Ronronar e Metal {One Shot}

By Paper_Angel07

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Se aconchegando nos braços fortes do soldado viu que a felicidade e o amor não estavam longes, ele poderia mo... More

Ronronadas do amor

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By Paper_Angel07

Sorriu levemente ao ler os atos do personagem do livro que estava em suas mãos, o sorriso fechou tão rápido quanto abriu. O barulho da porta o fez bufar incomodado, fechou o livro cuidadosamente lembrando-se de colocar o marcador de folhas no local certo.

Coçou a nuca olhando para a porta, com preguiça se levantou indo até ela.

Abriu a mesma sem olhar quem era, franzindo o cenho quando viu o homem mais alto e velho que si.

Apoiou a lateral do corpo no batente da porta, cruzando os braços.

James. – semicerrou os olhos desconfiado, dando um sorriso leve para ele.

– Oi. – ele murmurou lambendo os lábios e olhando ao redor com atenção.

Perdeu o sorriso ao vê-lo mais desconfiado que o normal.

– Está tudo bem, Bucky? – olhou ao redor. – Aconteceu alguma coisa?

– Sim, aconteceu. – Alex voltou a olhar para o rosto do homem este olhava para baixo em direção a barriga.

O mais novo seguiu o olhar dele, as sobrancelhas subindo e os olhos confusos. A jaqueta marrom de Barnes estava quase inteiramente fechada, a barriga dele com uma protuberância estranha. James usou a mão esquerda tapada com uma luva para abrir um pouco sua jaqueta.

Uma coisa peluda colocou a cabeça para fora da peça de roupa.

A expressão de confusão de Montgomery se desfez.

– Owwwnn, – sorriu para o gatinho branco, levando a mão para o mesmo cheirar. O mesmo se espremeu no peito do soldado com medo da nova presença. – Oi, querido. Onde o achou? – não desviou o olhar do felino que cheirou a mão estendida.

– Ela. – tirou os olhos castanhos da felina, e sorriu para Bucky. – Ela estava na minha moto quando voltei do mercado, não quis sair por nada. – ele acariciou a cabeça dela que ronronou.

– Vai ficar com ela? – olhou de volta para a gatinha que apenas aproveitava a carícia delicada do soldado.

– Vou, eu sempre quis ter uma. – ele suspirou, parecia envergonhado. – Eu dei o nome de...Alpine. – coçou a barba por fazer olhando para o lado direito.

– Alpine? É lindo. – ergueu uma sobrancelha.

Barnes pareceu parar por um segundo, pensando em algo que tirou toda sua atenção. Mordeu o lábio inferior, as bochechas levemente pintadas de um vermelho suave.

– Vai sair agora? – os olhos claros foram para alpine que mantinha-se olhando para os dois homens.

– Não, quer ir em algum lugar? – a cabeça pendeu para o lado direito admirando cada detalhe do rosto do homem mais velho.

Faziam alguns meses que conhecerá aquele homem, e mesmos depois de meses, ele ainda se mantia recluso e tímido com algumas coisas. O que fez Alex perceber que poderia ser da personalidade dele. Mas, não se incomodava com as respostas curtas ou o jeito resmungão dele, as vezes meio bruto, Montgomery até achava fofo vê-lo com as bochechas pintadas de um rosa claro ou quando ficava irritado por gaguejar na frente dele.

Bucky por mais que tivesse a casca de um homem inabalável e sério, era por dentro a pessoa mais carinhosa que Alex já tiverá o prazer de conhecer. E aos poucos o Montgomery tinha a imensa felicidade de começar a conquistar cada vez mais a confiança do soldado, que devagarinho ia se abrindo e ficando mais a vontade.

– Eu não... – Alex voltou a observá-lo, o mesmo coçou a sobrancelha direita com o dedo do meio. – sei muito bem sobre essas coisas de gatos, e eu pensei que....como você disse que sua irmã tinha um gato, talvez...– arqueou uma sobrancelha. – você poderia me ajudar?

Montgomery se viu mudo diante do homem mais velho, parando de escutá-lo quando percebeu.

Bucky sempre lhe escutou.

Era um fato que suas conversas eram regadas de assuntos que só o mais novo comentava, tentando inutilmente engajar em um assunto que Barnes falasse tanto quanto Alex e conversasse por inúmeras horas.

Mas, as tentativas eram falhas. Bucky era um homem quieto, o que fez o mais novo pensar que poderiam ser os traumas agindo de forma involuntária. Bucky nunca o contou muito sobre sua vida passada, nem sobre a terrível época onde habitava um corpo sem alma, com o codinome de "soldado invernal", e Alex não fez questão de perguntar e trazer mais tormento a pobre cabeça remexida do homem.

Mas saber que ele o escutava mesmo não comentando ou parecendo que não prestava atenção era tão....uma palavra que Alex desconhecia, mas que trazia um quentinho no seu coração.

– Eu vou pegar minha carteira e a jaqueta. – apontou para dentro do apartamento. – Vamos de moto? – entrou no apartamento olhando para a bancada, vendo a carteira azul bebê com um coelhinho desenhado.

– Sim, tenho outro capacete não se preocupe. – Bucky tomou a posição que Alex estava, os olhos fixos no homem mais novo enquanto os dedos brincavam com Alpine distraidamente. – Alpine amou o passeio.

A mesma miou como forma de dizer que realmente tinha gostado.

Montgomery sorriu levemente enquanto pegava a jaqueta e as chaves, colocou um braço na jaqueta, acariciando o rostinho do animal.

– Tudo certo? – o homem mais velho perguntou enquanto observava Alex fechar a porta, passando a mão pelos fios ruivos bagunçados.

– Sim. – sorriu para Barnes que estava uns passos distantes.

Começaram a caminhar juntos, rindo quando Alpine ronronava e se esfregava na barriga do soldado.

Ajustou o capacete cuidadosamente, sendo observado pelas íris cinzas de Bucky, o mesmo esperava pacientemente para lhe entregar Alpine.

Estendeu as mãos sentindo a gatinha ser depositada ali, o homem mais velho tinha todo o cuidado do mundo ao pegá-la. A todo momento se certificava de parar e checar se o braço de vibranium estava ferindo a felina.

Muito bem acomodada nos braços do ruivo, Alpine se aconchegou no quentinho que a jaqueta e o corpo do mais novo fornecia.

– Posso? – Alex perguntou ao de cabelos pretos, referindo-se a encostar nele.

Bucky apenas assentiu.

Por mais que não falasse muito, uma das coisas que Bucky mais gostava em Alex era o fato que o mesmo sempre perguntava se poderia encostar em si. O fato de ter alguém preocupado com o sentimento de incomodar o soldado o fazia se sentir....estranho, de um jeito bom.

As vezes, Barnes se pegava fingindo não escutar o que Montgomery dizia, ou fingir dormir para sentir aquilo que tento negava. O quentinho misturado com arrepios que sentia ao ser tocado pelas mãos pálidos mas regadas de cicatrizes. Ou as vezes que sentia uma turbulência em seu cérebro ao assimilar a carícia delicada que sentia no cabelo.

Todas as pequenas atitudes que o ruivo fazia trazia a James um sentimento tão gratificante e diferente.

Bucky se via numa necessidade sem igual de estar próximo a ele, a presença não o irritava.

Era completamente diferente de quando Sam ia visitá-lo, ou quando recebia ligações do mesmo.

Diferente das visitas, mensagens ou ligações de Sam, Bucky esperava e queria as visitas, mensagens e ligações de Alex.

Isso o deixava levemente assustado, ou talvez completamente.

Sempre que se pegava pensando na necessidade de ter Alex mais como amigo, imagens o assombravam a noite.

A mente se revirava em pensamentos ruins e importunos de um soldado invernal tomando posse de seu corpo e fazendo atrocidades com o ruivo.

Tinha medo.

Tinha medo ao admitir que talvez não tivesse total controle sobre sua própria mente.

Acordando suado e desesperado, apertando os olhos sentindo a cabeça doer. Tentando lembrar.

Lembrar se havia machucado Alex.

Pesadelos atormentavam suas noites, e sempre que sua psicóloga perguntava...

"Eu estou bem, não houve pesadelos."

Era uma falsa tentativa de tentar se colocar no controle da situação, uma falsa tentativa de que quem comandava em seu próprio corpo e mente era ele.

Em meio a madrugada em que acordava, se via fazendo um pedido silencioso que não machucasse Alex. Que suas cicatrizes não atingissem o corpo imaculado do mais jovem.

Aquele pedido silencioso sempre era acompanhado de um desejo...

O desejo de ter Alex como seu.

O local era muito bem decorado, tinha cores em tons pastéis e muitos animais que variavam de espécie e tamanho.

A surpresa no rosto das pessoas que trabalhavam lá era no mínimo engraçado.

E Alex não negava que realmente era engraçado ver um homem carrancudo, todo coberto pela jaqueta, luvas e boné, segurando cuidadosamente uma gatinha branca que dormia tranquilamente no peito deste.

Bucky fez questão de pegá-la de volta apenas para fazer Alex ir falar com as pessoas no local.

Montgomery suspirou enquanto observava algumas coisas de relance, questionando-se se uma gatinha como Alpine gostaria de uma cama tão grande.

Coçou o cabelo ruivo, provavelmente o bagunçando ainda mais. Bucky havia entrado numa sala após alguns minutos esperando.

Virou-se ao sentir uma batidinha em seu ombro.

O sorriso preencheu seu rosto de forma involuntária, Alpine tinha um lacinho rosa claro na orelha direita e um colar de pérolas, Bucky segurava uma pasta vermelha.

– Você tá uma princesinha, coisinha linda e fofa. – beijou a cabeça dela, sendo retribuído com um miado fino. – E então?

– Agora Alpine tem certidão de nascimento, – levantou a pasta vermelha. – ela teria em volta de 4 meses, por aí.

– É só uma bebezinha. – esfregou o rosto nela. – Eu amei o colar. – acariciou o pescoço dela, roçando no colar de pérolas brancas.

Bucky apenas o olhava, o brilho genuíno de Alex o encantava de muitas formas. Aquele homem seria sua valentia, ao mesmo tempo em que seria sua fraqueza.

E nesses momentos olhando para o Montgomery que o Barnes se via num impasse, os pensamentos incontroláveis e a insegurança invadiam seu crânio.

Como alguém como Alex ficaria com Bucky?

Por qual motivo Montgomery veria beleza naquele homem quebrado?

Não havia nada em si que Bucky gostasse.

O corpo por mais musculoso que fosse carregava o passado que ele tanto odiava, cicatrizes que faziam de si um assassino, as mãos manchadas dos sangue dos inocentes. Tudo em si era um claro sinal para ir embora, para sentir medo

Mas então, por qual razão Alex não tinha ido embora como todos?

Por qual razão ele ainda fazia questão de falar com Barnes sendo que não era retribuido na mesma intensidade?

Por qual razão ele ficou?



– Você gosta desse ou desse, meu amor? – voltou a olhá-lo, vendo que o mesmo contia duas camas nas mãos.

Barnes franziu o cenho quando viu que ele ficou com as duas camas nas mãos, caminhando até ver outras coisas.

– Alex

– Hum? – ele pegou uma escovinha para pelos, passando na mão.

– Por que duas caminhas? – perguntou recebendo uma olhada estranha do vizinho.

– Quando ela for lá pra casa, – respondeu como se fosse óbvio. – mas ela tá liberada pra dormir comigo na cama.

Ele voltou o olhar para as prateleiras, mostrando um brinquedinho de gato que fez Bucky contorcer o rosto em uma careta, acenando negativamente.

– E quem disse que ela vai pra lá? – a gata miou como se tivesse protestando, Alex colocou a mão esquerda na cintura.

– Ora essa, eu disse. – deu de ombros, ignorando as olhadas do mais velho. – Guarda compartilhada.

Bucky soltou uma risadinha, a lateral do lábio subindo um pouco.

– Ela é minha, eu adotei. – apertou com cuidado a gatinha.

– A partir do momento que você bateu na minha porta, ela deixou de ser sua, soldado. – se aproximou do mais velho, passando o indicador pelo queixo revestido pela barba. – Nossa, não sua, nossa.

Se afastou dele, mordendo o lábio inferior enquanto olhava as prateleiras.

O sorriso querendo se expandir pelo rosto com sardas, sentia a vermelhidão tomar conta de sua pele pálida. Amava provocar o outro, se divertia com as reações tímidas disfarçadas de atitudes marrentas e tirava uma casquinha daquele homem maravilhosamente lindo.

Alex não negava a atração por homens, tal pouco fazia questão de negar ou esconder seu interesse no soldado. Mas sabia que Bucky era meio....lerdo para certas coisas, e provavelmente achava que o Montgomery estava brincado consigo.

Entretanto, Alex não se importava de esperar ou demonstrar o quão interessado estava no homem.

– Gosta? – mostrou o arranhador para a filhote, a mesma retirou a cabeça da barriga de Bucky, os olhinhos brilhantes observando o objeto.

Enquanto Alex olhava os objetos, Bucky seguia o mesmo, conversando discretamente com Alpine, olhando de forma superficial os objetos. Acenando e dando opinião quando o Montgomery pedia.

Alpine se via confortável nos braços fortes do soldado, olhando curiosa para as coisinhas novas que logo seriam dela, miando agudo algumas vezes. Se aconchegando e tirando um cochilinho no escuro da jaqueta do Barnes.






– É sua, princesa. – acariciou a cabeça da gatinha, sorrindo pequeno quando a mesma saltitou pela sala, alegre pelo novo ambiente.

Sentou-se no chão, ao lado de Alex que tinha as pernas esticadas, a jaqueta jogada na bancada junto a carteira e as chaves do apartamento.

Cruzou os braços, olhando para a gatinha que bebia um pouco de água.

– Eu gosto desses momentos, – Barnes olhou para o lado, franzindo o cenho levemente. Alex ainda olhava para Alpine, os dedos pálidos se mexendo. – são momentos tão leves e relaxantes, concorda? – olhou para o lado.

– Também gosto. – balançou a cabeça levemente, suspirando. – Eu gosto de você.

Alex olhou para o lado desconcertado.

– Como? – a voz saiu como um sussurro, ainda tentando processar a informação.

As bochechas de Bucky encontravam levemente vermelhas, ele olhava para Alpine que estava deitada de costas, brincando com as próprias patas.

– Disse que gosto de você, – ele coçou a barba. – você é...incrível, é um cara bonito e tem essa personalidade- – Bucky foi interrompido pelas mãos de Alex em seu rosto, as bocas se conectando.

Os corações batendo como um só, Montgomery não conseguia nem sequer pensar, a alegria encheu seu corpo do mais puro êxtase. As mãos do soldado foram de forma involuntária para sua cintura, o puxando para seu corpo. Passou os braços pelo pescoço desse e retribuiu o beijo com mais intensidade.

Não havia sentimento mais forte como aquele em que ambos sentia.

Mesclava euforia, êxtase, amor, uma imensidão de sentimentos dos mais variados. Que era arremessados para ambos os corpos, saciando o desejo implacável que existia neles.

O ar começou a fazer falta, ao mesmo tempo que pareciam não precisar dele.

Tudo o que queriam estava ali, a união dos corpos, sentimentos sendo expostos através do ósculo intenso, a sensação na boca do estômago.

– Pensei que faria como antes. – a voz de Alex saiu ofegante, encostando a testa na do soldado. 

– Como assim? – olhou confuso para o homem sentado em seu colo.

– Me chamar respeitosamente para sair, me trazer flores, chocolate, um passeio na praça.  – rindo baixinho – Achei que demoraria décadas pra me beijar, soldado.

Fechou os olhos, respirando fundo quando o outro começou a distribuir beijinhos em seu rosto e pescoço.

A mão de vibranium apertando de maneira cuidadosa a cintura, enquanto a outra acariciava o rosto e o lábio inferior.

– E quem disse que não vou fazer essas coisas? – Montgomery abriu os olhos outra vez surpreso, sorrindo largo em seguida.

Beijou o rosto do soldado, que ria levemente.

– Saiba que não vou te deixar tão cedo, você é todinho meu, soldado. – apertou os braços ao redor do pescoço do mais velho.

– Acho bom, você é todinho meu, amor. – conectou os lábios novamente.

Entre ronronadas iriam fazer aquele pequeno broto de amor virar uma linda árvore, talvez uma aliança entrasse em seus dedos. E as noites fosse algo mais do que passar sozinho enquanto lembrava do passado, acordando suado e assustado.

Seria amado e amaria Alex Montgomery e Alpine com sua vida e sabia que seria retribuído.














Fim.

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