*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*
Os remédios haviam sido entregues a cada uma, Helena agora era a única que tomava comprimidos diferentes. Margarida mal olhava nos olhos de Eliz, a mulher achava graça, mas não dizia nada. A menina, assim que se viu livre, saiu do lugar rapidamente.
Eliz seguiu para o quarto de Emma. Entrando lá, encontrou a mesma encarando um parágrafo de cinco linhas.
- Não estou vendo a senhorita escrever.
Queria conseguir dizer que a mulher era nojenta por querer vê-la desesperada com seu toque. Que não a amava, só o seu corpo, só o que poderia fazer com o dela, só o prazer, que a mesma não sentia.
- E-eu desisto, senhora! Vai me bater e me pôr de castigo? Eu aceito...
Se virou para mulher.
- Se entregando por medo?
Respirou fundo.
- E-eu não quero ficar aqui, a senhora quer que eu fique... então eu vou ficar, não é? E mesmo que-que eu não goste do que faz, mesmo que eu odeie... a-a senhora fará.
As lágrimas já desciam.
- Venha cá.
Eliz abriu os braços para a garota, mas a mesma apenas se virou para frente chorando, secava suas lágrimas enquanto caiam, não as controlavam.
Segundo a experiência de Eliz, Emma iria surtar agora. No pouco tempo que passou aqui dentro, ainda não havia se rebelado de algum jeito. Sempre fora educada e tentava resolver tudo na base do diálogo, mesmo às vezes falhando e só chorando.
- Eu disse para vir até aqui, menina.
Não respondeu nada.
- Emma.
Se levantou cabisbaixa e foi até a mulher.
- Sim, senhora?
- O que mandei fazer mais cedo?
Com Emma em sua frente, levantou a sua cabeça com os seus dedos.
- Escrever dois textos...
- Fez?
- Sim, senhora... mas não terminei...
- Fez certo?
- Não... senhora, eu não... não quero escrever sobre isso, não quero escrever essas coisas ruins...
- Volte a sua escrivaninha.
Disse firmemente, a menina obedeceu e Eliz a acompanhou. Lá, olhou o que a menina havia escrito, basicamente só o que disse mais cedo, então o rasgou.
- Não! Senhora...
Jogou no lixo.
- Pegue uma nova folha.
Contrariada, pegou.
- Escreva, na primeira linha, "o porquê de que minha senhora gosta de me tocar".
Emma hesitou, mas em seguida, estava escrevendo o que mandou, tinha as mãos trêmulas.
- Pule uma linha e escreva: "As minhas características são únicas aqui dentro, eu sou como uma peça única de uma coleção rara. Devo ser usada como minha dona quiser, mas caso eu me recuse, terá um fim drástico e terrivelmente doloroso".
Engoliu seco escrevendo aquilo.
- Salte outra linha, "Assim que me conheceu, se encantou comigo, logo mais pelo que eu sabia fazer. Fez de tudo para me ter e conseguiu, agora sou dela o tempo que ela quiser".
- Senhora...
- Quieta, vai terminar de escrever. Continue: "Meu corpo a inspira, a faz sonhar acordada e eu tenho o dever de realizar tais sonhos. Os meus seios...
- Por favor...
É mais humilhante e vergonhoso do que imaginava.
- Escreva, Emma!
As lágrimas desciam e molhavam o papel.
- "Os meus seios empinados, o meu corpo nunca tocado antes, o meu cabelo laranja feito o fogo, são só algumas das minhas boas características. A pele rosada, sardenta de moça jovem, os lábios vermelhos implorando por um beijo dela, os olhos brilhantes e as mãos que a fazem gemer muito bem".
Eliz se sentou na cama esperando a menina escrever tudo.
- Salte outra linha. "Tenho pontos altos, mas ainda me falta muito para ser perfeita para ela. Mas sei que um dia serei, começarei deixando ela me tocar, sem tentar fugir e sem fazer birra. Sou uma moça comportada e obediente, não faltará nada a mim caso a obedecer direitinho.".
Esperou a menina terminar.
- Não foi um texto depravado como imaginava, foi?
- Não, senhora...
Foi, sim, e odiou escrever aquilo.
- Agora venha até aqui e leia o outro texto em voz alta.
- A senhora não quer ler? Por favor...
- Não, quero que você leia, venha.
A menina, que já não aguentava mais chorar, foi até ela com o papel todo molhado.
- Comece.
- Te-tenho mesmo... Senhora?
Olhou para ela com os olhos pidões, como um cachorro sem dono.
- Tem sim!
Passou as costas das mãos embaixo de seus olhos novamente.
- O-o porquê de-de eu não gostar que... Que me toque. Sempre fui uma menina reser-reservada e...
Respirou fundo tentando conter o choro.
- E-e nunca namorei o-ou fiz esse tipo de coisa. Antigamente, eu só me preocupava em cuidar da fazendo e dos meus pais... apesar deles fazerem a-a maior parte de tudo. Não tinha que me preocupar com o-o jeito que eu falava, an-andava ou a falta das minhas roupas...
A menina sentia uma dor horrível no peito, nunca mais iria voltar para aquela sua vidinha que tanto adorava.
- Mu-muito menos em ter alguém que pode me fazer sentir muita dor...
Continuou a ler gaguejando e com a voz trêmula, as lágrimas corriam como um rio em seu rosto. Chegava a dar dó, Eliz sentia isso, mas se apaixonou pela menininha, já havia conseguido, não iria desistir dela.
- É isso... senhora...
- Pequena, a vida mudou, cobra coisas diferentes de você agora. Viveu boa parte de sua vida lá, agora é a vez daqui.
- Eu sinto falta...
- Eu também sinto falta das viagens em família que fazia quando era menor. Sinto falta dos meus avós, dos meus pais e dos meus amigos de infância que a vida nos afastaram. Uma pena termos que nos despedir, mas é assim que funciona.
Respirou fundo e só aceitou seu destino chorando ainda mais. Eliz a puxou para si, estava entre as suas pernas.
- Se-se eu soubesse, teria aproveitado mais...
- Todo mundo teria, agora venha se deite ao meu lado.
Eliz se deitou e puxou a menina para si novamente.
- O que faço com o papel, senhora?
- Quero que o deixe exposto como um pôster, perto de sua escrivaninha. Deve sempre se lembrar que a amo!
Se virou para a menina novamente, tinha seus olhos nos dela.
- Você é jovem, não conhece nada de nada. As outras meninas são diferentes, você, eu terei o prazer de apresentar tudo.
Emma aconchegou sua cabeça entre os travesseiros.
- As outras meninas... já...
- Já, Helena e Aurora tiveram suas vidas aproveitadas de outras formas.
A menina se perguntava como era a sensação, em uma situação normal e boa, gostaria de experimentar? Mas em sua vida atual, jamais, odeia realmente a ideia.
- A senhora... a senhora... deixa.
- Diga, não tenha vergonha.
- É que... a senhora, as outras meninas... digo, já fez algo com as outras meninas?
- Claro que já, já viu, inclusive participou.
- Não... não... digo, elas gostam, não é?
Emma desviou o olhar.
- Ah, sim. Helena sente prazer, mas Aurora não. Já viu Helena gozar nas minhas mãos, Emma, não lembra?
- Já... mas como faz?
Eliz se perguntava se a menina se fazia de boba ou realmente era ingênua como aparenta.
- Olhe para mim.
Olhou.
- Não é obrigatório sentir prazer por mim, não é você quem escolhe, mas de qualquer modo, eu sinto, então aproveito, e é sempre uma pena quando não sentem nada, não posso retribuir igualmente.
Emma via como Helena é perfeita para a mulher, se perguntava por que só não fica com ela, apenas ela.
- Sorte da Helena... não é?
- Sim, é uma menina sortuda.
Respirou fundo.
- E você, querida, o que sente prazer, hein? Já pensou nisso?
- Nã-não!
Ela logo deu um tapa em sua perna nua.
- Ai!
Esfregou o lugar.
- Não grite.
- Des-desculpa, senhora.
- Responda direito dessa vez, nunca sentiu o seu corpo quente? Nunca teve a curiosidade de se tocar? Nada?
A menina negou com a cabeça.
- Espero que esteja falando a verdade.
- E-eu estou, senhora, nunca senti nada... Eu juro!
Mentia, já havia sentindo curiosidade, mas não ali e não com ela.
- Vamos fazer um teste.
- Ma-mas senhora... por favor.
Se afastou.
- Não aprendeu a lição, Emma?
Voltou a chorar.
- A-aprendi, mas...
- Se tem um "mas", é porque não aprendeu.
- Eu aprendi...
- Então, vai ficar quietinha e deixar?
- Po-pode ser amanhã?
Queria tanto fugir.
- Não, eu quero que seja agora.
- Mas...
- Mais um "mas", Emma, e passa a noite nua e de joelhos em meu quarto!
Se calou.
- Muito bem.
Eliz se aproximou da menina e, com sua mão em seu rosto, a beijou. Emma se obrigou, não querendo piorar a situação para ela.
De seus lábios, a mulher foi para o pescoço e seios da garota, os beijava e mordiscava devagar. Emma se encontrava rígida, travada, não movia um músculo.
Eliz logo se desanimou ao ver o corpo da menina sem se quer dar um sinal positivo. Logo olhou para ela, para aqueles olhinhos que tanto apertava. Com suas mãos tocou em sua intimidade e a mesma se encontrava normal, nenhum sinal, nada.
- Uma pena, poderia se divertir muito...
- Po-posso me vestir, senhora?
Eliz respirou fundo, já sabia, mas ainda é frustrante.
- Tome um banho e se vista, vou permitir que jante com as outras.
Respirou aliviada, tinha finalmente acabado aquela tortura.
- Muito obrigada, senhora.
Se levantou rapidamente.
- Espere.
Olhou para trás e se virou.
- Cancelado o dia de piscina amanhã, não gostei do que fez e mal cumpriu o que mandei fazer. Não estou nada feliz com você, Emma, não me peça nada por um bom tempo e está de castigo sem ir para a sala de recreação.
Não gostou disso.
- Sim... Senhora...
Ao menos estava feliz por não levar uma surra ou pior. Foi para o chuveiro, Eliz se estirou na cama chateada. "Podia ter mais uma, só mais uma!", murmurava para si mesma.
- Não demore.
A mulher se levantou e pegou uma roupa para a menina.
- Daqui a pouco eu volto.
Assentiu e voltou a sua atenção para seu banho. Eliz saiu de lá e foi atrás de Helena, logo a encontrou no refeitório bebendo água.
- Eu adoro quando a senhora não trabalha e fica por aqui.
Eliz sorriu.
- Sei... o que vai fazer agora à noite?
- Nada em mente, senhora, tem planos?
A mulher se aproximou.
- Tenho sim.
Logo prensou a menina contra o balcão, a beijando. Helena largou o seu copo e começou a passar a mão pelo corpo da mulher, mas a mesma segurou seus pulsos, sabia o que significava.
- Aqui, sen-senhora?
- Quieta.
A colocou em cima do balcão e arrancou sua blusa, a jogando no chão. Helena adorava, no fundo, lá, no fundo, sabia que não fazia sentido ela gostar da mulher, mas seu íntimo queimava quando a via.
Eliz beijava seu pescoço e a mesma gemia manhosa, a cada toque, cada vez que seus olhos se encontravam. Eliz precisava daquilo, Emma a negou muito.
- Hum...
- Minha...
Eliz sussurrou, tirando a calcinha molhada da menina.
- Sua... a nova moça terá trabalho para limpar isso aqui.
- Ela que tenha...
Voltou a beijá-la e seus dedos escorregaram para a intimidade da mais nova. Estava prontinha do jeito que a mulher gosta.
- Eu adoro você, sabia?
Antes dela responder, Eliz introduziu dois dedos em seu íntimo.
- Aaanh!
Abraçou a mulher, sentindo seus toques no lugar certo. Eliz sorriu e continuou, uma de suas mãos tocava os seus seios, ela em lindos e altos gemidos, se contorcia.
- Huuum!
Do outro lado do refeitório, Margarida entrou, a mente de Eliz logo explodiu em vários fogos de artifício.
- Meu Deus! Desculpa, desculpa!
Se virou para a porta e Helena fechou as pernas com a mão da mulher ainda no meio delas.
- Senhora...
- Quieta. Margarida, se vire para mim e me espere.
- Eu po-posso voltar outra hora, senhora.
- Não! Faça o que mandei!
Se virou, olhou para tudo, menos para as duas ali.
- Ela pode ir embora?
Helena perguntou baixinho.
- Com vergonha?
Afirmou com a cabeça.
- Uma pena, abra as pernas e continue a gemer.
Disse baixo.
- Por favor... senhora, com ela aqui não.
Com sua mão ainda ali, mesmo com as pernas da menina fechadas, a mulher começou a se movimentar dentro dela.
- Sen-senhora...
- Aproveite, menina, ela não é ninguém...
Helena abriu as pernas e, como não estava longe de ter um orgasmo, deixou a mulher tomar conta dela.
- Não se importe com mais nada agora... ela não está nos vendo.
Beijou seu pescoço enquanto olhava nos olhos de Margarida.
- Huuum...
A menina apoiou sua cabeça no ombro da mulher. Como gostava daquilo, tentava ignorar a menina do outro lado acreditando na mulher, não gostava de ser assistida dessa forma.
- Aaanh!
Eliz fazia seu trabalho perfeitamente bem, mesmo com a atenção focada em outra pessoa.
- Sen-senhora... eu vou.
A tirou de seu transe.
- Goze, para mim, meu bem.
- Huuum!
Margarida escutou o último gemido da menina, a deixando extremamente constrangida e talvez, um pouco curiosa, mas rapidamente deixou isso para lá. Agora tinha uma visão completamente diferente de Elizabeth, a mulher era bem pior do que imaginava.
- De joelhos, faça o seu trabalho direitinho, mocinha, e não olhe para trás.
Sussurrou para Helena.
- Sim, senhora.
Ela desceu e foi para debaixo da saia da mulher, abaixou sua calcinha e começou a chupá-la, podia senti-la bem molhada, se perguntava se aquilo havia sido só ela.
- Nã-não tenha pena, menina.
Eliz disse com os olhos fixados em Margarida, a cada toque de sua língua e seus lábios, seu corpo se contorcia. Margarida só queria ir embora, não acreditava que aquilo estava acontecendo, cada vez mais compreendia sua mãe.
- Aaanh...
Eliz se segurava firme na lateral do balcão, mal piscava, tinha aqueles olhos claros como água em um só lugar.
- Huuum!
Mordeu os lábios, por ela, já se aliviava logo, mas queria se prender um pouco mais.
- Aaanh, minha nossa!
Margarida pensou em só dar as costas à mulher, não queria ver a cena, vê-la gemendo ou nada daquilo. A mulher nitidamente sentia algo por ela, isso era desesperador.
- Uuuunh!
Eliz se apoiou no balcão e assim não conseguiu mais se conter, gozou, sentindo cada parte de seu corpo se arrepiar. Quase se debruçou sobre o balcão, foi um dos melhores que já teve.
[...]
Naquela noite, Eliz mandou Margarida limpar o que sujaram em sua frente, novamente mal olhou em seus olhos. Helena, que não tinha muita vergonha, permaneceu nua na frente das duas, só se vestiu quando lhe foi ordenado. O jantar minutos depois foi servido, as três garotas logo comiam ali como mais um dia normal.
...
Dias se passaram e Margarida ficava cada fez melhor em seu trabalho, mas com o casal em casa, ela não tinha um minuto de paz e sempre estava sendo observada, com isso não tinha como errar.
No fundo, gostava de ter a mente ocupada, quando a noite chegava e voltava para o seu quarto, uma terrível angústia pairava sobre ela. Às vezes ia dormir em outro lugar, como cresceu ali nos fundos da casa, as pessoas a acolhiam. Ali era como uma pequena vila, os quarto não eram ligados à casa e sim do lado de fora, como pequenas casinhas. Ao lado ficavam alguns animais e hortas. Antigamente, a menina brincava por ali, escalava as árvores para comer seus frutos e colher para cozinhar, adorava isso.
Os outros serviçais sempre cuidavam dela, apesar que não gostavam muito da Ana, já que a mulher muitas vezes era grossa ou não se misturava com os demais. A menina, por outro lado, adorava eles, os jardineiros, as copeiras, cozinheiras, lavadeiras... aqueles que ficavam ali, já que o único serviçal que podia sair era o motorista. Os donos nunca iam lá fora, com isso é um lugar mais leve, sem tantas regras, apesar de os guardas sempre passarem por lá os vigiando.
Margarida no momento dormia no chão do quarto de uma das cozinheiras, a Joana, ou como a menina a chamava, tia Jô. Era uma das poucas que Ana ainda falava, mas não eram nada próximas.
- Querida, é bom levantar, dona Elizabeth vai receber visita hoje.
Abriu os olhos sem o menor ânimo para ir trabalhar. Joana já estava pronta, de uniforme e tudo.
- Às vezes eu queria poder dormir até tarde de novo.
- Como se sua mãe deixasse.
- Ela sempre estava muito ocupada, nem notava...
- Levante logo, não quer ver a dona com raiva.
Juntou todas as suas forças e se levantou. Em seguida, vestiu seu uniforme, deu um jeito em seu cabelo que ainda estava trançado, a última trança que sua mãe fez.
- Se quiser que eu refaça, é só pedir.
- Não... continua boa.
A mulher olhou para ela sorrindo.
- Teimosa, feito a mãe.
- Só um pouquinho, como estou?
- Linda, os novos uniformes serviram como uma luva.
Se olhava não muito feliz.
- Eles são bem mais curtos, me sinto nua.
Eliz mandou fazer sob medida, já que, segundo ela, nenhum da casa servia na menina.
- Deixe disso, está linda.
- Obrigada, tia Jô, agora vou, viu?
- Tá bom, ontem fiz pão, coma um pouco antes de entrar.
- Certo, tchau!
- Tchau, querida.
Joana deu um beijo em sua cabeça e a menina saiu. Na cozinha, tomou o seu café conversando com os outros, logo depois levou o café para todos lá embaixo. Voltou e começou a servir a mesa, a outra cozinheira já fazia toda a comida.
- Margarida, vão ser cinco lugares hoje.
Eliz entrou toda arrumada na cozinha. Vestia uma saia comprida que desenhava seu corpo e uma blusa de manga ¾, ambos eram vinho, nos pés um salto escuro.
- Sim, senhora.
- Já sabe, trate todos com respeito e educação. Não fale nada se não perguntarem e os obedeçam.
- Sim, senhora, eu vou.
- Ótimo, sirva logo a comida, eles logo vão chegar para o brunch.
- Sim, senhora... Licença.
Foi para a cozinha. Já Eliz foi direto para o cômodo onde Charlotte e Pedro estavam. Entrou no lugar e o péssimo cheiro permanecia lá.
- Dormiram bem?
Charlotte se segurou para não dar uma bela resposta à mulher, a mesma se controlava há dias, mas ao menos estava funcionando.
- Sim.
A menina respondeu, já havia voltado a comer, os machucados já haviam melhorado em parte, mas ainda doíam. Tudo estava sob seu controle, ao menos achava. Pedro, por outro lado, se encontrava com o corpo limpo, havia ganhado muitos benefícios ao obedecer James, ser alimentado, tomar remédios e ficar parcialmente com higiene em dia, eram alguns deles.
- Que bom, como anda esse corpo?
- Melhor.
Eliz ainda não sentia confiança para se aproximar de Charlotte sem estar imobilizada, então ficava em uma boa distância.
- Algo a me dizer?
- Não.
Disse curta e grossa. Ainda teimava em respeitá-la, em chamá-la de "senhora" ou em contar algo íntimo. Tudo que dizia era contraditório, era grossa, sem a menor educação. O que sabem é que veio de fora, mas falava estranhamente sem o sotaque perfeitamente. Dizia ser muito pobre e trabalhava apenas como estagiária, mas morava em um bairro nada barato. Eliz cansou de esfolar aquele corpinho, então parou até tudo ficar "bem".
- Sabe que tem um prazo, por que insiste em não cumpri-lo?
Ficou quieta.
- Querida?
James entrou.
- Sim?
- Já estão chegando.
- Certo.
Deu uma boa olhada na menina e saiu. Lá em cima, esperavam seus amigos na porta. Monalisa era uma delas, seu marido e mais um casal de amigos.
- Sem citar os dois lá embaixo, ainda não estão prontos para serem apresentados.
Eliz disse, sem tirar o sorriso do rosto, para as visitas.
- Sim, senhora.
James riu e deu um beijo na mulher.
- Bestinha.
Logo, um carro entrou na propriedade e parou em frente à entrada da casa. Seu motorista abriu a porta e Julietta e Lucca saíram.
- Olá, está linda, Eliz!
A mulher disse, a cumprimentando. Ela tinha cabelos avermelhados, pele clara e olhos escuros. O mesmo padrão de corpos, alta, magra e estranhamente perfeita.
- Obrigada, digo o mesmo. Olá, Lucca, como está?
- Ótimo, vejo que está muito bem!
Abraçou Eliz e cumprimentou o James. O homem era loiro, alto e pálido. Outro carro logo chegou atrás, Tom abriu a porta.
- Amiga! Como é bom te ver bem!
Monalisa disse e logo seu marido veio atrás. O casal Winters adorava receber essas visitas, seus amigos que compartilhavam os mesmos gostos, seres humanos deploráveis escondidos embaixo de carcaças com muito dinheiro, e com isso, controle.
- Oi, finalmente tiveram tempo nessa agenda corrida.
- Nem me fale!
- Oi, Elizabeth!
- Oi, Malchon.
Não se abraçaram, Eliz especificamente não gostava dele.
- Oi, James...
Todos se cumprimentaram e entraram, sorrisos e gargalhadas eram escutados de longe. Foram para a sala de estar e logo se sentaram, o casal serviu algumas bebidas aos convidados.
Entre atualizações e olhares que Eliz ignorava muito bem, perguntaram o que realmente havia acontecido naquela noite. O Casal omitiu alguns fatos, como o namorado da Charlotte e muito sobre a menina, principalmente que estavam investigando eles.
- Perguntinha agora, quem está no lugar da Ana?
- A filha.
Eliz deu um gole da bebida.
- Grande filha, não?
James tocou na perna de sua mulher, rindo, e a mesma revirou os olhos.
- Nada de mais!
- Nunca é nada de mais, Eliz!
Lucca disse, sorrindo e piscando um olho só.
- Tem um olho bom... todos sabem disso.
- Não desta vez, é uma criada, apenas.
Margarida entrou na sala.
- Licença, a mesa está posta, senhora.
Todos rapidamente olharam para a menina em silêncio, a secavam de canto a canto. Margarida se sentia nada segura, consertava sua roupa curta o tempo inteiro, por sua vontade, só sairia correndo.
- Certo, já vamos. Pode ir, menina.
- Licença.
Saiu em passos rápidos.
- É ela?
Monalisa se levantou surpresa e foi para o lado de Eliz.
- Agora me surpreendeu!
Disse rindo.
- Como eu disse, nada de mais, James exagerou.
- Ela é bonita...
- Existem muitas mulheres bonitas por aí, não significa nada.
Disse, escondendo o sorriso no rosto ao olhar sua amiga, que não parava de rir.
- Sei...
- Bonita até a ponto de...
- Quieta, Julietta, vamos comer!
Se levantou e James logo foi atrás, sorrindo. Todos a acompanharam até a mesa e lá, começaram a se servir.
- Lembrando aqui, eu conheci uma menina no dia do encerramento da sua peça, dona Eliz, cadê ela?
Mona perguntou, batendo palmas. Eliz tinha que dar um jeito naquela ali logo.
- Ela não está pronta.
- Ah, vai, Eliz! Por favor!
Mordeu os lábios, implorando.
- Não, dona Monalisa, guarde essa tara para termos um brunch sem sexo!
- Ah, sério?
Desfez o sorriso.
- Estou com ela, sua casa já foi mais divertida.
Julietta disse, tomando um gole de seu suco.
- E sem álcool nisso?
- São 10:30h, por Deus!
- James, o que fez com ela?
Todos riram.
- Garanto que nada, deve estar se controlando muito bem, no fundo, quer o mesmo.
Piscou para a mulher.
- Quieto, vocês que não conseguem fazer uma refeição entre amigos, normal!
- Costumávamos fazer outras coisas entre amigos...
A mulher revirou os olhos.
- Beberam na sala para abrir o apetite, não costumavam reclamar da comida.
- Não estamos reclamando da comida, é só que a vida merece ser comemorada e não só ter uma refeição feito senhoras com uma xícara de chá e piada sujas.
Lucca disse com aquele sorriso fofo dele.
- Margarida!
Eliz a chamou.
- Sim, senhora?
- Traga duas garrafas de espumante e não se esqueça das taças.
- Essa é a Elizabeth que conheço!
Mona disse.
- Apenas cedi porque de fato, é bom comemorar... mais tarde torturo você.
Olhou para Mona, todos sorriram e ela principalmente.
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