o local perfeito para um informante como o Tim, morar.

Eu havia pedido as coordenadas para chegar até sua casa, porque eu queria um encontro com ele às escondidas. Eu precisava de alguém com experiência, para ser meus olhos e ouvidos nas informações que eu queria apurar acerca do mecanismo que o Charles Walker tinha para conseguir entrar em Nassau. Stella tinha me alertado para ficar longe disso, pois era uma missão oficial dela, mas eu não iria seguir suas ordens, ela não é nada para mim e eu também não confiava nela.

Ouço um assobio, do mesmo jeito que ele havia feito quando eu tinha ido ao seu encontro no dia do bote, então eu sabia que era ele.

- Capitã... - Ouço sua voz como um cochicho, mas não consigo identificar de onde vinha em meio à mata densa.

- Onde você está, Tim? - Pergunto com a voz um pouco mais alta.

- Tem certeza que ninguém te seguiu? - Ele pergunta ainda cochichando.

- Fora o Kirk, ninguém sabe que eu vim te encontrar, Tim. - Respondo e então eu vejo seu corpo bronzeado saindo de trás de um coqueiro que estava do meu lado direito.

Ele era magro e costumava andar apenas com uma bermuda branca até a altura dos joelhos. Ele também andava descalço e eu sabia que aquilo dava uma vantagem para manter o silêncio na hora de andar na mata, além disso, também sabia que ele conhecia aquela região como ninguém e tinha uma imensa capacidade de subir nas árvores para se esconder. Em suma, ele só era achado quando permitia isso, caso contrário, não iriam vê-lo. Ele era o informante perfeito e o Kirk tinha feito um ótimo trabalho.

Ele abre um sorriso e abaixa a cabeça em uma reverência respeitosa.

- Minha casa é aqui perto, Capitã. Pode me acompanhar. - Ele fala envergonhado. Para ele, era uma coisa muito importante tratar de um assunto diretamente comigo, a capitã dos Vermelhos.

Andamos por pouco tempo e logo avisto uma cara minúscula de madeira, quase que uma cabana. Ele se aproxima do local e destranca a porta de entrada, com uma expressão claramente com vergonha por eu estar entrando ali.

- É muito pequena, não preciso de nada mais do que já tenho, mas é muito diferente do--

- Tim, não me importo com nada disso, não se preocupe, não vou ficar reparando na sua casa, apenas vim até aqui para ser o mais discreta possível. Não quero que nos vejam juntos.

Ele parece ficar um pouco mais tranquilo e então adentra sua casa. Ela era formada apenas por um vão, no canto havia um pequeno fogão que ele mesmo deveria ter feito e uma cama no chão. Era realmente muito pequeno e não tinha nada mais do que aquilo.

Ele coça a cabeça e me olha tímido, mas finjo normalidade para que ele não ficasse ainda mais envergonhado e então começo a explicar o motivo de eu estar ali. Tento explicar com detalhes sobre a situação do Charles Walker e de que aquilo era um assunto extremamente sigiloso.

- Nem se preocupe, capitã. Irei apurar isso. Não é possível que esse homem entre aqui na ilha há anos e ninguém sabe como ele faz.

- Pois é. Ele deve ter um ótimo contato, porque só isso explica ele conseguir entrar e sair ileso.

- Foi a primeira coisa que pensei.

Ele era esperto.

- Tem algo em mente? - Pergunto, porque queria saber por onde ele pretendia começar.

- Acho que pensar que os postos de controle estão envolvidos é a maneira mais lógica de pensar, então eu entendo que a senhora tenha ido até lá para apurar alguma informação. O problema é que sua presença chama muito atenção, não iria conseguir apurar muita coisa. Todos da ilha sabem o que vocês fazem e por onde estão, tanto os Vermelhos quanto os Negros têm olheiros em todos os cantos desta ilha, capitã. E vocês são as pessoas mais visadas.

- Como assim, "vocês"?

- Primeiro de tudo, as capitães. Todos conhecem o rosto de vocês a léguas de distância, além do mais, chamam atenção porque só quem se veste bem assim aqui na ilha, são piratas influentes.

Olho para minhas roupas e concordo. Era chamativa a maneira que nos vestimos, porque eram roupas tecidos caros, ouro, correntes... espada, arma de fogo.

- E... devo dizer que desde começaram a... bem, você sabe...

Franzo o cenho pela forma sem jeito que ele tentava abordar algum assunto que eu não havia entendido.

- Não estou entendendo, Tim. Pode falar, não se preocupe com o que vou achar, prefiro que seja sincero comigo.

Ele engole em seco, estava claramente nervoso.

- É que desde que começaram a... se envolver, são as pessoas mais visadas da ilha. Todos querem saber se é verdade mesmo que isso está acontecendo. - Ele fala por fim.

- Como assim?

- É uma coisa histórica, capitã. Muitas pessoas têm medo que a guerra entre os dois lados volte a estourar, tem gente que nunca acreditou que esse Acordo de Paz fosse dar certo por tantos anos e, bem, agora muita gente tem esperança que a paz entre os Negros e os Vermelhos finalmente reine de vez.

- Tim, do que você está falando?

- Nunca ouviu falar nisso, não é? O senhor Kirk não gosta quando trago esse assunto, mas a verdade é que a maioria da população nutre esse medo, de que as famílias voltem a se matar como faziam anos atrás.

- Você está dizendo que algumas pessoas acham positivo o fato de eu e a Kornkamon termos uma relação estreita?

- Precisamente, capitã.

- Não sei de onde tirou isso, Tim. A Mon está enfrentando uma crise dentro da sua tripulação porque eles perderam a confiança nela quando descobriram que ela tinha--

- Essa relação estreita com a senhora. - Ele completa minha frase, me ajudando a não falar tão diretamente que a gente se pegava.

- Isso.

Ele sorri.

- A visão que vocês, que têm altos cargos dentro da tripulação, é um pouco deturpada. Como faço meu trabalho em terra firme, eu convivo com as pessoas da comunidade que são dos Vermelhos porque suas famílias vivem ao sul da ilha e porque estão, historicamente, envolvidas com nosso lado, mas que não fazem parte da tripulação e nem trabalham com nada relacionado à pirataria.

- Sim, a maioria da população que mora ao sul da ilha nem faz parte da tripulação do Concorde e nem tem nenhuma ligação com a gente, eu sei disso.

- Pois é. A maioria da população de Nassau nem está envolvida em nada dos piratas, embora a economia da gente gire em torno disso, eu sei. Mas essas pessoas, as pessoas comuns, elas só querem a paz. Se as duas capitães têm uma boa relação, a paz está garantida, certo?

- Eu nunca tinha pensado sobre isso.

Ele volta a sorrir.

- Eu sei, capitã. Vocês são como celebridades aqui na ilha, todo mundo as conhece, mas vocês acabam por não conseguir--

- Ver mais do que nossos próprios umbigos.

Ele abre o olho preocupado.

- Não! Não senhora, não era isso que eu iria dizer, não de jeito nenhum...

- Não se preocupe, Tim. Eu sei que não quis ser rude nem nada. Mas a verdade é que você está certo, o fato de não saber sobre a opinião da maioria das pessoas que moram em Nassau, só mostra como o que eu falei é verdade, a gente fica tão envolvida nos nossos problemas internos que acabamos por nem mesmo ter contato com a população que não é pirata.

- Mas não quis fazer você se sentir mal, capitã.

Sorrio da sua frase.

- Claro que não fiquei, pelo contrário, eu gostei de ter a visão desse outro lado, porque é importante saber disso. Mas bem, essa é uma outra questão, inclusive saiba que eu e a Kornkamon não estamos envolvidas, embora tenhamos sim uma relação estreita, como falei. 

Ele franze o cenho e me olha com uma expressão meio perdida.

- Como assim não estão envolvidas?

Ele estava confuso porque, supostamente, sabia de tudo, mas essa informação havia passado batida por ele.

- É isso que ouviu.

Ele mexe os olhos como se estivesse resolvendo uma equação dificílima na cabeça.

- É recente, não se preocupe se não sabia disso ainda. - Acrescento e ele me olha mais perdido ainda.

- Não estavam juntas ontem no Bordel? Desculpe a intromissão, mas é meu trabalho.

Rio de leve.

- Eu sei, Tim. Não precisa pedir desculpas e, sobre ontem, estávamos ambas no Bordel, mas não juntas.

- Mas saíram juntas. - Ele pontua, porém mais pensando alto do que, de fato, conversando comigo.

- Eu saí e ela saiu na mesma hora, não saímos juntas.

- Desculpe-me pela maneira que estou te confrontando, capitã. É porque quero entender o que houve, eu não posso deixar passar uma informação dessas, se eu não sei de algo assim, significa que estou fazendo meu trabalho errado.

- Seus informantes lhe disseram que saímos juntas? - Jogo verde para entender até que ponto tinham nos visto porque, de fato, quando saímos não tinha uma alma viva na rua, como eles nos viram?

- Sim, que saíram juntas e estavam conversando na rua.

Meu coração bate disparado, como se eu tivesse sido pega cometendo um crime.

- Como viram isso, se não havia ninguém na rua?

- Somos os melhores no nosso trabalho, capitã. Se não fosse assim, os Vermelhos não estariam nos pagando para saber das coisas.

Fico preocupada em saber daquela informação. Achei que fosse impossível que alguém tivesse nos visto ontem.

- E você sabe de mais alguma coisa? - Pergunto nervosa.

- Não, capitã. Só que saíram na mesma hora e conversaram na saída.

Respiro aliviada, ainda bem que eu a puxei para dentro do beco, nunca me confiei em uma rua "deserta" e agora menos ainda.

- Bem, mas a verdade é que conversamos, mas não estamos juntas.

- Tudo bem... 

- Mas, bem é isso. Eu te pagarei extra pela informação sobre o Charles Walker e não quero que trate disso com ninguém.

- Sim senhora, capitã.

- Ninguém mesmo, nem com o Kirk, nem com minha irmã. Se tiver alguma informação, me avise que eu dou um jeito de encontrar com você.

- Como quiser. Estou às ordens. - Ele faz uma reverência.

- Obrigada, Tim. Espero seu contato em breve.


Kornkamon Teach

- Já vai sair novamente, Kornkamon? - Minha mãe me pergunta com as mãos na cintura e evidente irritação. Eu estava na porta de entrada, calçando minhas botas.

- Sim, mãe. Passei o dia trabalhando e agora eu vou relaxar. - Dou um sorriso.

- Por que nunca pode ficar em casa? Tomar uma bebida com sua mãe...

Começo a repensar a ida ao Bordel. Eu sabia que minha mãe andava muito sozinha desde a morte do meu pai.

- Está falando isso porque, de fato, quer minha companhia ou porque se sente só?

Ela revira os olhos.

- Faz diferença? - Ela ri de leve, porque tinha sido pega na mentira.

- Mãe, se você quisesse minha companhia, eu mudaria meus planos por você. Mas se só quiser me fazer ficar para não ir ao Bordel, então eu vou manter meus planos.

Ela anda até mim, pondo suas mãos no meu rosto como sempre teve o costume de fazer, desde que eu era criança.

- É só que sinto sua falta e também porque não gosto que frequente esse lugar. Não estou acostumada ainda, mesmo que já tenha acabado com a Stella há algum tempo, ainda não me acostumei.

- Eu sei, mãe. Mas é o local que eu tenho para me divertir, meus amigos todos estão lá.

- Amigos, sei.

- O que quer dizer com isso, dona Angélica? - Pergunto e ela sorri, evitando meu olhar.

- Eu te conheço muito bem, Kornkamon.

- Está dizendo que vou lá pelas mulheres? - Pergunto de forma direta.

- Não pelas mulheres no plural, mas pela mulher no singular. Uma única.

- A "única" não quer me ver pintada de ouro, se quer saber.

- Eu sei pelo que me contou, mas também sei que você não está convencida disto. Estou mentindo?

Sorrio.

- Não. - Mordo o  lábio inferior lembrando da Samanun.

- Foi o que pensei.

Ouço batidas de leve na porta e então a Lauren aparece pedindo licença.

- Boa noite, dona Angélica. - Ela fala, com respeito. - Mon, está pronta?

- Lauren... - Minha mãe a chama. - Veja se não deixa essa aqui fazer nenhuma besteira hoje, sim?

- Defina besteira. - Falo rindo e as duas me olham com cara feia. - Calma, estou apenas brincando.

- Pode deixar, dona Angélica. Ela vai se comportar, não é Mon?

Começo a me dirigir para a porta de entrada, onde a Lauren estava e cruzo com ela, saindo da casa.

- Não garanto nada. - Falo enquanto descia os degraus da varanda.

Ouço Lauren se despedindo da minha mãe e se juntando a mim enquanto andamos até o estábulo.

- Eu estou falando sério, Mon. Não vá aprontar, lembre que a reunião com  a tripulação hoje foi a melhor possível. Não estrague isso.

Paro de andar e olho para ela.

- Vamos fazer um trato? Se a Samanun estiver feia eu não vou nem olhar para ela, mas se ela tiver gostosa--

- Ah, vá pra puta que pariu. - Ela fala e começa a andar na minha frente, enquanto eu a sigo rindo alto.

-------------------

Eu começava a sentir os efeitos do álcool no meu organismo, enquanto virava a quinta dose de uísque de uma vez.

Camila e Lauren estavam se agarrando de maneira lasciva no banco ao lado do meu, seria questão de tempo para elas subirem no quarto. E a Hailee me encarava do outro lado do salão, enquanto estava sentada no colo de um dos marujos da Samanun. Ela estava puta porque eu tratei de dispensar sua companhia por aquela noite, se eu queria alguma chance de me aproximar da Samanun, era melhor que eu não piorasse as coisas com joguinhos de ciúmes.

"Senhoras e senhores, temos a honra de apresentar nossa mais nova atração da noite..."

Há muito tempo que não tínhamos artistas novos na cidade, de modo que quando a Jim anuncia aquela informação, todos que ali estavam direcionam sua atenção para o palco.

Os candelabros que iluminavam o recinto são apagados e a banda, que normalmente tocava toda noite no Bordel, começa a tocar um repertório diferente, mais sensual. A melodia começa em um solo hipnotizante, quando uma pessoa com capuz e uma capa cobrindo todo seu corpo, entra com uma tocha e acende as dezenas de velas que estavam em cima do palco, revelando um enorme mastro que ia quase até o teto.





O tremular das chamas das velas que cobriam todo o chão, tornavam a áurea do ambiente misteriosa e atraente. Quando a pessoa que havia acendido todas as velas, finaliza o trabalho de pôr fogo em todos os pavios que estavam dispersos ali no chão, ela se desvencilha da tocha na sua mão e começa a dançar de maneira muito diferente. Era hipnotizante, sexy pra caralho.

Era uma dança de uma maneira que eu nunca tinha visto, a pessoa usava da música para dançar, mas ao mesmo tempo começava a se despir. Primeiro ela tira o vestido que estava embaixo da capa, mas sem tirar o capuz, de modo que ninguém da plateia conseguia ver quem era. Seus movimentos eram lentos e calculados para fazer com que todos quisessem que ela se apressasse, mas ela nunca dava o que queriam. A capa cobria todo seu rosto, mas era aberta na frente, expondo uma parte dos seus seios cobertos pelo sutiã vermelho e sua barriga chapada. Ela usava uma calcinha vermelha minúscula e suas mãos passavam pela borda da micro peça, ameaçando baixá-la, mas o movimento não se completava.

Com passos instigantes e reboladas lentas, ela se aproxima do mastro, passando a mão no cilindro de madeira até se abaixar, encostando a bunda nos calcanhares. Ela estava atrás da madeira e sua barriga roçava naquele local. Toda a plateia estava imóvel e em completo silêncio, até que ela retira o capuz e se revela para todo mundo. Meu queixo vai no chão e então eu procuro pela Samanun na plateia, ela estava abstraída, assim como o restante também estava. Margot fazia um tremendo número de dança, de uma forma nunca antes vista.

Então ela sobe no mastro e começa a fazer números acrobáticos lá em cima. Ninguém conseguia mexer um centímetro sequer e as notas do piano e do saxofone eram as únicas coisas que se ouvia.

Meu olhar intercambiava entre a mulher em cima do palco e os olhos vidrados da Samanun em cima do corpo da sua ex. Cada segundo que passava e ela não desviava os olhos, me enchiam mais de raiva. A atmosfera sexy que circundava o ambiente me deixava com uma mistura de sentimentos, eu só queria acabar com a raça da Samanun... na cama.

Viro mais outra dose de uísque, sentindo o líquido dourado queimando minha garganta e esôfago, até chegar quente no meu estômago.

Meu olho volta para a plateia, procurando pela Samanun Every e, para minha surpresa, ela não estava mais no mesmo local. A única fonte de luz que havia ali eram as velas acesas no palco, o que tornava o ambiente bem escuro de forma que eu não conseguia achá-la em nenhum lugar, por mais que eu passasse minha vista de um lado a outro.

De repente, sinto alguém puxando meu braço.

- Vem comigo. - A voz da mulher que eu procurava sussurra no meu ouvido, me assustando, mas não tenho tempo de reagir porque logo estamos andando pela penumbra.

O show continuava no palco, prendendo a atenção de todo mundo, enquanto a gente passava por trás da plateia com pressa.

Passamos pelo corredor de dentro, por onde os clientes não circulavam. Entramos pela cozinha da casa da Jim e subimos para os quartos pela escada interna, a mesma que havíamos usado no dia que subimos escondidas da outra vez.

Corremos pelo corredor escuro até o primeiro quarto livre que encontramos e ela entra e puxa minha mão, para que eu entre logo atrás. Ela então fecha a porta trancando rápido e logo ataca minha boca, passando sua mão pela minha cintura, puxando minha nuca e invadindo minha boca com sua língua quente. No começo, eu fiquei sem reação porque era gostoso demais beijá-la, mas logo a imagem dela babando pela ex no palco invade minha mente e eu a empurro.

- O que foi? - Ela pergunta surpresa pela minha reação.

- Está querendo descarregar em mim o tesão que ficou pela sua ex lá embaixo? - Pergunto irritada.

- O quê?

- Pensa que não vi a maneira que estava babando pela dança daquela rapariga de quinta?

- Ei, calma! Eu não estava babando, só estava surpresa. Do mesmo jeito que você também estava, não pense que não vi como estava assistindo ao show, torcendo para que ela tirasse a calcinha, antes de saber que era a Margot. Vai negar?

- Uma coisa é eu assistir uma dança sensual como nunca tinha visto antes, óbvio que estava impressionada. Mas você continuou vidrada na dança, mesmo vendo que era sua ex. Aliás, especialmente por ser sua ex.

Ela se aproxima de mim e eu me afasto.

- Você com ciúmes é muito sexy, me deixa com mais vontade ainda de te jogar naquela cama. - Suas mãos passam pela minha cintura de novo e ela cola nossos corpos.

- Eu não vou transar com você agora, Samanun. Eu sei que quer isso porque ficou animadinha com o que viu lá embaixo. - Tento empurrá-la.

Ela beija meu pescoço, arranhando minha nuca com suas unhas curtas.

- Eu estava impressionada pela dança, mas em determinado momento eu notei que o ambiente estava escuro e todos assistiam ao show. Era a hora perfeita para passar despercebida.

Ela lambe meu pescoço e morde minha orelha.

Meu corpo se entregava e começava a derreter nos seus braços, embora eu ainda tentasse me manter firme.

- Não foi você que disse que não queria... ah! - Ela aperta meu mamilo com o dedo indicador e polegar, por baixo da minha blusa e eu gemo vergonhosamente.

- Eu disse, Kornkamon, eu digo muitas coisas. Mas não consigo garantir nenhuma das minhas promessas quando a luz abaixa e o álcool bloqueia meu senso crítico. Você passa o dia inteiro me provocando, acha que sou de ferro?

Ela aperta meu mamilo novamente e isso me incendeia de vez. Tiro suas mãos do meu corpo e a jogo na cama. A raiva e o tesão correndo nas minhas veias.

Rasgo sua camisa e exponho a lingerie. Não consigo suprimir o riso safado que nasce nos meus lábios quando vejo a cor da sua lingerie: preta.

- Sempre se vestindo de Negro, Samanun?

Seu olhar lascivo me encara e ela também ri.

- Aquela puta loira que está fazendo aquele número todo, louca para chamar sua atenção, sabe que ao invés disso você tá aqui em cima, prestes a ser comida por mim?

- Puta loira? - Ela pergunta, achando graça do apelido que eu havia usado e pela maneira que eu estava com raiva.

Sim, eu estava com um puta ciúme daquela mulher, se ela queria jogar baixo, eu iria mais baixo ainda.

- De tudo que eu falei, você só captou isso? Me responde Samanun, ela sabe que você está aqui em cima?

Levanto seu queixo para que ela me olhe e com a outra mão, desabotoo o fecho do seu sutiã. Assim que a peça abre, ela se surpreende.

- Abriu meu sutiã com apenas uma mão? - Ela pergunta e eu levanto uma sobrancelha.

- Está querendo mudar de assunto, Every?

Aperto sua cintura com força e mordo sua barriga.

- Ai! - Ela puxa o ar entre os dentes.

Lambo seu mamilo e ela revira os olhos.

- Eu vou te fazer gemer tão alto essa noite, que ela vai ouvir do camarim dela ou da puta que o pariu de onde ela estiver.

Mordo seu mamilo e lambo a ponta dele enquanto ele ainda está entre meus dentes e ela arfa ruidosamente.

Ela põe suas mãos em mim, mas logo as tiro.

- O quê, não vai me deixar te tocar? - Ela pergunta achando graça e eu levanto uma sobrancelha.

- Você nem faz ideia, Samanun. - Levanto-me de cima dela e desabotoo meu cinto, ela se apoia nos cotovelos e observa todos os meus movimentos sem entender.

Antes de me deitar novamente em cima do seu corpo, abro sua calça e removo todo o resto de roupa que ela usava.

Ela começa a se levantar da cama, mas espalmo minha mão no seu tórax e impeço seu movimento.

- Pode continuar deitadinha aí. - Escalo seu corpo, com as pernas uma de cada lado e pego suas mãos, prendendo seus pulsos com meu cinto e amarro-o no espaldar da cama. Ela fica um pouco surpresa inicialmente e até assustada.

- O que está fazendo?

- Nunca fez sexo assim? Você vai ficar quietinha, hoje é do meu jeito e você só vai me obedecer.

Junto seus dois seios o mais próximo possível entre si e começo a lamber os dois mamilos. Ela tenta mover suas mãos, mas não consegue.

- Presa? É claro que não. - Ela responde e eu sorrio.

- Então vai ser sua primeira vez. - Dou um tapa na sua coxa e sugo seu seio esquerdo. Ela geme um pouco mais alto.

- Mon... - Ela suplica.

- O que foi? Achou que ia me comer, mas te avisei que eu iria terminar o que começamos ontem, achou que eu estava brincando?

Beijo sua boca e mordo seu lábio inferior, puxando levemente. Ao mesmo tempo, minha mão desce até seu centro e eu introduzo meu dedo indicador por entre suas dobras, encontrando seu nervo úmido. Faço círculos em um movimento lento e ela geme de novo.

- Principalmente depois de hoje, Samanun.

Flashes da dança da Margot invadem minha mente, fervendo meu sangue com raiva novamente.

- Ai, Mon... - Ela entrava no transe do prazer enquanto eu continuava com meus movimentos na sua boceta e lambia a extensão da sua barriga, circundando seu umbigo com a ponta da minha língua.

Molho meus dedos com minha própria saliva e estimulo seu mamilo rígido em meio aos seus gemidos roucos. Era claro que ela estava adorando aquela brincadeira, eu nunca a tinha ouvido gemer tanto.

- Vira de costas. - Giro seu corpo na cama e ela auxilia meu movimento, seguindo meu comando.

Enquanto ela se vira, eu aproveito para ficar em pé e tirar as minhas próprias roupas.

Suas nádegas claras e lisas estavam à mostra e completamente dispostas para o meu bel prazer. Mordo o monte de carne direito e introduzo me dedo na sua boceta novamente, masturbando aquela região molhada e ela empina sua bunda, pedindo por mais.

- Veja como seu corpo se oferece para mim, Samanun. - Dou um tapa forte que deixa uma marca na sua nádega direita.

Apoio meu corpo levemente nas suas costas, sem parar o movimento na sua região sensível. Meus seios encostam na sua pele, estimulando meus próprios mamilos, que enrijecem pelo toque.

- Fica de quatro e empina essa bunda como você estava fazendo, eu quero ter acesso total ao seu corpo, quero tê-lo como mereço porque ele é meu.

Outro tapa estalado na sua bunda.

- Porra, que delícia Kornkamon. - Ela responde, enquanto eu continuava masturbando seu nervo, mas paro por um momento, enquanto ela se ajeitava da maneira que eu havia solicitado.

Devido à maneira que eu havia prendido seus punhos, ela apoiva seus cotovelos e seus joelhos na cama, ficando de quatro e me dando a visão completa do meu objeto de desejo.

Minha boca se enche de água e eu caio de boca na sua boceta, lambendo seu clitóris e circundando sua entrada, da mesma forma que fiz com seu umbigo.

Ela geme meu nome de novo.

Puxo seu cabelo como em um rabo de cavalo, fazendo ela levantar a cabeça e então mordo sua orelha, enquanto volto com minha mão para o meio das suas pernas.

-  Quer que eu pare? - Pergunto no seu ouvido.

- N-não. - Ela responde com a voz rouca.

- Me diz o que você quer mais.

Meus dedos passeavam pelas carnes úmidas e sensíveis, enquanto ela tinha os olhos fechados imersa no prazer que sentia. Sua lubrificação cada vez mais abundante, melava todo o meu dedo e me dava acesso livre para introduzir no seu canal vaginal, já que eles deslizavam facilmente nas dobras inchadas.

- Faz o que quiser. - Ela balbucia.

- Meu amor, eu já estou fazendo o que eu quero, não entendeu que eu estou no comando aqui?

Introduz dois dedos dentro dela.

- AAH! - Ela geme alto.

Mantenho os dois dedos dentro e mexo as pontinhas, estimulando as terminações nervosas das paredes do seu canal.

Ela aperta o lençol da cama, com suas mãos presas.

Desço minha boca para o local da cabeça do seu nervo e estimulo o local, enquanto começo a fazer movimentos entrando e saindo, estocando devagar.

- A sensação dos seus dedos roçando na parede da minha boceta, ah! Como é bom! - Ela fala e eu introduzo mais um e ela choraminga, mas então eu paro de estocar, só mantendo o volume dos três dedos ali.

- Está tudo bem? - Eu não queria machucá-la de uma forma ruim. Claro que a intenção daquele tipo de sexo era ser forte e bruto, mas não queri a machucar de uma maneira que não desse prazer.

- Me come, Kornkamon. - Ela pede da maneira mais passiva que poderia existir.

Volto a estocar meus dedos na sua boceta molhada, que pingava lubrificação, pedindo por mais.

Meu polegar assume o trabalho da minha boca, estimulando seu clitóris e eu levo minha outra mão para o meio das minhas pernas, me aliviando.

- Está se masturbando? - Ela pergunta um pouco indignada.

- Shhh, fica quietinha, que hoje eu que vou fazer tudo, você não tá em posição de pedir nada.

- Mon, por favor, me deixa te dar prazer.

- Shhh. - Dou um tapa na sua bunda. - Quer se lambuzar no meu corpo? Vai ter que merecer. - Outro tapa estalado e começo a aumentar o ritmo das estocadas, roubando mais um gemido dela.

Dou mais algumas estocadas certeiras no seu ponto de prazer e paro. Ela me olha sobre o ombro sem entender.

- Vira de frente de novo. - Eu peço e a ajudo a se virar na cama. Assim que ela está de frente pra mim, eu a beijo, um beijo profundo e quente. Nossas línguas se misturam junto com sua saliva e sua lubrificação.

Quando finalizamos o beijo, eu passo minha língua nos seus lábios, lambendo sua boca que tenta se aproximar para outro beijo, mas eu me afasto, provocando-a. Ao mesmo tempo, volto a estimular seu nervo duro.

- Me deixa te tocar, eu preciso te tocar. - Ela pede e eu sorrio.

- Não vai, Samanun. Para aprender a se comportar. - Introduzo os três dedos sem aviso e ela aperta os olhos, sentindo dor e prazer ao mesmo tempo.

Ela estava completamente deitada de barriga para cima e eu estava com os joelhos apoiados na cama, na altura da sua pelve, mas não estava sentada.

Volto a lamber seu mamilo e ela mantém o olho fechado. Subo as lambidas, com um rastro molhado até seu queixo, onde mordo com um pouco de força.

- Ai! - Ela reclama da dor, mas sua reclamação soava mais como um gemido do que qualquer coisa.

- Abre o olho. Quero que você me assista enquanto te dou prazer e me masturbo ao mesmo tempo.

Ela abre o olho e começa a me observar. Eu levo minha mão esquerda de volta para o meu clitóris e nos dou prazer ao mesmo tempo. Ela tinha seus olhos colados em mim e eu sentia os marrons avermelhados cobrindo todo o meu corpo, vez ou outra ela observava o movimento que meus seios faziam devido à atividade que eu exercia em nós, mas quando seus olhos descem e miram minha mão no meu próprio centro, é que eu enxergo a luxúria escorrendo pelo seu olhar. Sua expressão modifica e seu olhar fica preso ali.

Viro minha cabeça para trás, meus cabelos soltos nas minhas costas, enquanto eu sentia o peso do seu olhar me observando. Abro os olhos para constatar que eu estava certa, ela nunca parou de me assistir.

- Ah Samanun. - Gemo enquanto mexo no meu próprio clitóris. - Está vendo meus movimentos na minha própria boceta? Eu vou replicá-lo em você, para sentir exatamente o que estou sentindo.

Ela lambe seu próprio lábio inferior e então o captura com os dentes, mordendo-o forte enquanto me assistia. Eu fazia os movimentos em mim e replicava nela, seus olhos nem piscavam, fixados na mão no meio das minhas pernas.

- Puta que pariu, que visão. - Ela geme e fala ao mesmo tempo. Seu quadril dava sinais de vida, mostrando que ela estava cada vez mais perto de gozar.

Meu pico já tinha se aproximado fazia tempo, mas eu estava me segurando para ela vir também junto comigo.

- Está gostoso para você? Porque para mim está maravilhoso.

- Porra, sim. - Pela primeira vez ela fecha os olhos, pendendo sua cabeça para trás. Nossos orgasmos viriam juntos e seria maravilhoso me derreter junto com ela.

- Goza pra mim, Samanun. Grita meu nome enquanto tenho meus dedos na sua boceta, para mostrar pra todo mundo que só eu te faço gemer assim.

- Ai, Mon! - Ela geme e é música para meus ouvidos. - Eu vou...

Antes que ela termine a frase, seu orgasmo a atinge forte e, assim, eu acelero um pouco mais os movimentos em mim, chegando ao precipício delicioso que eu estava prestes a me jogar junto com ela.

A onda de relaxamento chega após a euforia inicial e nossos corpos relaxam juntos. Antes de me permitir deitar junto com ela na cama, eu retiro o cinto que prendia sua mão e libero seus braços.

Ela mexe eles com um pouco de cuidado pelo tempo que ficou presa e então envolve meu corpo com eles, enquanto deito no seu peito.

Sinto sua mão fazendo um carinho nas minhas costas, ao passo que nossas respirações vão retomando sua frequência normal.

- Eu nunca tinha experimentado transar assim com ninguém. - Ela fala por fim.

- Você gostou? - Pergunto, mas pela posição que eu estava deitada no seu peito, eu não via seu rosto.

- Sim...

Ela faz uma pausa e o quarto volta a ficar em silêncio, enquanto sua mão continuava com o carinho na pele das minhas costas.

- Muito. - Ela completa e eu sorrio.

Levanto a cabeça que estava apoiada nela e dou um beijo no seu pescoço.

- Eu sei que não deveríamos, mas eu não consigo me conter de tentar transar com você todo dia. - Falo já deitada novamente no seu ombro. Ela ri de leve, esquentando meu peito.

- Você sabe que estou fazendo isso por você, não é?

- Você já repetiu isso algumas vezes e ainda assim eu sinto que sou a única que está perdendo nessa história toda. - Ela levanta sua cabeça para olhar diretamente nos meus olhos.

- Depois do que fiz hoje, te puxando para esse quarto no meio do Bordel inteiro, acha que eu não sinto sua falta? Não costumo fazer esse tipo de loucura, Kornkamon, mas você me enlouquece.

- Enlouqueço? - Pergunto novamente.

- Sim.

- Então ótimo, é minha intenção. Eu não quero te dar um segundo de paz enquanto continuar com esse plano idiota.

Ela sorri novamente.

- Você é incorrigível.


Samanun Every

O sol começava a aparecer no horizonte, quando abro meus olhos devagar, protegendo-os do início da claridade do dia.

Mon dormia serenamente nos meus braços e eu gasto alguns minutos observando a cena. Era tão inusitado amanhecer com ela nos meus braços e tão bom ao mesmo tempo, que eu esqueço,  por alguns segundos, a pressa que eu deveria ter de sair dali.

Sem perceber, meu rosto carregava um sorriso bobo, ao observar ela dormindo junto a mim. Suas pernas emaranhadas nas minhas, enquanto sua cabeça estava apoiada no meu braço e ela tinha uma mão apoiada na minha barriga.

- Se você parasse de tentar me afastar, poderia acordar com essa visão todo dia. - Ela fala de repente, me assustando. Seus olhos ainda permaneciam fechados.

- Como sabe que estou te observando?

- Eu sinto os seus olhos em mim. - Um sorriso preguiçoso brota no canto da sua boca.- E também imagino que esteja sorrindo que nem uma boba.

Desfaço o sorriso imediatamente.

- Não estou, não. - Brinco e ela abre seus olhos, indo de encontro com os meus.

O marrom escuro que ela tinha, estava um pouco mais claro à luz da manhã que entrava pela janela e eu amava contemplar as mudanças que ela carregava nas suas íris escuras.

- Você estava. - Ela volta a falar.

- Mon... - Eu falo com um pouco mais de seriedade na voz e é a vez do seu sorriso se desfazer. Ela sabia o teor da minha fala.

- Eu sei, tem que ir. - Ela complementa de maneira correta e então se levanta na cama, sentando e se virando para mim.  - Se me assumisse, não precisaria se esgueirar de madrugada como uma fugitiva.

Passo a mão na região entre seu pescoço e sua mandíbula, pondo os seus cabelos para trás.

- É provisório, Mon. Tente ser um pouco mais razoável.

Ela revira os olhos e acata meu pedido.

- Está bem, não falarei mais nada. Não vou nem impedir que vá embora, soa melhor?

- Não sei... soa? - Pergunto brincando e ela faz uma cara de sapeca.

- Então posso usar das minhas armas para te fazer ficar mais? - Ela pergunta, com a cara de uma predadora para sua presa e eu recuo com minha ideia na mesma hora.

- Não! - Falo nervosamente e ela gargalha. Ambas sabíamos que ela tinha as armas necessárias para me fazer ficar facilmente.

- Tudo  bem, não vou atrapalhar seus planos então. Estou tentando ser razoável.- Ela levanta as mão em um ato de inocência.

- Vou aproveitar essa brecha para ir embora logo, se não eu não irei conseguir mais.

Falo enquanto me levanto da cama. Quando já estou de pé, colocando minha camisa arruinada pela noite anterior, eu me inclino para dar um beijo nela. Começa apenas com um selinho, mas logo sua língua saborosa pede passagem, a qual concedo imediatamente.

- Mon... - Falo no meio do beijo e ela entende o recado, encerrado-o.

- Já sei, já sei. - Ela fala abusadinha.

- Marquei a reunião com a Tee hoje de manhã.  - Informo.

- Ótimo. Vocês são muito parecidas, sei que a elaboração desse documento vai fluir de maneira fácil. - Ela fala e eu concordo.

Dou o último beijo nela quando estou completamente vestida, mas dessa vez opto pela bochecha para não ter nenhum perigo, ela era ardilosa e eu sempre caía como um patinho.

Abro a porta devagar, checando os corredores e então saio de fininho, andando rápido na ponta dos pés, assim que checo que realmente não tinha ninguém no local.

Quando finalmente pego na maçaneta da porta, ouço uma risada baixa no primeiro andar e quando viro a cabeça para ver quem é, suspiro de alívio por ver Camila rindo e a Lauren com a cara emburrada do seu lado.

- Eu não sei se fico com mais raiva de você se eu souber que estava com você-sabe-quem dentro desse quarto ou com qualquer outra mulher. - A mulher de olhos verdes cruza os braços e a latina ao seu lado aprofunda a risada.

- Você não vai ficar irritada de modo algum, porque nem me viu.Tchau. - Falo com pressa e giro a maçaneta, abrindo a porta e saindo às pressas.

Corro até minha égua e monto com pressa, saindo em disparada para a reunião com a Tee.

O Porto era muito próximo do Bordel, de forma que em poucos minutos eu chego no local acordado entre a gente, encontrando-a já a postos, lendo um papel nas suas mãos.

- Bom dia. - Falo assim que entro na sala. Seu olhar levanta da folha de papel que tinha à sua frente e me encara.

- Está atrasada. - Sua voz não continha irritação, ela apenas estava pontuando aquele fato. Ando até onde ela estava.

- Sim, desculpe-me, isso não costuma acontecer.

Ela me observa e então volta a ler os papeis.

- Está cheirando a álcool... - Ela então tira os óculos de leitura e então olha para mim. - Dormiu no Bordel?

Meu estômago gela e sinto meu coração disparar.

- Eu--

- Se possível, só me responda uma coisa para eu saber com o que eu estou lidando: dormiu com a Mon ou com outra mulher? Se me responder que dormiu com outra mulher, eu não tenho nada a ver com isso e podemos seguir.

Ela estava pedindo para eu mentir?

Engulo em seco, pensando no que iria falar enquanto ela me olhava, aguardando pacientemente que eu respondesse.

- Não dormi com outra mulher. - Respondo por fim e ela respira fundo. - Mas antes que comece seu sermão, eu sei de todas as implicações, foi--

- Samanun, desculpe-me a sinceridade, mas não se porta como se soubesse. - Ela responde de maneira séria. - Eu já estou acostumada a lidar com as inconsequências da Kornkamon, mas eu não esperava que se portasse assim, já que age de maneira muito mais adulta do que normalmente a minha capitã, pelo menos no que diz respeito a "pensar antes de fazer".

- Tee, eu entendo seu ponto e você tem toda razão, mas preciso deixar claro que não é minha mãe aqui e nem uma figura de autoridade para mim.

- Eu sei, mas eu tenho uma responsabilidade com a capitã, além disso eu achei que fosse colaborar...

Levanto-me da cadeira que eu havia sentado, passo a mão nos cabelos e começo a andar de um lado para o outro inquieta.

- Eu entendo seu lado, eu estou disposta a ajudar porque sei que tem razão, mas ela não colabora, Tee! - Sem querer, eu soo que nem uma criança.

Tee revira os olhos, sem acreditar nas minhas palavras.

- Bem, eu acho que você já deve saber tudo que eu vou falar e, na verdade, temos assuntos mais importantes para definir aqui.

Volto a me sentar de frente para ela.

- Sim, acho mais produtivo focarmos no assunto principal.

Ela coça a garganta e se mexe na cadeira, um pouco nervosa. Franzo o cenho sem entender.

- Eu tenho um assunto prévio para tratar com você. É algo que eu não sei direito como abordar e, na verdade, é hiper sigiloso porque eu recebi essa informação há pouco tempo e tive que apurar. É algo complicado e não conversei nem com a capitã ainda...

Fico um pouco ansiosa com sua fala, mas aguardo ela completar.

- Samanun, eu... Bem, eu tive que colocar alguns informantes para me ajudar a procurar informações sobre esse tal de general Charles Walker. Desde que aconteceu aquilo com a Mon, naturalmente os Negros estão à caça desse homem, como deve imaginar.

- Sim, claro. Não esperaria diferente.

- Então mandamos vários informantes se infiltrarem em vários locais. Destinamos muito dinheiro nisso, porque é nossa prioridade principal. E tivemos um retorno relativamente rápido, mas problemático.

- Você quer dizer logo o que descobriu? Está me deixando nervosa.

Ela coça a nuca e volta a olhar para os papéis na sua frente, mas ela não estava lendo, só arrumando coragem para falar.

- Recebemos a informação de que o Kirk está envolvido nisso.

- Espera, o quê? - Levanto-me mais uma vez, nervosa.

- Sim. Ele está envolvido no processo de facilitar a entrada do Charles Walker e sabemos até o mecanismo que usa.

Meu mundo desaba aos meus pés. Não era simples saber que um dos seus homens de confiança estava arquitetando um plano pelas suas costas e pior, para matar a mulher por quem eu estava apaixonada.

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