Não se esqueça de votar ⭐ 😉
Autora Pov's
- Desculpa, estou atrapalhando algo?
-Não. Eu só estava perguntando como estava a perna do Jungkook. -Mark disse, sorrindo forçadamente.
Jimin logo se recompôs, voltou a sorrir e caminhou em direção a Jungkook, ignorando a presença de Mark
Jimin não iria dar a ele esse gostinho, a mais não iria mesmo.
-Nós já vamos, meu amor. - frisou a palavra. - Sua mãe disse que provavelmente só vamos nos ver á noite na festa - fez um biquinho. Então vim me despedir de você - sorriu quadrado parando a centímetros de Jungkook - Até mais tarde. - disse abraçando Jungkook pelo pescoço.
Rapidamente, Jungkook envolveu sua cintura com as mãos, Ficaram tão absortos ao momento que nenhum dos dois se deram conta que Mark havia saído dali.
Soltando ele, Jimin sorriu se afastando do seu chefe.
-Até a noite, querido. - Jimin lhe lançou uma piscadela saindo.
-Jimin? - Jeongguk o chamou.
-Hm?- se virou, segurando a maçaneta da porta.
-Divirta-se - ele disse tirando um cartão de crédito do bolso da calça. - Pegue, é limitado. — falou, Jimin se aproximou e pegou o cartão com os olhos arregalados.
-Está me emprestando um cartão limitado?- acreditar. perguntou sem
-Não faça eu me arrepender disso. - Jungkook disse revirando os olhos.
- Sabe, Sr. Jeon se quiser realmente se casar comigo, eu aceito. Jimin disse, saindo, sem esperar pela resposta.
Deixando Jungkook de olhos arregalados para trás.
Ele não estava falando sério? Ou estava? sozinho. se perguntava Jungkook
Como seu assistente conseguia ser assim?
Conseguia esconder facilmente suas emoções coisa que ele invejava bastante, a noite ele tinha seus traumas, já durante o dia era cheio de vida, bem humorado, e isso o irritava.
Park Jimin era definitivamente uma caixinha de surpresas, irritantes e agradáveis.
Jimin Pov's
- Tem certeza que vai ficar bom, Taehyung? - eu perguntava apreensivo olhando o terno que ele escolheu para eu experimentar.
-Certeza absoluta, suas pernas são lindas.- sorriu me analisando.
-Certo. Só vou experimentar, não garanto nada. - falei olhando aquele pedaço de pano caríssimo.
Praticamente custava meu rim.
Fui para o provador e tirei minha roupa, coloquei em seguida o terno e sai para onde Taehyung estava, ele sorriu quando me viu. Eu me sentia incomodado com esse terno, estava muito apertado nas coxas.
-Perfeito - elogiou com olhos brilhando.
- Ele é bonito, confesso, mas não faz meu estilo sabe, eu sou meio clássico.- me olhei no espelho.
Fazendo um bico, ele concordou em me ajudar a achar algo mais ao meu favor, mas que fosse sexy ao mesmo tempo. Taehyung, com certeza, quando ficar mais velho será um puto - no bom sentido claro.
Coloquei minha roupa de volta e entreguei o terno para Taehyung.
-Achou algum terno bonito, Jimin? - Somin perguntou entrando no cômodo com as mãos abarrotadas de roupas.
Ainda não respondi frustrado.- Vai levar todas essas roupas?- perguntei a Somin, que sorriu.
-Preciso de roupas novas, querido. - piscou.
-Somin, o que acha? - Mark perguntou saindo do provador usando um terno branco com preto.
O terno era perfeito, feito sobre suas medidas, realçava seus ombros, realçando perfeitamente seu belo corpo, se eu tinha belas penas ele com certeza ganhava de mim. Mark era certamente a combinação perfeita de sexy e inocência. Não vou com a cara ele, mas tenho que ser realista.
-Uau! Esta perfeito, querido. Junghyun vai amar te ver assim! -Somin elogiou sorrindo abertamente.
Mark sorriu pomposo com terno e me olhou, eu sorri sem graça.
Não encontrou um terno ainda, Jimin? prestativo. ele me perguntou
-Não. Ainda não, mas você está fabuloso, como todo noivo deve ser. -disse sincero, ele deu um meio sorriso e entrou no provador logo em seguida.
Fui vasculhar algumas roupas e bati meus olhos em uma perfeita! Composta pela calça social e blazer azuis pastel. A camiseta social era branca e por fim, uma gravata listrada cinza e azul claro.
Senti meus olhos brilharem, achei minha roupa!
Peguei empolgado e fui para o provador, vesti sorrindo ao constatar que cabia perfeitamente, e realçava todo meu corpo. Nunca vi meu corpo tão sexy assim na vida. Virando meu corpo na frente do espelho, sorri, não sou de me gabar, mas fiquei muito gato!
Agora o sapato para mim mesmo. murmurei
-Jimin, achei vários ternos pra você - sai do provador e vi Taehyung. - Esquece o que eu disse, essa roupa é perfeita! Só falta uma coisinha - ele sorriu e veio onde eu estava, abriu os três primeiros botões do blazer e colocou uma pequena florzinha de enfeite no bolso do meu peito esquerdo. Agora sim, está perfeito! Como também iá escolhi o meu. vamos comprar sapatos! - respondeu empolgado.
Compramos os sapatos e tudo que precisávamos e fomos para o SPA, que certamente seria maravilhoso. O dia estava sendo perfeito, tirando a parte de ficar no shopping, foi cansativo ver Taehyung Mark e Somin comprando quase todas as roupas da loja.
Eu comprei algumas pra mim já que as que tinha, eram todas pretas, mas também não abusei, e caramba, eles só faltaram levar os manequins!
Agora eu estava recebendo uma massagem e porra, era muito relaxante ter duas mãos maravilhosas fazendo uma massagem dos deuses.
Uma música clássica tocava baixinho dando um ar mais relaxante, incensos acesos e a luz baixa.
-Meu Deus, suas mãos são divinas. - elogiei o massagista.
- Obrigado. Essa massagem ajuda a relaxar os músculos, sem falar que o óleo usado deixa a pele macia, hidratada e com aroma incrível. - ele falou apertando minhas costas, me fazendo soltar um murmúrio em satisfação. Ronronei feito um gatinho.
Hoje fiz minhas unhas dos pés e da mão, máscara facial, banho de lama que no começo achei nojento, mas foi bem relaxante sauna, cortei meu cabelo, depilei-me todo, tipo, tudo mesmo, e foi um processo bem doloroso!
Somin disse que, quando todos estivessem terminados, íamos ser maquiados e depois de devidamente arrumados, seguiríamos direto para a festa.
Vida de rico é com certeza muito boa.
O terno de casamento de Mark é sem dúvidas perfeito, branco dourado, a gravata era algo discreto, o conjunto todo combinava, o buquê de rosas amarelas para dar um destaque adorável. Somin quem ajudou a escolher.
A decoração ia começar a ser feita depois da festa de noivado, ou seja, Somin disse que íamos todos para a fazenda dos Jeon's, me pergunto o que meu chefe acha disso.
Outra, eu estava muito curioso para conhecer a fazenda, Taehyung disse que é o lugar mais lindo do mundo para um casamento.
Era incrível fazer parte da família, mesmo que de mentira, eu me permitia acreditar por segundos que realmente fazia parte disso tudo, que realmente eu tinha uma família.
Já era noite quando saí do carro acompanhado de Taehyung. Somin, Mark, Hana e Sana já estavam na festa.
O motivo pelo qual Taehyung e eu estávamos atrasados foi que ele esqueceu a bolsa da Gucci que combina com o terno, em casa, traduzindo, tivemos que ir na casa dele buscar.
E a casa dele é enorme e linda, também conheci o Yeontan, o cachorrinho deles, que era a coisa mais fofa do mundo. Mas não vi o gatinho que Hoseok disse que Taehyung ganhou, ele devia estar escondido pela casa, já que ela era bem enorme.
Ajudo Taehyung a descer do carro, ele usava um terno azul marinho colado no corpo que sem sombra de dúvidas o deixava muito lindo.
Taehyung se prontificou para fazer minha maquiagem, colocou alguns brincos nas minhas orelhas e nos dedos dois anéis.
- Sabe, estou me sentindo tão poderoso que podia até tocar aquela música da Beyonce, Crazy In Love. ele disse jogando o cabelo para trás- Eu ri e ele também, caminharmos lado a lado em um tapete vermelho, eu podia sentir vários olhares na nossa direção, me sentia retraído com os olhares.
-Deixa disso,Jimin, você está lindo. - Taehyung disse quando percebeu que eu já estava quase me escondendo atrás dele.
-Isso é tão estranho - não era questão de ser estranho, mais sim desconfortável ter esse monte de gente rica olhando pra mim.
-Você vai ser esposo do Jungkook, deve se acostumar com isso. ele falou parando de andar e sorrindo para frente.
-Senhores, - olhei para onde Taehyung olhava, vendo um homem de preto com uma máquina fotográfica na mão. - Posso tirar uma foto do Sr. Kim e...
- Futuro, Sr. Jeon, noivo de Jeon Jungkook. - Taehyung disse e encarei o homem a minha frente vendo os olhos dele brilharem.
-Mas isso é perfeito! -sorriu de orelha a orelha.
Se ele sorrir mais rasga a cara.
-Sorria, Jimin- Taehyung disse e eu sorri porquê né, já estava com vontade mesmo, o homem tirou três fotos e logo Taehyung o dispensou.- Olha o Hoseok ali, vamos.- Taehyung disse indo na frente.
Quando adentramos mais no jardim, fiquei impressionado com a decoração, nem parecia o jardim da mansão, flores brancas davam ao ambiente um clima leve, tinha uma pista de dança no centro. No palco que ficava a frente da pista de dança havia uma mulher tocando piano junto de violinistas, havia várias pessoas bem vestidas, ricos empresários.
Isso que é ostentação. murmurei.
Ignorei certos olhares e comecei a procurar por Taehyung. Legal, me perdi dele não vejo ninguém que eu conheça.
Parabéns, Jimin.
Olhei para o lado e petrifiquei ao ver meu chefe.
Ele vestia um smoking cinza, os três primeiros botões estavam abertos sem a gravata, seu cabelo estava bagunçado, estava com uma taça de champanhe na mão ouvindo atentamente o que um outro homem lhe falava, a mão direita segurando a taça e esquerda no bolso da calça.
Puta. Que. Pariu.
Sempre via ele de terno, mas smoking era muito mais diferente, porra! Ele estava simplesmente perfeito e... Gostoso.
Vi ele virar o rosto na minha direção e me encarar, eu sorri quando ele constatou que era eu, ele ergueu a sobrancelha levemente numa pergunta silenciosa.
"Sim, sou eu" disse mentalmente caminhando até ele, incapaz de tirar meus olhos dos dele e ele dos meus. Analisei cada detalhe dele e ele me fazia o mesmo.
-Interrompo? - perguntei ao chegar do seu lado, e de perto ele conseguia ser mais lindo ainda, sem falar do seu cheiro, era inebriante.
-Você está lindo. - disse segurando minha mão. E ele me elogiou, porra!
-Você também está. - disse carinhoso incapaz de parar de olhá-lo nos olhos.
Bruce, esse é meu noivo, Park Jimin, Jimin esse homem é sócio do meu pai, Bruce Lee.
- Jungkook quebrou o contato visual sorrindo minimamente e me apresentou frisando o "meu noivo", sorri com isso.
- Park Jimin, quando a Somin me contou, ela não mentiu quando disse que era maravilhoso. eu sorri contido apertando a mão do homem que aparentava ter uns trinta anos.
Bondade dela. É um prazer conhecê-lo, Sr. Lee. educado. disse
Como se conheceram? Bruce perguntou, Jungkook e eu nos encaramos.
- É uma história longa- meu chefe riu soprado.
- É Jungkook, conta ao Bruce aquela história magnífica que nos contou. - Junghyun chegou perto de onde estávamos e ao seu lado estava Mark, que estava perfeito, mas não deixei me abalar.
Se até o Junghyun quer ouvir, eu adoraria ouvir também como conheceu esse homem lindo. - Bruce disse sorrindo.
- É... - vi meu chefe quase entrar em pânico, mas também podia ver sua mão fechada em punho, e sua outra mão apertava a minha.
- Espera, o noivado é meu, mas acho que nossa família e amigos íntimos merecem saber como meu irmãozinho se apaixonou. Junghyun disse e mandou pararem a música, tendo a atenção de todos para ele.
"Qual a porra do problema dele?!"
-Que porra ele está fazendo? ouvi meu chefe sussurrar entre dentes.
Perdoem interromper a música, mas gostaria que dessem atenção ao meu irmão, Jungkook, e seu lindo noivo. Eles vão contar a linda história de como noivaram. Sei que o noivado é meu e de Mark mas não custa nada dar atenção ao futuro casal!
- Junghyun querido, acho que isso não é necessário... - Somin interveio temerosa.
- Faço questão mãe. - Junghyun disse sorrindo cínico.
Instintivamente apertei a mão do meu chefe, como é que íamos contar uma história inventada?
Que eu até tinha esquecido?
Nessa hora todos nos olhavam, eu podia sentir meu chefe querendo ir até Junghyun e enchê-lo de porrada, até eu queria fazer isso.
Mas ao invés de dar esse vexame fiz a segunda coisa que passou pela minha cabeça, larguei a mão do meu chefe e fui até o Junghyun, peguei o microfone da sua mão com gentileza - mas queria bater na cabeça dele -, e sorri.
Ninguém ia humilhar meu chefe nessa porra aqui não!
-Boa noite. Bom, eu gostaria de começar dando parabéns ao futuro casal, espero que quando se casarem, possam viver felizes para sempre.-sorri falsamente para o casal e peguei a taça de champanhe erguendo, fazendo os outros aplaudirem. - Em segundo, gostaria de dizer que eu e Jungkook somos muito reservados, nossa história de amor é algo que gostamos de manter só para nós, e claro para meus lindos e futuro sogros que passei a amar, assim como Sana, Jiwoo, Woori e Hana, e vocês, Junghyun e Maek.- disse com emoção, mas bem que os dois últimos citados podiam não fazer parte da lista. - Também digo do fundo do meu coração, que, Jeon Jungkook, eu serei eternamente grato por ter conhecido você, por você ter se tornado parte da minha vida e por ter me deixado fazer parte dessa família incrível. Eu jamais vou esquecer o quanto você fica lindo quando sorri, eu sou o cara mais sortudo do mundo por ter o privilégio de tê-lo só para mim.- finalizei erguendo a taça, e mais uma vez aplausos explodiram, eu entreguei o microfone para Junghyun e sai do palco.
Caminhei até meu chefe que me olhava e pela cara eu não sabia dizer se era vontade de me matar, vontade de me agradecer ou outra coisa que eu não conseguia identificar.
-Meu casal porra! Agora só falta o beijo! - ouvi Yoongi gritar.
Claro, tinha que ser o Yoongi.
Eu sorri sem graça pela atenção de todos sobre nós, o noivado é de quem, nessa merda?!
Eu achava que meu chefe ia negar, contudo me surpreendi quando sua mão foi direito a nuca me puxando de encontro ao seu corpo, fechei os olhos quando senti seus lábios no meus, abracei seu pescoço, e senti seu gosto quente, com um sabor em uma mistura de champanhe e vinho.
-Desculpe. - não deu tempo aprofundar o beijo, ele sussurrou contra meus lábios, e se afastou.
-Tudo bem. - respondi lhe dando um último selinho, me lembrando que aquilo tudo era apenas encenação.
Eu nunca pensei na minha vida que isso aconteceria, lá estava eu no meio da pista de dança dançando com Jiwoo uma música agitada. Havia se passado umas duas horas depois que "me declarei" para meu chefe, todos esqueceram o acontecimento e finalmente se focaram no casal que deve ser o centro das atenções, Junghyun e Mark.
Depois do beijo, não vi mais meu chefe, toda vez que tento ir procurá-lo, alguém me puxa para a pista de dança, acho que fiz amizade com a metade das pessoas aqui.
Quando a música acabou, dei um beijo na bochecha do Jiwoo e sorri.
- Acho que agora está na hora de chamar alguém da sua idade para dança. - falei olhando ele, que ficou envergonhado.
-Quem?
-Que tal aquela loirinha ali, ela está te olhando. - olhei para um menina loira bonita que olhava para Jaehyun que ficou vermelho. Fofo.
-E-eu vou lá.
-Seja gentil, pergunte o nome dela e elogie o sorriso dela. - pisquei para ele que saiu.
Suspirando aliviado, sai da pista de dança.
-Champanhe, senhor? - o garçom se aproximou de mim e perguntou.
- Não, obrigado. Por acaso você viu Jeon Jungkook por aí? -perguntei.
-Sim. A última vez que o vi ele estava lá no terraço conversando com o Sr. Mark. -um nó se formou na minha garganta, ao mesmo tempo que ficava apreensivo.
Eu salvei a pele dele, a nossa pele mesmo que eu não tivesse nada a perder se descobrissem -, mas ele preferiu me deixar aqui sozinho e ficar com o Youngjae, o noivo do homem que horas atrás tentou acabar com ele na frente de um monte de pessoas. Mas eu não tinha o direito de cobrar nada, ele escolhe o que quer.
E me preocupava também, porque se o Jaebum visse os dois juntos não ia ser nada bom.
-Obrigado. Mas se alguém perguntar sobre isso diga que não viu nenhum dos dois, ok? - pedi e ele concordou saindo.
Sai dali, fui direto para o banheiro da mansão, entrei no banheiro e encarei minha imagem no espelho. Nem parecia eu, maquiagem marcante, principalmente nos olhos, cabelo bem penteado, lábios rosados, roupa com caimento perfeito, sapatos encerrados
Droga, quem eu quero enganar? Esse não sou eu, nunca faria parte desse mundinho perfeito.
Quando tudo isso acabar, vou pedir demissão e irei voltar para Califórnia e encarar o passado de vez, meu lugar não é aqui fingindo ser alguém que não sou.
Meu irmão, Wheein, papai e mamãe ficariam envergonhados em ver o que estou fazendo.
- Desculpa, maninho, prometo que depois que isso acabar, eu volto para casa, vou voltar a ser o antigo Jimin, prometo parar de tentar viver seu sonho. sussurrei sentindo uma enorme vontade de chorar.
Mas eu engoli o choro e sorri determinado, eu não podia chorar
Sai do banheiro e dei de cara com meu chefe, que parecia pertubado.
-Sr. Jeon, o qu-
- Pegue o que você precisa, nós vamos embora. - mandou irritadiço.
-Mas pra onde? Estamos na casa dos seus pais...
- Jimin, só faz o que eu estou mandando! - ele praticamente gritou, eu me calei e me encolhi assustado. - Droga, desculpa ok? Esquece o que eu disse. - falou virando as costas, saindo e me deixando para trás sem entender nada.
- Jungkook! - o chamei e ele me ignorou caminhando igual um raio, mas fui atrás dele. Esta indo embora? Não pode fazer isso! disse caminhando apressado,
caramba ele anda muito rápido.
Segui ele, vendo-o ir para garagem. Droga.
Meu chefe está transtornado, aconteceu alguma coisa, e ele vai andar de carro nesse estado.
Ele abriu a porta de uma BMW preta e entrou, eu fiz o mesmo.
-Sai do carro. - ele mandou.
-Não. falei firme. - Seja lá para onde você está indo, eu vou junto.
não ia deixar ele sozinho nesse estado.
-Ok-. disse ligando o carro e saindo praticamente cantando pneu.
Saímos da casa e entramos em uma pista qualquer.
O carro estava a 150km/h, coloquei o cinto, fechei os olhos rezando para Deus que essa noite tivesse piedade de nós.
-Diminua. - pedi.
-Eu não pedi pra vim junto. Então não dê ordens na porra do meu carro! - gritou, apertando o volante.
Não precisa gritar. disse ficando magoado com o esse jeito rude e grosso dele.
Caralho eu não fiz nada, porque ele estava gritando assim comigo?
Não entendia o porquê, mas não tinha mais graça ver meu chefe me lançado o olhar assassino.
-Eu só acho qu- tentei falar, sentindo minha voz embargar, mas ele me cortou.
-Jimin, cala a boca. - pediu entre dentes.
Acelerou mais ainda o carro, estava um breu total eu só via o vulto dos postes de luz, o carro praticamente voava na pista.
Péssima idéia ter vindo. Fechei os olhos e já podia ouvir o carro do meu pai capotar e o grito da minha mãe em seguida.
- Eu não quero passar por isso de novo, por favor diminua.- pedi, e nem me dei conta de que as lágrimas já caiam dos meus olhos.
-Jimin?
-Meus pais morreram em um acidente, eu fui o único que sobreviveu!- solucei. - Eu vi minha mãe morta estirada na pista. - disse chorando compulsivamente, sem conseguir me controlar mais.
Senti o carro desacelerar, então afundei meu rosto nas minhas mãos, pouco ligando para a maquiagem, o carro parou e só se ouvia agora meu choro e meus soluços.
-Eu não sei o que dizer, sinto muito. - ouvi meu chefe dizer depois de um tempo em silêncio. -Jimin?
-Meu irmão mais velho ia se formar em administração, estávamos indo para a formatura dele, estava chovendo muito, meu pai perdeu o controle e o carro capotou. Eu acordei jogado na rua, minha mãe estava a poucos metros de mim, fria e sem vida, em seguida eu apaguei e acordei no hospital com a notícia que meus pais haviam morrido e meu irmão mais velho que eu tanto amava e admirava, havia se suicidado, eu passei esses últimos oito anos tentando viver o sonho de cada um. disse limpando meu rosto vendo a maquiagem nas minhas mãos. O do meu irmão era trabalhar na sua empresa, ele havia ganhando um estágio, e ia se mudar para Nova York. olhei meu chefe nos olhos, mas visão estava embaçada por causa das lágrimas. - Por isso eu fazia de tudo para não perder meu emprego, estranhamente eu me sentia perto da minha família trabalhando para o senhor.
Meu chefe tirou o cinto de segurança, tanto o dele como o meu, se aproximou de mim e me puxou para seu colo me abraçando, afundei meu rosto no seu peito sentindo seu cheiro que estranhamente me deixava confortável e calmo.
Eu sinto muito, de verdade, Jimin. - o ouvi dizer com a voz calma e triste. - E me desculpa por ter feito você reviver tudo isso de novo, eu não sabia, mas isso também não justifica minha atitude com você. Eu admito que fui um idiota por ter tratado você daquele jeito. Me desculpa.
Eu não o culpava, em parte sim, pelo fato dele ter gritado comigo sem eu ter feito nada. Mas realmente não tinha como ele saber, no episódio da chuva ele somente ouviu meus pesadelos, e frases desconexas, ele não sabia realmente como meus pais tinham morrido, eu não falei nada, até porque quando aconteceu eu não queria falar sobre assunto.
Então eu apenas balancei a cabeça e apertei forte meu chefe, que devolveu o aperto, e começou a afagar meus cabelos.
Eu tinha acabado de desabafar, o que vinha corroendo meu peito esses oito anos inteirinhos. De alguma forma me sentia aliviado em dividir essa dor absurda e dolorida com alguém. E o mais inacreditável de tudo é que essa pessoa é justamente, meu adorável chefe tirano, uma pessoa que eu nunca, em um milhão de anos, imaginei que um dia iria me consolar.