Eu Encontrei Vocês no Caos...

By _pjmkth

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Em um cenário apocalíptico, Kim Taehyung, um alfa lúpus, encontra um bebê abandonado no sótão de uma casa e r... More

💥.O caos que nos uniu.💥

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By _pjmkth

Olá, anjinhos, como estão?

Estou aqui com mais uma oneshot vmin bem gostosinha para vocês, espero que gostem!

Dessa vez, teremos como tema um apocalipse zumbi, mas o foco é unicamente o casal.

Votem e comentem para que eu saiba se vocês estão gostando e se querem mais conteúdos como esse.

Sem mais enrolação, boa leitura!

[💥]

O mundo não era mais o mesmo desde que os homens passaram a se transformar em monstros canibais sem explicação alguma. Zumbis ou errantes era como essas criaturas eram chamadas, não sobrava um pingo sequer de humanidade em seus corpos e suas vidas medíocres se resumem a buscar por carne humana.

Como surgiram? Porque? Onde? Tantas perguntas sobre o caso não tinham resposta. E como teria no meio do caos que se tornou as cidades e os países.

Existia algum lugar do mundo que não foi contaminado com aquela peste?

Não dava para saber, a única alternativa era lutar com todas as suas forças para não virar a comida desses monstros, não se transformar em um deles.

Taehyung estava sozinho nessa luta. Viu seus familiares serem atacados para protegê-lo e não pôde fazer nada. As amizades que cultivou naquele mundo horrendo foram ficando pelo caminho, brutalmente destruídas pelos monstros.

Era doloroso perder alguém que havia se apegado naquele mundo solitário, era terrível passar todos os momentos da sua vida temendo a morte, temendo ser o próximo.

Estava sem ninguém para compartilhar seus medos e fraquezas, era ele contra os zumbis.

Kim Taehyung era um alfa lúpus, isso explicava a força descomunal que tinha e a facilidade de se curar mesmo quando acabava machucado no meio de suas fugas.

Seus pais não eram e mesmo assim enfrentaram aqueles monstros pelo filho, para que ele pudesse fugir.

Taehyung ainda carregava aquela cena vívida em sua mente, aterrorizante. Queria tê-los ajudado, mas era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que se sentiu paralisado.

Só conseguiu fugir, deixando para trás as pessoas mais importantes da sua vida.

Aproximadamente um ano havia se passado, um ano de puro terror.

Kim Taehyung ainda não havia achado um abrigo seguro para morar, era um viajante, um nômade em busca de sua sobrevivência.

E foi em uma caçada por comida que ele encontrou uma casa abandonada, mas que estava em boas condições. Aproximou-se esperançoso em encontrar comida lá dentro, ela não parecia ter sido invadida pelos zumbis.

A porta estava trancada, inclusive, e teve um trabalho em abri-la sem fazer muito barulho para fazer a sua inspeção.

Assim que entrou, tratou de vasculhar cada cômodo em busca de comida, mas havia muito pouco, quase nada. Quando estava prestes à sair, ouviu um barulho estridente vindo do teto. Um choro de bebê!

Surpreso, tratou de segui-lo o mais rápido possível antes que o som atraísse os monstros para aquela casa.

Se tinha algo que Taehyung agradecia todos os dias era não ter um filho para cuidar, porque sabia a dificuldade que era manter um bebê quieto em momentos cruciais.

Era quase suicida.

Querendo ou não, crianças são barulhentas e barulhos atraem zumbis. Mas não tinha como culpá-las por isso.

Taehyung achou um alçapão no segundo piso da casa, que dava para o sótão.

Era um bom esconderijo, de difícil acesso para os errantes.

Apressado, Taehyung se esforçou para entender como aquela porta funcionava e perdeu uns bons minutos até conseguir puxá-la e revelar a escada que dava para o andar secreto.

Ao subir, um pequeno filhote esperneava em um amontoado de cobertas, sozinho.

Rapidamente, Taehyung tomou-o no colo e tentou aninhá-lo, temendo que fossem descobertos caso ele continue chorando.

Onde estavam os pais daquela criança? Ele foi abandonado? Eles se sacrificaram pelo filho? Não sabia dizer.

A criança parecia saudável, sem sinais de desnutrição ou algo parecido, então, estava sendo cuidado por alguém.

— Acalme-se, pequenininho, estou aqui com você. — sussurrou, embalando o filhote em seus braços enquanto o balançava de um lado para o outro. Ele tremia em suas mãos e Taehyung notou ser frio.

Apesar de bem agasalhado, o frio lá fora era forte de mais para um bebê tão pequenininho. Quantos meses ele tinha? Taehyung poderia chutar que menos de cinco.

Puxou o cobertor que estava caído no chão e envolveu o corpinho miúdo, criando um casulinho bem aconchegante para ele.

— Assim está melhor? É frio, filhote? — ele ainda chorava um pouquinho, mas logo foi amansando e aceitando o cuidado do alfa desconhecido. Taehyung sorriu quando os olhos miúdos ameaçaram se fechar.

Antes de cair no sono, o filhotinho encarou seu salvador e abriu um mini sorrisinho, que derreteu Taehyung por inteiro. Foi naquele momento que soube que não deixaria aquele bebê sozinho, em hipótese alguma. Foi por isso que o levou até o seu próprio esconderijo, pois não tiraria os olhos dele até encontrar os seus pais.

Caso contrário, a responsabilidade seria sua, já que não havia chance alguma de abandonar um filhotinho à própria sorte. Seria desumano.

Para seu azar, depois de pegar alguns itens essenciais do bebê, começou a chover. Torcia ao menos para que o pequenino não pegasse um resfriado até chegar a sua casa.

— E então, eu achei você! Muito legal, né? — tagarelava com o filhote, que o encarava sem entender muito de suas palavras, mas com um olhar sereno e amoroso.

Taehyung era carinhoso, sempre amou crianças e sabia muito bem como lidar com uma. Era quase um instinto. Ele acariciava a bochechinha gordinha do filhote enquanto contava sobre o seu dia como se fosse a melhor história do mundo.

— Como devo chamá-lo, se não sei seu nome? Coisinha? Bebenute? Fofinho? Não faço ideia! — divagou, observando o rosto risonho do bebê. — Mas vou cuidar de você, pequenininho, eu prometo! — deixou um beijinho na testa do filhote e ele riu mais ainda, aprovando o carinho.

Taehyung estava todo derretido por aquele garotinho.

Estava se preparando para dormir, já que já havia alimentado o bebê com uma papinha improvisada e trocado a fralda dele pelo menos umas 2 vezes desde que o trouxe para sua casa.

Ainda bem que pegou itens essenciais do bebê naquele sótão ou estaria passando aperto com a criança. E ainda bem que o pequenino havia se afeiçoado a si a ponto de se sentir seguro com sua presença.

— Já sei! Vou te chamar de Bubu! — exclamou, notando pela milésima vez que o filhote fazia muito aquele barulhinho com a boca. Nada mais justo. — Bubu! É fofo! — em resposta, o bebê continuou repetindo aquele sonzinho. — Eu estava tão sozinho sem você... obrigado por ter me arrancado muitos sorrisos, Bubu. — inclinou-se até a vela que mantinha acesa na mesinha ao lado de sua cama e apagou-a, pronto para ninar o bebê.

— Agora, precisamos dormir. Ainda não sei exatamente como farei com você nos próximos dias, mas, por enquanto, temos comida para não nos preocuparmos com o amanhã. — continuou falando, como se o filhote pudesse entender. Ele não entendia, mas gostava de ouvir a voz do alfa.

— Vem, Bubu, acho que você vai dormir melhor no meu colinho! E eu posso te proteger e te aquecer assim. — colocou o bebê em seu peito e ele se remexeu até achar uma posição confortável, com a cabeça encaixada embaixo do queixo de Taehyung e a mãozinha depositada no peito dele. — Gostosinho assim? — questionou realmente preocupado. Poderia colocar o bebê para dormir em um ninho no chão para que não tivesse risco dele cair da cama, mas não se sentiria capaz de dormir com ele longe.

Queria-o ao seu alcance, queria saber se ele estava bem, queria aconchegá-lo para que não sentisse falta de seus pais.

— Agora vamos dormir de verdade, o titio só estava contando bobeirinhas para você. Essa é a última história, tudo bem? Trate de dormir, mocinho! — como era de se esperar, o filhote não respondeu, apenas esfregou seus pezinhos na blusa de Taehyung, aninhando-se.

Não era o cheiro suave de limão siciliano de seu pai, mas Taehyung cheirava a conforto.

E foi assim que adormeceu, ouvindo a voz calma do alfa sussurrando para si.

[💥]

— O que você fez com o meu filhote? — Taehyung acordou assustado com um peso sobre seu corpo e um rosnado contido. Ainda estava escuro e ele demorou para entender o que estava acontecendo, ligando todos os alertas do seu corpo.

Era um ômega que o prendia na cama, com as pernas pressionando seus braços para que ele não se levante, enquanto uma faca afiada estava apontada para o seu pescoço.

A voz dele saiu baixa para não despertar o bebê que ainda dormia, mas totalmente autoritária, mostrando ao lúpus que não o temia.

Não importava o perigo, enfrentaria qualquer coisa para defender seu filhote.

O ômega parecia prestes a devorar Taehyung só com aquele olhar penetrante, com mil cenários possíveis passando em sua cabeça nervosa.

Chegar em seu refúgio e não encontrar seu bem mais precioso foi um baque muito forte para Park Jimin, era como se tivesse perdido uma parte de si.

Quem havia o levado? Como? Quando? Ainda conseguiria recuperá-lo?

Quase enlouqueceu tentando encontrar seu garotinho, a sua sorte era que o cheiro de Taehyung era muito marcante e conseguiu segui-lo em boa parte do caminho.

Caso contrário, poderia estar procurando até aquele momento.

— Acalme-se, ômega. — Taehyung respondeu baixo, cauteloso. Sabia que aquela era a personificação de um pai incrível, que faria de tudo pelo seu filhote. Admirou-o pela coragem.

Era um ômega e tanto!!

— Responda! — grunhiu rígido, pressionando ainda mais o alfa contra o colchão. Taehyung resmungou, mas não fez esforço para se livrar do aperto do homem. Era só um pai preocupado.

— Nada! Eu só cuidei dele. Achei que estava abandonado. — explicou objetivamente, temendo deixar o ômega ainda mais tenso com aquela situação.

— E como posso ter certeza? — questionou entredentes, tentando arrancar qualquer resquício de maus tratos, mas nos poucos minutos que teve com o filhote no colo ao tirá-lo dos braços do alfa não conseguiu notar nada.

Ele estava cheirosinho e ressonava como o anjo que é, entregue totalmente ao sono, sem pesadelos ou qualquer outra preocupação.

— Ser um lúpus não me faz um alfa maldoso. — retrucou, tentando passar tranquilidade com o seu olhar, mas Jimin estava muito desconfiado.

A faca que estava em seu pescoço estava muito próxima.

— Seu filhote está bem! — comentou, notando que o ômega ainda não havia se convencido.

— Você não o tocou? Não o machucou? — apertou a faca no pescoço do alfa, quase perfurando-o. Taehyung engoliu em seco. Poderia tentar derrubá-lo, usar sua voz de alfa ou qualquer outra coisa, mas criaria uma inimizade desnecessária.

— Não! Ele é só um bebê! Fiquei preocupado. — explicou, exalando um pouco de seu cheiro de alfa para tentar acalmar o ômega raivoso que o encarava como uma presa.

Jimin estava com um cheiro ruim, amargo, escondendo seu feromônio verdadeiro pois estava em um estado de estresse absurdo.

— Mesmo?

— Sim, eu juro! — Jimin o analisou por alguns segundos, tentando achar algum resquício de maldade naquele alfa.

Taehyung em momento algum lutou contra ele e Jimin sabia que para um alfa lúpus vencê-lo não custava nada.

Deveria confiar? A confiança naquele mundo onde a sobrevivência era tudo que eles tinham era algo a ser ponderada.

No passado, confiar fez Jimin perder pessoas importantes para si, como seu melhor amigo e único conhecido que havia trago de antes da contaminação. Foram traídos e deixados para trás por causa do bebê e Jimin e seu filhote só estavam vivos porque seu melhor amigo, Jeon Jungkook, sacrificou-se no lugar deles.

Foi terrível vê-lo ser devorado pelos zumbis sem poder fazer nada, enquanto tentava fazer seu bebê ficar quietinho para poderem fugir.

Sabia que ter um bebê naquelas condições era um risco, mas o que poderia fazer? Nunca abandonaria seu filhote, morreria junto a ele se fosse necessário.

Também perdeu uma senhora muito gentil que conheceu por acaso pelo mesmo motivo. Pessoas ruins estavam deixando os mais fracos para trás, abandonando-os à própria sorte.

A sobrevivência não era só contra os zumbis, mas contra os seres humanas que sobraram também. Inclusive, eles poderiam ser ainda mais cruéis que os monstros lá fora.

Aquele alfa que estava com seu filho não parecia ser um deles. Sequer parecia ter um grupo, será que estava vivendo sozinho como ele próprio? Mas porque?

E quem em sã consciência iria querer tomar a responsabilidade de cuidar de um bebê barulhento que mais atrapalha do que ajuda em uma situação dessas?

Só se realmente tivesse segundas intenções com ele, mas não parecia ser o caso.

O que quer que ele tivesse planejado já teria acontecido, ele teve tempo o suficiente com o filhote.

Lentamente, Jimin relaxou, afrouxando o aperto da faca e de seu corpo sobre o alfa.

— Espero que não esteja mentindo. — ameaçou, levantando-se de cima dele após dar um voto de confiança a ele.

Mais uma vez, estava confiando em um desconhecido. Só esperava não ser apunhalado pelas costas de novo.

— Você é forte para um ômega! — Taehyung comentou, espreguiçando-se e se sentando na cama.

— Preciso ser se eu quiser manter meu filhote vivo. — respondeu ríspido, aproximando-se da cadeira que deixou o bebê dormindo.

— Ele é uma gracinha! — divagou, ignorando o tom nada amigável do ômega. Não queria manter aquela desconfiança entre eles.

— Estamos de partida. — cortou o assunto, aninhando o bebê em seu colo e cheirando-o para suprir a saudade que sentiu dele.

Finalmente estava com o seu bem mais precioso à salvo.

— Espera! — Taehyung se levantou, atraindo a atenção do ômega, que o fuzilou em uma ameaça muda para não se aproximar. — As coisas dele! — explicou, mantendo-se no lugar para não contrariar o outro.

— Pode pegar para mim?

— Posso, mas... não precisam ir agora. Fique! Nem amanheceu. — observou, pois a casa estava bem escura ainda. Deveria ser de madrugada.

— Não iremos dormir junto com um desconhecido. — rosnou, apertando o filhote de maneira protetora. — Não irei te dar motivos para nos machucar, alfa!

— Não quero machucá-los. Olha... sou Kim Taehyung, prazer! — apresentou-se, mas Jimin não esboçou nenhuma reação positiva. — Posso levá-lo até sua casa pela manhã, só passe a noite. É perigoso sair com ele nessa escuridão e está frio. — argumentou, mas Jimin ainda não estava convencido.

— Não preciso que me leve, sei me virar sozinho! — retrucou, inflexível.

— Tudo bem.. vá sozinho, mas pela manhã. — sugeriu, preocupado com o bem-estar dos dois. — Fique com o quarto, irei me deitar na sala. Tranque a porta se achar mais seguro. — sem esperar uma resposta do ômega, calçou seu chinelo e saiu do quarto, encostando a porta para dar um pouco de privacidade ao ômega.

Mal se afastou do quarto e pôde ouvir o barulho da chave trancando a porta.

É... aquele era um ômega complicado de se lidar, mas ao menos ficou mais contente por tê-lo convencido a não se aventurar com um bebê lá fora uma hora daquelas.

Sentia que a manhã seria longa, isso se não acordasse depois do ômega e ele já não estivesse mais ali.

[...]

— Bom dia, ômega! — Taehyung desejou assim que a presença de Jimin foi notada. Ele estava terminando de arrumar a mesa para o café da manhã e esboçou um sorriso gentil em direção ao ômega, porém, sua expressão mudou assim que percebeu o filhote no colo de Park e a bolsa que ele segurava.

Não era para ele ir embora assim, esperava que ele ao menos ficasse para o café da manhã.

— Dia. — respondeu ríspido, pronto para passar pelo alfa e ir em direção a porta de saída da casa, mas seus planos foram desfeitos assim que seu filhote soltou um gritinho animado e estendeu os bracinhos para Taehyung.

Jimin parou no lugar, observando a felicidade do filho ao ver aquele homem desconhecido. Não esperava por aquela reação, mas não poderia mentir que seu coração ficou quentinho com a alegria que transbordava de seu bem mais precioso.

Ver o pequeno Park Minwoo contente era a maior realização de sua vida, ainda mais naquele mundo todo destruído que estava vivendo.

— Bubuzinho, não faça essa carinha tão linda! — Taehyung resmungou derretido, louco para tomá-lo do colo de Jimin e encher aquelas bochechas gordinhas de beijinhos, mas não o faria para não deixar o ômega ainda mais desconfiado da sua presença.

Agitando-se no colo do pai, o filhote balbuciou "bubu" várias e várias vezes, aprovando o apelidinho que havia ganhado.

O filhote estava confortável de mais na presença de Taehyung, então, Jimin supôs que ele foi realmente cuidadoso com o bebê, como havia dito.

Ele continuava com os bracinhos estendidos para o alfa, implorando para ganhar o colo dele.

— Deixa eu pegar ele só um pouquinho, por favor. — Taehyung pediu, com os olhos amorosos fixos no filhotinho.

Bubu havia despertado em si um lado protetor e carinhoso, um desejo absurdo de cuidar.

Jimin relutou em se aproximar do alfa, mas não conseguiu resistir aos pedidos frenéticos de seu filho por ele.

Aquela era uma prova definitiva de que Taehyung não o machucou.

— Bom dia, Bubu! — saudou com um sorriso enorme no rosto, peculiar. O formato quadrado deixou Jimin intrigado. Era diferente e bonito, não poderia mentir.

Taehyung rodopiou com o filhote nos braços, erguendo-o acima da cabeça. Uma risada deliciosa preencheu a casa, amolecendo por completo os dois homens que ali estavam.

A risada de um bebê, o som mais puro produzido por um serzinho tão pequeno.

Ao parar no lugar, o filhote envolveu Taehyung em um abraço apertadinho e ele quase chorou de amor, retribuindo o carinho com beijos estalados na bochechinha dele.

Estar na presença daquele bebê tão carinhoso o enchia de vontade de ter o seu próprio. Queria tanto montar uma família, mas como isso seria possível no caos que eles viviam?

— Assim você me desmonta, filhote! Não faça isso! — pediu manhoso, cheirando-o para gravar aquele cheirinho que não sabia quando iria sentir novamente.

Cheirinho de neném, com um toque bem suave de amora.

Jimin os observava em silêncio, sentindo o corpo aquecido de uma forma que não esperava. Conforto! Aquela cena gritava conforto! Como se o mundo não estivesse desmoronando do lado de fora daquela casa. Como se o mundo tivesse parado para eles.

Alfa algum havia tratado seu filhote com tanto amor. Nem mesmo o pai! Jimin quis chorar.

Em um mundo que o negligenciou por ter um filho, por ele chorar em momentos que precisavam de silêncio, por todo o trabalho que acompanha uma criança, encontrar alguém que não se importa com nada disso era um milagre.

Um alfa que cuidou de seu filhote quando não estava presente. Um alfa que conquistou seu bem mais precioso.

Um alfa que também olhava para Park Minwoo como uma preciosidade.

Toda a armadura de Jimin caiu diante de seus pés e ele já não queria mais correr o mais rápido possível para longe daquela casa.

Muito pelo contrário, desejou ficar, desejou que aquele alfa continue a arrancar risadas e afeto de seu filho.

Seria pedir de mais?

— Está com fome, hm?? Titio fez sua papinha! Você quer? — questionou atencioso, como se o bebê fosse mesmo responder.

Não se importou com a falta de respostas, apenas encarou o pai da criança para que pudesse pedir para se sentar com ele.

— Você se importa? — apontou para a mesa, um convite claro para que ele também se junte.

Jimin estava quase em transe, demorou para entender que o alfa estava falando consigo. Suas bochechas esquentaram ao perceber que ficou em silêncio por tempo de mais, enquanto era observado por Taehyung.

— T-Tudo bem. — xingou-se mentalmente por ter gaguejado. Onde estava aquele ômega forte que enfrentou o lúpus na noite anterior? Aquele ômega que não hesitou em defender seu filhotinho?

Por que estava tão molenga?

— Ele já comeu! — recompôs-se e conseguiu não gaguejar ao avisar.

— Oh! Já está com a barriguinha cheia, Bubu? — sentou-se com o filhote no colo. — Não vai querer a papinha? — mesmo assim, com cuidado, encheu uma colher com a comidinha e levou aos lábios dele.

Minwoo aceitou!

— Parece que ele ainda está com fome! — Taehyung riu, contente por poder alimentar o filhote.

Quando iria imaginar que a realização da sua vida seria encontrar um filhotinho no meio daquele mundo destruído?

— Sente-se, ômega! — Taehyung novamente despertou Jimin de seus pensamentos. Ele estava muito avoado, muito entregue ao momento.

Apressou-se a se sentar ao lado do alfa, porque queria ficar perto de seu filhote.

Minwoo ao vê-lo abriu um sorriso enorme e se escondeu na blusa de Taehyung, brincando.

Jimin riu. Seu filhote era mesmo um bobinho.

— Meu amor! — cutucou a cinturinha dele e o pequeno soltou um gritinho, tentando se proteger ao apertar-se contra Taehyung.

— Eu te protejo! — Taehyung o abraçou e afundou o nariz nos fios grandinhos do cabelo dele, cheirando-o. Mesmo assim, Jimin continuou provocando o filho com cosquinhas até ele se desmanchar na risada mais gostosa do mundo.

Alfa e ômega estavam a ponto de explodir de amor.

— Seu filhote é uma gracinha! — elogiou, pegando mais uma colherada para o bebê.

— Obrigado. — Jimin agradeceu, sem a necessidade de armar-se inteiro contra aquele alfa.

— Eu entendo seu desespero de ontem, me perdoe por tê-lo deixado preocupado. Mas eu não podia deixar o bebê sozinho.

— Você fez o que achou certo. Obrigado por cuidar dele enquanto eu não estava.

— Faria quantas vezes fossem necessárias. — sorriu gentil para o ômega. — Ele é um amor!

— Não te deu muito trabalho? — desviou dos olhos do alfa e repousou sua mão na perninha de Minwoo. Sentia-se estranho sobre o olhar de Taehyung, envergonhado.

— Nah!! Ele me foi uma ótima companhia! A propósito, posso saber o nome dele?

— Minwoo. Park Minwoo. — confidenciou e, ao chamar o nome do bebê, recebeu o olhar atento dele. O filhote fez biquinho, imitando o próprio pai. Gostava da pronúncia de seu nome, embora não soubesse repetir.

— Minwoo!! É fofo! — Taehyung aprovou, observando o pequenino. Minwoo... combinava com ele.

Entendeu o motivo dele fazer tanto biquinho e emitir aquele som que mais parecia "bubu". Era uma tentativa do filhote de dizer o próprio nome. Achou ainda mais fofo.

Minwoo estendeu seus bracinhos para o pai, pedindo o colo dele, em busca do seu porto seguro. Jimin prontamente o pegou e abraçou seu corpinho, com saudade. Gostava de tê-lo pertinho sempre.

A mãozinha do neném imediatamente repousou em seu peito, massageando-o em uma mania dele. Minwoo gostava do cheirinho de leite que Jimin tinha, gostava de acariciar seu pai daquele jeitinho.

— Não me diga que quer mais leite, Woonie! — o filhote arrastou o rostinho no peito do pai, mostrando que sim, queria mais leite. Jimin riu. — Meu monstrinho! Não quer terminar a papinha primeiro? — antes de sequer pensar em puxar o prato para perto de si, Taehyung já o segurava com a colher prontinha para o bebê, atencioso.

— Olha o aviãozinho, Bubu! — Taehyung chamou a atenção do filhote, que prontamente abriu a boca para receber a comidinha. Mas enquanto comia, continuou arrastando o rosto no peito do pai, pedindo leite.

— Filho! — Jimin riu alto e o alfa sentiu como se o mundo tivesse parado diante daquela cena. Os olhos antes perfuradores e raivosos se fecharam lindamente em resposta ao sorriso de rosto inteiro. As bochechas cheias apertavam-os e aquele som que escapava da boca de Jimin era maravilhosamente gostoso de se ouvir.

O ômega realmente tinha abaixado toda a guarda e se transformou em um anjo, Taehyung diria. Um lindo anjo que apareceu de repente em sua vida e virou tudo de cabeça para baixo. Tirou tudo do lugar, tomou todo o espaço para si.

Foi naquele momento que ele sentiu seu coração reagir de amor pelo ômega. Foi naquele instante que pensamentos de desejo bombardearam sua mente. Desejava aquele homem ao seu lado, juntamente com aquele bebê. Desejava fazê-lo gargalhar daquele jeito todos os dias. Desejou-o como nunca desejou alguém antes! Sequer o conhecia, mas o queria com uma intensidade vergonhosa.

Queria proteger, cuidar, fazê-lo feliz.

Queria que pai e filho fossem sua família!

— Sempre acho que tem um buraco negro na barriga dessa criança! — Jimin divagou, encarando seu filho totalmente apaixonado. Estava alheio à descoberta de Taehyung e ao modo como ele o olhava com tanta admiração. — Termine o papá primeiro, amor. Se ainda estiver com fome depois, o papai te dá seu leitinho. — prometeu, embora sentisse que seus peitos não estavam tão cheios para recebê-lo. Minwoo havia acabado de mamar!

Meio em transe, Taehyung percebeu que era a sua deixa para levar mais uma colherada de papinha até o filhote. Tratou de colocar seus pensamentos no lugar e esconder a devoção súbita que o atingiu.

Mal se conheciam, não poderia assustar o ômega confessando seus sentimentos. Jimin fugiria, tinha certeza. Perderia-o para sempre! Precisava ser cauteloso se quisesse fazê-lo ficar para poder conquistá-lo do jeito certo.

Minwoo comeu todo o pratinho e ainda continuou a massagear o peito do pai, pedindo por mais. Ele era mais esfomeado pela manhã, então, Jimin já estava acostumado.

Sabia que ele poderia comer absurdamente perto do horário que acordava e iria reduzindo até o anoitecer. Era uma característica dele.

— Você judia muito do seu paizinho, sabia? — murmurou bem baixinho, para que nem Taehyung nem o filhote ouvissem, mas claro que o alfa ouviu. Ele era um lúpus, sua audição era muito melhor do que a maioria dos alfas. Sem cerimônia, abriu os primeiros botões de sua blusa para que o filhote pudesse chegar até seu peito.

Jimin não se importava com a nudez, estava acostumado a se despir pelo filhote e olhar algum o deixaria desconfortável por cuidar de seu bem mais precioso.

Taehyung desviou o olhar assim que a pele branquinha começou a surgir por trás da blusa, mas sua mente gritava para que olhasse, para que guardasse cada mínimo detalhe de Jimin para que pudesse revivê-lo sempre.

Queria devotá-lo, queria conhecer cada pedacinho do corpo dele, mas aquele não era o momento. Jimin só estava amamentando e deveria respeitá-lo.

— Você não me disse o seu nome. — mudou de assunto, focando sua atenção em preparar seu próprio prato de café da manhã.

— É Jimin. — respondeu sem muita cerimônia, atento unicamente ao filho. Apesar de a amamentação não ser a tarefa mais confortável do mundo, gostava daquele momento que tinha com ele, dos olhinhos quase se fechando de deleite enquanto ele enchia a barriguinha com o que Jimin tinha para ofertá-lo. Jimin gostava daquela conexão.

— Quando se sentir confortável, sirva-se, Jimin! Não tenho muito, mas, espero que te agrade. — foi sincero.

— Você pegou minha comida, não pegou? Não tive tempo de olhar, mas tenho certeza de que meu filhote não foi o único sequestrado.

— Peguei. — confidenciou, sentindo-se até mal ao se lembrar disso. Mas como poderia saber que a pessoa que morava naquela casa iria retornar? Parecia abandonada e encontrar o filhote o deixou ainda mais preocupado.

— Está cada dia mais difícil achar comida... com o Woo preciso ter mais cuidado ainda. Por isso tive que deixá-lo sozinho. Acaba sendo arriscado levá-lo para fora comigo.

— Imagino.. se você quiser ficar, podemos nos dividir para procurar comida, será menos arriscado para o bebê.

— Ele é responsabilidade minha, Taehyung, quem precisa se virar para cuidar dele e achar comida sou eu.

— Mas não precisa ser assim, eu posso ajudar!

— Tenho certeza que a sua vida já está difícil de mais sem um bebê para cuidar.

— Eu gosto de crianças! Minha vida vai continuar difícil independente do que eu escolha, e eu prefiro que minha dificuldade seja recheada de sorrisinhos de Minwoo. Ele faz ser suportável, você sabe disso melhor do que eu.

— Sim, ele faz ser suportável. — confirmou, acariciando a bochechinha de seu neném, como o pai bobo apaixonado que era. Faria de tudo por ele.

Ter um filho era um sentimento indescritível, um amor que ultrapassava tudo que acreditou ser possível.

— Então... o que acha?

— O que você vai ganhar com isso, Taehyung? De verdade? — levantou o olhar para o alfa, mas ele não o encarava de volta, respeitando o momento da amamentação.

— Um motivo para continuar sobrevivendo.

— Se for mesmo da sua vontade, eu não me oponho. Minwoo gostou de você. — e ele próprio gostou da presença de Taehyung, mas isso não admitiria. Não deixaria escapar o sentimento de conforto que teve ao vê-lo cuidar de seu filho com tanto carinho.

Não deixaria que ele soubesse o quanto também gostaria de ser cuidado.

Queria ser amado.

— Então está feito!

— Preciso pegar algumas roupas.. as coisas de Woo você já trouxe.

— Podemos voltar na sua casa mais tarde, eu vou com você.

— Obrigado.

[💥]

— Meu amor, deixa o Tae ir dormir! — Jimin gargalhou pela milésima vez enquanto seu filho o segurava e segurava o alfa ao mesmo tempo, ambos na cama de casal do quarto, ditando que queria dormir assim, entre eles.

Seis meses se passaram desde que Jimin aceitou morar com Taehyung e a convivência entre eles havia se tornado natural. Taehyung cuidava de Minwoo como seu filhote e o próprio garotinho o chamava de "papa", apesar de todas as investidas tanto do alfa quanto do ômega para que o pequeno se refira a ele como tio.

Minwoo ainda não falava direito, apenas algumas palavras soltas, e "papa" era uma de suas favoritas. Amava chamar pelo seu pai. Ou melhor, seus pais, já que decretou que Taehyung também era como um pai.

Ele estava ficando cada vez mais espoleta, era curioso e cheio de energia. Todos os dias, ao acordar, enchia Jimin de beijinhos até que ele despertasse com um sorriso enorme no rosto. Depois, descia para o colchão de Taehyung e repetia o mesmo processo. O alfa estava dividindo o quarto com Jimin, porque Minwoo decretou que seria assim, fez ele arranjar um colchão para que pudessem dormir todos juntos, no mesmo cômodo.

Minwoo era bem mandão quando queria e sempre conseguia convencer Taehyung e Jimin de seus caprichos. Ele estava menos barulhento, então, era mais fácil levá-lo nas caçadas, já que ele aprendeu a obedecer quando seus paizinhos pediam silêncio.

Tornaram-se uma família com uma facilidade enorme. Taehyung adorava cuidar do bebê e do ômega, sempre fazendo de tudo para agradá-los. Jimin também gostava de cuidar do alfa, preparando comidas que ele gosta, dando massagens e muitos outros cuidados.

Eles se protegiam.

Eles se amavam em segredo, porque nenhum dos dois deixou os sentimentos escaparem, mas estava cada vez mais difícil de guardar. Ainda mais porque Minwoo não ajudava, ele queria os dois pais sempre juntos, muito perto, como naquele momento.

Os três nunca dividiram uma cama e o filhote fazia manha para que isso acontecesse. Levando em consideração o seu histórico com os mais velhos, iria conseguir!

— Nananão! — balançou a cabecinha, puxando os dois para ainda mais perto, quase caindo por cima do filhote. Eles estavam cara a cara e Taehyung tentava não se perder no sorriso do ômega. Aqueles lábios volumosos que tanto sonhava beijar... — Papa Ji, Papa Tae! — ditou irredutível, jogando as perninhas por cima dos mais velhos.

— Teimosinho! — Jimin beijou-o na bochecha, amolecendo o filhinho que tanto amava carinhos. — Com qual de nós quer dormir? Se decida!

— Papa Ji, papa Tae! — repetiu.

— Mas, meu bem, como pode dormir com os dois? — Jimin continuava rindo, divertindo-se com a manha do filhote. Já Taehyung sabia muito bem como poderiam dormir todos juntos e estava doido por isso. Queria poder se deitar com Jimin, dormir sentindo o cheiro dele tão perto de si, cheirá-lo até adentrar no mundo dos sonhos.

Para responder a pergunta do pai, Minwoo soltou os dois e engatinhou até a beirada da cama. Pulou no colchão de Taehyung e pegou o travesseiro dele, levando-o para a cama. Sem ajuda, subiu de novo e carregou o travesseiro até o alfa, entregando-o em uma explicação muda de que era para ele dormir ali, junto.

— Ponto! Woo, papa Ji, papa Tae! — foi apontando os respectivos travesseiros e abriu um sorriso orgulhoso por ter resolvido aquele problema. Queria dormir entre seus dois pais e iria.

— Quer que ele durma aqui? — Jimin se ajeitou na cama, chegando mais para o canto para que Taehyung pudesse colocar o travesseiro ao lado do seu. Era uma confirmação silenciosa que, sim, ele poderia dormir ali, não se importava.

Se pudesse, aninharia-se nos braços fortes dele.

— Eu posso? — mesmo que já estivesse claro que sim, resolveu questionar, sentindo um nervosismo crescer dentro de si.

— Se é o que meu amorzinho quer... quem sou eu para negar. — acariciou a perninha do filho, olhando-o com carinho. Na verdade, estava fugindo dos seus próprios sentimentos, que queriam reagir à possibilidade de dormir com Taehyung. — Agora vem mamar, Woonie! — com um sorriso enorme de satisfação no rosto, o filhote engatinhou até o ômega, totalmente atento ao pai levantando a blusa para que ele chegue até seus peitos.

Jimin não se importava de se expor daquela forma na frente de Taehyung, havia se tornado totalmente comum. O alfa sequer o olhava enquanto amamentava, tanto que se levantou para apagar as velas do quarto.

— Você sabe que já está na hora de parar de mamar, né, rapazinho? Você logo, logo fará dois anos! Vai ficar no meu peito até quando, em? — mesmo que dando esporro, ajeitou o filhote confortavelmente em seu colo e iniciou um carinho preguiçoso no rostinho dele.

— Você não consegue dizer não para ele. — Taehyung acusou, retornando para a cama. — Ele vai ficar enquanto você deixar.

— Está me culpando, Taehyungie? — resmungou, buscando o olhar do alfa no escuro, mas ele se deitou de costas para dar privacidade ao momento íntimo entre pai e filho.

— Longe disso! — riu soprado e Jimin deu um tapa em suas costas. — Ei!

— Ele só mama para dormir agora! — justificou-se.

— Mas poderia já ter parado se você não caísse nos encantos dele!

— Duvido muito que se fosse você no meu lugar se conseguiria fazer diferente, seu bobão! — bateu-o de novo, fazendo-o rir ainda mais.

— Eu não disse que faria! — e recebeu mais um tapa. Até Minwoo parou de mamar para rir, amando a atmosfera gostosa que era estar na presença dos dois mais velhos.

— Besta! — revirou os olhos, rindo também.

Minwoo não demorou muito porque Jimin já não produzia mais tanto leite. Não deixou nem uma gotinha e tomaria muito mais se tivesse, mas teve que se contentar com o lanchinho escasso.

Por um lado, era bom que o estimulava a ir largando o leite aos poucos.

— Cabô! — anunciou com um biquinho nos lábios, mas cansado demais até para reclamar. Mamar sempre lhe dava sono.

Estava a um fio de dormir.

Escapou do colo do pai e arrastou-se até Taehyung, abraçando as costas largas dele.

— Té? — chamou-o para saber se estava acordado.

— O que foi, bubuzinho? — o alfa ainda usava aquele apelido que deu ao filhote no dia que o conheceu. Virou-se na direção dele, ficando com o rosto junto ao dele.

— Ti amu! — depositou um beijinho na ponta do nariz dele e abriu um sorriso preguiçoso.

— Também amo você, pequenino! — murmurou derretido. Não importa que aquela frase seja dita todos os dias, sempre se sentia como a primeira vez que ouviu essas palavrinhas sendo ditas por ele.

— Ti amu, papa. — virou-se para fazer a mesma coisa com Jimin e aninhou-se nos braços dele, com o rostinho repousado em seu peito.

— Te amo ainda mais, meu amor! — deixou vários beijinhos no topo da cabeça dele.

— Té! — abraçado à Jimin, olhou por cima do ombro e chamou o alfa com a mãozinha, pedindo que ele chegue mais perto.

— Como quer que eu fique, Woo? Assim? — repousou a mão no ombro do bebê, já que Jimin o abraçava pela cintura. Mas não era assim que Minwoo queria. O filhote pegou a mão de Taehyung e puxou-o para abraçá-lo por trás, criando um casulinho ao seu redor, uma redoma de proteção entre os braços dos dois homens que mais amava nesse mundo.

Colocou o braço de Taehyung para envolvê-lo e, consequentemente, envolver Jimin também, que levou um breve susto com a mão grande de Taehyung repousando em suas costas.

Os dois levantaram a cabeça ao mesmo tempo, surpresos com o ato involuntário. Taehyung afastou a mão imediatamente, temendo deixar o ômega desconfortável.

— Me perdoe! — sussurrou apressado. — Não era a intenção!

— Tudo bem! Pode me abraçar, se quiser. — relaxou, abrindo um sorriso gentil para o alfa.

Desde o dia que aceitou morar com Taehyung ansiava por mais toques dele, mais atenção. Não podia dizer que não recebia, mas eles não eram de se abraçar, por exemplo, embora ambos quisessem. Não se importavam de se sentar espremidos no sofá, mesmo que tenha mais espaço vazio. Jimin adorava conversar com o alfa com as pernas por cima do colo dele. Eram pequenos hábitos que criaram sem nem sequer perceberem.

— Mesmo? — ah, estava nas nuvens só com a possibilidade de abraçar o ômega pela noite inteira.

— Sim! Mas antes, poderia pegar a coberta? Tá frio.

— Shhhhhhhhh! — Minwoo exigiu silêncio, calando os dois, que riram baixinho pelo ato.

Taehyung puxou a coberta com os pés e ajeitou-a cuidadosamente por cima dos três, cobrindo-os até o pescoço. Feito isso, retornou sua mão para as costas do ômega e puxou-o para mais perto, envolvendo-o em um abraço firme e protetor.

Jimin embolou as pernas às longas do alfa, buscando ainda mais contato e conforto.

Quase que involuntariamente, Taehyung iniciou um carinho nas costas de Jimin e ele ronronou em resposta, aprovando a carícia despretensiosa.

Foi nesse clima de aconchego que Minwoo se entregou ao sono, embalado pela mescla do cheiro de seu pai e de Taehyung. Essa era a definição de lar para ele, aqueles cheiros, aquelas presenças. Seus cuidadores!

Já Jimin e Taehyung não conseguiram dormir tão cedo, ambos presos nos próprios pensamentos.

Taehyung estava refletindo sobre tomar uma iniciativa quanto sua relação com Jimin, queria torná-lo seu ômega. A convivência só havia intensificado o desejo de cuidar dele e de tê-lo ao seu lado até o fim dos dias.

Nesses seis meses, houveram poucos avanços porque ele estava com medo de ser rejeitado. Mas Jimin não parecia desconfortável com sua aproximação, com seus toques... isso poderia ser um bom sinal, certo? Precisava ao menos tentar.

Havia enrolado todo esse tempo por puro medo de perdê-lo. Ao menos conseguiu criar uma amizade sincera com o ômega. Eles confiavam um no outro para confidenciar pensamentos e desabafar sempre que precisavam. Cuidavam um do outro quase que involuntariamente. Só não percebem o quão interessado um está pelo outro, a reciprocidade daquele sentimento.

Jimin também estava refletindo sobre como poderia conquistar Taehyung, como mostrar a ele seu interesse sem parecer desesperado de mais por sua atenção. Taehyung foi o melhor achado desse mundo apocaliptico, um anjo que entrou em sua vida por acaso e que não queria que saísse nunca.

Ambos precisavam tomar coragem para expor o que sentiam, precisavam ser sinceros um com o outro para que aquele amor possa florecer.

[💥]

— Jimin, eu acho que nunca te perguntei sobre o pai do Woo... é um assunto delicado? — Taehyung questionou, brincando com o cabelo do ômega, que estava sentado no chão, entre suas pernas, recostado no sofá que ele estava sentado.

— Não tem muito o que falar, é só um babaca que me queria na cama dele e sumiu assim que eu contei que estava grávido. — suspirou. Arrependia-se de ter se entregado mais de uma vez àquele alfa e ter acreditado que ele realmente estava se apaixonando por si. Estava interessado em seu corpo, isso sim, nada mais.

— Mesmo? — Taehyung se sentiu decepcionado. Jimin era um ômega incrível de mais para ter sido usado por um alfa qualquer. Não conseguia acreditar que um homem desperdiçou a oportunidade de conquistá-lo, de formar uma família com ele. Minwoo era a criança mais amável que já conheceu, como alguém poderia rejeitá-lo? Como o pai poderia rejeitá-lo?

Mesmo que engravidasse um ômega que não ama, nunca se ausentaria do seu papel de pai. A criança também seria sua responsabilidade, considerava desumano não arcar com as consequências de seus atos.

Gostaria de ouvir que Jimin teve um alfa bom que morreu protegendo sua família, mas esse não era o caso. Na verdade, já sabia não ser só por nunca ter ouvido nem o ômega nem o bebê comentar sobre ele, mas queria acreditar que estava errado.

— Infelizmente... pelo menos ele me deu meu bem mais precioso, a única coisa boa que fez por mim. — deitou a cabeça nas coxas de Taehyung, buscando o olhar dele. O alfa percorreu seus dedos preguiçosamente pelo rosto de Jimin em um carinho despretensioso, relaxando-o. — E eu encontrei você! Prefiro pensar que o Woonie é seu filho.

Um breve sorriso surgiu nos lábios de Taehyung. Ele também gostava de pensar que era o pai do filhote. E era, querendo ou não, havia praticamente o adotado.

— Não é estranho para você considerar um alfa que você nunca se relacionou como pai do seu filho? Um alfa que você conheceu a tão pouco tempo...

— Prefiro que seja você. — esticou o braço até o rosto do alfa, acariciando-o como também recebia carinho. — Ao menos você ama meu filhote, você não faz ideia do quanto eu gostaria que ele recebesse amor que não fosse o meu.

— Eu o amo com tudo que há em mim. Ele é meu, agora!

— Sim, é seu! Sei que se eu morresse hoje, ele estaria em boas mãos.

— Eu não te deixaria morrer, não vou te deixar morrer! Você se tornou tão importante para mim quanto o Bubu.

— Mesmo? — um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Jimin. Era bom saber que estava se tornando importante para ele. Queria ser ainda mais importante, queria ser o ômega de Taehyung.

— Mesmo, Ji! Vocês dois são a minha família agora e eu vou protegê-los com tudo que há em mim.

— Obrigado por isso, Taehyungie. O mundo lá fora está tão cheio de maldade. — Jimin levantou a cabeça do colo do alfa e ficou de joelhos entre as pernas dele, virado na direção dele. Abraçou-o daquele jeito, escondendo o rosto na blusa dele. Taehyung retribuiu o abraço, envolvendo as costas do ômega com carinho.

Ah, estar abraçado com Jimin era a melhor sensação do mundo! Fazia-o se lembrar da noite anterior, que pôde dormir com ele em seus braços.

Taehyung foi o primeiro a acordar pela manhã e gastou um bom tempo observando tanto o filhote quanto o ômega que adormecia em seu aconchego.

Jimin parecia um anjo dormindo, o rosto sereno e relaxado que Taehyung desejou tanto beijar. Um bico preguiçoso se formava nos lábios dele, deixando-os ainda mais chamativos para o alfa.

Taehyung queria fotografar aquele momento para que nunca se esquecesse que esteve na cama com Jimin e o filhote, seus bens mais preciosos que aquele mundo caótico o proporcionou.

Minwoo tinha o rostinho escondido pela blusa de Jimin, quase se fundindo ao pai em busca de proteção. Taehyung achou lindo como, para aquele bebê, o ômega era seu universo, seu protetor, tudo que ele tinha de mais valioso.

Mesmo em seus braços, ele ainda buscava pelo pai, porque era ele quem esteve ao seu lado desde o primeiro momento de sua vida, cuidando e protegendo de tudo.

Taehyung desejava dormir com os dois pelo resto da sua vida. Que Minwoo seja teimoso outra vez e ordene que durmam todos juntos!

— No nosso mundinho aqui não há maldade. — Taehyung comentou.

Inesperadamente, Minwoo subiu no sofá sem que os dois percebessem e se jogou entre os pais, querendo participar do abraço também.

Taehyung e Jimin gargalharam com a intromissão e o inseriram também naquele aconchego.

Família! Eles eram mesmo uma família!

[...]

— Taezinho, o que você tá preparando? — Jimin envolveu o alfa por trás, aninhando-se às costas dele. Dormir nos braços de Taehyung havia feito surgir um desejo absurdo de abraçá-lo para sempre, em todas as oportunidades possíveis. — Woonie dormiu, você quer ajuda?

— Uma sopa! E quero que você fique assim... seu abraço é muito gostoso. — confidenciou, acariciando uma das mãos que envolvia sua cintura e repousava em sua barriga.

— Você acha? — quase que sem perceber, roçou o rosto nas costas de Taehyung, gravando o cheiro dele em si.

— Sim.. é aconchegante! Pode me abraçar sempre que quiser! — deixou claro, desejando mais que tudo que Jimin tenha mais iniciativas como aquela.

— Tae.. estava pensando se nós seríamos amigos se as coisas estivessem normais. O que você acha? Será que teria alguma circunstância que nos aproximaria? — divagou, expondo um pensamento que ocupou sua mente enquanto ninava o filhote.

— Certamente eu me apaixonaria por Minwoo em qualquer que fosse a realidade. — "e por você também" quis dizer, mas manteve o pensamento apenas para si — Mas dificilmente nos tornariamos próximos por isso, eu acho... seria estranho, né.

— Sim, seria, eu iria estranhar. — foi sincero, porque como poderia aceitar a amizade de seu bebê com um alfa muito mais velho que ele? Não era nada normal.

— Mas se eu te encontrasse em outro lugar, uma festa ou até mesmo na rua, eu me interessaria por você. — confidenciou em um ímpeto de coragem. Se não falasse nunca sobre os seus sentimentos sobre Jimin, temia que perdesse a chance de tê-lo para si.

— Está dizendo que daria em cima de mim? — sentiu-se esperançoso com aquela possibilidade. Queria que Taehyung se mostrasse interessado, que o amasse tanto quanto ama o filhote.

— Desde que você correspondesse, sim! Você é muito atraente, sabia? — o interior de Jimin se aqueceu com aquela resposta. Então sim, Taehyung o achava atraente! Considerava-o interessante o suficiente para ir atrás dele! Isso era exatamente o que mais queria.

— E agora? Porque não dá em cima de mim? — questionou, curioso com aquela informação. Se Taehyung estava dizendo que sentiria interesse nele em outra realidade, porque não se mostrava tão interessado assim no dia a dia?

— Não seria estranho? — Taehyung temia que suas tentativas de conquistar Jimin pudesse assustá-lo e fazê-lo ir embora junto de Minwoo. Não se perdoaria se isso acontecesse, não podia perder os dois.

— Porque estranho? Você não disse que sou atraente?

— Você é, mas essa não é a questão...você está me deixando em uma situação complicada. — não fazia ideia de onde aquela conversa iria parar.

— O que te impede de dar em cima de mim agora, mas que te faria fazer isso em outras circunstâncias?

— Em outras circunstâncias não morariamos juntos e eu não teria me apegado a você e ao nosso bebê. Não sei qual seria a sua reação se eu tentasse e temo perder vocês, minha família.

— Porque não tenta? Talvez eu te corresponda se souber fazer direitinho... — deixou a sugestão no ar e presenteou o alfa com um selinho na bochecha, que o deixou tenso dentro do abraço de Jimin, sem saber como reagir. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, o ômega se afastou como se não tivesse o deixado paralisado com aquela conversa toda. — Vou tomar meu banho.

— O que quer dizer com isso? — questionou com um pouco de atraso, virando-se para olhar Jimin, mas o ômega já estava quase na porta.

— Não sei.. reflita! — deu de ombros e saiu da cozinha, deixando um Taehyung com uma grande interrogação na cabeça e o coração batendo acelerado no peito. Jimin estava indiretamente dizendo que também tinha interesse nele? Que iria corresponder caso ele tente alguma investida?

Havia chances de um futuro entre eles como um casal? Era isso?

Poderia mesmo tentar?

Sua mente ficou trabalhando ativamente enquanto preparava a sopa. Mesmo quando já estava tudo na panela, encarava a água meio perdido, refletindo sobre as palavras de Jimin.

Era a deixa que precisava para realmente dar em cima dele, conquistá-lo. Iria provar que merecia a atenção dele.

Só voltou para a realidade quando ouviu um grito vindo do lado de fora da casa, seu Jimin! Imediatamente, entrou em estado de alerta e se lembrou que ele havia avisado que iria tomar banho.

Os banhos pela manhã aconteciam no lago que tinha há alguns metros de distância da casa para que não tivessem que carregar baldes de água para as banheiras. Sempre tinha água o suficiente em casa para pelo menos um banho e era geralmente para Minwoo brincar na banheira como ele gostava.

Havia um facão em cima da mesa e foi ele mesmo que pegou antes de correr em direção ao lado de fora para socorrer o ômega.

Jimin tentava segurar dois zumbis que tentavam mordê-lo, desesperado porque havia se esquecido de pegar alguma arma para se defender caso aquilo viesse a acontecer. A conversa com Taehyung havia nublado sua mente o suficiente para fazê-lo esquecer que não estavam vivendo em um conto de fadas e sair do conforto da casa sozinho era perigoso.

Não notou Taehyung se aproximando, ocupado de mais tentando não ser mordido e tentando usar toda a sua força para empurrar os dois corpos pesados de uma vez. Sem hesitar, Taehyung acertou primeiro o zumbi que mais estava desestabilizando o ômega e, assim, deu tempo para que Jimin empurrasse o outro e se afastasse para que o alfa terminasse o serviço.

Soltou um suspiro aliviado quando os dois corpos monstruosos cairam no chão, acabando com o perigo de antes, e lançou-se nos braços de Taehyung, quase chorando em agradecimento.

— Alfa! Eu achei que iria morrer. — confidenciou, aninhando-se a ele como um filhote, sentindo-se frágil e patético por não ter sido mais cauteloso.

Quase custou a sua vida. Se Taehyung demorasse mais um pouquinho, temia que não tivesse forças para impedir que virasse comida de zumbi.

— Eu disse que não iria te deixar morrer! Eu não vou! — abraçou-o de volta, afundando o rosto no pescoço do ômega. Não se importava de sua roupa estar sendo molhada pelo corpo de Jimin, nada mais importava se não vê-lo bem após aquele susto. — Não saia mais desarmado! Foi por pouco, Jimin! — mesmo assim, brigou com ele, apertando-o ainda mais em seus braços.

— Me desculpa, eu me distrai. — choramingou, vulnerável.

— Está tudo bem agora! — afastou-se o suficiente para que pudesse olhar para Jimin e segurar em seu rosto. — Tudo bem, ômega, eu estou aqui! — deixou claro, acariciando-o ternamente.

— Obrigado! — agradeceu com os olhos marejados. Antes que pudesse chorar, Taehyung beijou suas bochechas e sussurrou mais algumas vezes que estava tudo bem.

Jimin era um ômega forte e não gostava de demonstrar seus medos e fraquezas para ninguém, mas, naquele momento, não se importava de chorar na frente de Taehyung, não dele. O alfa não o julgaria por temer a morte do jeito que ela havia se apresentado para si.

— Já terminou seu banho? Podemos entrar?

— Me dê mais um minuto, eu me sujei todo tentando fugir. — e se machucou no processo porque caiu nas pedras tentando não ser alcançado por eles. Estava todo sujo e ralado por um erro bobo.

— Tudo bem, vou te esperar aqui. — beijou-o na ponta do nariz, tentando transmitir segurança naquele momento em que o coração do ômega ainda batia acelerado pelo susto. Jimin se afastou a contragosto e deu as costas ao alfa, esquecendo-se por completo que estava apenas de cueca. Ao tentar andar, sentiu as pernas arderem das feridas abertas e soltou um palavrão por isso, atraindo a atenção de Taehyung para os machucados.

Uma onda de preocupação atingiu o alfa ao ver o sangue escorrendo pelas pernas de Jimin. Enquanto corria até ele, não teve tempo de notar que ele estava machucado. Agora, era tudo que via. Nem o fato dele estar seminu o distraiu daquela preocupação latente.

Precisava cuidar dele urgentemente!

Pegou as roupas e a toalha do ômega que estavam penduradas em uma árvore e aproximou-se do lago para entregá-lo quando ele terminasse.

Jimin não demorou lá dentro, ainda mais que o contato da água incomodava suas feridas. Saiu do lago sentindo-se derrotado, pequeno, arrependido.

Antes que pudesse sequer procurar sua toalha, Taehyung jogou-a em seus ombros, envolvendo-o com cuidado.

— Segure suas roupas, vou carregá-lo! — avisou, entregando a muda de roupa que Jimin estava antes nas mãos dele e ergueu-o em seu colo no estilo noivo sem nem deixar ele reagir àquela informação.

— Taehyung! Você não precisa fazer isso! — mesmo assim, encolheu-se no colo do alfa, embalado pela toalha quase que em um casulinho.

— Você se machucou e eu vou cuidar de você, Ji. — carregou-o até a casa, segurando-o firme para que ele não caia. Repousou-o na cadeira da cozinha, sem se importar em estar molhando o chão todo com o corpo pingando de Jimin, ele era a prioridade. — Fique aqui, vou pegar uns curativos. — pediu, deixando um beijinho carinhoso na testa do ômega antes de se afastar.

Jimin obedeceu, apertando a toalha ao seu redor como sua proteção. Sentia-se uma criança arteira que havia aprontado sem a supervisão de seus pais, sentia-se pequeno, fragilizado.

Um bico havia se formado em seus lábios devido à dor dos ralados.

— Você está adorável assim. — Taehyung retornou com a maleta de primeiros socorros em mãos, observando o estado de vulnerabilidade daquele ômega que considerava tão forte. Sequer parecia o mesmo homem que o acordou no meio da noite com uma faca no pescoço e os olhos perfurando sua alma.

Ali estava Jimin, indefeso porque confiava no alfa, caso contrário, forçaria não estar sentindo dor para que não vissem que ele também pode fraquejar.

— Adorável? — o bico em seus lábios aumentou ainda mais e Taehyung riu baixinho.

— Sim! — sentou-se no chão, em frente ao ômega, e repousou a maleta em seu colo, já começando a procurar o que precisava. Ao separar tudo, pegou a toalha que havia trazido consigo para secar as pernas de Jimin.

— Vai sujar sua toalha! — segurou no ombro do alfa antes que ele pudesse passar a própria toalha em suas pernas ensanguentadas.

— Shh! Me deixe cuidar de você! — afastou as mãos do ômega e retornou-as para dentro da toalha, embalando-o outra vez naquele casulinho. Com cuidado, Taehyung usou a própria toalha para secar as pernas de Jimin, apertando-a lentamente em cada pedacinho de pele para que não fizesse fricção com os machucados.

Jimin apenas observou todo o processo cuidadoso do alfa em silêncio.

— Vai arder um pouquinho. — avisou, abrindo o remédio para passar nas feridas e Jimin suspirou audível. Aquele bendito remédio!

E mesmo sendo avisado, não tinha como se preparar para aquela dor.

— A-Ai, Taehyung! — resmungou, agarrando novamente os ombros do alfa. Mas não tinha o que se fazer, sabia que ele estava sendo delicado. Choramingou enquanto ele cuidava de cada feridinha, querendo arrancar as pernas fora. Depois, colocou curativos para que não ficassem expostas e sorriu satisfeito ao não ver mais o sangue escorrendo.

— Não se preocupe com o Woo, vá descansar que eu cuido dele. — disse olhando nos olhos do ômega, transbordando em carinho.

— Eu dou conta! — ainda assim, foi teimoso ao negar a ajuda, tentando se levantar. Conseguia andar, apesar de ser desconfortável.

— Não estou pedindo, Jimin, é uma ordem! Ômega teimoso! — sem nem pedir licença, passou a secar o corpo de Jimin com a toalha que ele usava, resmungando que ele tinha que repousar para os machucados melhorarem mais rápido.

Jimin se viu calado, observando como aquele alfa era carinhoso consigo e cuidava de si como nenhum outro havia se disposto a fazer.

Não iria contrariá-lo. Talvez, merecesse mesmo toda aquela atenção depois de ter sido usado pelo pai de seu filhote e por outros alfas depois dele.

— Já quer comer a sopa? — Jimin assentiu com a cabeça, envergonhado até para verbalizar. — Tudo bem. Espera só um minutinho que vou te trazer uma roupa limpa e já te sirvo.

Quase correu até o quarto para buscar uma muda de roupa para Jimin e retornou rapidinho para não deixá-lo esperando por muito tempo.

Enquanto ele se vestia, aproveitou para colocar o prato dele e dar privacidade.

— Pronto, quentinha! — colocou-a em frente ao ômega que ainda estava quieto e sentou-se ao lado dele, observando-o atentamente.

— Obrigado! — respondeu baixo, aceitando a colher para tomar a sopa. — E me perdoe pelo trabalho. — assoprou sua porção, agraciado pelo cheiro gostoso da comida de Taehyung e pelo calorzinho que emanava dela.

— Não foi trabalho algum.

— Me perdoe! — repetiu enquanto ainda fazia biquinho, assoprando a comida sem pressa.

— Diga isso mais uma vez e eu te calo com um beijo! — ousou provocar, encarando-o em um desafio. Jimin levantou o olhar para si, interessado.

— Na boca? — apontou com o indicador para seus lábios, imaginando.

Ah, como queria!

— É! — na verdade, Taehyung não tinha pensado nesse passo tão grande, iria dizer na bochecha, mas já que o próprio Jimin havia sugerido....

— Me perdoe! — murmurou com um pequeno sorriso sapeca crescendo em seus lábios, aceitando a proposta do alfa, chamando-o para puni-lo. Ou melhor, recompensá-lo.

— Ômega abusado! — segurou-o pelas bochechas, espremendo-as para que um bico se formasse naquela boca linda. — O que disse?

— Me pedoa! — tentou dizer daquele jeito, meio amassado, sem conseguir conter o sorriso.

"Beije, Taehyung, é só beijar!"

— Você que pediu! — e, assim, selou seus lábios aos dele, pressionando-os com um pouco de força. Havia sido um beijinho estalado e quase agressivo, que fez Jimin cair na gargalhada.

Ah, aquele era o som mais gostoso do mundo para Taehyung.

— Assim não! Assim! — sem pensar duas vezes, puxou o alfa pela gola da blusa e selou seus lábios aos dele. Diferente do beijo casto que ganhou, deslizou sua boca contra a dele e chupou o lábio inferior dele sem pressa, degustando-o, provocando-o, tomando o controle do momento. — Me beije assim da próxima vez! — afastou-se com um sorriso travesso no rosto.

— Não pode ser assim? — Taehyung puxou-o pelo pescoço e devorou seus lábios com a mais pura ânsia de possuí-lo, adentrando sua boca com a língua sem aviso prévio. Jimin aceitou-o e repousou a mão na coxa dele para se inclinar melhor para o beijo. E então, eles viraram uma bagunça de línguas, arfares e selares roubados.

— Assim é melhor. — Jimin murmurou com a testa deitada contra a de Taehyung, sua respiração mesclando-se a dele, ambas descompassadas. — Muito melhor! — Taehyung riu soprado e depositou mais um selinho naqueles lábios fartos, satisfeito por finalmente tê-lo beijado. — Obrigado mesmo por cuidar de mim hoje.

— Como eu disse, vou cuidar de você e de nosso bebê sempre!

— Eu me sinto tão bem quando você chama o Woo de seu. — suspirou em deleite, entregue aquele momento íntimo.

— Sou o pai dele, comentamos isso mais cedo! Ninguém pode me tirar esse título!

— Ninguém vai! — roçou seu nariz ao de Taehyung em um beijinho de esquimó, relaxado ao extremo com os cuidados dele.

— Posso te beijar mais uma vez? — pediu baixo, necessitado. A única desvantagem de provar os lábios de Jimin era que havia se viciado no gosto dele, na textura de sua boca, no cheiro delicioso de limão que emanava da pele dele. Limão siciliano nunca foi muito bom para o seu paladar, mas em Jimin era altamente atrativo, com uma pitada doce que o deixava ainda melhor.

— Só mais uma? — provocou, mordiscando o lábio do alfa por pura tentação.

— Se você me permitir, quero te beijar sempre!

— Você está dando em cima de mim? — recordou-se da conversa que tiveram antes do ataque surpresa, rindo baixinho. Subiu a mão para o rosto de Taehyung e acariciou-o na bochecha

— Estou.

— Hmmm.. não sei se você merece meus beijos... — implicou, afastando o rosto para que pudesse mordiscar seus lábios sobre o olhar desejoso do alfa.

Era uma pestinha!

— Então irei roubá-los! — puxou-o novamente pela nuca, mas Jimin pressionou os lábios e se tornou apenas um selinho desajeitado. Rindo, Jimin levantou o rosto para que Taehyung não o beijasse e gritou no tom mais baixo que podia para não acordar seu filhote, afinal, estavam só brincando:

— Socorro! Esse alfa é um ladrão de beijos! — enquanto encenava, Taehyung depositava selinhos no pescoço dele, aproveitando-se da exposição despretensiosa daquela área na tentativa de fugir dele.

Naquele momento, eles se esqueceram da sopa, do mundo caótico para além daquela casa, de todas as preocupações que poderiam os aflingir, porque, naquela troca de carinhos, o tempo parecia ter parado para eles ao descobrirem que o desejo de se tornarem um casal era mútuo.

Tanto alfa quanto ômega se queriam, necessitavam um do outro, e eles não iriam mais esconder aquele sentimento.

Não havia necessidade de nomear o que havia começado naquele exato dia, não faria diferença alguma na vida deles, só queriam viver de acordo com as suas vontades.

A vontade do momento era de se beijarem até o fim dos tempos.

[💥]

— Meu bem... — Taehyung chamou baixinho, delicado, acariciando o cabelo bagunçado de seu ômega que dormia serenamente em seus braços. Um ano havia se passado desde que deram o primeiro beijo e, consequentemente, iniciaram um relacionamento. Estavam há um ano juntos como um casal. — Meu bem, já amanheceu! — avisou, sussurrando no ouvido dele para despertá-lo lentamente.

Jimin ignorou-o, virando-se de costas para Taehyung como se assim pudesse dormir por mais algumas horas, embora soubesse que não.

Precisavam sair para buscar comida juntos porque estava se tornando cada dia mais difícil, mas ele não parecia disposto a lidar com aquela obrigação no momento. Queria ficar nos braços de seu alfa.

— Benzinho! — Taehyung riu soprado contra a nuca dele, abraçando-o por trás e adentrando a mão na blusa dele para que pudesse tocá-lo na pele. — Acorde, senhor preguiçoso, você sabe que precisamos ir.

— Hmm.. — essa foi a resposta de Jimin, um resmungo neutro que nada dizia, mas demonstrava sua indisposição.

— Hmm nada! Se você se levantar rapidinho ainda podemos usar o banheiro lá de baixo antes do Woo acordar e terminar o que começamos ontem a noite. — sugeriu, beijando a nuca cheirosa de seu amado. A menção da noite passada pareceu despertar Jimin, que ergueu a cabeça em busca de seu amado com uma disposição repentina. Taehyung gargalhou. — Não acredito que vai mesmo levantar por isso! Eu só estava brincando!

— Quantos minutos nós temos?

— Jimin!

— Anda, alfa, ou ele vai nos atrapalhar de novo. — e foi assim que expulsou Taehyung da cama e saiu o arrastando até o andar de baixo para uma dose de amor matinal, já que a tentativa da noite passada foi fracassada pelo choro do filhote, que teve um pesadelo justamente quando os pais estavam aproveitando o tempinho que tinham antes de dormirem.

Não era todo dia que podiam se entregar um ao outro como gostariam, então, para Jimin, aqueles momentos eram sagrados, como ele mesmo dizia.

Taehyung se deixou ser guiado até o banheiro enquanto ainda ria da pressa de seu amor. Porém, estava tão ansioso quanto ele para terminarem o que haviam começado. Foi obrigado a dormir com a lembrança dos gemidos manhosos de Jimin em seu ouvido enquanto simulava estocadas por cima da roupa dele no sofá da sala, com aquele corpo delicioso de quatro para si.

Não poderia perder a oportunidade.

[...]

— Não acredito que não acharemos nada de novo! — Jimin resmungou frustrado, revirando pela milésima vez as gavetas daquele supermercado que estavam.

Não havia nada nem no depósito e eles já estavam bem longe de casa.

Certamente teriam que acampar naquele dia, pois era inviável retornar de noite.

— Eu achei ursinho! — em toda a sua inocência, Minwoo mostrou o brinquedinho que havia encontrado para o pai, mostrando que não estariam voltando para casa de mãos vazias. Mas não era isso que Jimin estava se referindo, precisavam de comida!

— Eu sei, meu amor.. mas não tem comida! — suspirou, acariciando o cabelinho de seu filhote.

Minwoo havia crescido tanto! Estava um rapazinho de quase três anos.

— Ah! — murchou, fazendo um biquinho adorável que derreteu Jimin em um instante. — Tudo bem, papai, Woo come pouquinho e aí sobra! — ele achou uma solução, abraçando a perna do ômega com carinho, como se sua sugestão pudesse acabar com todos os problemas deles.

— Nós vamos achar, filhote, não vai ser preciso! — Taehyung disse, esperançoso, juntando-se a sua família e abraçando-os como podia.

Como que queria que fosse assim tão simples.

Eles haviam começado uma pequena horta no quintal da casa que estavam morando, com alguns poucos alimentos, mas que ainda assim não supria a demanda deles.

Precisavam de mais.

— Mesmo, paizinho? — levantou seus olhos brilhantes, acreditando no alfa.

— Sim, minha vida! — prometeu apenas para ver aquele sorriso lindo que cresceu no rosto da criança.

Minwoo estava cada dia mais parecido com Jimin. Tinha o sorriso dele, o nariz dele, os olhos dele... era quase uma cópia do ômega.

— Vamos antes que anoiteça...pode ter mais algum supermercado ou loja no caminho. — Jimin comentou e os outros dois assentiram, preparando-se para sair.

Mas foi só fazer menção de se moverem que o mundo deles caiu por completo ao serem cercados por um grupo de sobreviventes que apontavam armas enormes em suas direções. Imediatamente, Taehyung e Jimin colocaram Minwoo entre eles, protegendo-o de quem quer que sejam aquelas pessoas, e ergueram as mãos, mostrando que não estavam armados.

Não queriam dar motivos para levarem um tiro sem a chance de se defenderem.

Pela marca, eles sentiam o coração pulsando na velocidade da luz um do outro, desesperados por estarem encurralados naquela situação.

— Tirem todas as armas que tiverem com vocês! — um alfa desconhecido ordenou e, prontamente, eles se desarmaram sobre o olhar do grupo, chutando tudo que tinham na direção deles. Minwoo choramingava abraçado a perna de Jimin, com os olhinhos fechados em desespero.

— O que vocês querem? — Jimin questionou, preocupado com a situação de seu filhote. Estava louco para pegá-lo no colo e embalá-lo em seus braços, queria protegê-lo, tirá-lo daquela situação.

— A mochila! — pediram, apontando para as mochilas que o casal carregava.

— Minhas coisinhas! — Woo chorou retirando sua mini mochilinha para entregar também, tremendo que brigassem com seus pais se não o fizesse.

— A sua não, filhote! — uma ômega avisou, notando o estado que a criança estava. O tom dela era muito mais amistoso do que o alfa que estava no comando, não era tão intimidante como o dele.

— N-Não? Ufa! — Minwoo abraçou sua mochilinha como se sua vida dependesse disso. Não tinha nada de muito valioso ali dentro, apenas alguns brinquedos que, para ele, significava o mundo.

— O que querem? — Taehyung repetiu a fala de seu amor, apreensivo. Sem nem perceber, ele e Jimin haviam dado as mãos, mesmo de costas um para o outro, prendendo Minwoo entre eles.

— Eles não têm nada! — a mesma ômega comentou em um tom quase piedoso. — Estavam procurando comida, não estavam? Estão com fome?

— O que vocês querem? — Jimin repetiu, sem entender o que eles queriam com aquelas perguntas.

— Abaixem já essas armas, vocês estão assustando eles! — a mulher ordenou e o ambiente se tornou menos opressor quando nenhuma mira estava direcionada para o peito deles. Jimin e Taehyung até puderam respirar melhor. — Me perdoem pela forma como os abordamos, nunca sabemos como as pessoas podem reagir à presenças estranhas, então... é melhor nos previnir. — enquanto falava, ela foi se aproximando de Jimin com um sorriso gentil no rosto.

— Quem são vocês? — Jimin questionou, olhando-a com uma grande interrogação na cabeça.

— Somos a comunidade Terra das Flores! — ela apontou orgulhosamente para sua blusa com aquelas exatas palavras escritas, assim como de todos os outros presentes. Mesmo assim, isso não explicava nada, quem eram eles? Nem Taehyung nem Jimin conheciam aquele nome. — Basicamente somos uma comunidade grande e autossuficiente. Estamos tentando reconstruir o mundo que tínhamos antes de toda essa loucura e aceitamos novos membros.

— Não queremos um grupo, obrigado. — Jimin negou,com a lembrança vívida de como um grupo poderia ser traiçoeiro quando queriam. Taehyung compartilhava do mesmo pensamento, então, apenas assentiu.

— Eu não diria isso depois de ver a nossa estrutura! Vá, nos dê uma chance! Se não quiserem, traremos vocês de volta e podem viver nessa vidinha de procurar migalhas enquanto lutam contra os sem-cérebros. — deu de ombros, usando da indiferença para tentar convencê-los. Mas era difícil para o casal acreditar que possa existir alguma forma de viver em grupo que seja vantajosa nesse mundo.

A grande vantagem é que não precisariam se desdobrar por um pouco de comida... assim esperavam.

— Não iremos arriscar! — Jimin foi irredutível, porque não estava mesmo com vontade de cometer os mesmo erros do passado.

— Mesmo? Temos uma escola para o seu filhote ou creche, se preferir... vocês não terão que se preocupar em lidar com os sem-cérebros, a menos que escolham algum trabalho que os envolva diretamente. A única coisa que pedimos é que ofereçam sua força de trabalho em qualquer coisa que estejam dispostos e terão uma casa, comida, luz e tudo que precisarem. Ah, e terão os treinos diários para caso haja alguma grande invasão... não podemos assegurar que, caso isso aconteça, o que acho difícil, todos consigam se defender, então, é a melhor forma de preparar o povo.

— Obrigado pela oferta, mas não! — Não importava o que dissessem e quão linda aquela descrição parecesse, Jimin não queria saber.

— Tudo bem.. Não podemos obrigá-los. — a ômega suspirou. — Vamos, pessoal.

— Tome, para o filhote! — o alfa que os abordou inicialmente colocou alguns pacotes de biscoitos fresquinhos dentro da mochila do casal e jogou na direção deles, devolvendo-os.

— As armas estarão na entrada.. Para que não atirem em nós pelas costas. — a ômega explicou, guiando o grupo para longe.

Jimin agarrou as mochilas, olhando-os desconfiado e vasculhando se não colocaram mais nada ali dentro.

— Esperem! — Taehyung os chamou, fazendo-os parar no meio do caminho para olhá-lo. — Como podemos ter certeza de que estão falando a verdade?

— Amor? — Jimin puxou a manga da blusa dele, sem entender aquela mudança de pensamento. Não estavam em sintonia sobre não aceitar um grupo?

— Não podem! — a ômega riu e deu de ombros. — Precisam confiar em nós.

— Nos dê alguma certeza, apenas uma! — insistiu, esperançoso com a proposta que haviam feito.

Um mundo onde possa viver em paz com seu ômega e seu filhote era tudo que Taehyung mais desejava. Também queria aumentar a família junto de Jimin, mas isso só seria possível em uma realidade em que não seja perigoso engravidar.

Aquele seria o cenário ideal. Minwoo poderia estudar e conhecer outras crianças, teria seu lindo garotinho crescendo em um ambiente confortável e menos perigoso. Seu ômega não mais precisaria se preocupar em matar zumbis, uma coisa que descobriu com a marca que ele odeia, embora nunca tenha deixado explícito já que era muito habilidoso nisso.

Queria que sua família tivesse a oportunidade de ser feliz longe da monstruosidade que o mundo havia se tornado.

Talvez aquela fosse a chance perfeita.

— Não somos pessoas ruins, mas como posso garantir isso a você? Sei que os assustamos, mas era preciso. Não queremos nada de vocês, isso já não é prova o suficiente? Não estamos aqui para roubá-los ou machucá-los, se não, já teríamos feito isso.

— Vocês podem nos dar um minuto? — Taehyung pediu, notando como estavam sendo verdadeiros em suas palavras.

Poderiam muito bem tê-los machucado ou os matado por não terem nada de valor com eles. Mas não fizeram menção alguma de nada disso se não para intimidá-los por um breve momento.

— Tudo bem. Estaremos lá fora esperando uma resposta. — gentilmente, continuou guiando o grupo para fora, dando privacidade para o casal decidir o que iriam querer para o futuro deles.

Sabiam que não era uma decisão fácil. Como iriam acreditar em desconhecidos? Poderiam facilmente estarem mentindo, mas não era o caso.

Assim que saíram de vista, Jimin pegou Minwoo no colo e aconchegou-o para que seu coraçãozinho se acalmasse.

— Amor... — Taehyung o envolveu por trás e o cheirou na marca, tentando amansá-lo para que pudessem ter essa conversa. Mas, por incrível que pareça, Jimin já estava mais manso.

— Você acha mesmo que podem estar sendo verdadeiros? — questionou ao alfa, querendo acreditar tanto quanto ele que a possibilidade de uma vida mais calma pudesse ser concretizada.

— Não sei... acho que sim.

— Acha que vale o risco?

— Quero muito acreditar que sim.. Mas só saberemos se tentarmos.

— Então correremos o risco, alfa?

— Só se você estiver disposto.. não irei te forçar se não quiser.

— E se formos enganados? — virou-se nos braços de Taehyung, buscando os olhos dele.

— Então daremos um jeito de nos salvar e nunca mais acreditaremos em grupo algum. — ajeitou a franja dele com carinho e roubou um breve selar. — Pode ser? Aceita correr o risco comigo?

— Aceito, querido. Pela nossa família!

— Pela nossa família! — Taehyung assentiu, sorrindo curto.

[💥]

O que acharam?

Deixei o final aberto e queria saber de vocês o que imaginam que vai acontecer nessa nova comunidade? É cilada? Estão falando a verdade? Finalmente nosso casal terá paz? Quero ouvir as teorias de vocês.

Espero mesmo que tenham gostado, porque eu amei escrever essa oneshot.

Até uma próxima vez!

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