O frio do inverno se infiltrava pelas frestas da janela, mas dentro do quarto de Cameron, o clima era de pura agitação e expectativa. O grande dia finalmente havia chegado: o dia em que ele se uniria em matrimônio com o amor de sua vida, George.
Cameron, vestindo apenas uma camisola branca aberta, observava seu reflexo no espelho. A imagem que via era a de um homem ansioso, mas ao mesmo tempo feliz e confiante. Atrás dele, o Duque Ômega e o Lorde Ômega Wood o observavam com sorrisos estampados em suas faces.
Archi, com sua experiência e sabedoria, era a pessoa perfeita para ajudar Cameron a se preparar para este dia tão especial. Com movimentos precisos e cuidadosos, ele ajustou a gravata borboleta de Cameron, certificando-se de que estava impecável. Eles conversaram muito, e embora não fosse de seu agrado no começo, agora se sentia feliz em saber que seu irmão estava se casando com um ômega bom e não apenas um interesseiro da alfa sociedade.
O Duque Ômega vinha ensinado a semanas Cameron como se comportaria após o casamente, inclusive o acostumando qual seria seu novo título após o matrimonio, Lorde Ômega Smith, o alfa resolveu nas últimas semanas se desvencilhar do sobrenome familiar e adotar o do Ômega, que se sentiu feliz em ter o sobrenome do pai se transformando em algo da nobre, como ele nunca imaginou em vida.
Archi havia pedido a ajuda de Antônio Wood para, junto Camerom planejarem esse dia, que na visão do ômega até esse momento estava perfeito.
- Tu estas lindo, Cameron - Archi disse, dando um passo para trás para admirar o resultado - George vai ficar encantado quando olhar para você.
Cameron corou levemente, seus olhos brilhando com emoção.
- Obrigado, Archi. Eu me sinto nervoso, mas também muito feliz admitiu enquanto passava a mão pelo vestido que a modista lhe vestia, o Duque Ômega tinha feito questão de pagar pela vestimenta como um presente de casamento, ele era lindo, cravejado de diamantes, algo que o antigo servo nunca se imaginou vestindo na vida.
- É natural sentir nervosismo - Archi respondeu, colocando a mão no ombro de Cameron - mas lembre-se, esse é o dia mais importante da sua vida – disse sorrindo para ele enquanto a maioria saia do quarto, deixando o Duque e o Lorde Ômega apenas - você vai se casar com o homem que ama, e vai começar uma nova vida ao lado dele.
As palavras de Archi acalmaram Cameron, e ele assentiu com a cabeça em concordância.
- Sim, eu sei. E mal posso esperar para isso.
Archi então pegou uma caixa de veludo preta e a abriu, revelando um conjunto de joias de ouro gravadas com as iniciais de Cameron e George.
- Um presente de George - ele disse, sorrindo - ele mesmo as mandou fazer.
Cameron pegou o conjunto de diamantes, com ouro em suas mãos, era a coisa mais linda que já tinha visto, com certeza tinham custado uma pequena fortuna ao Lorde.
- São lindas - ele disse, com a voz emocionada – meu Deus é tão caro, se eu pudesse nunca mais tiraria eles – confidenciou calmamente enquanto tocava suavemente.
Archi ajudou Cameron a colocar as joias, e em seguida, ajudou a arrumar a barra do vestido, certificando-se de que estava perfeitamente ajustado.
- Pronto? - Lorde Ômega Wood perguntou chegando mais perto, Cameron assentiu e olhou para os dois ômegas
- Você está pronto para enfrentar o mundo – Duque Ômega disse com um pequeno sorriso.
Cameron deu um sorriso largo e agradecido para Archi.
- Obrigado por tudo, Archi – agradeceu muito emocionado - eu realmente aprecio sua ajuda.
- Não há problema, Cameron - Archi respondeu - é um prazer ajudar você neste dia tão especial, somos amigos no final de tudo, mesmo que você nunca se casasse espero que saiba que sempre pode contar comigo, mesmo contra aquele alfa morrendo, sério e viciado no trabalho – o noivo são conseguiu rir porque sabia que era verdade.
Antônio observou a interação dos ômegas feliz, sua alfa tinha contado mais ou menos a história deles antes.
- Agora, vamos descer e encontrar George. Ele está ansioso para te ver.
Cameron e Archi desceram as escadas juntos, o coração de Cameron batendo forte no peito.
- Não discutimos se eu vou entrar sozinho ou não - Cameron disse de repente olhando para o outro ômega. Nesse momento Antônio já tinha se perdido pelos corredores da casa.
- Se quiser eu posso lhe levar até lá - o ômega respondeu olhando para o amigo - não acho que seria uma coisa tão comum, mas eu posso fazer.
- Pode mesmo? - perguntou emocionado.
- Claro – Archi deu um beijo na bochecha do outro ômega.
Archi pegou a mão de Cameron e depois entrelaçaram os braços um no outro. O são de baile está decorado, e George já estava esperando pelo seu futuro ômega, tudo estava do jeito que imaginavam, até a neve contribuiu para esse momento fosse do jeito que seu ômega queria e sonhará.
As portas do salão se abriram revelando os dois ômegas. O Duque já imaginava que Archi ficaria para apoiar o amigo, e quando viu o marido não conseguiu nem prestas atenção em nada do casamento, ele só olhava para seu ômega, ele estava tão lindo, o mais lindo do salão na opinião do alfa.
Ao chegar ao salão principal, ele viu George esperando por ele, radiante em seu terno azul marinho. Os olhos de George se iluminaram quando ele viu Cameron, e ele correu para encontrá-lo, o alfa nem se deu conta que seu irmão acompanhava o ômega, ele só tinha olhos para o futuro esposo.
Os dois se abraçaram com força, seus corações transbordando de amor e felicidade. Neste momento, Cameron sabia que havia encontrado seu lugar no mundo, ao lado do homem que amava. O frio do inverno não importava mais, pois o calor do amor que os unia era suficiente para aquecer qualquer alma, a alma deles estava unida finalmente.
A festa foi esplendorosa, os recém-casados estavam muitos felizes, a era uma festa mais reservada apenas para alguns amigos e pessoas mais próximas, nem mesmo a família de George foram convidados, embora tivessem tentado aparecer. Os homens do Duque logo os colocaram para fora, não era de interesse deles que ninguém atrapalhasse uma celebração tão bela.
A noite transcorria em meio a risos, música e conversas animadas, mas em meio à multidão, três figuras se destacavam por sua inesperada presença: a Rainha Ômega Anelise, sua majestade a Rainha Tania e o Príncipe Herdeiro Arthur.
O Príncipe Herdeiro, outrora um jovem ômega ingênuo que se apaixonara perdidamente pelo alfa inglês Lorde George, agora assistia ao casamento do amado com serena alegria. A amizade que os unia desde a excursão pela Escócia permanecia forte, e a felicidade de George era a sua também.
Sua mãe ômega, a Rainha Anelise, por outro lado, lutava contra a amargura que a consumia. O Duque de York, marido da rainha, era alvo de seu profundo desprezo, e tê-lo presente no banquete era um tormento. O ódio que ela nutria pelo alfa era um segredo de todos, e a presença dele só intensificava sua infelicidade.
Em contraste com a melancolia da rainha ômega, a Rainha Tania, mãe alfa do Príncipe Herdeiro, observava o casal com admiração e afeto. A felicidade estampada no rosto de George e seu marido era contagiante, e a rainha se alegrava genuinamente por vê-lo tão realizado.
As três figuras, cada uma com suas próprias emoções à flor da pele, representavam as nuances da vida na corte real. A amizade, o amor, o ódio e a felicidade coexistiam em um delicado equilíbrio, tecendo a complexa trama das relações familiares.
Enquanto a festa continuava, o Príncipe Herdeiro observava a mãe ômega com preocupação. Ele sabia do sofrimento que a consumia e desejava, de alguma forma, aliviar sua dor. Mas o que poderia um jovem ômega fazer diante do ódio enraizado no coração de sua mãe?
- Já está na hora de irmãos – a Rainha Ômega disse irritada – não gosto desse ambiente.
- Mamãe – Arthur a interrompeu – ainda não desejei parabéns aos noivos.
- Não deveria se importar tanto com um simples nobre e um simples servo... – antes que ela dissesse mais algo a Rainha chegou mais perto ouvindo a conversa da esposa e filho.
- Já lhe disse Anelise, cuidado com suas palavras – ela disse baixo não querendo fazer uma cena – vá cumprimentá-los, preciso falar um pouco com sua mãe – ela disse sem virar para o filho.
Arthur não queria deixá-las a sós, isso geralmente terminava em brigas sérias e feias entre as duas, e sinceramente eu Príncipe Ômega não queria isso, mas sua mãe alfa lhe mandou fazer, ele tinha que obedecê-la.
Ele se curvou levemente e sumiu na multidão.
- Eu queria muito isso também – Cameron disse olhando o marido, ele mordia os lábios de baixo – queria a muito tempo – completou baixinho na orelha do alfa a mordendo levemente em seguida.
- Não me provoque amor – o alfa avisou se contendo, mas seu lindo esposo continuava a lhe provocar – se continuar viu lhe arrastar até nossos quartos e lhe tomar enquanto todos estão aproveitando a festa – avisou baixinho.
- Faça isso – respondeu Cameron.
George olhou para todos os lados, as pessoas que convidaram conversavam entre elas mesmas, nem reparando nos dois que estava escondido em um canto aos beijos até a poucos segundos. O alfa pegou a mão do ômega e o conduziu rapidamente pelas escadas, eles fugiam furtivamente para o quarto, somente uma pessoa que observava tudo viu o movimento rápido, mas Arthur não dizia nada.
Ele também observou enquanto sua mãe alfa levava sua mãe ômega para os jardins, levava muito lá fora, ele ficou com medo, mas não disse nada, elas eram adultas e governavam um país, poderiam se cuidar, pelo menos ele pensava assim.
Assim que os recém-casados chegaram no quarto seus lábios se grudaram em um beijo quente, o ômega imediatamente gemeu de satisfação com a aproximação do alfa. As grandes mãos de George passavam pelo corpo do Lorde Ômega de forma sensual, se movendo por todas as partes de seu corpo.
- Não sei por que lhe adoraram com tantas roupas – o Lorde disse tentando abrir o vestido do esposo.
- Archi insistiu – respondeu quando o frio chegou até sua pele macia o fazendo se arrepiar todo – ele queria um vestido esplendoroso para nosso dia.
- Da próxima vez diga a ele que pode ser menos adornos para tirarmos depois – disse finalmente conseguindo desprender o vestido por completo e começou a tirar o corset.
Eles voltaram a se beijar apaixonadamente, nada tiraria o brilho e o amor daquela noite, nada mesmo.
Nos jardins, o casal real se encontrava bem diferente dos recém-casados, as Rainhas de todo o Reino Unido e Irlanda do Norte gritavam uma com a outra como duas loucas na casa de um estranho.
Archi e Henry tinha saído para ter um momento de descanso de toda a agitação de Londres, contudo parecia que eles estavam indo bem para o epicentro do caos ao ouvir a voz das Rainhas discutindo.
Henry queria apenas voltar embora, mas Archi estava curioso para saber o que farias as governantes de um país tão grande e tico discutirem daquele jeito.
- EU JÁ LHE DISSE QHE QUERIA ESSE SEU BASTARDO LONGE DE MIM – Anelise gritava, ela estava farta de vê-lo por aí – PENSEI QUE QUANDO DESSE O TÍTULO DE DUQUE DE YORK A ELE O BASTARDO FOSSE EMBORA, MAS TANTO ELE QUANTO A VADIA DA MÃE FICARAM AQUI, SOB A MINHA VISÃO. EU O MANDEI PARA A GUERRA E ELE VOLTOU, E AGORA SCHA QUE PODE SER FELIZ ENQUANTO SUA MÃE E SUA EXISTENCIA DESTRUIRAM MINHA VIDA?
O alfa não reagiu quando as palavras saíram da boca da Rainha Ômega, ele já sabia a tantos anos que ela se sentia assim.
- Anelise cuidado com as palavras – Tania avisou olhando a esposa que parecia descontrolada demais.
- EU JÁ NÃO ME INPORTO – a ômega gritou mais alto – PORQUE ELE PODE SER FELIZ COM O MARIDO ENQUSNTO SUA EXISTENCIA DESTRUIU NOSSOS CASAMENTO? POR QUE TINHA QUE ENGRAVIDAR A VADIA DA MAE DELE? POR QUÊ? – ela gritou enquanto as lágrimas saiam de seus olhos.
Tania já se cansava de ser acusada, dia após dia, mês após mês, anos após ano que tinha feito algo que não fez.
- QUE INFERNO ANELISE – gritou pela primeira vez com a esposa, deixando não apenas ela, como Archi e Henry surpresos sem saber o que fazer ou falar – ELE NÃO É MEU FILHO, HENRY EVANS É MEU IRMÃO – gritou pela primeira vez na vida.
A mãe de Henry já se fora, não havia mais ninguém que ela prometeu manter aquele segredo, era uma liberação, uma libertação de um a tanto guardado.
- O que? – o alfa vocalizou atraindo a atenção das duas mulheres.