Na penumbra acolhedora da sala de aula de Teoria da Magia, o professor Kilsby, um bruxo de meia-idade com olhos penetrantes e um ar de sabedoria, movia-se com graça diante dos alunos, suas vestes esvoaçando levemente enquanto falava. Os alunos de Sonserina e Corvinal estavam dispostos em fileiras organizadas, seus olhos atentos e ouvidos alerta, absorvendo cada palavra.
— Hoje, vamos explorar a aplicação da magia por símbolos, objetos, poções, transfiguração e feitiços realizados com a varinha e sem varinha — começou o professor, sua voz ressoando com autoridade e clareza. — Cada um desses métodos possui suas próprias complexidades e nuances.
Ele desenhou no quadro símbolos rúnicos intricadamente desenhados.
— Os símbolos, ou runas, são uma linguagem antiga da magia. Eles contêm poder em seus traços e formas, capazes de canalizar forças que transcendem o uso comum da varinha.
Theodore Nott, um aluno da Sonserina, levantou a mão. — Professor, as runas têm o mesmo efeito independentemente do idioma em que foram escritas? — A sala ficou em silêncio, todos os olhos voltados para o Sr. Kilsby.
— Excelente pergunta, Sr. Nott, — respondeu com um sorriso de aprovação. — As runas têm suas origens em diversos sistemas de escrita antigos, cada um com suas próprias energias e influências. O idioma pode alterar ligeiramente como a magia se manifesta, mas o princípio subjacente permanece o mesmo. Entender as nuances de cada sistema rúnico é essencial para utilizar seu pleno potencial.
Draco Malfoy, sentado na primeira fileira, fez um comentário. — O uso da alquimia também é uma forma de aplicar a magia.
O professor assentiu, apreciando a observação.
— Sim, Sr. Malfoy, a alquimia é uma ciência antiga e poderosa que mistura a prática da magia com princípios científicos. Embora não seja tão direta quanto um feitiço lançado com uma varinha, a alquimia requer um profundo conhecimento das propriedades mágicas e naturais dos materiais.
Do fundo da sala, Padma ergueu a mão com uma expressão de curiosidade sincera. — Professor, as poções podem realizar qualquer efeito, assim como os feitiços? Ou há limitações?
— Outra excelente pergunta, Srta. Patil, — disse o professor, caminhando lentamente pela sala. — As poções são extremamente versáteis e podem imitar muitos efeitos que um feitiço produz. No entanto, elas exigem tempo para serem preparadas e, frequentemente, ingredientes raros. Existem limitações baseadas na habilidade do bruxo ou da bruxa que as prepara, assim como na disponibilidade dos componentes necessários. Além disso, enquanto um feitiço pode ser conjurado instantaneamente, uma poção precisa ser ingerida ou aplicada de alguma forma, o que pode não ser prático em todas as situações.
— A magia é um campo vasto e profundo. Existem outros tipos de mágicas, algumas proibidas no Reino Unido. Como Rituais, Necromancia, Magia de Sangue e outras. Depende muito da cultura do País e da sociedade Bruxa.
Ele virou-se para o quadro negro e começou a escrever os pontos fracos e fortes de cada tipo de magia que sugeriu. Os alunos mantiveram calados enquanto escreviam as informações no quadro.
Holly lamentava que essa matéria fosse estudada apenas no primeiro ano, pois ela parecia primordial para aprender as demais magias.
Ela tinha muitas perguntas sobre o mundo mágico e não sabia a quem perguntar. Fazer a pergunta errada pode revelar muito sobre si. A biblioteca era fantástica, mas Madame Pince era inútil e um pouco má, e metade dos livros foram azarados por ela sob o pretexto de protegê-los de estudantes descuidados.
Quando a aula terminou, a última do dia, ela deixou a sala sendo acompanhada pelos outros alunos da Corvinal. O pequeno grupo seguiu para a torre para deixar seus matérias e depois seguiram para campo aberto próximo ao Lago Negro.
Somente quando estava próximo ao horário do jantar, que eles retornaram para o castelo. No caminho para Salão Principal, ela trocou breve olhar com os gêmeos Weasley.
— Preciso pesquisar um livro para finalizar minha redação de poções! — ela disse apressadamente.
— Mas está na hora da refeição! — afirmou Morag.
Padma riu; — Você só pensa em comida!
— Depois podemos ir juntas à biblioteca, deveria alimentar primeiro, — afirmou Sue Li.
Holly negou com a cabeça, — Não vou conseguir concentrar em nada se não finalizar a redação. Depois vou à cozinha, — ela se afastou antes que seus colegas protestem com mais veemência.
As outras meninas encolheram os ombros, já acostumadas com o jeito de Potter, e seguiram para o salão principal ansiosas para o que teria no cardápio aquele dia.
Ela chegou à biblioteca e acenou para Madame Pince antes de ir para seu lugar hábil de estudo. Uma das mesas que ficavam no fundo, e perto da janela. Ela colocou sua bolsa e abriu alguns livros, espalhando-os como se estivesse estudando.
Sutilmente, olhou ao redor para garantir que não havia ninguém, então lançou feitiço de ilusão e repelente de pessoas. Quem olhasse, a veria estudando, e seria compelido a não se aproximar.
Alguém experiente e curioso, poderia facilmente quebrar o feitiço e perceber que ela era ilusão, mas ela sabia que a maioria estaria no salão principal naquele horário.
Confiante, Holly lançou feitiço de desilusão sobre ela e saiu da biblioteca, tomando cuidado nos corredores para não esbarrar em ninguém. Os alunos seguiam para o salão principal para comerem.
Não demorou para chegar ao seu destino. Ela passou pela sala dos troféus e depois pelo corredor deserto até a porta. Testou para garantir que não havia magia de detecção, antes de citar Alohomara e abrir a porta.
Holly entrou na sala onde Fofo, o cão de três cabeças, estava descansando. Ao vê-la, ele levantou uma das cabeças e se aproximou de Holly, antes de lamber carinhosamente o rosto dela, que sorriu e fez um carinho atrás de suas orelhas.
Após a breve troca de carinho no Cérbero, ela foi até o batente da porta e riscou uma runa de proteção na porta.
— Posso passar?, — ela pediu permissão a Fofo para entrar, — Sei que é seu trabalho não permitir ninguém, porém preciso garantir que ninguém pegará o que está escondido lá.
Duas das cabeças tombaram para o lado em dúvida, antes do cão acenar e sair de cima do alçapão no chão e se encostou contra a porta da sala, permitindo a passagem de Holly, e impedindo outras. Ela sorriu agradecida, abriu a porta do alçapão e desceu com cuidado.
Seu corpo caiu sobre algo viscoso, que ela reconheceu como a planta do Diabo, cujos tentáculos se moviam ameaçadoramente. Ela conhecia o truque, e ficou parada, o que contribuiu para que a planta relaxasse e deixasse seu corpo passar através dos galhos.
Holly alisou o tecido da saia e os cabelos, antes de seguir em frente. Ela sacou sua varinha, segurando com firmeza. Ao chegar na próxima sala, admirou o jogo xadrez tamanho gigante.
Ela não diria que era habilidosa em tal jogo, mas entendia as regras. Às vezes jogava algumas partidas contra Jimin na sala Comunal da Corvinal.
No entanto, Holly estava lutando contra o ponteiro do relógio, e não podia perder tempo jogando uma partida.
— Petrificus Totalus Maxima, — ela gritou o feitiço, uma versão mais forte do Petrificus Totalus e era útil para objetos animados. Inicialmente tinha dúvida que funcionaria, por isso decorou uma extensão de feitiços que poderiam ser usados, mas para seu contentamento e surpresa, o feitiço funcionou.
Holly suspirou decepcionada.
Os quatro chefes das casas da escola criaram obstáculos, e eles eram fáceis ao ponto que uma criança inteligente pudesse passar, quem diria Lord Voldemort.
Isso revisou sua avaliação que toda coisa era uma armadilha, que o diretor queria prender Tom no espelho.
Não querendo perder tempo, ela seguiu em frente.
Sorriu ao ver as chaves voadoras. Era um espetáculo encantador. Levou alguns minutos para localizar a chave certa. Franziu a testa ao ver a velha vassoura, mas deu os ombros, e a pegou.
Ela ficou abismada com sua facilidade em voar e conseguir pegar a chave voadora certa. Isso a fez considerar jogar Quadribol. Ela gostava mais de voar que necessariamente do esporte, mas seria algo para ganhar lealdade.
Holly lançou feitiço para destruir a vassoura, após pegar a chave, já que não queria facilitar a vida do Lorde Voldemort.
Ao abrir a porta, seus passos foram cautelosos ao entrar na sala, já que seria o obstáculo do Troll. A criatura grotesca estava parada contra a parede, murmurando algo desconexo. Parecia cruel ter o Troll preso em uma sala pequena, mas seus sentimentos logo sumiram, quando recordou que uma criatura similar quase a matou alguns meses atrás.
Com calma e sem fazer barulhos, ela se aproximou o suficiente, e então apontou a varinha.
— Arbus, — a luz roxa saiu de sua varinha e chocou contra a nuca da cabeça do Troll A criatura fedorenta não teve tempo para nenhuma reação antes que seu corpo começasse a remodelar e diminuir. No tempo menor que um minuto, o grande troll da montanha, se transformou em uma árvore imóvel. O feitiço transforma pessoas, criaturas e animais em árvores. Por sorte, ela aprendeu o feitiço reverso, para voltar a criatura ao normal quando saísse.
Com passos silenciosos, Holly chegou à sala das poções de Snape. Foi fácil resolver o enigma e escolher a poção correta para prosseguir.
Na última sala, sem muita surpresa, Holly se deparou com o espelho de Ojesed.
Ela olhou para o umbral da grande porta, buscando qualquer feitiço de ativação ou proteção. Encontrou algumas Runas, que a deixou preocupada em arriscar e entrar.
Ainda na porta, ela olhou no espelho, ela conseguiu ver seu reflexo, mesmo a distância. Ela viu uma versão adulta de si mesma, em sua outra vida, vestida toda de preta e segurando uma pistola com silenciador.
Isso a deixou nostálgica e melancólica. Ela não sentia falta de sua vida anterior, era solidária. Holly ainda não estava acostumada em ter amigos ou pessoas com quem realmente se preocupar, mas não era ao todo ruim.
Claro, renascer no corpo de uma criança e passar pelo processo de crescer era chato. Ter que aprender tudo sobre o mundo novo e sobre magia, às vezes era frustrante, mas também lhe dava um propósito.
Minutos depois, a imagem mudou e Holly viu a si mesma jovem, com várias pessoas atrás de si, mas sem conseguir identificar nenhuma delas. Mas a cena durou breve segundos, se viu sozinha no reflexo e colocando a Pedra Filosofal no bolso de sua saia enquanto a imagem refletida colocava uma pedra falsa no bolso.
Ela deu um sorriso largo.
Holly sabia que no final Voldemort não conseguiria pegar a pedra, e por isso, ela não precisa retirar antes. Porém, por que permitir que fosse destruída? A pedra poderia ajudar no processo de cura de Lily Potter.
Dando uma última olhada ao redor, para o espelho sem nenhuma imagem refletida, ela virou e seguiu o caminho reverso para sair do porão do corredor do terceiro andar.
Em seu retorno, Holly teve o cuidado em desfazer a transformação do Troll, consertar a chave e reanimar o Xadrez Bruxo gigante.
Ao subir para a sala superior, sorriu com a alegria do Fofo em vê-la. Fez um último carinho em Fofo, retirou a runa de proteção e deixou o terceiro corredor, dirigindo-se à sala comunal da Corvinal.
Ela guardou a pedra em seu baú, e depois ajeitou suas roupas, para garantir que não havia nenhum resíduo de poeira ou de onde estava, e retornou para a biblioteca sob feitiço de desilusão.
Para todos os efeitos, ela nunca deixou o lugar.
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Ela ficou apreensiva por dias que fosse chamada a sala do diretor Dumbledore e ser acusada de roubo, ou que o diretor anunciasse no Salão Principal que algo tinha sumido, mas os dias passaram e nada aconteceu.
O único assunto que virou fofoca foi a brincadeira dos gêmeos Weasley no jantar alguns dias atrás. Ninguém sabia qual comida eles aplicavam a poção que mudou a cor do cabelo de todos. Levou quase dois dias para que o efeito passasse.
Holly foi salva da pegadinha por estar na biblioteca, assim como poucos alunos do sétimo ano, Madame Pince e Medi-bruxa Pomprey.
Os gêmeos receberam uma semana de detenção com Professor Snape, e pareciam aceitar tão destino com alegria, encantados por fazerem pegadinha com quase toda a escola, até mesmo Albus Dumbledore.
— Uma detenção? E você teve um histórico tão limpo até agora, — afirmou Sarah divertida.
O relógio na parede marcava um pouco depois das 8h. O toque de recolher obrigou todos a ficarem na sala Comunal, mas ainda tinham algum tempo antes do primeiro e segundo ano terem que ir dormir.
Morag enxugou os olhos, tremendo de alegria.
Jimin olhou para Holly com curiosidade. Ele ficou chocado quando ouviu Patil resmungar que a garota ruiva havia ganhado sua primeira detenção, contudo ele não ouviu do que se tratava.
— Essa não é a melhor parte, Jimin — exclamou Padma, cujos lábios tremiam apesar de suas tentativas de manter seu exterior calmo. Michael e Terry desistiram completamente, virando-se para esconder as risadas. — A detenção foi dada pelo professor Binns!
— Eu nem sabia que Binns estava ciente o suficiente para dar detenção, — comentou Penélope, uma aluna no quinto ano, comentou com os olhos brilhando.
— O que você fez? — perguntou Aspen com curiosidade, sentando-se no braço do sofá de Michael. Ele era um aluno do terceiro ano que costumava sempre estudar com Jimin.
Por curiosidade, alguns alunos mais velhos estavam próximos acompanhando a história. Descobrir que Potter levou a detenção era inacreditável para quase todos.
— Estávamos aprendendo sobre o Código de Conduta do Lobisomem. O professor Binns disse algo sobre como um de seus bons amigos também escreveu um Código de Conduta dos Duendes. Não sei por que ele os menciona tanto, as rebeliões dos Duendes nem estão no currículo do primeiro ano, — comentou Morag.
— E Holly jogou sal nele! — Padma interrompeu Morag antes de rir novamente.
Jimin trocou um olhar sofrido com Sarah, embora ambos estivessem relutantemente divertidos.
— Por que sal? — perguntou Cho Chang, aluna do segundo ano, perguntou.
— É coisa trouxa, — explicou Terry — O sal afasta supostamente os maus espíritos.
Holly desviou o olhar, envergonhada.
— Procurei livros sobre exorcismo na biblioteca, mas estão todos na Seção Restrita, — explicou ela com uma expressão que definitivamente não era de beicinho, como se ela não fosse completamente capaz de entrar furtivamente, — Então pensei que tentaria o método do filme.
No final de sua explicação, até Jimin estava rindo, apesar de suas melhores tentativas de parecer severo. Sarah olhou para ele com carinho.
— O que é um filme? — perguntou Padma, e as primeiras coisas foram perdidas na explicação de Holly sobre entretenimento trouxa.
Isso rendeu algumas horas de conversa e zombaria entre os alunos do primeiro ano e os três terceiros anos. Em algum momento, mais alunos se juntaram a eles. Pelo menos, isso deu outro foco para as pessoas discutirem, já que os últimos dias foram gastos comentando sobre a pegadinha dos gêmeos Weasley no Salão Principal há dois dias, o que fez Grifinória perder 50 pontos.
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Finalmente a semana das provas chegaram, deixando muitos alunos apavorados e estressados, principalmente os alunos do quinto e sétimo ano.
Holly tinha uma agenda de exames surreal para segunda-feira. Transfiguração, Feitiços e Teoria da Magia.
Terça-feira foi melhor, só com Poções durante o dia. Ela dormiu até a prova de Astronomia, à meia-noite. Então chegou a quarta-feira para lidar com a História da Magia, ainda ressentida pela detenção de alguns dias atrás.
Alguém trouxe o Professor Binns para dentro da sala para vigiá-los. Parecia mais um velório do que um exame. A herbologia estava mais animada quando Holly atirou nas mudas da Mandrágora para colocá-las em vasos.
Finalmente, na quinta-feira, foi Defesa Contra as Artes das Trevas. Quirrell estava ficando mais pálido e trêmulo à medida que os exames avançavam, e Holly ficou honestamente surpresa por haver uma parte prática. O homem mal conseguia segurar a varinha.
Holly executou os feitiços no manequim conforme solicitado, ignorando como Quirrell ao observá-la, que fez sua pele arrepiar, e saiu da sala de exame, aliviada por tudo acabar.
Ela não estava muito preocupada com suas próprias notas e nunca entendeu por que seus colegas estavam tão preocupados com as provas.
Todo o processo do exame fazia pouco sentido para ela. Foi muito artificial e muito irritante.
Quando terminou, ela e seus colegas Corvinal se espalharam pelo terreno ensolarado da escola, Morag se jogando na grama e soluçando de alívio, Holly olhou em volta em busca de seu Neville. Ela avistou o garoto à beira do lago, sentado sob uma faixa com seus amigos, sorrindo e rindo. Neville estremeceu e esfregou a testa por um momento.
— E você, Holly?
Ela olhou para Padma, que procurava alguma coisa na grama.
— O quê?
A indiana suspirou e recostou-se. — Planos de verão? Sue Li vai para Hong Kong com a mãe. Todo mundo está decolando também.
— Eu não, — disse Holly. — Provavelmente vou me esconder dentro de casa o dia todo.
— Você deveria me visitar — disse Morag, arrancando uma folha de grama e apertando-a entre as mãos. — Ou posso visitar você.
Holly balançou a cabeça. — Não há nada para fazer onde eu moro — Ela tinha planos para aquele verão.
— Então você pode vir para minha casa, — disse ela. — Meus pais não vão se importar.
— Vou pensar sobre isso, — disse Holly, sentando-se ao lado dela. Holly olhou para o Lago Negro, para a Lula Gigante agitando seus tentáculos no ar enquanto algumas pessoas jogavam coisas para ele pegar. — Meus tios não gostam de magia. Que falem sobre magia ou recebe visita de mágicos.
Morag olhou para ela. — Eu posso passar por trouxa
— Não, — disse Holly, abraçando os joelhos. — Você não pode.
— Então você tem que me visitar, — decidiu a outra garota. — Vou contar aos meus pais...
— Não conte a ninguém — disse Holly, preocupada por tomar a decisão errada.
— Você não me deixou terminar — ela retrucou. — Vou dizer a eles que você tem permissão. Podemos falsificar uma carta ou algo assim, ou você pode nos visitar durante o dia e volta à noite.
Holly ficou sentada em silêncio por um momento. Ela queria ver seus amigos de Hogwarts durante o verão. Todos eles tinham família, dinheiro e coisas para fazer.
— Tudo bem, — ela finalmente disse. — Eu vou pensar em algo.
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Theodore Nott era observador, mais importante ainda, gostava de observar. Então foi isso que ele fez quando chegou à escola. Ele viu a herdeira Potter ir para Corvinal, quebrando uma tradição de gerações de grifinórios. Viu ela fazer amizade com Malfoy e Longbottom, e algo dentro dele se sentou para notar. Ele ficou de lado quando surgiu oportunidade, perto o suficiente para indicar seu interesse, mas sem interagir diretamente.
Ela interagia principalmente com os Corvinais ou passava muito tempo na biblioteca. No entanto, ainda, era educada com Lufa-lufa, amigável com Grifinórios e sociável com os Sonserinos. Nenhum outro aluno, Theo arriscava dizer, até dos anos superiores, tinha essa desenvoltura em formar alianças.
Theodoro não se aproximou muito, como Malfoy, teve apenas duas reais interações com Potter, porém viu coisas que o fizeram querer.
Habilidade, inteligência e determinação para sempre se aprimorar durante as aulas. Poder mágico bruto, desenvoltura e respeito. Mas o mais importante é que ele viu bondade e lealdade quando defendeu Longbottom ou repreendeu Malfoy por sua indiscrição em zombar dos outros.
Theo gostava de Holly Potter. Ele ainda não sabia muito sobre ela, porém achou que a menina ruiva ajudaria a equilibrar suas sombras até encontrar seu sol. A menina era inteligente o suficiente para isso.
Os alunos do primeiro ano estavam cada vez mais interessados na herdeira Potter, e até mesmo os do último ano estavam prestando atenção nela, embora estivessem cautelosos porque não conseguiam categorizá-la. Ela era a aluna preferida do professor de poções e chefe da casa sonserina, algo bem raro.
Holly mal conhecia Longbottom e ainda assim estava pronta para ajudá-lo.
Foi fascinante para Theo, que só tinha o pai para correr esse tipo de risco por ele.
— Holly, — ele criou coragem para se aproximar dela na biblioteca.
— Sim?
A herdeira Potter fechou o livro sobre a teoria das proteções e olhou para ele com uma concentração perturbadoramente intensa.
— Longbottom é seu amigo, não é? Eu sei que ele é seu irmão espiritual também, todavia esse tipo de coisa só importa se você fizer com que tenha importância.
Holly assentiu, parecendo um pouco confusa. Sua expressão era afiada, porém, avaliativa.
— Ele é!
— Ouvi ele e seus amigos comentando sobre seguir o professor Snape!
Os olhos verdes da garota brilharam com um tom verde venenoso, um sinal de que sua magia estava em crise. Foi a única manifestação de sua raiva, contudo foi o suficiente para deixar Theo arrepiado.
— Obrigada por me contar, Theo. — Ele fez uma pausa. — E você sabe que é meu amigo também, certo?
Theo assentiu com uma convicção que não sentia há um minuto, e o sorriso caloroso que recebeu de volta — apenas um pouco afiado devido à expressão sombria que ela exibira um momento antes — fez tudo valer a pena.
Estamos chegando na reta final do primeiro ano, e em breve, Holly terá sua primeira férias de verão!
O que acham que vai acontecer agora que ela roubou a verdadeira Pedra?
Qualquer errinho, gentileza m avisarem!