Belo Desastre | miotela

By myamiotela

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Ana Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está... More

Cast & Warnings
Sinal de alerta.
Persistência.
Apartamento.
Jantar.
Tutor.
Caldeiras.
Canalha.
Cama.
Brincadeira.
Dança.
Golpe baixo.
Alarme.
Clima.
Aposta.
Mudança.
Conversa.
Malas.
Carona.
Encontro.
Ciúmes.
Lugar.
Pegação.
Virgem.
Pulseira.
Surpresa.
Dezenove.
Feliz aniversário.
Briga.
Volante.
Presente.
Boato.
Desculpa.
Segredo.
Atenção.
Última noite.
Ligação.
Ridícula.
Impaciente.
Volta.
Cartas na mesa.
Lar.
Namorada.
Refeitório.
Ciúmes
Briga.
Desculpa.
Pergunta.
Noite do pôquer.
Descoberta.
Tapa.
Surpresa.
Full House.
Devagar.
Ajuda.
Las Vegas.
Ex.
Benny.
Desagradável.
Cidade do Pecado.
Desabou.
Acabou.
Favor.
Fingir.

Luan Pereira.

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By myamiotela

— Pode entrar — falei, ao ouvir alguém batendo à porta.

Gustavo ficou paralisado na entrada.

— Uau!

Sorri e olhei para o meu vestido, um tomara que caia curtinho que, admito, era a roupa mais ousada que eu já tinha usado.

O tecido do vestido era fino, preto e transparente, com um forro cor da pele.

Luan Pereira estaria na festa, e eu queria chamar atenção.

— Você está incrível — disse ele, quando coloquei os sapatos de salto alto.

Fiz um aceno com a cabeça, aprovando o visual dele também, camisa social branca e calça jeans.

— Você também está legal.

As mangas da camisa dele estavam dobradas até os cotovelos, deixando à mostra as tatuagens intricadas dos antebraços.

Quando ele colocou as mãos nos bolsos, notei que usava seu bracelete de couro preto predileto.

Eduarda e Vetuche esperavam por nós na sala de estar.

— O Luan vai ter um treco quando vir você — disse Eduarda, dando risadinhas enquanto Vetuche seguia na frente até o carro.

Gustavo abriu a porta e entrei no banco detrás do Charger do Vetuche.

Embora já tivéssemos nos sentado lá inúmeras vezes antes, de repente pareceu esquisito ficar ao lado dele.

Havia várias filas de carros na rua, alguns estavam estacionados até no gramado da frente.

A Casa estava a ponto de explodir com tantas pessoas, e ainda havia mais gente descendo a rua, vindo dos dormitórios.

Vetuche estacionou nos fundos da Casa, e Eduarda e eu seguimos os meninos.

Gustavo me trouxe um copo de plástico vermelho cheio de cerveja, e então se inclinou para sussurrar algo ao meu ouvido.

— Não aceite cerveja de ninguém além de mim e do Tuche. Não quero que ninguém coloque nada na sua bebida.

Revirei os olhos.

— Ninguém vai colocar nada na minha bebida, Gustavo.

— Só não beba nada que não venha de mim, tá? Você não está mais no Kansas, Flor.

— Já ouvi essa antes — falei em tom de sarcasmo, bebendo um gole da cerveja.

Uma hora havia se passado e nada de o Luan aparecer.

Eduarda e Vetuche dançavam ao som de uma música lenta na sala de estar quando Gustavo me cutucou a mão.

— Quer dançar?

— Não, obrigada — respondi.

Ele fez cara de decepção.

Pus a mão no ombro dele e disse:

— Só estou cansada, Gu.

Ele colocou sua mão na minha e começou a falar, mas, quando olhei para frente, vi o Luan.

Gustavo notou a mudança na minha expressão e se virou.

— Oi, Ana Flávia! Você veio! — Luan abriu um sorriso.

— É, já estamos aqui faz mais ou menos uma hora — falei, puxando a mão que estava debaixo da do Gustavo.

— Você está incrível! — ele gritou, mais alto que a música.

— Obrigada!

Abri um largo sorriso, olhando de relance para Gustavo, que estava com os lábios tensos.

Uma linha tinha se formado entre as sobrancelhas.

Luan fez um aceno com a cabeça, indicando a sala de estar, e sorriu:

— Quer dançar?

Torci o nariz e balancei a cabeça.

— Não, estou meio cansada.

Então ele olhou para Gustavo.

— Achei que você não viria.

— Mudei de ideia — disse Gustavo, irritado por ter que se explicar.

— Estou vendo — disse Luan, olhando para mim. — Quer tomar um pouco de ar?

Fiz que sim com a cabeça e subi as escadas atrás dele, que fez uma pausa nos degraus, esticando a mão para pegar a minha enquanto subíamos até o segundo andar.

Quando chegamos ao topo da escada, abrimos a porta dupla que dava para a varanda.

— Está com frio? — ele me perguntou.

— Um pouquinho — falei, sorrindo quando ele tirou a jaqueta para cobrir meus ombros. — Obrigada.

— Você veio com o Gustavo?

— Viemos no mesmo carro.

Luan abriu um largo sorriso e olhou para o gramado.

Um grupo de garotas se aninhava, de braços dados para se proteger do frio.

A grama estava cheia de papel crepom e latas de cerveja, além de garrafas vazias de bebidas destiladas.

Em meio àquela bagunça, os integrantes da Sig Tau rodeavam sua obra-prima: uma pirâmide de barris de cerveja decorada com luzinhas brancas.

Luan balançou a cabeça.

— Esse lugar vai estar detonado de manhã. A equipe de limpeza vai ter muito que fazer.

— Vocês têm uma equipe de limpeza?

— É — ele sorriu —, que chamamos de calouros.

— Coitado do Tuche.

— Ele não faz parte da equipe. Ele tem passe livre por ser primo do Gustavo, além de não morar na Casa.

— Você mora na Casa?

Ele assentiu.

— Faz dois anos. Mas preciso arranjar um apartamento. Preciso de um lugar mais calmo para estudar.

— Deixe-me ver se adivinho... administração?

— Biologia, com especialização em anatomia. Tenho mais um ano pela frente, depois vou fazer a prova de admissão para medicina e, assim espero, entrar em Harvard.

— Você já sabe se entrou?

— Meu pai estudou em Harvard. Não tenho certeza, mas ele é um ex-aluno generoso, se é que você me entende. E minhas notas são legais, então tenho boas chances de conseguir uma vaga.

— Seu pai é médico?

Luan confirmou com um sorriso simpático.

— Cirurgião ortopédico.

— Impressionante.

— E você? — ele me perguntou.

— Não decidi ainda.

— Típica resposta de calouros.

Suspirei de um jeito dramático.

— Acho que acabei de destruir minhas chances de ser brilhante.

— Ah, você com certeza não tem que se preocupar com isso. Prestei atenção em você desde o primeiro dia de aula. O que uma caloura está fazendo em cálculo três?

Sorri e torci o cabelo em volta do dedo.

— Matemática é meio que fácil pra mim. Fui tão bem no ensino médio que fiz dois cursos de verão na Faculdade Estadual de Wichita.

— Uau, isso sim é impressionante — disse ele.

Ficamos na varanda durante mais de uma hora, conversando sobre tudo, desde os restaurantes locais até como me tomei tão amiga do Gustavo.

—Eu não ia falar nada, mas vocês dois parecem ser o assunto do momento.

—Que ótimo. — murmurei.

— É que é algo fora do comum para o Gustavo. Ele não faz amizade com mulheres. Ao contrário, tende a transformá-las em inimigas.

— Ah, não sei não. Já vi várias sofrerem de perda de memória ou serem tolerantes demais em se tratando dele.

Luan riu.

Os dentes brancos brilhavam em contraste com a pele bronzeada.

— As pessoas só não entendem o relacionamento de vocês. Você tem que admitir que a coisa é um pouco ambígua.

— Você está me perguntando se transo com ele?

Ele sorriu.

— Se transasse você não estaria aqui com ele. Conheço o Gustavo desde os catorze anos e sei muito bem como é que ele funciona, curioso em relação à amizade de vocês.

— Ela é o que é — dei de ombros. — Saímos juntos, comemos, vemostelevisão, estudamos e discutimos. É basicamente isso.

Luan riu alto, balançando a cabeça com a minha honestidade sobre o assunto.

— Ouvi dizer que você é a única pessoa que tem permissão de pôr o Gustavo no lugar dele. É um título honrável.

— Seja lá o que isso signifique, ele não é tão mau quanto todo mundo pensa.

O céu ficou púrpura e então cor-de-rosa quando o sol irrompeu no horizonte.

Luan olhou para o relógio e depois de relance por cima do parapeito da varanda, para a multidão que se dispersava no gramado.

— Parece que a festa acabou.

— É melhor eu ir ver onde estão o Tuche e a Duda.

— Algum problema se eu levar você até em casa? — ele me perguntou.

Tentei controlar a animação.

— Problema nenhum. Vou avisar a Eduarda.

Cruzei a porta e depois me encolhi, receosa, antes de me virar.

— Você sabe onde o Gustavo mora?

Luan juntou as espessas e castanhas sobrancelhas.

— Sei sim, por quê?

— Porque estou ficando lá por um tempo — falei, esperando para ver qual seria a reação dele.

— Você está ficando no apartamento do Gustavo?

— Eu meio que perdi uma aposta, então vou passar um mês lá.

— Um mês?

— É uma longa história — dei de ombros, envergonhada.

— Mas vocês são só amigos?

— Sim.

— Então eu levo você até o apartamento do Gustavo — ele disse e sorriu.

Desci as escadas rapidinho para encontrar Eduarda e passei por Gustavo, que estava mal-humorado, aparentemente irritado com a garota bêbada que conversava com ele.

Gustavo me seguiu até o corredor quando dei um puxão no vestido de Eduarda.

— Vocês podem ir na frente. O Luan me ofereceu carona até em casa.

— O quê? — Eduarda disse com o olhar animado.

— O quê? — Gustavo bufou.

— Algum problema? — Eduarda perguntou para ele.

Ele olhou furioso para ela e depois me puxou para o canto, sem parar de mexer o maxilar.

— Você nem conhece o cara.

Soltei o braço da pegada dele.

— Isso não é da sua conta, Gustavo.

— É lógico que é! Não vou deixar você pegar carona com um completo estranho. E se ele tentar fazer alguma coisa com você?

— Vai ser ótimo! Ele é uma graça.

A expressão contorcida no rosto de Gustavo passou de surpresa para raiva, e me preparei para o que ele poderia dizer em seguida.

— Luan Pereira, Flor? Mesmo? Luan Pereira — ele repetiu com desdém.

— Que nome é esse?

Cruzei os braços.

— Para com isso, Gu. Você está sendo um imbecil.

Ele se inclinou na minha direção, parecendo perturbado.

— Mato o cara se ele encostar um dedo em você.

— Eu gosto dele — falei, enfatizando cada palavra.

Gustavo parecia perplexo com a minha confissão, e então suas feições ganharam um ar sério.

— Tudo bem. Se ele acabar agarrando você no banco traseiro do carro e te forçar a fazer alguma coisa, não venha chorar para mim depois.

Fiquei boquiaberta, ofendida e furiosa.

— Não se preocupe, não farei isso — falei, empurrando-o com o ombro.

Gustavo agarrou meu braço e suspirou, olhando para mim por cima do ombro.

— Eu não quis dizer isso, Flor. Se ele te machucar, se ele fizer com que você se sinta só um pouquinho constrangida, você me fala.

Minha raiva diminuiu, e meus ombros ficaram mais relaxados.

— Eu sei que você não quis dizer nada disso, mas você precisa dar um tempo nesse lance super-protetor e parar de bancar meu irmão mais velho.

Gustavo deu risada.

— Não estou bancando o irmão mais velho, Flor. Nem de longe.

Luan apareceu e colocou as mãos nos bolsos, oferecendo-me o braço.

— Pronta?

Gustavo cerrou o maxilar, e fui ficar do outro lado de Luan para distraí-lo da expressão no rosto de Gustavo.

— Sim, vamos.

Entrelacei meu braço no dele e caminhei um pouco a seu lado antes de me virar para me despedir de Gustavo, que olhava com raiva para a nuca de Luan.

Ele voltou rapidamente o olhar para mim e então ficou com uma expressão mais suave.

— Para com isso — falei entre dentes, seguindo Luan até o carro dele, em meio ao que restava dos convidados na festa.


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Continua....☆

I. Espero que estejam gostando, não se esqueçam de votar e comentar muito.

II. Capítulo revisado, porém pode conter alguns erros.

--Beijos, 🦋

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