Amor Entre Medidas

By luissa_secundaria

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Duas pessoas completamente diferentes, almas que talvez, só talvez, não dariam certo. Até que, por um acaso d... More

Prólogo - Águas de março
1 - Monalisa
2- Burguesinha
3 - Você é linda
4 - Que Nem Maré
5 - Desculpe o Auê
6 - Amor E Sexo
7 - Beija eu
8 - Menina Veneno
9 - Ela Une Todas as Coisas
10 - Mania de Você
11- Ciúmes
12 - Namora Comigo
13 - Eu e você
14 - Sozinha
15 - Preciso dizer que te amo
16 - Sou mais eu e você
18 - Amor
19 - Vamos fugir

17 - Confiança

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By luissa_secundaria

Giovanna

Rio de Janeiro, Copacabana. 04:00 h.

Um mês depois.


Acordei cedo, tomei banho e me arrumei pro trabalho. Fazia poucos dias que não via Alexandre, ele já tinha voltado a ativa 100 % e estávamos nos desencontrando por conta dos horários que não batiam, mas quase todos os dias conversamos por ligação até tarde.

O dia foi corrido, trabalhei que nem maluca, e obviamente, mesmo iniciando o trabalho cedo, tive que ficar até mais tarde, quando acontece de algum médico plantonista faltar a gente tem que cobrir, pois não dá pra deixar os pacientes doentes esperando.

Resolvi ir direto para a casa do Alexandre, como já tínhamos marcado antes. Estava sem carro então resolvi pegar um Uber até o condomínio onde ele morava.

- Oi. - falei assim ele abriu a porta.

- Meu Deus, que vista maravilhosa. - falou e me puxou pra dentro da casa me beijando. - Que saudades que eu tava de você amor. - falou beijando o meu pescoço, coloquei meus braços ao redor do seu pescoço.

- Tô exausta. - falei manhosa deitando no sofá com ele colado em mim.

- Vamos tomar um banho hum? - perguntou.

- Vamos, mais bem rapidinho por que estou com fome. - falei fazendo bico.

Depois do banho, demorado, e coloca demorado nisso, nós jantamos a comida que ele havia preparado para gente, um macarrão maravilhoso acompanhado de um vinho bom.

- Tava com saudade. - falou bobo enquanto estávamos deitados agarrados na cama dele.

- Também. - falei meio sonolenta, resultado do vinho e do sexo que a gente tinha acabado de fazer.

- Por que não vem morar logo comigo, acaba com isso. - falou apertando minha bunda de leve.

- Para com essa conversa, já falei que tudo tem seu tempo. - falei levantando o pescoço e olhando seu rosto.

- Sim, e quem garante que nosso tempo de morar junto não é agora? - falou sério.

- Não Nero, para, já falamos sobre isso. - falei, não me sentia preparada para morar com outra pessoa novamente.

Eu sei que eu não podia deixar que as marcas de dor do meu último relacionamento invadissem o meu presente, mas é muito mais difícil quando o último relacionamento era completamente abusivo e todas as traições que sofri... Não era fácil esquecer.

O Alexandre foi a minha primeira relação séria depois do Jorge, demorei uma eternidade pra confiar nele, e não quero me arriscar em algo instável.

O Nero é um cara muito intenso, pra ele tudo tem que ser a ferre e fogo, rápido, oito ou oitenta, e eu amo isso nele, ele é decidido, mas eu não consigo ser assim, é muito mais difícil pra mim me jogar em algo, tem que ser devagar.

- Amor...

- Vamos dormir meu filho, amanhã eu trabalho. - falei.

- Mas nem que me pague tu sai dessa casa amanhã, vai ficar aqui comigo, o dia todo. - falou deixando alguns selinhos na minha boca.

- Só quem pode folgar assim é tu. - falei sorrindo contra a boca dele.

∆••∆

Acordei com os braços pesados do Alexandre em cima de mim, como sempre. Tentei sair dos braços dele sem que ele acordasse, mas como sempre, sem sucesso.

- Bom dia amor. - falei assim que ele abriu os olhos.

- Bom dia, minha loira. - tocou meu cabelo desfazendo o coque.

- Vem, tô com fome. - puxei o braço dele de leve.

- Deixa eu acordar direto mulher. - falou coçando os olhos.

- Vai tomar banho então, eu vou preparar alguma coisa pra gente comer. - falei já me levantando.

- Toma banho comigo, vai. - pediu puxando meu braço.

- Nãooo Nero, eu tô com fome e se eu for tomar banho com você a gente não vai fazer mais nada hoje.

- Tá, tá bom, vou tomar banho. - falou emburrado ficando em pé.

Desci para preparar o café pra gente tomar. Fiz um café forte pra eu tomar enquanto preparava pão quente e ovos mexidos.

Estava colocando os frios para o café na mesa, enquanto o pão esquentava no forno, quando a campainha toca. Devia ser a Ana pois o porteiro não interfonou, então abrir a porta direito, paralisei com a cena que vi. Tentei indentificar rápido quem era e logo assimilei, Amanda. A ex noiva do Alexandre que encontramos no restaurante em um dos nossos encontros.

Ela estava com um vestido engraçado de curto, um salto, cabelo preso e cara de desolada, o que ela estava fazendo ali em um sábado em plenas oito horas da manhã? E por que a chegada dela não foi interfonada? Por que ela entrou sem a autorização?

Porra, ela já era recorrente aqui? Já era autorizada a entrar? Minha cabeça pensou mil coisas em poucos segundos. Não é possível, o que essa mulher está fazendo aqui?

Todo meu passado veio a tona, mas meus pensamentos foram interrompidos pela voz da loira que estava plantada na porta.

- Uou, você está aqui!?...

Não parecia uma pergunta, parecia mais ela confirmando algo pra ela mesma.

- O que você está fazendo aqui? - falei grossa, e quase me arrependir se não fosse pela próxima frase dela.

- Calma aí, eu vim falar com o Nero. - falou em tom de provocação explícito.

- Ele está no banho. - falei seca, foi engraçado ver a cara de boba que ela fazia, eu estar ali definitivamente não estava nos planos dela.

- Ele vai demorar? - perguntou, que mulher filha da puta.

- Ele sabe que está aqui? - perguntei.

- Quando ele sair do banho avisa que a Nanda esteve aqui, e pede pra ele me ligar. - falou e me deu uma vontade de voar na cara dela.

- Quer deixar um recado também? - perguntei sarcástica.

- É particular, bom, já estou de saída, achei que ele estaria livre agora... Pra gente resolver as pendências sabe... - falou.

- Ok, pode ir, eu aviso a ele. - falei e fechei a porta na cara dela o mais rápido que pude, só pra não dar a chance de ela ver, ainda mais, minha cara de decepção.

Desliguei o forno onde estavam os pães esquentando e fui até o quarto dele, onde ele ainda estava no banheiro. Catei minha roupas que estavam no chão e comecei a me vestir, já que eu só usava uma camisa dele.

Alexandre saiu do banho com os cabelos molhados sendo secados por uma toalha, o restante do seu corpo estava nu. Ele me viu e veio sorrindo até mim, eu não sabia o que pensar, estava magoada, por que caralhos aquela mulher entrou no condomínio sem ser anunciada? Ela já era comum aqui. Queria não pensar nessas coisas, mas era quase impossível.

Ele tocou em minha cintura com uma mão e a outra foi até minha barriga afim de me virar de frente a ele, mas eu me desfiz do seu abraço.

- Que foi? - perguntou rindo.

- Eu preciso ir.  - falei vestido minha blusa.

- Ué, por que? Você falou que passaria o dia aqui.- falou sem entender.

- Mas não vou poder mais, preciso ir.

- Giovanna, o que foi? Aconteceu alguma coisa no hospital? - perguntou meio despeço.

- Não, não é nada, eu quero ir pra casa.  - falei.

- Tá doida? Por que? A gente passou a semana toda sem se ver. - falou.

- Eu não devia nem tá aqui Alexandre.

- Endoidou de vez? Que isso amor?

- Sua ex noiva acabou de sair daqui. - falei.

- Amanda? Como assim?

- Não se faça. - peguei minha bolsa e desci para a sala com ele atrás de mim.

- Ei ei para mulher. - falou.

- Alexandre, o que ela veio fazer aqui? - perguntei já falando alto, e me arrependo em seguida.

- Eu sei lá, você que tá me falando que ela teve aqui.

- Ela entrou aqui sem ser anunciada, significa que ela já vem aqui faz tempo, eu que te pergunto o que ela veio fazer aqui? - perguntei já estressada.

- Eu não sei, ela nunca esteve aqui.

- NÃO é o que parece, quando falou comigo me pareceu bem familiazada.

- Amor, eu realmente não sei como e por que ela veio aqui.

- Alexandre, tu não quer que eu pense que essa mulher veio aqui do nada, e entrou na porra do teu condomínio sem ser avisada de susto, mandou tu ligar pra ela, quando desocupasse aqui. - falei nervosa, já chorando.

- Para com isso, eu não sei, de verdade, ela deve conhecer alguém aqui e entrou no condomínio, tu não tá achando que eu tenho alguma coisa com ela né?

- Eu não sei nada Alexandre, só não sou burra. - falei.

- Giovanna, pelo amor de Deus, para com isso. - falou passando a mão no rosto. - Você me conhece.

- Eu não te conheço não. - falei nervosa.

- Tu não confia em mim? - perguntou com uma cara de confusão e decepção.

- Não confio. - falei.

A cara que ele fez, me fez sentir uma pontada no peito, eu estava novamente deixando meu passado tomar conta dos meus sentidos? Era exagero da minha parte?

- Não acredito nisso. - sentou no sofá me olhando, sua perna tremia, seu olhar parecia decepcionado. - Se você não confia em mim, por que está aqui então? Por que está comigo? - perguntou sério.

- O que você quer que eu pense? Sua ex noiva exibida, aparece na porta da sua casa perguntando por você, pede pra você ligar, fala sobre assuntos somente dos dois!? O que você quer que eu pense?

- Porra, eu queria que você confiasse em mim, tá comigo a meses e fala que não confia em mim? Acho melhor a gente nem seguir mais com isso então Giovanna. - falou se levantando, estressado, nervoso. O que ele quis dizer com isso?

- O que tu tá querendo dizer com isso Alexandre? - perguntei com a voz fraca e o rosto já molhado em lágrimas.

- Eu não quero dizer nada. - falou sério.

- Você quer terminar? - minha voz falhou.

- Não, eu só... Não consigo acreditar que você não confia em mim, relacionamentos não se baseiam em confiança?

- Eu já confiei, e deu no que deu. - falei.

- Só que não foi comigo, não me compare com seus relacionamentos frustados. - falou alto se arrependendo em seguida. - Eu não quis dizer isso, só... Não quero que me compare.

- A gente estava indo rápido demais, eu sabia... - fechei os olhos passando a mão em meus cabelos. - Eu vou embora. - falei.

- Vamos conversa, por favor. - pediu.

- Não, eu vou embora, não me procura, não agora. - falei enquanto as lágrimas caiam dos meus olhos.

- Então é assim? Você vai embora, sem resolver nada? - perguntou bravo.

- A gente nunca vai dar certo, por que eu sou insegura demais, e você... Você é bom, bom demais até, mas não sabe mentir.

- Eu não estou mentindo pra você, eu não sei o que ela estava fazendo aqui, não sei como ela entrou aqui, e a última vez que nós falamos foi no meu escritório quando ela pediu ajuda com um caso, mas só foi isso, naquele dia, eu juro a você. - chegou perto de mim. - Agora se você não confiar em mim, a gente não vai dar certo nunca mesmo. - falou saindo em direção ao quarto.

Peguei minha bolsa e sair.

Peguei um táxis o mais rápido que eu pude, ao chegar em casa chorei como nunca. Eu nunca ia conseguir viver bem novamente. Nunca ia conseguir confiar em alguém de novo e isso acaba comigo, eu não queria magoa ele, mais eu não conseguia confiar, e eu sabia que era um problema que eu precisava resolver antes de me relacionar com alguém de novo.

Eu me sinto perdida, me sinto confusa, tudo dentro de mim é confusão. Eu sabia que estava bom demais, eu estava bem demais. Fui tão machucada que tornou impossível ser feliz.







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