Red looks good on you

By minhopsie

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Jake vivia uma vida miserável como assassino de aluguel. Ele era obrigado a carregar esse fardo para garantir... More

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By minhopsie


Heeseung desceu as escadas do quarto, seus passos firmes, mas silenciosos, como se o peso da preocupação que carregava não permitisse que ele fosse mais rápido. Fazia duas semanas desde a morte da mãe de Jake, e nesse tempo, ele mal conseguira ver o outro andar pela casa. Jake havia se isolado, trancado em seu quarto, e parecia que o mundo exterior não tinha mais significado para ele.

Heeseung, no entanto, não podia permitir que isso continuasse. Seri, impaciente como sempre, já estava perdendo sua benevolência, insinuando que Jake não era mais útil, e que ele deveria ser substituído. Para ela, funcionários eram como peças de um tabuleiro; se uma não funcionava, outra entraria em seu lugar. Mas para Heeseung, Jake não era apenas mais um rosto na mansão, e ele estava determinado a fazer algo a respeito, driblando os constantes olhares incisivos de Seri.

Ao chegar em frente à porta de Jake, Heeseung respirou fundo, hesitando por um breve momento antes de bater. O som ecoou no silêncio do corredor, mas não houve resposta. Ele bateu de novo, mais forte desta vez.

— Jake? — Sua voz era suave, mas o tom carregava preocupação. — Você precisa sair daí.

Nenhuma resposta.

Heeseung sentiu um aperto no peito. Ele sabia o que era perder alguém, pois Heeseung se sentia como um órfão de pais vivo, e ele sabia que não havia palavras que pudessem preencher o vazio deixado pela perda. Mas duas semanas trancado, sem comer direito, sem ver a luz do dia, era autodestruição. E ele não podia simplesmente ficar parado, assistindo Jake se desfazer em silêncio.

Sem esperar mais, Heeseung girou a maçaneta e empurrou a porta, entrando no quarto. O ar ali dentro era denso, com um leve aroma de cigarro. A cortina estava fechada, bloqueando a luz do sol, e o quarto estava mergulhado em uma penumbra melancólica. Jake estava sentado na cama, encurvado, o rosto oculto pelas mãos. Ele parecia uma sombra de si mesmo, uma figura que já havia desistido de lutar.

— Jake, por favor. — Heeseung aproximou-se devagar. — Isso precisa parar.

Jake não respondeu de imediato, os ombros apenas se movendo em um leve sobressalto quando a mão de Heeseung tocou seu braço. Ele se sentia tão distante, como se o toque não pudesse mais alcançá-lo.

— Eu não sei o que fazer, hyung. — Jake murmurou, a voz fraca, sem vida. — Tudo parece tão... vazio. 

Heeseung sentou-se ao lado dele, sentindo o peso da áurea que estava pairando sobre o outro. Ele não sabia se poderia trazer o Shim de volta à superfície, mas sabia que não podia deixar Jake afundar sozinho.

— Eu sei que dói. — Heeseung disse, tentando manter a calma, mesmo que sua própria ansiedade estivesse começando a crescer. — Mas você não pode continuar assim. Trancar-se aqui dentro, sozinho... isso não vai ajudar em nada.

— Eu não quero sair. — Jake balançou a cabeça, os olhos fixos no chão. — Não quero ver nada, não quero falar com ninguém. 

Heeseung olhou para ele, os lábios se apertando em uma linha fina. Ele sabia que essa resistência era uma forma de autoproteção, mas também sabia que a solidão poderia ser cruel, corroendo Jake por dentro até não sobrar nada.

— Você precisa, Jake. Se você continuar assim, vai acabar se perdendo completamente. E eu não vou deixar isso acontecer. 

Jake finalmente levantou os olhos, e Heeseung viu neles algo que partiu seu coração. Não era só tristeza. Era culpa, uma culpa tão profunda e enraizada que parecia estar consumindo cada parte de Jake. Ele abriu a boca, como se quisesse dizer algo, mas fechou novamente, engolindo as palavras.

Heeseung notou isso, e uma pontada de desespero se formou em seu peito. Ele precisava ajudar Jake, precisava tirá-lo daquele lugar fastio.

— Eu entendo que você não queira falar agora. Mas sabe que estou aqui, certo? — Heeseung aproximou-se mais, tentando criar uma ponte entre o abismo em que Jake estava e o mundo que ainda pulsava do lado de fora. — Eu não vou te deixar sozinho. Nunca.

Jake fechou os olhos com força, as mãos tremendo. Ele sabia que Heeseung estava tentando ajudá-lo, mas a culpa, o segredo que ele carregava, o consumia mais a cada segundo. Ele não merecia a ajuda de Heeseung, não após tantas mentiras.

Heeseung observou Jake por alguns momentos, enquanto pensava em algo. Talvez o que Jake precisasse naquele momento não fossem palavras de consolo, mas sim uma pausa. Um pouco de luz no meio de tanto desespero.

— Vamos sair daqui. — Heeseung disse, estendendo a mão para Jake, que o olhou confuso.

— Sair? — Ele perguntou, como se a ideia fosse tão absurda que não fizesse sentido algum.

— Sim, sair. — O Lee se levantou, pegando o casaco jogado na cadeira ao lado. — Comer algo gostoso, dar uma volta. Talvez até fazer algo que você goste.

Jake franziu a testa, sentindo um nó na garganta. — Eu não sei o que eu gosto, hyung. — Ele olhou para o chão. — Nunca tive tempo 'pra pensar nisso.

Aquela declaração fez algo dentro de Heeseung se apertar. Ele sabia um pouco sobre a vida de Jake, mas cada vez que ele se lembrava da realidade difícil que o outro viveu, seu peito doía. E ele queria mudar isso pra o Shim, mesmo que fosse apenas por um dia.

— Então hoje vamos descobrir juntos. — Heeseung tinha um sorriso suave nos lábios. — Vou garantir que você experimente coisas que sempre quis, mesmo que não soubesse disso até agora.

Jake hesitou por um segundo, mas no fundo, sentia-se cansado demais de lutar contra o mundo, e contra si mesmo. Talvez, apenas por um dia, ele pudesse permitir que Heeseung o guiasse para longe da dor.

[...]

Jake sentiu o vento no rosto enquanto andavam pelas ruas movimentadas da cidade. Heeseung o guiava de um lugar para outro, como se estivesse determinado a tornar aquele dia memorável. Primeiro, pararam em uma pequena loja de doces tradicionais, onde Heeseung insistiu que Jake experimentasse tudo o que nunca havia provado antes. O moreno olhava com desconfiança para as vitrines, os olhos hesitantes, mas ao provar o primeiro pedaço, seus olhos brilharam de uma forma que Heeseung nunca tinha visto.

— Isso é... incrível. — Jake comentou, a voz um pouco abafada pela comida, os lábios formando um sorriso genuíno pela primeira vez em semanas.

Heeseung sorriu também, aliviado. — Eu sabia que você ia gostar.

Eles continuaram andando, explorando novos sabores, desde sorvetes a pequenos pratos de rua. A cada parada, Jake parecia se abrir um pouco mais, ainda tímido, mas menos distante. Havia momentos em que Heeseung o pegava rindo baixinho, e aquilo preenchia seu coração de uma maneira inesperada.

Em um momento, Heeseung parou em frente a uma loja de roupas e virou-se para Jake.

— E que tal comprar algumas roupas novas? — Ele sugeriu.

Jake o olhou, claramente desconfortável com a ideia. — Eu não preciso de roupas, hyung...

— Claro que precisa. — Heeseung insistiu, puxando-o gentilmente em direção à entrada. — Além disso, eu quero te ver experimentando algumas coisas. Considere isso parte do nosso dia.

Jake acabou cedendo, mesmo que relutante, e os dois entraram na loja. Heeseung o guiava entre as araras de roupas, puxando algumas peças e sugerindo outras. Jake, inicialmente tímido, começou a se sentir mais à vontade ao perceber que Heeseung estava genuinamente se divertindo.

Em um ponto, Jake parou em frente a um moletom vermelho e o olhou por alguns segundos, hesitante em tocá-lo.

— Experimenta esse. — A voz de Heeseung veio suave atrás de si.

Jake pegou o moletom, um pouco inseguro, e entrou no provador. Quando ele saiu, vestindo a peça, Heeseung o observou com atenção. O moletom era simples, mas o vermelho vibrante contrastava com o tom de pele de Jake, realçando suas feições de uma maneira surpreendente.

— Vermelho fica bem em você. — Heeseung comentou, com um sorriso pequeno.

Jake sentiu o calor subir pelo rosto, uma mistura de vergonha e algo mais, algo que ele não sabia nomear. Ele desviou o olhar, tentando esconder o rubor que tomava conta de suas bochechas. — É só um moletom...hyung.

— Não, não é só um moletom. — Heeseung riu baixinho, claramente achando graça da timidez do mais novo. — E eu vou levar esse pra você.

Jake tentou protestar, mas Heeseung já estava na fila do caixa, determinado a não aceitar "não" como resposta.

O dia passou rápido demais, e quando a noite começou a cair, os dois se encontravam em um pequeno parque, sentados em um banco enquanto o sol se punha no horizonte. O silêncio entre eles era confortável, cheio de uma tranquilidade que Jake há muito não sentia.

Heeseung olhou para ele, sentindo o coração apertar com a proximidade que eles haviam construído ao longo do dia. Não era apenas a diversão ou as risadas que os aproximaram. Havia algo mais. Algo que Heeseung sabia que precisava dizer, mesmo que o medo o fizesse hesitar.

— Jake... — Ele começou, a voz baixa, como se estivesse testando as palavras. — Eu preciso te contar uma coisa.

Jake virou-se para ele, a expressão confusa. — O que foi, hyung?

Mil e uma coisas passaram pela cabeça de Jake naquele momento. Seu coração acelerou e suas mãos começaram a suar. Ele não sabia o que Heeseung iria contar, mas sua ansiedade o presenteava com milhares de possibilidades catastróficas, imaginando sempre o pior.

Heeseung respirou fundo, tentando encontrar coragem para continuar. — Eu... Eu sinto algo por você. Mais do que apenas amizade. — As palavras saíram trêmulas. — Eu acho que 'tô apaixonado por você.

O mundo pareceu parar por um segundo. Jake sentiu o coração disparar ainda mais rápido agora, o rosto ficando quente. Ele abriu a boca, mas as palavras não vieram. Ele gostava de Heeseung, sim, mas o que significava estar apaixonado? Como ele podia entender algo que nunca teve a chance de experimentar?

Vendo a confusão nos olhos de Jake, Heeseung se aproximou lentamente, envolvendo-o em um abraço. Foi um gesto tão simples, mas demonstrava muito mais do que palavras poderiam descrever naquele momento. Heeseung tomou cuidado para não assustar o outro e ficou aliviado ao notar o menor relaxando em seus braços. 

O calor do corpo de Heeseung contra o dele era reconfortante, e por um momento, Jake se sentiu seguro e acolhido, mesmo que temporariamente. Ele não sabia que um toque tão comum de Heeseung pudesse ser tão aconchegante.

— Está tudo bem. — Heeseung sussurrou, apertando-o levemente. — Você não precisa dizer nada agora. Só queria que você soubesse.

Heeseung se afastou ligeiramente, o suficiente para que seus olhos encontrassem os de Jake, que estavam um pouco arregalados. Então, com uma gentileza quase palpável, ele se inclinou e deixou um beijo suave na testa do mais novo, um gesto tão singelo, mas complexo o suficiente para fazer o mundo de Jake parar, pelo menos por alguns segundos.

— Não importa o que aconteça, eu estou aqui com você. — Heeseung sussurrou. Jake sentiu algo que nunca havia sentido antes: as tais "borboletas no estômago" que ele sempre ouviu falar, mas nunca acreditou que seriam reais.

Jake não era ingênuo. Ele sabia o que era romance — a teoria sempre esteve ali, em livros, filmes, conversas alheias que ele nunca imaginou pertencer. Mas viver aquilo, na prática, era uma história completamente diferente. Era isso que o assustava. O desconhecido, o inesperado. O medo de falhar em algo que nunca havia experimentado.

Seu corpo, no entanto, reagia de forma instintiva. As sensações eram incontroláveis, e ele mal sabia como lidar com elas. Um arrepio percorreu sua espinha, e ele sentiu as orelhas queimarem de vergonha, o sangue correndo rápido demais, como se o coração estivesse desafiando todas as regras de velocidade no perigoso percurso do romance. Ele nunca se envolvera com alguém de verdade, mas ali estava ele, com o corpo traindo cada dúvida e hesitação, gritando silenciosamente que, sim, ele gostava de Heeseung.

Jake desviou o olhar por um instante, sentindo o nervosismo pulsar em suas veias. Era uma batalha interna: seu desejo de estar próximo de Heeseung versus o receio de ser incapaz de corresponder às expectativas, de não saber o que fazer, como agir.

Heeseung desfez o abraço lentamente, mas manteve o contato ao segurar uma das mãos de Jake, entrelaçando seus dedos com cuidado, como se temesse que qualquer movimento brusco quebrasse o momento frágil que haviam construído. Ele olhou nos olhos de Jake, seu coração batendo rápido, mas sentindo-se estranhamente em paz.

— Eu não sei quando esse sentimento começou, mas eu fico feliz que seja por você que meu coração acelera. — Agora quem estava corando era Heeseung.

Jake piscou, ainda incrédulo com tudo aquilo. Ele nunca havia ouvido algo tão bonito, tão delicado e direcionado a si mesmo. A vida sempre havia sido dura e direta, como uma estrada de pedras, sem muitas chances para momentos de afeto. Essas palavras pareciam vindas de um mundo completamente diferente, um ao qual ele nunca havia pertencido.

— Sei que pode parecer que eu sou emocionado, e você sabe que eu 'tô na terapia tentando arrumar uns cacos da minha alma que quebraram, e tudo mais... — Heeseung riu levemente, tentando aliviar o nervosismo que o rodeava. — Mas eu me sinto bem quando 'tô com você.

Jake sorriu, um sorriso tímido, quase imperceptível, mas genuíno. Seu coração, geralmente tão fechado e desconfiado, sentiu-se aquecido, como se algo dentro de si finalmente estivesse encontrando um caminho.

— Nunca ninguém havia me dito coisas tão bonitas... — Jake começou, sua voz hesitante. — Eu não sei nem o que responder, e nem me sinto digno de me sentir tão bem quanto estou me sentindo agora.

Heeseung olhou para ele com carinho, seus olhos transmitindo calma. — Você é uma pessoa incrível, Ikeu.

Jake franziu a testa, ligeiramente confuso. — Ikeu?

Heeseung sorriu, um sorriso meio envergonhado. — Desculpa, te dei um apelido. Você se incomoda?

Por um breve momento, Jake não soube o que dizer. A palavra "Ikeu" ecoou em sua mente, trazendo de volta memórias adormecidas. Sua mãe o chamava assim quando ele era criança, um apelido que havia se perdido com o tempo e as circunstâncias. A lembrança fez seu peito apertar, mas de uma maneira boa, quase nostálgica.

— Não! — Jake respondeu, um pouco rápido demais, como se tivesse medo de que Heeseung pudesse mudar de ideia. — Na verdade, eu gosto muito desse apelido. Minha mãe me chamava assim quando eu era criança...

— Desculpa, eu não sabia que tinha tanto significado. Eu não vou usar se isso te incomodar.

Jake balançou a cabeça, um sorriso adornava seus lábios. — Não, por favor, continue usando. Me traz boas lembranças.

Heeseung sorriu novamente, dessa vez com um alívio visível. — Certo, Ikeu!

Eles sorriram juntos, e o ar ao redor deles parecia mais leve, como se algo importante tivesse sido resolvido sem palavras. O silêncio que seguiu foi confortável, uma troca silenciosa de sentimentos que falava mais do que qualquer diálogo poderia.

Jake olhou para sua mão ainda entrelaçada com a de Heeseung, e por um momento, tudo o que ele havia conhecido sobre dor, perda e solidão parecia distante. Era difícil acreditar que alguém pudesse vê-lo de forma tão gentil, tão cuidadosa, quando ele próprio sempre se considerou tão quebrado, tão incapaz de ser amado, tão insignificante.

Heeseung apertou levemente sua mão, como se soubesse exatamente o que se passava pela mente de Jake. — Sabe, Ikeu, você merece se sentir bem. Não precisa duvidar disso.

Jake respirou fundo. Ele olhou para o horizonte, a luz suave da lua iluminando o céu, e pensou que talvez, só talvez, estivesse começando a entender o que era ser cuidado, o que era ter alguém ao seu lado sem que houvesse expectativas ou cobranças.

— Hyung... — Jake murmurou baixo, quase como um segredo. — Obrigado por gostar de mim.

Heeseung riu baixo, como se o agradecimento fosse desnecessário. — Você não precisa me agradecer. Eu estou aqui porque quero estar.

Jake fechou os olhos por um momento, como se estivesse tentando gravar aquela sensação profundamente em sua memória.

Era estranho, quase assustador, aceitar que ele merecia esse tipo de afeto. Mas naquele instante, com o calor da presença de Heeseung ao seu lado, ele sentiu que talvez, pela primeira vez em muito tempo, ele não precisasse carregar tudo sozinho.

Ele abriu os olhos devagar, deixando o ar escapar dos pulmões como se estivesse soltando o passado junto. Jake olhou para Heeseung, uma mistura de medo e esperança em seus olhos, e assentiu levemente, sem palavras, como quem reconhece uma verdade que estava esperando para ser aceita.

E, pela primeira vez, ele permitiu se apaixonar por alguém.

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