publicitaria || fermín lópez

By writingbyhope

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"Livro 4 da Série Barcelona" Velhos conhecidos, desde adolescentes, Fermín e Pilar nunca demonstraram interes... More

Avisos da Autora
Sinopse
Personagens
Prólogo
Capítulo 01 - Mônaco
Capítulo 02 - Linares
Capítulo 03 - Pré-Temporada
Capítulo 04 - Dallas
Capítulo 05 - El Clásico
Capítulo 06 - Las Vegas
Capítulo 07 - Desconhecida
Capítulo 08 - Coisas Fúteis
Capítulo 09 - Problemática
Capítulo 10 - La Liga
Capítulo 11 - Balada
Capítulo 12 - Escapar
Capítulo 13 - Casa
Capítulo 15 - Faculdade
Capítulo 16 - Manuela
Capítulo 17 - Ruiva
Capítulo 18 - Número Desconhecido
Capítulo 19 - Jogo
Capítulo 20 - Champions League
Capítulo 21 - Grupo
Capítulo 22 - Velhos Conhecidos
Capítulo 23 - Mariah
Capítulo 24 - Buquê
Capítulo 25 - Camila
Capítulo 26 - Gol
Capítulo 27 - Algo A Mais
Capítulo 28 - Jantar
Capítulo 29 - Parabenização
Capítulo 30 - Proposta

Capítulo 14 - Atrasada

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By writingbyhope

Alguns Dias Depois

Eu estava lascada.

Do tipo, super lascada!

Isso que dá não ter um calendário enorme na geladeira, porque segundo dona Camila, é brega coisas na geladeira. Nossa geladeira é lisa, não tem absolutamente nada. Nem um imã sequer... Minha mãe é hater número um de geladeiras decoradas.

Além disso, quem em sã consciência fica conferindo o lixo eletrônico do e-mail? Nunca fiz isso, não sei pra que existe essa função, se o objetivo disso é claro: ferrar com a nossa vida.

O combo da falta de um calendário na geladeira e a inutilidade do lixo eletrônico, me causou um grande problema... Perdi a primeira semana de aulas na faculdade.

Eu tinha e não tinha culpa. Prefiro acreditar que a falta do calendário e o lixo eletrônico são mais culpados que eu. Poderia ter visto o calendário no celular? Obviamente... Poderia ter visto o lixo eletrônico? Também... Mas a conclusão que eu chego, é que eu não sou completamente culpada nisso tudo.

A culpa é da minha falta de paciência com tecnologias inúteis e da nossa geladeira lisa. Pronto, me senti melhor com essa desculpa.

Mas a verdade é que tudo isso me colocou em um lugar que, de certa forma, eu mesma escolhi estar. Desde o ensino médio, a pressão para escolher um curso universitário foi imensa. Minha mãe, sempre enfatizou a importância de uma profissão segura e respeitada. Medicina, Direito, Engenharia... Todas essas palavras soavam como um martelo na minha cabeça. Mas meu coração batia em outro ritmo... Completamente oposta a minha mãe, que desde pequena, tinha o sonho de se tornar médica e hoje em dia, ela é uma das melhores cirurgiãs da Espanha.

Mas, jamais que eu iria pra Medicina ou área da saúde. Tenho pavor de sangue! Direito... Odeio ler, não sou a pessoa que mais lê no mundo. Engenharia fora de cogitação completamente! Eu e exatas é uma dupla que não dá certo. Detesto!

Fiz todos os testes vocacionais existentes no Google, e com isso, cada site dava um resultado diferente, até que um me chamou a atenção...

Publicidade e Propaganda.

A primeira vez que pensei em Publicidade e Propaganda foi em um projeto escolar. Tínhamos que criar uma campanha para promover a feira de ciências da escola. Enquanto meus colegas reclamavam da tarefa, eu me vi completamente imersa, fascinada com a ideia de comunicar algo de forma criativa, de captar a atenção das pessoas e transmitir uma mensagem. Eu não lembrava disso quando comecei a fazer os testes vocacionais... Minha vida foi uma loucura nos últimos meses de colégio. Não sabia que esse projeto me deu uma visão do que eu realmente queria fazer.

Contar isso para minha mãe, porém, foi um desafio. Camila sempre teve uma visão muito pragmática da vida. Para ela, segurança financeira e estabilidade são essenciais. A ideia de eu entrar em um campo que ela considera "volúvel" era, no mínimo, preocupante. Não queria decepcioná-la, mas também não queria viver uma vida que não fosse minha. O sonho dela era que eu fizesse Medicina e seguisse os passos dela igual a Meredith em Grey's Anatomy.

Porém, foi melhor do que eu pensei. Minha mãe sempre me apoiou em absolutamente tudo, e dessa vez, não foi diferente. Percebi que eu estava com mais medo do que era necessário. Ela me apoiou super e disse que tinha certeza que eu seria uma ótima profissional no futuro.

Com o meu pai, foi mais tranquilo. Ele achou ótimo, porque disse que me colocaria pra trabalhar junto com ele. Coitado... Prefiro pular de um prédio do que trabalhar com ele.

Foi uma semana maluca. Eu e minha mãe aproveitamos todo o tempo que tínhamos juntas — o que também ajudou a eu esquecer da data do começo das aulas — e fomos passear, no shopping, almoçamos e jantamos em nossos restaurantes preferidos... Foi ótimo. Eu sentia muita falta da minha mãe quando ela não estava em casa.

Porém... Camila não sabia sobre tudo isso. Ela não sabia do calendário perdido, do e-mail no lixo eletrônico... Se eu contasse, ela ia se sentir culpada, e eu não queria que ela se sentisse culpada, até porque, ela não tem culpa. Já sou maior de idade e eu deveria saber me organizar sem precisar dela pra isso. Talvez, um dia, eu encontrasse uma maneira de explicar tudo isso para ela. Mas, por enquanto, eu só precisava me focar em continuar, um passo de cada vez.

Entrei em contato com a faculdade em uma tarde quando minha mãe estava no hospital. Eles disseram que minha vaga ainda pertence a mim, mas que eu deveria ir na faculdade o mais rápido possível para pagar um multa devido ao atraso do primeiro pagamento.

Meus pais não souberam disso. Liguei para Andrea desesperada pedindo por socorro. Pra minha sorte, ela estava em um evento em Girona e viria para Barcelona me ajudar assim que o evento acabasse.

Minha mãe voltou ontem para o seu trabalho com a UNICEF. Foi uma despedida um tanto quanto triste e melancólica... Não sabíamos quando nos veríamos novamente. Antes de ir, eu e ela conversamos. Me senti triste por ela se culpar tanto por não ser presente, e tive que segurar minhas lágrimas quando ela me pediu desculpas por isso.

Não queria falar para a minha mãe que já estou acostumada a ficar sem ela, mas a verdade é que já estou mesmo. Às vezes penso que sou egoísta em pensar assim, afinal, ela está salvando vidas no tempo que está fora.

Sabia que chateava a minha mãe o fato dela não conseguir ser muito presente por conta do trabalho dela, e por isso, eu sempre fazia de tudo para mostrar o quão orgulhosa eu sou dela por estar salvando vidas.

E foi isso que eu fiz... A tranquilizei como pude, dizendo que estava tudo bem, que eu entendia e que sentia orgulho dela estar salvando vidas.

Era difícil, mas não impossível de compreender. Voltar para casa depois de deixá-la no aeroporto, doeu, mas sabia que o que ela estava fazendo era lindo e eu também precisava tomar um rumo da minha vida.

︵‿︵‿୨♡୧‿︵‿︵

— Eu não sei mais o que eu faço com você!

Sorri sem graça assim que entrei no carro de Andrea. Joguei minha bolsa no banco de trás, a abraçando. Faz apenas algumas semanas que nos vimos pela última vez, mas é impossível não sentir saudades dela.

— Desculpa, Dea, as coisas fugiram um pouco do controle. — Coloquei o cinto. — Meu pai sabe?

— Seu pai nem sabe que eu estou aqui. — Me olhou rápido, manobrando o carro para sair da vaga. — E nem vai saber.

— Não vai. — Garanti. — Minha mãe também não sabe.

Paramos no farol e Dea me olhou surpresa, um pouco tanto quanto desacreditada. Dei de ombros, brincando com o fio solto da minha camiseta.

— A Camila não sabe?

— Não quis preocupar ela. — Encostei a cabeça no banco. — Ela ia se culpar por eu ter perdido a data... Ela mal vem pra cá, então não queria dizer isso à ela.

Dea ponderou um pouco, parecendo entender. Mesmo ela estando com o meu pai há pouco tempo, ela é como minha melhor amiga. Na primeira conversa que tivemos só nós duas, eu contei tudo o que já tinha acontecido na minha vida para ela. Ela sabia da minha infância, de como foi o divórcio dos meus pais, o que aconteceu em 2019 e depois na pandemia... Ela sempre esteve ao meu lado desde que ela entrou na minha vida, e de certa forma, a presença dela facilitou muito as coisas.

— Não ache que eu concordo com isso. — Apontou o indicador pra mim. — Mas não vou contar para os seus pais, pode ficar tranquila.

Suspirei aliviada. Dea era ótima em guardar segredos. Sempre que estou em Mônaco, é ela quem me ajuda a entrar em casa de madrugada na maioria das vezes.

— Que madrasta nada confiável que eu sou. — Ela murmurou, me fazendo rir.

Chegamos na faculdade Autônoma de Barcelona em pouco tempo. O estacionamento estava cheio porque estava tendo aulas, obviamente. Alguns alunos vagavam pelos corredores, enquanto eu só conseguia pensar que com certeza eu me perderia todos os dias naqueles corredores imensos.

— Você fica sentadinha aí, deixa que eu resolvo. — Dea apontou para os bancos.

Assenti, obedecendo ela. Sentei em um dos bancos e fiquei olhando as paredes da secretaria. Ouvia Dea fazer sua voz simpática para a recepcionista, o que me arrancou uma risada.

Comecei a olhar os nomes escritos nas paredes. Haviam quadros com nomes de todos os alunos que estudaram lá e se destacaram. Passava o olhar por todos os quadros, até que eu travei.

Maya e Matteo.

Todo mundo de Barcelona sabia que eles tinham estudado ali, e graças a eles e o que eles se tornaram, a faculdade se tornou o que é hoje em dia: uma das mais bem avaliadas da Europa.

Fazia tempo que eu não os via, principalmente o Matteo. A Maya às vezes eu trombo com ela na rua, mas ela não me reconhece, ou se reconhece, finge que ela não me conhece, e se é isso mesmo, errada ela não está.

Aqueles nomes nos quadros, reluzindo com um certo glamour, trouxeram uma onda de nostalgia e uma pitada de desconforto. Eu sentia falta deles... A história deles estava por toda parte, em murais, em histórias de sucesso, em conversas cotidianas. E ali estava eu, tentando encontrar meu próprio caminho, lidando com expectativas e desilusões.

— Pilar?!

A voz alta da Dea me arrancou um susto. Levei a mão até o meu peito, me afastando dos quadros e me aproximando dela. Em conclusão, tivemos que pagar uma pequena multa e a mensalidade. Dea foi quem pagou, e disse que deveríamos guardar aquele segredo à sete chaves, e que meus pais não poderiam saber.

Obviamente, eu concordei com tudo o que ela disse. Ela me salvou, e eu manteria meu silêncio eterno em relação a isso.

— Amanhã eu quero um vlog seu aqui dentro, ouviu? — Dea me encarou, enquanto saíamos do campus. — Quero o melhor vlog!

— Pode deixar. — A abracei. — Você me salvou.

— Não precisa me agradecer. Sabe que sou sua fiel escudeira. — Piscou.

Eu ri, concordando. Caminhamos pelo estacionamento, e enquanto ela tentava encontrar a chave do carro nas profundezas da sua bolsa caríssima da Gucci, ouvi o sinal da faculdade tocar.

Olhei ao redor, vendo que o estacionamento começou a encher. Me encostei no carro enquanto ouvia os xingamentos da Dea por não estar achando a chave.

Olhando pra frente, novamente petrifiquei. Eu não lá a melhor visão do mundo, mas eu consigo enxergar de forma "okay" de longe e eu reconheceria aquele cabelo e salto em qualquer lugar.

Maya.

Maya estava ali, saindo de sua BMW branca, com os saltos altos de sempre, refletindo o brilho quando o sol batia neles. Ela levantou a mão, balançando-a no ar e mostrando que estava ali para alguém.

Mas porque ela estava ali?!

— Achei! — Dea gritou.

Me virei rápido para a minha madrasta, vendo ela balançar a chave animada. Forcei um sorriso, sentindo minhas mãos começarem a suar frio. Dea abriu o carro e eu entrei rapidamente, não conseguindo ver com quem a Maya falava.

Eu ficaria com isso pelo resto do dia na minha cabeça... Porque a Maya estava ali?!

Oieee meus amores, boa noite, como estão?!

Está cada vez mais próximo o reencontro... A diva Pilar assim como nós, meros mortais com a memória da Dory se atrasou na faculdade, por isso o encontro não saiu antes.

Eu sou do time que, as coisas acontecem de um determinado jeito porque o objetivo maior é final 👀 esse atraso foi necessário.

Também estou ansiosa para o reencontro deles. Falta poucoooo!!

Espero muitoooo que tenham gostado, nos vemos em breve.

Até maisss ❤️❤️

Hope xx

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