Super Stars - No Seu Ritmo

By karol_freitas

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A vida de Parker é o palco, a fama e seus amigos de Banda. Até que uma misteriosa dançarina lhe mostra que al... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo - 3
Capítulo - 4
Capítulo 5
Capítulo - 6
capítulo 7
capítulo - 8
Capítulo 9
Capítulo -10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo - 15
Capítulo - 16
Capítulo 17
Capítulo Bônus
Capítulo 18
Capítulo 20
Epílogo

Cap 19

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By karol_freitas

Parker

1 mês depois...

- Você vai hoje a tarde? ... Parker... oi.
A voz de Taylor tentava me tirar da inércia.
- Pra onde mesmo?
- Tomar a vacina cara. Precisa ir lá no posto médico. Só falta você.
- Ok... vou sim.
- Alguma notícia?
Só balancei a cabeça.
O mês passou e eu não tinha mais falado com ela.
Depois da morte repentina do pai, Yoonah voltou pra casa pra cuidar da mãe viúva. Como milhares de pessoas, elas não puderam nem velar o falecido apropriadamente.
Eu nunca passei por uma dor, ou frustração tão grande.
O olhar desolado dela quando recebeu a notícia. A dor do seu choro... destruiu meu coração. Ela decidiu ir embora no mesmo dia pra ficar com a mãe. Num rompante de um heroísmo utópico, eu quis ir com ela... cuidar dela naquele momento devastador. Mas fui brutalmente impedido e devolvido pra nossa realidade cruel. Eu não podia me expor... Eu não podia sair, e voltar em segurança... Era maior do que nós dois.
Na despedida dela estávamos só Jam e eu... Minha boneca linda, com os olhos inchados de tanto chorar. Destruindo meu coração em pedaços com sua tristeza.
- Não se preocupa com nada Prima. A família vai cuidar de vocês... Eu vou cuidar de vocês. Só se cuida porfavor... Não se expõe ok?
- Ok... - A voz dela nem saía.
Eles se abraçaram e ele se afastou, nos dando um último momento.
Abracei ela forte, tentando passar todo meu amor, e força, naquele momento de tanta dor.
- Eu te amo... - falei no seu ouvido. - Eu sinto tanto... só queria o poder de tirar essa dor de você.
- Eu sei... - Ela encostou a cabeça no meu peito.
- Você não está sozinha. Me liga o tempo todo, e o que precisar me fala, pelo amor de Deus. Vou mover céus e terra pra cuidar de você.
Ela me olhou de volta triste e concordou.
- Obrigada por tudo Parker. Foi incrível.
Senti o tom de despedida dela. Mas não uma despedida momentânea... um ADEUS de verdade.
Ela entrou no carro e se foi... levando meu coração junto.
Nesse dia tomei o maior porre da minha vida. Os seis me acompanharam em silêncio enquanto eu gritava minha dor e a injustiça de não poder estar com quem eu amo.
- SABE O QUE É PIOR? - Jay me entregou outra garrafa. - A GENTE TÁ PRESO NESSA PORRA DESSA RODA DE HAMSTER. DIVERTINDO... ENTRETENDO... NOS ENTREGANDO, E NO FINAL O QUÊ??? VAMOS MORRER OS SETE NESSA GAIOLA? HÃM??? JUNTOS E SOZINHOS?
Joguei uma peça de decoração na parede da sala que se espatifou em mil pedaços. Minha cabeça bêbada buscava um sentido... uma solução.
- Bota pra fora irmão... vai descarrega. - Jon me incentivava.
- EU TÔ MUITO PUTO!... EU TÔ... EU AMO VOCÊS...- Agarrei a cabeça de Jay. - AMO ZIM... VOCÊS SÃO A PARTE MAIS IMPORTANTE DA MINHA VIDA. MAS EU QUERO ELA... EU QUERO MINHA VIDA COM ELA... PORRA JAM, EU QUERO CUIDAR DELA JUNTO COM VOCÊ... SER FAMÍLIA TAMBÉM. ELA TÁ SOZINHA AGORA ... E ELA É MINHA. MINHA...
Desabei no meio deles e chorei como um bebê. Senti um casulo de seis abraços ao meu redor, me confortando e compartilhando da minha dor.

Os dias passavam e eu tentei contato. Ela não me respondeu, ou atendeu nenhuma vez.
- Porque ela não fala comigo Jam? Perguntei angustiado no nosso Studio.
- Calma cara... está sendo difícil pra ela. É uma realidade nova. E ela ainda está lidando com o interesse da mídia nesse momento.
- Eu resolvi junto a empresa. Tem uma pessoa responsável pra tirar os fotógrafos da frente da casa dela. E vários sites já foram derrubados... passei mensagem e disse que uma hora isso vai se acalmar. Mas esse silêncio tá acabando comigo...
Alguém abriu a porta e chamou o Jam... ele me deu um tapinha no ombro e saiu... deixando o celular em cima da mesa.
No auge do desespero peguei o celular dele e desbloqueei com a mesma senha que ele usava pra TUDO.
- Oi primo. - A voz dela deu um baque no meu coração.
Que saudade!
- Sou eu...
Silêncio...
- Oi... oi Parker.
- O que tá acontecendo? Uma semana Yoonah ... Você não fala comigo, não me responde... porque isso amor? Eu sinto tanto sua falta...
- Eu não posso fazer isso Parker.
- O quê?
- Eu não posso ficar aqui a distância... querendo você e, sonhando com você de novo.
- Mas do que você tá falando?
- Eu pensei que ia morrer... de dor, pela partida repentina do meu pai. Pela vida que está diante de mim agora, sem perspectiva... mas o que mais doeu foi a sua falta. Dói demais... eu não sei lidar com tanta coisa agora, desculpa.
- Eu quis ir com você...
- Nós dois sabemos que é impossível. Não estou mais na posição de ser sonhadora Parker... Eu preciso crescer. Saber o meu lugar no mundo a partir de agora.
- Então você nem vai considerar me incluir nessa nova vida?
- Eu não consigo lidar com uma escolha dessa agora... pelo menos não com as consequências dela. Ontem jogaram ovo no meu portão... todo dia eu recebo algum recadinho educado de quem acha que eu não sirvo pra você... é só... Demais!
- E o que aconteceu com " vamos enfrentar isso juntos?" - eu não conseguia esconder a decepção na minha voz.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
- Me dá um tempo... eu preciso estar mais forte que agora. - a voz dela tremeu e a última coisa que eu queria era fazê-la chorar.
Ficamos em silêncio... ouvindo a respiração um do outro.
- Tudo bem. Eu vou te dar esse tempo. -A respiração dela acelerou.- Mas não vou desistir de você... é só pra te deixar ciente disso tá bom?
- Tchau Parker... Fica bem tá?
Não consegui responder... fiquei segurando o telefone e ela encerrou a ligação.
Jam entrou novamente
- Eu esqueci meu celular aqui?
Passei por ele entregando o aparelho.
Fora da sala peguei meu celular e disquei o número de sempre.
- Pois não.
- Conseguiu o número da conta?
- Sim.
- Ótimo... o mesmo valor todos os meses até segunda ordem ok?
- Tudo certo Sr.
- E o outro problema?
- Até agora nenhum movimento suspeito.
- Continue monitorando... a segurança dela é prioridade absoluta.
- Sim Sr.
- Obrigado.
- Não por isso Sr.

Era isso... um mês depois eu estava cuidando da minha vida, fazendo meus planos, e sentindo uma falta desgraçada da mulher que me fez vislumbrar um futuro com ela.
- Você tem que sair dessa fossa amigo. - Taylor me dizia isso com frequência.
- Me deixa cara...
- Tô falando sério. Tá todo mundo preocupado... você parece, sei lá.. "off".
- Você não entende Tay... espero que você um dia ache o que eu achei. Sinta o que eu senti... mas que na sua vez, você não sinta essa merda que eu tô sentindo agora.
Ele me olhou com os olhos marejados.
- Anda... vamos lá tomar logo essa bendita.
- Quer que eu segure sua mão neném?
Mostrei o dedo do meio pra ele... mas antes de sair do quarto estendi a mão pra ele segurar.
...

Yoonah

6 meses depois...

- Aqui está, seu Ice americano com matte gelado. Obrigada... Próximo.
- Eu quero um chá gelado pra viagem, e uma desculpa pra eu não pular esse balcão e te bater por sumir da minha vida.
Levantei a cabeça rápido...
- Nybi!!!
- Sumida!!!
- Nybiiii... - Dei a volta no balcão e abraçei minha amiga... - Meu Deus quanto tempo!!!
- Eu sei né?
Ficamos um tempo abraçadas e um senhor que estava na fila resmungou.
- Dá licença que tá rolando um reencontro aqui... muito obrigada!! - Ela não mudou nada.
- Hon me cobre aqui porfavor. - Puxei ela pra uma mesa mais afastada do café. - Meu Deus amiga... que saudade.
- Não parece né? Uma mensagem no celular e seis meses Yoonah... eu sei que não foi fácil, mas poxa... eu senti sua falta.
- Como você me achou aqui?
-Eu posso ter feito uma ameaça, ou duas, ao seu primo.. ele é grande mas não é dois.
Sorri com a imagem de um gigante, se sentindo acuado por um pigmeu.
- Mas me diz como você está? Sua mãe...
- Estamos levando um dia de cada vez. Ela finalmente concordou em tratar a depressão... está pelo menos tentando.
As imagens da minha mãe, completamente devastada, após a morte do meu pai voltaram a minha mente causando um calafrio.
O completo pesadelo que eu vivi ainda me faz estremecer, o tempo está amenizando as dificuldades, mas não levando elas embora totalmente.
- E você? Senti muita saudade...
- Não parece. Ainda estou com raiva de você. Acordei um dia e você tinha simplesmente evaporado.
- Foi tudo, literalmente, do dia pra noite. Em três dias o vírus levou meu pai. Minha mãe enfrentou tudo sozinha porque foi no dia do show e ela não quis atrapalhar. Me senti péssima. Juntou tudo com o fato de eu ser uma das mulheres mais odiadas do mundo...
- Ou invejada...
- Que seja. O sentimento de querer sumir foi demais pra mim. Eu achava que aguentaria tudo por ele... mas ninguém tá pronto pra tanto. Eu precisava me afastar.
- Eu entendo... não foi fácil pra ele também.
A menção dele me deu nó na garganta. Esse tempo todo eu tive que lidar com a perda, a tristeza, a solidão... mas a saudade dele, e do que nós vivemos, ainda me destruía todo dia. Era esmagador. Eu tive que parar de saber, ver, ou escutar qualquer coisa sobre ele. Quando meu primo ligava eu nunca perguntei... parei de entrar na internet, e desativei todas as minhas redes sociais. Me dediquei a livros, filmes e séries. Foi assim que suportel esse momento...
... Mas eu não podia escapar das minhas memórias.
Noites a fio eu acordei suada, arfando, queimando de desejo com a lembrança das mãos dele em mim, dos beijos, da voz suplicando por mais no meu ouvido. Ou só a lembrança das nossas conversas e gargalhadas. Daquele olhar que ia de fofo a ,devastadoramente sexy, em segundos ... a sensação de ficar abraçada com ele, do som da sua respiração quando ele dormia com a cabeça no meu peito. Nesses dias eu só chorava até dormir. E assim os meses foram passando, e eu consegui sobreviver.
- Você não está mais dançando?
- Não. Eu tenho que trabalhar.
- Eu soube que você perdeu a oportunidade do concurso.
- Sim... Mas a bolsa era no exterior de qualquer forma... Minha vida mudou de rota amiga... - abri meu melhor sorriso forçado. - Não é o ideal, mas é o que temos pra hoje. Mas, me fala de você.
Ela já tinha me falado sobre sua condição antes, me olhou com tristeza...
-Na mesma... minha eterna espera.
- Desculpa, e eu aqui sentindo pena de mim mesma...
- Decidi viver... e está sendo ótimo.
Nesse momento o celular dela tocou ... o seu rosto se iluminou num sorriso lindo antes de atender.
- Oi... estou bem... sim... tomei... estou de máscara... calma... EI... CALMA... tá tudo bem. Ok... vou direto sim... Hold! Tá tudo bem baby, calma... até... ownn eu também. Tchau.
Ela guardou o celular e me flagrou namorando eles.
- Então, você e Holder heim? Não que seja uma completa surpresa, mas porque você escondeu isso de mim?
- Eu não sabia como viver isso com ele. Acho que depois de muita insistência dele, meu medo perdeu lugar pra um amor incrível. Eu não sei porque esperei tanto. Ele é minha luz linda no meio de toda merda de escuridão. Finalmente eu aceitei isso... Mas ele é maluco... - falou com a voz carinhosa.- Meu paranóico.
- Estou muito feliz por vocês, mas ele tá certo. Você não pode adoecer.
- Eu sei, mas também não vou parar de viver... e nem você devia. Porque você não fala com Parker? Tanta coisa mudou.
- É melhor não. Foi como um sonho. Mas a realidade me acordou na marra. De qualquer forma eu ainda não tô pronta pra olhar pra ele de novo sem desmoronar.
- Isso é uma droga.
- Eu sei. Nós não terminamos... o problema não foi entre nós. Era tudo perfeito. Nós fomos brutalmente interrompidos. E assim é muito difícil de esquecer e seguir em frente. Mas eu vou conseguir.
- Talvez você não precise, vocês realmente são perfeitos um pra o outro. Mas você quem sabe o que está disposta a aguentar. Eu escolhi... você também pode.
Não resisti a perguntar.
- Como ele está?
- Hoje em dia? Mais quieto... No automático. Eles estão pra sair numa viagem pro exterior. Uns compromissos diplomáticos, e alguns shows... Não é bem uma tour, é mais um reencontro com os fãs. A vida aos poucos está voltando ao normal.
Resisti ao impulso de querer saber mais, de me alimentar do meu vício.
Nos despedimos com um abraço e ela se foi, com a promessa de vir me ver mais vezes.

A noite veio, e junto, os pensamentos, e a saudade massacrante que a visita de Nybi me trouxe. Era como uma labareda me consumindo lentamente. Fazia tempo que eu não me sentia tão necessitada dele. Rolei na cama, abraçei meu travesseiro, passei as mãos pelo meu corpo, mas eu queria ELE.
Peguei o celular num impulso... eu não queria fotos... não queria ver vídeos do super astro... Não. Eu queria o MEU Parker... aquele homem maravilhoso, carinhoso, completamente entregue a MIM. Só ele conseguiria aplacar meu desejo agora. Quando me dei conta estava ligando pro seu número. Antes que eu voltasse a mim e parasse aquela loucura, uma voz rouca atendeu.
- Yoonah?... Oi...
Eu não conseguia responder. O impacto de ouvir a voz dele depois de tanto tempo me paralisou.
Ele também estava afetado... eu escutava a respiração ofegante dele do outro lado.
- Que saudade... você tá bem? Fala comigo linda.
Meu coração parecia querer sair pela boca... que saudade da voz dele.
- Eu sonho com você quase toda noite sabia? - Ele começou a falar tão baixo que mal passava de um sussurro. - Nem tenho certeza que é real agora. As vezes eu acho que estou só ficando maluco mesmo. Louco de saudade... saudade de você, dos seus olhos, sua boca... Ahhhh amor, sua boca... eu tô morrendo pra te beijar de novo, devagar, sugando e lambendo essa sua boca deliciosa. Eu sinto sua falta o tempo todo...mas de madrugada... eu lembro do seu corpo se contorcendo embaixo do meu... do seu cheiro... eu sei que você também pensa em mim.
Minha pulsação enlouqueceu, o calor concentrado, latejando onde eu precisava dele. Minha respiração começou a sair espassada, difícil.
-Esse som... esse é o som que você faz quando tá cega de tesão, louca de vontade... quando sua buceta está implorando por mim, não é amor? Ela deve estar tão molhada...meu Deus eu daria tudo que eu tenho pra tocar em você agora.
- Hummm...- Não consegui controlar meu gemido.
- Se toca pra mim minha linda... fecha bem os olhos e me sente entrando em você bem devagar. Droga, eu tô muito duro por você.
Levei meus dedos onde eu precisava DELE.
- Meu Deus... - Minha voz mal saía.
Ele começou a gemer baixinho, sussurrando coisas explícitas do que amava fazer em mim... aquilo era uma tortura, escutar ele se tocando, era como um filme passando na minha cabeça dos momentos em que eu era a responsável pelo seu desejo alucinado.
- Lembra como é... lembra como eu vou tão fundo e gostoso em você, que você perde até a fala... porra... eu vou... ahhhh...
Rápido e forte meu orgasmo me pegou... dei um grito silencioso no escuro do meu quarto... e ele gemeu alto sua libertação.
Ficamos ouvindo os suspiros ofegantes um do outro.
- Não desliga... fica comigo agora. Me deixa dormir te ouvindo. Porfavor... Yoonah?... Eu te amo.
Uma lágrima rolou pelo meu rosto. E eu respondi baixinho...
- Eu também te amo.
Coloquei o telefone ao meu lado e caí num sono sem sonhos, ao lado do meu amor impossível.

Parker

4 meses depois.

- Eu já sabia que iria chamar atenção dele.
Nas minhas mãos uma série de e-mails com novas ameaças e fotos detalhadas de como ele planejava me matar.
- Nós imaginávamos que se tratava de um estrangeiro, mas agora confirmamos. - O chefe da equipe nos colocou a par de tudo que estava sendo feito. - Nossa intenção é nem deixá-lo chegar nos arredores do estádio Sr. Parker.
Nós estávamos reunidos com os responsáveis pela nossa segurança e todo um esquema estava sendo montado pra acabar de vez com aquela palhaçada.
Eu estava muito, muito puto. Se pudesse dava um fim nesse filho da puta eu mesmo. Mas numa ameaça como essa, é bem melhor lidar com cautela. Eu sentia que se isso tivesse um fim, eu estaria "livre" pra viver minha vida como eu queria, e o mais importante, com quem eu queria.
A divulgação do show foi intenso e cada passo foi planejado. Quanto mais ele se mostrava, mais perto nós chegávamos.
Até que um dia...
- Estamos entrando hoje. Finalmente o mandado saiu e vai ser considerado perturbação, assédio e ameaça iminente a vida.
- Ótimo. Me mantenha informado o tempo todo porfavor.
- O Sr. permite que ele escorregue e bata algumas vezes com a cara contra a parece?... Um acidente sabe?
Sorri com a possibilidade de vingança.
- Só faz o que vocês acharem melhor. Pega esse miserável.

- É isso aí. Quase dois anos sem esse som galera. - Jam sempre fazia o melhor discurso motivador. Mas ele não precisou falar muito.
O som das milhares de pessoas gritando era a única motivação que nós precisávamos. Quase dois anos sem nos apresentar pra um grande publico.
- Caramba eu tô arrepiado. - Jay estava quicando no lugar sem conter a excitação.
- É isso aí... Estamos de VOLTAA.
Unimos as mãos e com nosso grito de sempre subimos no palco.
O público gigantesco... rostos ainda cobertos por máscaras...mas a energia era INCRÍVEL!
O palco é a nossa segunda casa, é onde nos sentimos bem e confortáveis. Embora a multidão seja uma massa sem um rosto definido, às vezes eu gosto de fixar meu olhar em alguém, e SEMPRE, sempre recebo de volta o olhar de um amor sem o menor sentido ou explicação. A vontade é de descer do palco, correr até a pessoa e simplesmente agradecer por tanta devoção.
É naquelas duas horas que nós esquecemos de tudo... todo lado negativo derrepente não existe e é tudo sobre música, dança, amor e uma conexão inexplicável.
No fim damos as mãos e nós sete agradecemos reverenciando nossos fãs.

- Foi incrível... incrível... que saudade que eu estava. - Jon dava voz ao sentimento comum pós show.
Todos estávamos extasiados e exauridos.
- Nós vamos passar por mais um período de seca logo logo. - Jon nos lembrou de mais desafio que logo teríamos que passar.
Mas assim foi nossa vida... Essa seria mais uma montanha a escalar. - Eu vou sentir saudade. Dos fãs, dos shows, do trabalho... do meu cabelo.
- O importante é todos passar por isso com tranquilidade. Fazer o que temos que fazer e voltar bem e inteiros. - Jam fazia o possível pra manter a calma e nos fazer confiantes.
Nos olhamos com carinho e tristeza diante de um novo desafio.
- Gente eu sei que esse não é o melhor momento... mas eu acho que tá na hora.
Nós sabíamos a que "hora" Holder se referia. O próximo passo da nossa vida. Um novo momento da nossa irmandade e amizade.
- Nós sabemos Hyung... e sabemos porque você tocou nesse ponto agora. - Eu compreendia a ânsia dele de comemorar com sua garota. Ter um lugar só dele pra começar a construir a própria vida.
Nos olhamos com um misto de tristeza e alegria por compartilhar tantas memórias morando juntos todos esses anos. Mas era o certo, o normal a se fazer quando se chega a idade de pensar no futuro.
Antes de deixar o estádio recebi a ligação mais esperada da minha vida.
- Sr Parker?
- É ele...
- Está feito. Pegamos o desgraçado.
Um alívio gigante tomou conta de todo meu corpo.
- Obrigado.
- O Sr. gostaria de mais detalhes?
- Ele está vivo?
- Sim... era perturbador o que encontramos lá.
- Tudo bem. Agora é com a polícia.
- Acho mais provável que seja com um manicômio judiciário. O cara é maluco... pra dizer o mínimo.
- O que importa é que acabou.
- Precisa de mais alguma coisa Sr?
- Isso é tudo por enquanto. Mais uma vez, obrigado.
Desliguei e os seis me olhavam com expectativa.
- Acabou... - Falei num sussurro.
Eles gritaram de alegria e alívio, logo eu estava esmagado num abraço coletivo.
No meio da euforia o rosto dela veio na minha mente. Era a hora de viver minha vida com ela. Recomeçar de onde fomos interrompidos e escrever nossa história.

Voltamos pra casa e a conversa sobre nossa mudança pra um lugar próprio se aprofundou. Holder foi o primeiro a buscar uma casa pra si e todos logo achamos nosso lugar também. O dinheiro proporcionou decisões, e execuções rápidas.
Em poucos dias eu estava parado no meio da MINHA sala. Pensando no que comer na MINHA cozinha, na MINHA casa. E era um saco!
Vazia, solitária e silenciosa pra cacete.
Meu telefone tocou.
- Fala Bro.
- Jantar... todo mundo no Jam. Já tô indo pra lá. Não demora. - Taylor falou apressado.
Pelo visto não era o único incomodado com nosso novo momento.
Peguei umas bebidas. O nescessário pra sair de casa e fechei a porta. Chamei o elevador... outros deviam estar usando. Resolvi descer de escada mesmo. Um lance de escada, no andar de baixo, abri a porta com o código que todo mundo sabia... porque era igual... nos sete apartamentos... do mesmo prédio.
Nós resolvemos estender um pouco nossa "República" e um prédio inteiro com oito apartamentos foi a escolha perfeita pra nós. Nada mal pra quem começou a vida dormindo uns por cima dos outros no mesmo quarto. O oitavo apartamento foi um luxo que nos demos, dividimos a compra e o último andar virou nossa academia, sala de jogos e uma sauna. Resolvermos ter cada um nossa casa, mas morar longe um do outro nem foi colocado na mesa como opção.
Todos já estavam espalhados pela sala. Yan e Jon comandavam as panelas como sempre.
Holder conversava com Jam, enquanto Taylor e Jay jogavam na imensa TV da sala.
- Ela é a pessoa mais teimosa desse mundo. Me deixa louco. - Holder não sabia a sorte que tinha de ter encontrado um amor com a intensidade que ele merecia. - Às vezes eu só quero amarrar ela e trazer pra minha casa e não deixar ela sair.
- Mas você não pode fazer isso. - Jam falou o óbvio.
- MAS EU NÃO POSSO FAZER ISSO! AAAA.
Eles estavam concentrados na conversa e nem me ouviram chegar.
- Ela falou que encontrou com Yoonah. Você sabia?
A menção do nome dela me prendeu a atenção.
- Não falo com ela faz um tempo. Mas a última vez soube que ela estava bem, trabalhando, e a tia está bem melhor também. Com essa loucura toda da nossa ida pro exterior estou sem dar muita atenção pras duas.
- É uma pena ela não estar seguindo a vocação dela. Ela realmente tem talento.
Antes que o Jam respondesse, Yan nos chamou pra mesa.
Eu queria tanto ver ela, saber como ela está e o que tem feito. Mas eu não sabia de nada. Depois de todo o assédio que ela sofreu era esperado um afastamento completo das redes sociais. Eu me obriguei a esperar pelo tempo dela, mas cada dia é um tormento. Se o dia passa voando com tantos compromissos e uma agenda lotada, a noite se arrasta numa cama vazia, que nunca viu o que nós dois somos quando nos tornamos um só.
- Parker ... irmão, eu acho que já deu essa sua tristeza. Quase um ano já. Porque você não se abre pra outra pessoa?
- Yan eu sei que sua intenção é boa, Hyung. Mas... eu só não quero. Me deixa quieto.
- Nós fomos numa balada, lotada de gatas... ele ficou a noite inteira sentado, vocês acreditam?- Jay era o mais inconformado com a minha recusa em seguir em frente. - Até aquela cantora que já teve um rolo com ele, chegou junto, deu um mooole, e ele lá com essa cara de Romeu deprimido.
- Quer saber? - Me levantei e fui saindo em direção a porta.- Eu vou pra casa... olha só que benefício cada um no seu canto... eu posso bater a porta e não ver mais nenhum de vocês por hoje.
- Parker...
- Cara para com isso... volta aqui.
Mas as vozes ficaram pra trás.
Entrei em casa e deitei no sofá grande demais pra um só. Peguei o celular e mandei a mensagem do dia. Desde nossa última interação de madrugada, onde aliviamos nosso desejo, nossa tristeza e a vontade de estar juntos, pelo telefone, eu comecei a deixar mensagens... contando qualquer coisa, ou só pra ela lembrar que eu não vou esquecer.

" Me dei conta de como meu sofá é imenso. Quero você aqui, deitada comigo assistindo, conversando, comendo... sentada em cima de mim, linda, suada e me fodendo."

Eu não esperava mais uma resposta. Ela nunca veio... mas me fazia bem mandar.
Joguei o telefone de lado e fechei os olhos. Ouvi o sinal de mensagem recebida. Peguei de volta rápido cheio de esperança... era uma mensagem de Holder. Tinha um endereço. Era na cidade mas um pouco distante.

"Ela está lá agora. Vai lá e resolve isso de uma vez. A gente te ama, mas ninguém te aguenta mais... De nada!"
"Como você conseguiu isso? Jam...? - Respondi
" Digamos que tenho meus métodos com a amiga dela. 😏🔞🔥,"

Nem respondi... abençoados sejam Holder e seus métodos safados.
Antes de saber o que estava fazendo, coloquei um casaco com capuz, máscara e óculos escuros. Olhei no espelho, eu estava nervoso como a muito tempo não ficava.
- Isso... é isso, ninguém vai te reconhecer... vai lá e... só vai imbecil. Anda.
Peguei a chave do carro e desci.
Depois de alguns minutos cheguei ao meu destino. Num bairro afastado do centro, uma rua calma com alguns restaurantes... o endereço era de um café pequeno mas moderno. Já era tarde da noite e os outros estabelecimentos já estavam fechando. O café também estava apagando suas luzes. Esperei no carro pra ver alguma movimentação externa.
Uma pessoa saiu e as luzes se apagaram, um homem saiu e logo atrás, ela...
Meu corpo inteiro tremeu, meu coração disparou.
Que saudade!
Yoonah estava ali, ao alcance das minhas mãos. Tão linda. O cabelo um pouco mais curto, mais ainda no meio das costas. Ela estava mais magra. Na escuridão eu não conseguia ver seu rosto direito. Segurei com força o volante. A ansiedade me corroendo. Tanto tempo e agora ela estava ali... tão perto.
Os três conversaram um pouco e a outra mulher se despediu. O homem alto e jovem continuava conversando com ela... perto demais pro meu gosto. Ele tocou no braço dela com intimidade.
O ciúme tomou conta de mim, pensei dez vezes em descer do carro e ir até eles. Mas a exposição nunca seria bom pra mim, e dado o problema do que ser ligada a mim trouxe a ela, quanto mais discretos seria melhor.
Ela sorria pra ele delicada.
Será que ela fez o que eu não fiz? Será que ela superou?
Senti um buraco se abrindo no meu peito.
Vi em câmera lenta ele se inclinando e beijando minha garota.
Não era mais ciúme... era raiva, misturado com tristeza e decepção.
Ela seguiu em frente... Ela encontrou alguém que não iria ter que escondê-la. Que daria a vida que ela merecia.
Eu não conseguia mais ficar ali, presenciando o amor da minha vida beijando outro.
Liguei o carro e saí rápido dali. Doía demais. Bati no volante com todo ódio e deixei a lágrima presa rolar.
Era isso... nossa história ficou na casa de barcos. Eu iria colocar um fim nesse sentimento apartir de agora. Se ela conseguiu, eu ia fazer o mesmo.
Toquei no painel e liguei pra Jay.
- Manda...
- Festa... onde?
- Obaaa... mas espera... você vai do seu antigo você, ou com a skin depressiva?
- Onde Jay?
- Te passo o endereço. A gente se encontra lá.

Barulho... gente dançando... bebidas... era o que eu precisava. De cima, na área VIP, eu, Jay e Taylor observavamos a pista de dança.
Minha cabeça já estava zonza e eu queria mais era afogar aquela dor.
- Você está bem irmão? - Taylor me olhava preocupado.
- Não... mas vou ficar. Tenho que ficar.
Ele me abraçou e brindou comigo.
Uma antiga "amiga" entrou na sala.
- Oi meninos... quanto tempo.
Ela abraçou os dois e me olhou com desejo, como sempre fazia um pouco antes de nos agarrarmos como dois animais no cio.
-Oi Rose...
- Parker... senti sua falta.
Ela lambeu os lábios e o próximo movimento sempre foi meu. Mas o desejo não veio. Ela era linda... mas não tinha aqueles olhos grandes e curiosos... os cabelos loiros, não eram negros como a noite e a boca não me fazia mais perder as forças e querer tomar tudo pra mim.
Taylor e Jay já tinham saído da sala e estavamos sozinhos.
- Quanto tempo. - Ela se aproximou e encostou no meu corpo.
- Muito...
Ela já estava beijando meu pescoço e passando as mãos pelo meu peito. Meu cérebro bêbado tentando sentir alguma coisa. Fechei os olhos e a cena de Yoonah beijando aquele cara estava gravado nas minhas pálpebras. Segurei o cabelo da cor errada nas mãos e desci minha boca na dela. Beijei firme, com força...
Nada!
A boca não encaixava na minha. Meu coração não acelerou... Meu sangue não esquentou. Meu pau, tão morto que era vergonhoso.
Eu estava descontando minha raiva em alguém que não tinha nada a ver com meu coração partido.
Parei aquele beijo sem emoção e respirei fundo.
- O que foi Parker? Você não quer?
- Desculpa Rosie... Não tô no clima. - Beijei o rosto dela e saí. - Os outros estavam no lounge misturados as pessoas dançando.
- Taylor eu tô indo.
Ele soltou a garota agarrada ao seu pescoço.
- Porque cara? Já acabou lá em cima?
- Nem começou. -Ele me deu um olhar triste. - Eu vou ... fica aí.
- Eu vou com você.
- Não precisa... não bebi tanto. Fica aí e cuida do pirralho.

Cheguei em casa e deixei as luzes apagadas. Tirei a roupa e deitei na minha cama.
Eu precisava sair desse buraco. Eu tinha vida, planos, uma carreira...
um dia quem sabe eu sentiria aquilo novamente.
Mas em nome da minha sanidade eu tinha que calar esse sentimento de uma vez por todas.































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Você joga sujo Sabe que você é o meu ponto fraco Tenta ser feliz, mas tá fazendo errado Procurando em outro alguém o que está do seu lado