"Eu sei que vc me ama"

By Fernandafls12

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Ricardo sempre provocava Sandro, ciente de que o paulista não apreciava suas brincadeiras. No entanto, com o... More

"Admite logo que vc gostou de ontem"
Um café... ou dois?
"Te busco as 18:20, blz?"
A Festa de Henrique: onde os segredos se revelam
Provoquei, te beijei, Te Quis
Um dia após a noite inesquecível
"São paulo no susto"
Na brisa da provocação
Ciúmes e elogios inesperados
Uma chance de verdade
"Até logo, paulista"
De volta em são paulo
Saudades e provocações
"Eu só queria ouvir a sua voz, carioca"

"Amor por que vc é tão na sua?"

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By Fernandafls12


Sandro estava, como sempre, em seu escritório, mergulhado no trabalho. Sua rotina era sempre a mesma: trabalhar, tomar café, trabalhar, fumar, trabalhar... Todos os dias repetiam-se como um ciclo interminável.

Ricardo, apareceu de surpresa. Sempre cheio de energia, ele adorando provocar o paulista. Ao chegar no escritório de Sandro, tentou puxar assunto:

— Salve, Sandrin! — disse Ricardo, com o sotaque arrastado. — Tava pensando da gente dar um rolê, só nóis dois. Que tal? — Ele sorria, tentando convencer o amigo a largar o computador por algumas horas.

Sandro nem tirou os olhos da tela.

— Não, valeu, Ricardo. Não tô muito na pegada, não. — respondeu o paulista, desinteressado.

Ricardo, insistente como sempre, cruzou os braços e continuou:

— Pô, qual é, mano? Tu fica o dia inteiro aí, cara! Só trabalho, trabalho e mais trabalho. Cê precisa dar uma descansada, véi. Só pensa em trabalhar, pô!

— Eu não tenho tempo pra isso, beleza? — disse Sandro, a paciência começando a se esgotar. Seu tom já estava ficando mais ríspido.

Mas o carioca não desistia fácil. Ele se aproximou mais, inclinando-se um pouco para frente, com aquele sorriso despreocupado no rosto.

— Ih, qual foi, mano? Vamo dar uma caminhada, pô. Só um rolezinho pra trocar uma ideia. — insistiu Ricardo, com o tom mais leve. — Olha só, prometo que tu não vai se arrepender. A gente pode dar um pulo na feirinha, comprar um pastel... Que tal? Topa, pô?!

Sandro ficou em silêncio por um momento, ainda encarando a tela do computador. Mas então, a voz de Miguel que uma vez ele tinha falado, ecoou em sua mente:

“Ô paulista, dá uma chance pra ele, sô. Num vai matá cê, não.”

Sandro suspirou. Ele sabia que Miguel tinha razão. Talvez um pequeno intervalo fosse uma boa ideia. Olhou de relance para Ricardo, que aguardava ansioso por uma resposta.

— Tá bom, Ricardo. — disse Sandro, meio contrariado, mas cedendo. — Eu vou nessa caminhada com você, mas ó... é só uma horinha, fechou?

Ricardo abriu um sorriso largo, com o típico entusiasmo carioca.

— Aê, moleque! Sabia que ia conseguir te tirar daí. Relaxa, mano, tu vai curtir! — disse ele, batendo de leve nas costas do paulista.

Sandro levantou-se devagar, ainda se acostumando à ideia de sair. Ele sabia que precisava, mas sempre resistia em deixar o trabalho de lado.

— Só não vem me enrolar, hein? Uma hora e nada mais. — avisou, já pegando a carteira e as chaves.

Ricardo, sem se conter, soltou uma risada.

— Relaxa, parceiro, a gente vai aproveitar direitinho!

Os dois saíram do escritório e, assim que Sandro colocou os pés na rua, o ar fresco da cidade o fez sentir uma leve mudança. Talvez Miguel estivesse certo. Uma pausa realmente poderia ajudar a clarear a mente.

— Então, pra onde cê vai me levar, Ricardo? — perguntou Sandro, tentando manter o tom casual, ainda meio desconfiado da ideia.

— Pô, pensei da gente dar uma volta na feirinha que tem ali perto, mano. Pastelzinho, caldo de cana... Vai cair bem. — Ricardo respondeu, animado, enquanto andava ao lado do amigo. — Aí a gente troca uma ideia, fala de qualquer coisa que não seja trampo, beleza?

Sandro sorriu de canto. Apesar da resistência inicial, ele sabia que era impossível não se deixar levar pelo bom humor do carioca.

— Beleza. Mas ó, nem pensa em me fazer rodar a cidade inteira, hein. Uma horinha só, já falei. — lembrou, com aquele sotaque paulistano carregado.

Ricardo soltou uma risada.

— Tu parece até o Miguel falando, cara. Relaxa, é só uma feirinha, juro que não te levo pra maratona, não.

Enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas de São Paulo, Sandro começou a relaxar um pouco. Não demorou muito para que os dois chegassem à feirinha, e o cheiro de pastel frito logo invadiu o ar, trazendo uma sensação familiar e aconchegante.

— Vamo começar pelo pastel, né? — disse Ricardo, esfregando as mãos com entusiasmo. — Eu vou de carne, e tu?

Sandro olhou para o amigo e, pela primeira vez naquele dia, deu um sorriso mais aberto.

— Frango com catupiry, sempre. — respondeu, já se sentindo mais à vontade.

Enquanto aguardavam os pastéis, Ricardo aproveitou a oportunidade para puxar conversa.

— Então, Sandrin... Por que cê fica tão na sua, mano? Cê trabalha muito, parece que nunca relaxa. — perguntou, com um tom mais sério, embora ainda amigável.

Sandro deu de ombros, pensativo.

— Ah, sei lá. Acho que é o jeito, né? Acostumei com a correria, com as responsabilidades. Ficar parado me dá agonia. — respondeu, sincero, mas ainda mantendo uma certa distância no assunto.

Ricardo assentiu, entendendo o ponto do amigo, mas sem desistir de tentar quebrar aquela barreira.

— Tá certo, mas de vez em quando é bom dar uma respirada. Senão tu vai acabar pirando, cara.

Sandro suspirou, pegando o pastel que acabara de chegar.

— Talvez você tenha razão. — admitiu, dando uma mordida no pastel quente.

Enquanto saboreavam a comida e conversavam sobre amenidades, Sandro percebeu que talvez essa pequena pausa na rotina fosse exatamente o que ele precisava. E, pela primeira vez em muito tempo, ele estava disposto a admitir que nem tudo precisava ser tão sério assim.

Os dois continuaram comendo e conversando, enquanto o movimento da feirinha seguia ao redor. Ricardo, sempre descontraído, olhou para Sandro e resolveu começar com suas provocações, como de costume.

— Ó, Sandrin... Tá gostando, né? Sabia que ia curtir essa escapada. Agora, se tu quiser me agradecer depois, tamo aí. — Ricardo disse com aquele sorriso malandro no rosto.

Sandro revirou os olhos, mas deu um meio sorriso.

— Agradecer pelo quê, mané? Tu só me tirou do trabalho, nada demais.

Ricardo não perdeu a chance e se aproximou um pouco mais, com aquele jeito típico do carioca.

— Pô, fala sério, paulista... Eu que tô sempre aí pra te tirar dessa vida chata de trabalho, te levar pra curtir um pouquinho. Daqui a pouco tu vai tá me pedindo em casamento, de tanto que me ama. — Ricardo disse, piscando de brincadeira.

Sandro parou de mastigar o pastel e olhou de lado, já sentindo o incômodo subir.

— Para de palhaçada, Ricardo. — respondeu, tentando manter a compostura, mas a irritação começava a aparecer.

— Ó, que isso, mano? — Ricardo provocou ainda mais, dando um leve tapinha nas costas de Sandro. — Tu não sabe brincar, não? Cê fica todo na defensiva, parece até que tá apaixonado por mim. Fala sério, Sandrin... É isso? Cê tá caidinho pelo carioca aqui?

Sandro franziu a testa, sentindo o sangue esquentar. Ele conhecia Ricardo o suficiente para saber que aquilo era só brincadeira, mas sua paciência estava no limite. O paulista largou o pastel, encarando o amigo com uma expressão séria.

— Vai parar com isso ou vou ter que te fazer calar a boca? — avisou, mas Ricardo, vendo a chance de provocar mais um pouco, não parou.

— Ah, qual foi, mano? Tá bravinho agora? Quer me bater porque eu descobri o teu segredo? — disse Ricardo, rindo alto.

Foi a gota d'água para Sandro. Sem pensar duas vezes, ele deu um empurrão no ombro de Ricardo, que tropeçou pra trás, quase derrubando o caldo de cana.

— Cala a boca, porra! — Sandro gritou, visivelmente irritado.

Ricardo, mesmo quase caindo, começou a rir ainda mais alto, divertido com a situação.

— Ih, caraca! O Sandrão tá pistola! — disse Ricardo, se ajeitando. — Bate mais forte que eu sei que tu consegue!

Sandro, ainda irritado, deu mais um empurrão, dessa vez mais de leve, mas a expressão no rosto de Ricardo não ajudava em nada.

— Tu não cansa de ser chato, não? — reclamou Sandro, cruzando os braços.

Ricardo, percebendo que tinha conseguido irritar o amigo, levantou as mãos em sinal de paz.

— Tá bom, tá bom... Eu paro, pô. Mas que tu me ama, ama, hein! — completou, rindo.

Sandro soltou um suspiro pesado, mas, no fundo, ele sabia que não conseguiria ficar bravo por muito tempo. Ricardo sempre o tirava do sério, mas de um jeito que, no final, fazia parte da amizade dos dois.

Sandro ouviu o som do despertador em seu bolso, o que o fez olhar imediatamente para o celular. Ele suspirou e, sem hesitar, guardou o aparelho, levantando-se.

— Tenho que ir. — disse ele, com um tom direto, enquanto guardava as chaves e ajeitava a jaqueta.

Ricardo, que estava mais relaxado e ainda saboreando o resto de seu pastel, fez uma cara de frustração.

— Já? Pô, mano, tava tão bom... Tu não pode ficar mais um pouquinho, não? — perguntou o carioca, claramente querendo prolongar o momento.

Sandro olhou para ele com a sobrancelha arqueada e um sorriso meio de canto.

— Cê não ouviu o despertador, não? Eu falei que era só uma hora, e acabou de dar uma hora certinha. — respondeu o paulista, sempre fiel às suas palavras e ao cronômetro.

Ricardo fez um gesto dramático, jogando a cabeça para trás.

— Ah, qual é, Sandrin! Uma horinha a mais não vai matar, vai? — insistiu ele, agora quase se jogando na cadeira, como se não acreditasse que o amigo realmente ia embora tão cedo.

Sandro apenas balançou a cabeça, já acostumado com a insistência do amigo.

— Ricardão, já falei. Uma hora foi o combinado. Eu tenho que voltar pro trabalho. — respondeu, tentando não se deixar abalar pela frustração do carioca.

Ricardo se levantou, ainda tentando convencê-lo, mas sem deixar de brincar.

— Pô, paulista... Tu é muito na linha, mano. Às vezes, cê podia soltar um pouco mais, né? Vai ver que curte. — provocou ele, com aquele sorriso de sempre.

Sandro deu um leve soco no braço de Ricardo, mais numa brincadeira do que numa agressão.

— Eu soltei uma hora do meu dia, cê já tá no lucro, não reclama. — disse ele, antes de começar a caminhar na direção da saída da feirinha.

Ricardo riu e foi atrás dele, ainda tentando esticar a conversa.

— Tá bom, vai... Mas na próxima, tu fica mais! — gritou, divertido, enquanto Sandro se afastava

Sandro olhou para trás, ainda andando, e deu um sorriso discreto.

— Veremos. — respondeu, com o tom fechado de sempre, mas sem esconder completamente que, apesar da resistência, ele tinha se divertido um pouco mais do que esperava.

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Espero que esse capítulo tenha ficado bom, porque eu estava meio sem ideias e, para ser honesta, não gostei muito..

Acho que o título não combinou tanto com o conteúdo do capítulo, então talvez eu mude mais para frente, (eu acho) mas, por enquanto, vou deixar como está.

Gostarô?

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