Acabei de perceber
tudo que eu conheço hoje
vai envelhecer um dia.
Vidas minhas que acabaram,
se tornam apenas memórias distantes.
Não se tem como
segurar o tempo com as mãos,
deste está sempre à frente.
Se não posso controlar
o fluxo das ondas,
eu abrirei meu próprio mar
batizarei aqui o meu próprio pacto.
Serei uma das mais bonitas
criações de medusa.
Imóvel.
Nunca mudarei.
Sem modificações,
nem rachaduras.
O próprio tempo
se tornará rocha
em fluxo de um rio.
Nada pode acabar
se nada poderá viver.
Carregarei o fardo,
e uma maldição egoísta.
Tornarei meu coração pedra,
o efêmero assim,
não faças mais me sofrer.
Mas sei que um dia
irá ter fim —
e nesse dia,
terei de enfrentar
as serpentes da qual criei.