Boa noite terráqueos, saudades? Haha.
Demorei pra postar um tico porque estive em prova da faculdade neste sábado e também foi aniversário da minha sogra°~°♡, somente agora estou mais tranquila. Então aqui está mais um capítulo para vocês.
Boa leitura!
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Capítulo 25
Definhando
ÀS
Caminho pelos corredores sentindo um peso gigante dentro de mim. Jamais pensei que chegaria até esse ponto.
Acompanhei Jonas para a Cova para me preparar para entrar no meu personagem. Levei um longo sermão de Markus e alguns líderes da Cova que não apoiaram minhas últimas decisões.
No entanto, agora Patrick e Zoe estão na equipe. Zoe foi trazida para o lugar e integrada a equipe tecnológica. A mulher ficou surpresa quando contaram a ela toda a verdade por trás de mim, consigo sentir a pena emanar dela sempre que me vê.
Isso me frustra.
Os três últimos dias foram exaustivos para mim e parece que os pesadelos se intensificaram, meu corpo dá sinais mais fortes de fadiga e tem o que ninguém sabe. Já suspeitava disso há algum tempo, quando acordei em uma madrugada com um enjoo além do normal.
Estou mesmo definhando.
Sinto isso.
Não sei se me sinto aliviada ou apavorada. Por um lado, meu fim parece se aproximar como um alívio, por outro, quem será meu sucessor nisso?
A vida é uma grande ironia sem fim.
Viro em mais um dos corredores cinzas do lugar, parece infinito.
—Zacharey, tem um minuto? —Ouço a voz atrás de mim e me viro, encontrando Patrick.
—Senhor O'connell. Não o vi aí.
—O tal Jonas estava me encaminhando para um grupo.
—Foi bem recebido? —Ele assente.
—Eu quero me desculpar.
—Pelo quê?
—Acho que sabe... Deduzi muito do que não sabia a seu respeito.
—Não se preocupe, águas passadas.
—Jura? —Quase rio com sua feição. —É que... pareceu fácil demais.
—Compreendo, mas sim, não tenho ódio do senhor, acredite ou não eu nunca o vi com maus olhos.
—Por causa da Billie?
—Em parte, mas também porque apesar do senhor não ser o melhor pai, ainda tenta ser, de alguma maneira.
—Billie te disse isso?
—Senhor O'connell, vou falar abertamente sobre o que vi. O senhor matou o sonho da sua filha.
O homem dá um passo para trás, os olhos arregalados.
—C-como?
—É o que ouviu. Forçou Billie a seguir seus passos e no fim, veja só onde estamos, ela não ingressou em sua carreira e não seguiu o que desejava.
—Eu só queria o melhor para ela.
—Talvez o melhor para ela fosse um pai que a apoiasse em seus planos e desejos.
—Você não entende. Sou o sucessor da minha família, meu pai foi um grande policial, ao menos um deles deveria estender esse legado!
—Talvez o senhor esteja equivocado sobre o que legado significa, mas não vou mais importuná-lo, preciso resolver tudo quanto antes.
O homem assente calado e me viro voltando a seguir meu caminho, mas paro, me voltando para ele que me encara atento.
—Quando me prendeu, ela quem o ajudou, não foi? —Posso ver a pena passar pelos olhos do homem, que assente pesaroso.
Assinto derrotada e volto ao meu caminho.
Às vezes é preciso aceitar a derrota.
Eu a perdi. Meu anjo.
...
Haviam horas que eu estava na sala de reuniões com todos da equipe, resolvendo os últimos ajustes para a noite. Esta noite salvaria mais um grupo de mulheres, mas honestamente, me preocupo com as moças que lidarei na semana seguinte. A semana do Halloween.
Os senhores do teatro amam o Halloween. De alguma maneira a data é boa para esconder estranhezas como um grupo de jovens vestidas de diferentes animais, homens e mulheres de máscaras comprando-as. Ninguém quer perguntar o que há de estranho no Halloween, afinal de contas, é Halloween.
Ainda consigo me lembrar da primeira vez que estive dentro do teatro. O frio na espinha com os rostos cobertos, os sorrisos, olhares famintos com os corpos expostos.
Consegui salvar apenas três garotas naquela época, infelizmente, para uma delas era tarde demais, ela já havia sido quebrada demais por dentro. O dia seguinte a compra, quando íamos contar sobre sua liberdade a encontramos pendurada em seus próprios lençóis.
Daquele dia em diante tornei isso uma lei, assim que a libertamos levamos a um lugar seguro e damos alguma informação útil, algo para que possam se apegar e se manter vivas.
Sinto os olhos de Zoe em mim, me trazendo de volta dos devaneios. Seu olhar de pena me irrita, a encaro séria e a mulher desvia, voltando a prestar a atenção na apresentação a frente.
—Todos sabem que amanhã à noite haverá o grande evento, amanhã também é noite de Halloween, o que nos deixa limitados em observação, muitas pessoas usam os mesmos trajes dos senhores do teatro negro, sabemos que com a chegada do evento eles pagam diversas pessoas para confundirem e se misturarem como pessoas comuns, mas não se enganem, esses homens e mulheres são pedófilos, assassinos, abusadores. Portanto os olhos devem estar abertos.
Uma mão se ergue.
—É importante ressaltar que muitos dos convidados do teatro não entrarão pela porta da frente, os homens e mulheres da alta sociedade vão priorizar suas identidades anônimas para compras, portanto todo cuidado é essencial para que a operação não vá por água abaixo.
—Sim, obrigado pela ressalva Megan, agora, todos sabem em que equipe foram alocados, fiquem com suas equipes e obedeçam terminantemente seus líderes, não atuem por impulso, lembrem-se que muitas mulheres dependerão de vocês para saírem vivas amanhã. Vou dar palavra ao Jonas, que dará os últimos avisos.
O moreno se levanta agradecendo com um gesto de cabeça e indo até a frente.
—Como todos sabem, nosso representante oficial é o colecionador, que é interpretado por Aster Zacharey —O homem aponta para mim e me sinto enojada. —Toda a equipe tática que ficar por terra deve seguir seu caminho, seremos os olhos e ouvidos do colecionador dentro do teatro. Descobrimos recentemente que o novo teatro tem uma abertura no telhado, conseguiremos observar de cima, mas alerto, iremos apenas observar. Não importa o que vejam, seremos apenas observadores. Sem provas concretas de nada adianta fazermos barulho. Que todos estejam cientes dos riscos e do que precisarão fazer. E boa-sorte a todos.
Todos começam a se levantar, mas me mantenho no lugar, preciso me distanciar de tudo o máximo possível para assumir minha máscara com êxito amanhã.
Sinto meu peito doer e tusso, sentindo o gosto ferroso de sangue na boca, engolindo depressa quando Zoe se aproxima de mim.
—Não queria que as coisas fossem assim. —Fala rápido e franzo o cenho.
—Que coisas?
—As coisas entre você e a Billie, tudo relacionado a você. Quando achei suas informações eu... —Estendo a mão para que ela parasse.
—Não importa. —Me levanto um pouco zonza e mantenho a mão na borda da mesa para que ninguém perceba minha instabilidade.
—Mas não é justo, vo...
—Chega, Donahoe! Não me leve a mal, mas isso não muda a merda no qual estou enfiada, esqueça isso. Se concentre no que deve fazer amanhã. —Resmungo enquanto a tontura diminui pouco a pouco.
—Quando isso acabar, falarei com Billie s...
—Não! —A encaro irritada —Você está proibida de falar qualquer coisa a ela. Se acaso mencionar ao menos uma frase daqui, será retirada e provavelmente presa por obstrução de investigação —Ela arregala os olhos.
—Mas, porque? Porque deixar ela no escuro assim?
—Ainda não entendeu? Preciso desenhar? —Rosno —Dar a verdade só vai colocá-la em perigo. Depois dessa compra vou sumir, como acha que ela vai se sentir com relação a mim?
A loira me encara atenta.
—Por favor, Zoe. Se é uma boa amiga para ela, deixará que ela me odeie, que esqueça de mim.
—Mesmo quando você morreu... ela não foi capaz disso —Sinto meu peito apertar ainda mais —Acha que ela vai conseguir agora?
—Eu não... —A tontura vem mais forte e cambaleio para frente.
—Aster, tudo bem? —Assinto incerta.
—É apenas sono... muito... muito sono —Minha fala sai arrastada.
—Isso não está certo, precisa de ajuda.
—Não ouse.—Murmuro baixo.
—Não pode ficar assim, e amanhã?
—Vou estar bem amanhã —Rebato sentindo seus braços me apoiarem.
Ficamos assim por um minuto antes que eu sentisse outros braços em volta de mim.
—Você chamou alguém? —Encaro a loira que arregala os olhos negando.
—Ela não precisou. —Ouço a voz conhecida por mim e sorrio fraco. —Tenho que verificar você.
—Não.
—Não? Está escondendo algo de sua doutora, ÁS?
—Por favor, não...
—Desculpe. Não posso ir contra meu juramento de medicina.
—Não...
Tudo fica turvo e escurece antes que eu conseguisse me reestabilizar.
Acordo com o som do bipe do eletrocardiograma, suspiro frustrada ao ver Anaís arrumando algo com seu jaleco branco.
—Eu estou bem. —Resmungo fraca.
—Quando iria me falar sobre isso? —Ela me encara séria, havia tristeza em seus olhos.
—Não sei do que está falando.
—Sabe, sabe sim.
—Ann...
—O quê? Você adoece e é isso? Abraça a doença?
—Não há mais nada aqui!
—Sou tão pouco para você nem considerar minha amizade?
Engulo seco, baixando o olhar.
—E o Jonas? E tudo que construiu? As moças que ajudou? É tudo tão pouco para você?
Sua irritação era verdadeira, mas ela não compreenderia o que era meu tudo. Parece tolo, mas ela era minha casa, ela, meu anjo. Minha casa desmoronou, o teto caiu sobre a minha cabeça.
E estou cansada.
Exausta, talvez seja a palavra certa.
—Ainda podemos concertar tudo. —Sua voz sai chorosa —Por favor, Aster, não se entrega assim.
Me levanto e me sento, encarando a ruiva. Ela merece alguém que a ame, merece ser feliz e ficar bem velinha.
—Eu preciso ir, amanhã temos um evento importante. —Me levanto de uma vez —Obrigada pela ajuda, Ann.
Seus olhos contrariados, mas ela nada disse, apenas concordou com lágrimas e assenti.
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Perguntinha. Algum de vocês imagina o que se acontece daqui pra frente? Teorias? Quero saber o que vocês acham♡
Bjos. Até o próximo ♡