Cheryl não conseguia mais suportar. Dias de distância, mensagens ignoradas, e uma saudade que queimava dentro dela como uma chama incontrolável. Toni estava fora de alcance fisicamente, mas dentro de Cheryl, ela nunca esteve tão presente. Sua mente ecoava cada toque que não aconteceu, cada palavra não dita. O que antes era raiva, agora se tornava desejo, um desejo que a ruiva não podia mais ignorar.
Era noite quando Cheryl decidiu que já tinha esperado demais. Pegou o carro e dirigiu sem pensar duas vezes, seus pensamentos fixos em Toni, nas palavras que precisavam ser ditas e nas emoções que não podiam mais ser contidas. Ela sabia onde Toni morava, e naquela noite, não hesitaria em fazer o que fosse necessário para tê-la de volta.
Quando chegou em frente ao prédio, o coração de Cheryl batia com uma força descomunal. Subiu os degraus rapidamente e, ao alcançar a porta de Toni, hesitou por um segundo, os pensamentos confusos. Mas logo tocou a campainha, sua determinação vencendo a ansiedade.
A porta se abriu e lá estava ela: Toni, com uma expressão surpresa e um misto de preocupação e desejo nos olhos. A tensão entre as duas era palpável. Por um momento, nenhum som foi proferido.
— O que você está fazendo aqui, Cheryl? — Toni perguntou, sua voz baixa, cheia de um conflito interno. Ela sabia que deixar Cheryl entrar seria perigoso, mas não conseguia afastá-la.
— Eu não consigo mais... — sua voz rouca. Cheryl murmurou.— Eu não consigo ficar longe de você, Toni.
Toni respirou fundo, lutando para manter o controle. —Cheryl, não podemos... Você sabe o quanto isso complica tudo.
Cheryl, porém, não estava interessada em desculpas. Avançou um passo, encurtando a distância entre elas.—Complica?— Sua voz era um sussurro agora. — Nada disso me importa. Eu preciso de você, Toni. E você sabe que também me quer.
Toni sentiu o impacto dessas palavras como um golpe certeiro. Cada parte dela gritava para manter distância, mas sua própria vontade estava desmoronando diante da intensidade de Cheryl. Havia algo nas palavras, no olhar, que a deixava vulnerável. Ela se aproximou lentamente, sem forças para resistir.
— Isso não vai acabar bem, Cheryl...— Toni murmurou, mas ao mesmo tempo seus dedos já percorriam a linha do rosto de Cheryl, como se fossem atraídos pela intensidade entre as duas.
Cheryl se aproximou ainda mais, os olhos fixos nos de Toni.— Não importa.— E antes que Toni pudesse responder, Cheryl o fez com um beijo, carregado de todos os sentimentos reprimidos, todas as palavras não ditas.
O beijo começou suave, mas logo se tornou mais intenso, urgente. Toni a puxou para mais perto, o corpo de Cheryl pressionado contra o dela. Cada toque parecia incendiar a pele de ambas, como se o desejo acumulado finalmente explodisse. Toni, que lutava para manter o controle, sentiu suas barreiras ruírem diante da intensidade com que Cheryl a envolvia.
As mãos de Cheryl subiram pelo corpo de Toni, suas bocas se movendo com uma fome que nenhum dos dois podia controlar. O mundo parecia desaparecer ao redor, e naquele momento, nada mais importava além delas duas.
Toni interrompeu o beijo por um momento, o olhar cheio de desejo e conflito. — Cheryl, precisamos... precisamos parar. — Mas mesmo enquanto dizia isso, suas mãos seguravam a cintura de Cheryl com força, incapaz de soltá-la.
Cheryl sorriu, triunfante, sabendo que já havia quebrado a resistência de Toni. — Você não quer parar. E eu também não.
Toni suspirou, sabendo que Cheryl estava certa.— Isso vai mudar tudo...
—Eu sei.— Cheryl o interrompeu antes de puxá-la novamente para um beijo ainda mais intenso, como se o mundo ao redor não importasse. E naquele momento, para ambas, realmente não importava.