Sexta-feira, 23/06/2023
Escuto passos se aproximando, mas não ouço vozes. O coração aperta, e a insegurança toma conta.
— Quem está aí? — pergunto, tentando soar firme.
— Já liguei para a ambulância, Ariel! — responde alguém, mas não consigo identificar a voz. Há uma tensão no ar, e logo ouço várias vozes sussurrando ao redor. Parece que estou no centro de um círculo.
— Nossa, que tragédia! — alguém murmura.
— Você está bem, Ariel? — outra voz pergunta, e sinto uma mão repousar suavemente em meu ombro.
O barulho de sirenes corta o silêncio, e em poucos minutos a ambulância chega. Durante o caminho ao hospital, os paramédicos me perguntam sobre os pais de Vittorio, e é com pesar que respondo que ele é órfão, e que eu sou seu único responsável.
Assim que chegamos ao hospital, Vittorio é levado para uma cirurgia de emergência. Sento-me na sala de espera, a mente invadida por lembranças e pela angústia de vê-lo assim, tão vulnerável. Vittorio já passou por tanto sofrimento, especialmente na infância. Ele cresceu em um orfanato onde foi maltratado até conseguir fugir, aos dezessete anos. Depois da fuga, ele sobreviveu na capital, dormindo nas ruas, até ser acolhido por uma cafetina, que lhe ofereceu um prato de comida em troca de faxinas.
Foi naquela época que nossos caminhos se cruzaram, em uma noite tumultuada. Eu tinha me perdido por causa de uma brincadeira cruel de colegas de escola. Eles me enganaram, fingindo que haviam chamado meu motorista, mas, na verdade, colocaram-me em um táxi com um endereço distante. Quando percebi que estava perdido, era tarde demais. Tentei explicar a situação ao taxista, mas ele simplesmente me mandou descer.
Caminhei por horas, exausto e desorientado, até encontrar Vittorio. Ele se ofereceu para me ajudar, e, com seu apoio, consegui ligar para meu pai. Depois disso, ficamos próximos. Meu pai sempre nutriu um respeito por Vittorio, talvez por ele ter sido um dos poucos que realmente me ajudaram. Vittorio estudou e, com muito esforço, conseguiu uma bolsa na mesma universidade em que estudo, deixando de vez a casa da cafetina. O tempo passa, e o cansaço me vence; acabo adormecendo no sofá da sala de espera. Acordo com alguém segurando meu ombro.
— Hã?
— Ariel, sou eu, filho. — diz meu pai, sua voz um misto de preocupação e alívio.
— Papai? — respondo, ainda sonolento.
— Por que não me ligou? Soube do que aconteceu por terceiros.
— Como soube que eu estava aqui?
— O pessoal do hospital me avisou assim que você chegou.
— Desculpe, fiquei tão em choque que nem pensei em te ligar. Meu pai suspira, tentando manter a calma.
— O médico já me atualizou sobre o estado de Vittorio. Ele passou pela cirurgia e está fora de perigo.
— Graças a Deus! — suspiro, aliviado.
— Amanhã ele será transferido para um hospital particular. Não vou deixar meu sobrinho aqui nesse açougue!
— Obrigado, papai.
— E quanto a você, precisa ir para casa e se arrumar. Amanhã bem cedo temos um voo para pegar.
— Como assim? — pergunto, confuso.
— Vamos para os Estados Unidos amanhã. Eles ligaram e querem fazer a cirurgia para o seu caso.
— Mas… e o Vittorio?
— Ele vai ficar bem, Ariel. Além disso, Ariana decidiu ficar e cuidar dele no hospital.
Sinto um aperto no peito, mas também uma pontada de gratidão. Ariana sempre nutriu um carinho especial por Vittorio, um sentimento que vai além da amizade. Meu pai me conduz para casa, e, ao chegar, vejo que minhas malas já estão prontas. É tarde, e noto que Ariana já está dormindo, provavelmente exausta.
Deito-me, tentando digerir tudo o que aconteceu, enquanto minha mente vaga para Vittorio, para o que ele representa em minha vida e o que isso pode significar para nosso futuro.
Sábado, 24/06/2023
É de manhã, e acabei de embarcar no avião. Papai sequer permitiu que eu passasse no hospital para ver Vittorio antes de partirmos, insistindo que já estávamos atrasados para o voo. Falei rapidamente com ele por telefone, e, apesar de me assegurar que está se recuperando bem, percebi algo estranho em sua voz. Ele tenta esconder alguma coisa de mim, mas assim que eu voltar, prometo que vou descobrir o que é. Ariana com certeza sabe e está ajudando Vittorio a manter esse segredo.
Depois de longas horas de viagem, finalmente chego ao estado de Nova York. Já é quase noite, e tudo o que desejo é chegar logo ao hotel e descansar. Sinto-me esgotado, tanto física quanto emocionalmente. Com toda essa confusão, sequer consegui contar ao Hyung sobre o assalto e a cirurgia, mas, no fundo, sinto que não preciso compartilhar tudo com ele. Nossa relação parece cada vez mais desgastada, ele vive cheio de segredos, desaparecendo sem explicações.
No começo, acreditei que Hyung sentia algo por mim, mas agora percebo que fui ingênuo. Para ele, sou apenas alguém que precisa ser protegido, nada mais. Em público, ele faz questão de assumir o papel de namorado, mas, quando estamos a sós, mal segura minha mão. Esse falso romance está se tornando uma frustração insuportável.
Domingo, 25/06/2023
Acordo com o celular tocando; é Hyung. Olho para o telefone, mas decido não atender. Quero manter o foco na minha recuperação, e hoje é o dia de realizar os exames preparatórios para a cirurgia. Já estou pronto e a caminho da clínica com meu pai, que logo menciona Hyung.
— Não quero falar sobre ele, papai.
— Por que não quer falar do seu futuro noivo?
— Ele não é meu noivo! — respondo, sentindo uma irritação crescente.
— Só por enquanto.
— Não se engane, papai. Sei que ele só está comigo por causa do Dr. Nossa relação é um experimento, nada mais.
— Em parte, você está certo. Tudo isso é uma terapia. Mas lembre-se de que vocês têm um compromisso.
— Não sinto nada por ele, e acredito que ele também não sente nada por mim.
Meu pai suspira, um pouco frustrado.
— Você não precisa amar ou dormir com ele, Ariel. Basta que ajam como um casal na frente dos outros. Respiro fundo, antes de responder.
— Sabe, durante esses anos, sempre me questionei sobre o verdadeiro motivo do sequestro e as coincidências envolvendo Hyung.
— O que quer dizer? — ele pergunta, cauteloso.
— Ele não é o menino que foi sequestrado comigo, é?
Meu pai fica em silêncio por um momento, antes de sorrir, de forma enigmática.
— Você pode até estar cego, mas enxerga os pequenos detalhes melhor do que ninguém.
— Eu fui juntando as peças. Hyung contou coisas que viveu no cativeiro, que coincidem com o que aquele menino passou.
— Está vendo como essa terapia é importante? É por isso que vocês precisam ficar juntos. Ao chegar à clínica, começo os exames. Os médicos garantem que estou saudável e pronto para a cirurgia, que já está marcada para amanhã.
De repente, uma voz conhecida me chama.
— Por que está me evitando? — Hyung surge à minha frente, me encarando intensamente.
— Hyung? O que faz aqui?
— Por que não me contou que foi assaltado? Ou que iria passar por uma cirurgia?
— Agora não é o momento, Hyung. Falamos sobre isso depois.
Ele dá um passo à frente, os olhos intensos.
— Você pretendia passar por uma cirurgia sem ver o meu rosto como a última imagem?
— Mas eu já vi seu rosto, Hyung — digo, confuso.
— Isso foi quando éramos crianças.
Percebo o peso de suas palavras, e tudo faz sentido.
— Então você é aquele menino… — sussurro, surpreso.
Ele sorri, emocionado.
— Esperei tanto por esse momento, por você se lembrar de mim.
Um nó se forma em minha garganta.
— Passei tanto tempo tentando entender o que aconteceu com você.
— Graças a você, eu voltei a falar. Eu nunca… — Ele para de falar quando meu pai surge ao nosso lado, interrompendo o momento.
— Ariel precisa terminar os preparativos para a cirurgia. Não é hora para distrações, Hyung.
A noite chega rapidamente. Hyung insiste em ficar comigo no hospital, mas papai não permite, dizendo que ele precisa descansar. Sinto-me inquieto, e meu pai parece um pouco distante desde que mencionei o sequestro. Ele me leva de volta ao quarto, e logo sai para o hotel, deixando-me sozinho.
Com a escuridão e o silêncio da noite, sinto meu coração pesado. Hyung é aquele menino, o mesmo que dividiu comigo a dor e o medo naquele cativeiro. Saber disso traz uma mistura de alívio e incerteza. Fui iludido durante tanto tempo, e agora tudo parece uma farsa, um segredo que se estendeu até este momento. E, no fundo, não consigo deixar de me perguntar: será que meu coração está mesmo pronto para enfrentar essa verdade?
Segunda-feira, 26/06/2023
São quase nove horas, e estão me preparando para a cirurgia. Papai e Hyung esperam lá fora, enquanto a anestesia começa a fazer efeito. Sinto o sono me dominar, e logo todos os sons e imagens ao meu redor vão se apagando. Quando começo a recobrar os sentidos, percebo que ainda não consigo abrir os olhos. Sinto uma mão quente segurando a minha.
— Ariel... — Hyung murmura, sua voz baixa e cheia de preocupação.
— Estou um pouco... atordoado — sussurro, quase inaudível.
— Os curativos só poderão ser removidos amanhã de manhã — explica o médico.
— Descanse, meu filho, não se esforce demais — diz papai, com um tom de carinho raro.
A anestesia ainda pesa sobre mim, e rapidamente volto a cair em sono profundo. Quando acordo de novo, o quarto está silencioso. Pego meu celular para ver as horas e descubro que já é quase meia-noite. Sem sono, começo a me distrair com as notícias. Uma manchete chama minha atenção:
“Amanhã completam-se quinze anos do sequestro de Kim Tae-mo, filho do milionário Kim Jun-ho. O herdeiro da indústria automobilística sofreu traumas graves durante o tempo que passou no cativeiro.”
Fico chocado. Kim Tae-mo, o filho do meu padrinho, foi sequestrado na infância? Como nunca me contaram isso? Agora entendo por que ele vive no exterior, afastado de tudo.
Terça-feira, 27/06/2023
Acordo com o doutor me chamando, e ouço a voz de papai e Hyung ao meu lado.
— Está pronto, Ariel? — pergunta o médico, cauteloso.
— Só quero acabar logo com isso — murmuro, ansioso.
— Vá em frente, doutor, tire logo esses curativos! — papai diz, a voz carregada de expectativa.
Sinto o doutor desmanchando os curativos, camada por camada, até restarem apenas as ataduras sobre meus olhos.
— Vou tirar agora, Ariel — diz o médico. Ele puxa as ataduras suavemente, mas mantenho os olhos fechados, com medo de abrir e encarar a realidade.
— Abra os olhos, Ariel... — Hyung sussurra, bem próximo, sua voz implorando.
Tomo coragem e abro lentamente os olhos... mas a mesma escuridão de sempre é tudo o que vejo. O silêncio ao meu redor se torna insuportável, e lágrimas começam a encher meus olhos. Hyung percebe, me puxa para um abraço apertado, enquanto todos ao redor compreendem o que está acontecendo. A cirurgia não teve sucesso.
O médico examina meus olhos mais uma vez, mas é apenas um gesto simbólico. Papai rompe o silêncio.
— E agora, doutor? O que será do meu filho?
— Infelizmente, senhor... esse era o único método que poderia funcionar. Não há mais nada que possamos fazer.
— Me tira daqui, Hyung... — sussurro, com a voz embargada.
— Você ainda não recebeu alta, Ariel! — papai protesta.
— Está tudo bem, deixe-o ir — diz o médico, solidário. — Ariel precisa de um tempo para absorver isso.
Visto minhas roupas rapidamente, e Hyung me leva para fora. Papai sequer tenta nos parar. Antes de sair, o médico me entrega um par de óculos, recomendando que eu os use para proteger os olhos do sol. Mais tarde, Hyung me leva a uma lanchonete, onde o ambiente tranquilo e o som distante de vozes me acalmam um pouco.
— Está se sentindo melhor? — pergunta Hyung, com um toque de carinho raro.
— De certa forma... acho que já aceitei um pouco minha cegueira — respondo, tentando soar forte.
— Mas você parece abatido...
— É que por um breve momento, eu tive esperança... imaginei como seria voltar a ver. Criei muitas expectativas, e agora sinto como se tudo tivesse desmoronado.
Ele fica em silêncio por um momento, e então me surpreende:
— Tem algum lugar que você gostaria de conhecer aqui nos Estados Unidos?
— Por que você é assim? — pergunto, um pouco irritado.
— Assim como?
— Você parece um robô, sempre fazendo o que eu digo sem questionar, sem uma opinião própria.
— Engano seu — ele responde, sério. — É que nossas opiniões geralmente são parecidas.
— Você precisa aprender a se impor, Hyung.
— Para falar a verdade, não sei bem que tipo de relacionamento temos.
— Somos um casal — ele diz, de forma convicta.
— Um casal se beija, conversa, não guarda segredos... são coisas que nós não fazemos.
— Eu vou mudar isso. Confie em mim.
— Não precisa mentir — suspiro, frustrado. — Sei que você só está comigo por causa da terapia, e que, quando ela terminar, seguiremos por caminhos diferentes. Hyung pega minhas mãos, seu toque firme e aquecido.
— Não quero me afastar de você — diz ele, em voz baixa.
— Sério? — sinto meu rosto esquentar, meu coração acelerado.
— Sim, de verdade.
Por um instante, meu coração vacila, cheio de esperanças, mas o encanto logo se desfaz. Ele ainda me vê apenas como um irmão, um protegido. É apenas isso. Passamos tanto tempo juntos que ele se tornou uma figura familiar, mas nunca será o que eu desejo.
De volta ao hotel, papai me pede para fazer as malas, pois voltaremos para casa amanhã cedo. Antes de dormir, falo rapidamente com Vittorio pelo celular de Ariana. Ele diz que está um pouco melhor, e só consigo pensar no quanto quero vê-lo. No meio de tantas decepções, ele é a única esperança de um retorno ao que resta da minha vida.
Quarta-feira, 28/06/2023
É de manhã, e acabamos de embarcar no avião. Estou sentado ao lado do Hyung, e o silêncio entre nós parece mais pesado que nunca. Ontem, contei tudo à Ariana e ao Vittorio sobre o fracasso da cirurgia. Fiz questão de deixar claro que não queria mais tocar nesse assunto; agora, só quero seguir em frente, ainda que isso pareça impossível.
A viagem foi cansativa, cheia de turbulência. Ao pousarmos, o motorista nos espera para nos levar de volta. Papai desce no escritório, e o motorista leva Hyung para casa.
— Até amanhã, Ariel — diz ele, fazendo um carinho suave no meu rosto antes de sair do carro. Esse toque me deixa tenso e, ao mesmo tempo, com uma sensação de vazio.
— Estou com um pouco de fome — digo para o motorista, tentando afastar meus pensamentos.
— Tem uma lanchonete nesta rua. Quer parar lá? — ele sugere.
— Vamos! — aceito.
Chegando lá, nos sentamos, e logo uma garçonete vem nos atender.
— Boa tarde, Ariel! — diz Joana, a garçonete.
Espera aí... dona Joana trabalha na lanchonete da rua onde meu padrinho mora. E o Hyung mora na mesma rua? Essa coincidência me deixa pensativo enquanto voltamos para casa. Quando chego, tomo um banho longo, tentando aliviar o cansaço. Finalmente, posso me jogar na cama e tentar esquecer o dia.
Quinta-feira, 29/06/2023
Chego ao hospital, e o motorista me acompanha até o quarto do Vittorio.
— Ariel! — ele grita, sorrindo ao me ver.
— Amigo, que saudade! — digo, abraçando-o com força.
— Sinto muito por sua cirurgia... não ter dado certo — diz Vittorio, a voz triste.
— É... essa é a realidade, amigo. Mas vamos em frente.
— Ariana saiu para pegar uns livros da faculdade para mim. Ela está me dando umas aulas de ciências, para adiantar meu curso.
— E como você está? — pergunto, apreensivo.
— Não queria te contar por telefone, mas... eu não saí ileso disso tudo.
— O que aconteceu?
— Por causa das facadas, tive sequelas graves. Agora, preciso usar uma bolsa de ostomia — diz ele, a voz embargada.
— Mas... o médico disse se é temporário?
— Amigo... perdi grande parte do intestino.
— Isso quer dizer que...? — minha voz quase falha.
— Vou ter que usar a bolsa para sempre.
Sinto um nó na garganta e começo a chorar.
— Por que você não me contou antes, Vittorio? Eu poderia ter feito algo... ou, pelo menos, estado ao seu lado.
— Eu não queria te preocupar. Você já estava enfrentando sua própria luta nos Estados Unidos.
— E agora, o que você vai fazer?
— Perguntei ao médico se ainda posso ter uma vida normal, trabalhar... e ele disse que sim, que posso levar uma vida normal.
— E o Paulo Vitor? Ele tem te apoiado?
— Ele veio ontem, só por uns minutos.
— Esse idiota devia estar aqui com você! Vocês estão juntos há mais de um ano!
— Ele só está ocupado com a faculdade, Ariel. Não fala assim, por favor. Quero acreditar que ele se importa.
Sexta-feira, 08/09/2023
Os meses passaram, e Vittorio tem se adaptado, aos poucos, à nova rotina. Com a volta às aulas, ele parece menos triste; pelo menos agora, tem os estudos para se distrair. Saímos da universidade, e enquanto o motorista não chega, esperamos na praça. Preciso de um guaraná.
Olho para o lado e vejo Paulo Vitor, o cara mais tóxico que conheço. Hyung está me ligando, dizendo que quer me ver, então passo minha localização. Ele chega e cumprimenta todos.
— Boa tarde! — ele diz, educado.
— Boa tarde! — responde Paulo Vitor, seco.
— O que está tomando? — pergunta Hyung, curioso.
— Guaraná. Quer experimentar?
— Sabe que não tenho permissão para tomar refrigerante brasileiro... meu pai ficaria furioso.
— Ele não precisa saber. Vamos, experimente!
— Só um pouquinho, então... — diz ele, mas logo vejo que ele toma quase todo o copo.
— Ei! Deixa para mim!
— É docinho. Ei, moça! Faz mais um para mim... na verdade, dois!
— Calma aí! — digo, rindo, enquanto ele se diverte.
— Parece que gostou bastante! — comenta Vittorio, rindo também.
— É só um guaraná, nada de mais — diz Paulo Vitor, com um tom de desdém.
— Realmente é muito gostoso! — Hyung diz, sorrindo, com a boca ainda cheia.
— Tomando guaraná, Tae-mo? — diz um homem em uma moto, parando próximo de nós.
— O quê?
— Ei, Tae-mo! Quanto tempo! Manda um oi para o tio Jun-ho!
Hyung empalidece.
— Droga! — ele sussurra, sem graça.
Compromisso com terapia(Yaoi)
By Autordeyaoi
Ariel e Tae-mo, dois jovens com passados complicados, se conhecem em um encontro às cegas e logo sentem uma c... More