capítulo seis. ⠀⠀ lírios
❛ damn, what I'd do to have you here
i wish you were here
damn, what I'd do to have you near
i wish you were here. ❜
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⠀⠀⠀⠀⠀ O relógio marcava pouco mais de sete horas da manhã em um sábado. Bradley Bradshaw estava totalmente imerso em um sono profundo, onde tinha Anneliese Graham com ele, rindo, com o vento bagunçando seus cabelos, em um daqueles momentos descontraídos que costumavam compartilhar. Parecia tão real, tão próximo, que Brad quase podia sentir o calor da mão dela entrelaçada à sua.
Mas, na realidade, ele estava sozinho naquele fim de semana. Anneliese precisou viajar para Nova York para prestigiar a mãe, Diana Graham, uma aviadora de renome na Marinha, que seria condecorada com um daqueles títulos grandiosos e exuberantes, fruto de sua habilidade excepcional no comando e de seu trabalho impecável representando o famoso programa Top Gun.
Ao lado dela, com toda certeza estaria Maverick. E, por mais que Anne e o próprio Maverick haviam o convidado para acompanhá-los, Brad não se sentia pronto para enfrentar o passado que Maverick representava. Preferiu, então, o refúgio silencioso de seu dormitório na faculdade, onde poderia estar só e descansar após uma longa e cansativa semana.
Uma brisa suave atravessou o quarto, fazendo as cortinas balançarem e revelando feixes de sol que se espalhavam pelo espaço. Os raios de luz, intensos, refletiram diretamente no rosto de Bradley, forçando-o a despertar. Ele franziu o cenho, um pouco relutante em abrir os olhos. Espreguiçou-se devagar, sentindo o peso da ausência dela. Normalmente, aos sábados, Anneliese já estaria por ali, preparando café ou sorrindo enquanto tentava acordá-lo, sempre de maneira leve e carinhosa. Mas naquele sábado, o silêncio parecia mais alto, quase opressor.
Ele se sentou na beira da cama, passando as mãos pelo rosto, como se assim pudesse afastar a sensação incômoda de vazio. O quarto estava silencioso, os lençóis desarrumados de um lado, um lembrete silencioso de que, desta vez, não haveria ninguém para puxá-los de volta para os braços dela, nem mesmo na lembrança. Bradley levantou-se, caminhando até a janela, e observou o céu ainda limpo e sem nuvens, respirando fundo o ar fresco da manhã. Ele se pegou pensando em como Anneliese adorava aquelas manhãs de outono, com a promessa de um dia calmo e a brisa fria que sempre parecia revigorá-la.
"Mas que merda, Anne..." Brad murmurou, o vazio no peito se intensificando enquanto procurava o telefone na mesinha de cabeceira.
Ao pegar o aparelho, ele rolou pelos contatos até encontrar o nome da namorada salvo como "gasparzinho". Não pôde evitar um sorriso ao ver a foto de Anne, aquele sorriso travesso e os olhos brilhando, do jeito que só ela sabia fazer. Nem deu tempo de ouvir o toque completo; ela atendeu rapidamente.
"Oi, querido. Tá tudo bem?" A voz suave dela carregava um toque de preocupação.
Bradley suspirou, sentindo o peso que o incomodava diminuir só de ouvi-la. "Tá sim, amor. Tudo certo."
Anne soltou uma risada leve, o som familiar e aconchegante. "Você nunca acorda antes das dez, sabe? Fiquei preocupada."
"Eu só… tô com saudade," ele murmurou, sem conseguir esconder o peso na voz. Saber que ela estava longe tornava cada segundo um pouco mais solitário.
"Ah, meu amor…" ela sussurrou, e ele podia imaginar o olhar suave no rosto dela. "Também tô morrendo de saudade. Volto hoje à noite, e amanhã podemos aproveitar o dia inteirinho juntos."
Bradley sorriu, mas logo ficou sério, lembrando-se do motivo especial da viagem de Anne. "Não, Ann’, sério… aproveita esse tempo com seus pais. Eu posso sobreviver um fim de semana sem você."
Ela hesitou, como se ponderasse entre o desejo de voltar e o dever de estar presente para a mãe. "Tem certeza, querido?"
Ele sorriu, tentando passar confiança. "Sim. A gente se vê na segunda."
"Tá bem… Só mais um pouquinho e vou estar de volta," ela suspirou, um pouco relutante. "Preciso ir agora, Brad… Vai começar aqui."
"Claro," ele respondeu, a voz suave. "Até logo então."
Depois que ela desligou, Brad ficou com o telefone na mão, olhando para o quarto vazio ao redor. O silêncio parecia mais pesado agora, a ausência dela quase tangível, lembrando-o de que os próximos momentos seriam apenas dele… mas com ela ocupando cada pensamento.
★★★
Anne respirou fundo, observando sua mãe, Diana, enquanto ambas estavam sentadas na varanda de casa após a cerimônia exuberante da premiação. O sol estava quase se pondo, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, e a brisa suave trazia o cheiro doce das flores do jardim. O ambiente era tranquilo, quase mágico, e Anne sentia que era o momento perfeito para compartilhar sobre Bradley.
Ela hesitou por um instante, as palavras dançando na ponta da língua. Olhando para a mãe, viu o sorriso acolhedor de Diana, que a observava com expectativa, um brilho curioso nos olhos. O que poderia ser mais encorajador do que o olhar caloroso de quem sempre esteve ao seu lado?
Com um leve sorriso se formando em seus lábios, Anne decidiu que já era hora de abrir o jogo. “Então, mãe… eu queria te contar sobre uma pessoa,” começou, tentando soar calma, mas a animação em sua voz traía sua tentativa de ser séria.
Diana sorriu de volta, percebendo o brilho nos olhos da filha. "Hum, uma pessoa?" provocou suavemente. “Uma amiga nova, talvez? Ou alguém que faz o seu coração bater mais forte?” Ela provocou com um sorriso travesso, piscando de forma brincalhona.
Anne não conseguiu conter uma risada, lembrando-se das conversas que tinha tido com Nat sobre como seria esse momento. “Na verdade, o nome dele é Brad. Bradley Bradshaw. Nos conhecemos na faculdade, e ele é… incrível, sabe? Ele tem esse jeito que simplesmente ilumina o ambiente.”
Diana observou Anne com atenção, percebendo o quanto ela estava envolvida na conversa. A maneira como seus olhos brilhavam e o sorriso que se formava em seus lábios mostravam que havia algo especial ali. “E você parece realmente feliz com ele,” comentou, um toque de alegria na voz. Ela sempre soube que a filha merecia alguém que a fizesse sentir assim, e a felicidade dela era contagiante.
“Estou, mãe. Ele me faz sentir… bem, sabe?” Anne respondeu, as bochechas corando levemente. “É como se tudo ao nosso redor desaparecesse e só existisse a gente. Ele é engraçado e tem um jeito tão gentil que me faz sentir à vontade, mesmo nos momentos mais estranhos.” Ela soltou uma risada, lembrando de algumas das situações engraçadas que passaram juntos.
Diana levantou as sobrancelhas, pensativa. “Esse nome… Bradshaw… Não me é estranho,” disse, inclinando-se para frente. As engrenagens da memória de Diana começaram a girar. “Acho que já ouvi esse sobrenome antes.”
“Talvez,” Anne disse, mordendo o lábio inferior, tentando esconder um sorriso. “O pai do Brad, o Goose… ele era parceiro do Maverick… Meio que Mav é padrinho dele.”
Diana ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que a filha dizia. As memórias começaram a fluir em sua mente, cada uma mais nítida que a anterior. “Ah…” ela começou, a voz suave como um sussurro. A lembrança de Goose e sua conexão com Maverick a fazia sentir uma mistura de nostalgia e saudade, como se as histórias de outrora estivessem voltando à vida.
Mas então a mulher mais velha ficou refletindo por um tempo, seu olhar distante, quase como se estivesse observando algo além da varanda. “Eu lembro de Goose como um piloto excepcional. Ele e Maverick eram uma dupla e tanto,” disse Diana, a lembrança de risadas e aventuras compartilhadas surgindo em sua mente. “E, por falar nisso, você já percebeu que o nome ‘Bradshaw’ carrega um peso?”
Anne a olhou, curiosa. “Mãe?”
“Sim, filha?” Diana respondeu, voltando a se concentrar na filha, um sorriso divertido surgindo em seus lábios.
“Você está pensando muito, o que foi?” Anne perguntou, inclinando-se um pouco para frente, com um olhar travesso. “Se você souber algo que eu não saiba, me conta logo…” , A Graham mais nova disse rapidamente. “Não! Não me conta.”
Diana riu, mas logo se tornou pensativa novamente. “Ah, você sabe como são essas coisas. Histórias de pilotos e suas travessuras...”
Anne fez uma careta, intrigada. “Hum… História de pilotos, é?”
Diana revirou os olhos, mas não pôde evitar um sorriso. “Talvez eu esteja um pouco emocionada. Afinal, a vida é cheia de surpresas e conexões inesperadas.”
Anne deu uma risada alta, imaginando Brad tentando impressioná-la com uma manobra insana. “Conexões? Mãe, você tá bem?”
As duas riram juntas, criando uma atmosfera mais leve e descontraída, como se a tensão do momento tivesse evaporado. Diana sempre admirou a capacidade de Anne de trazer leveza às situações, e aquele momento compartilhado na varanda era uma prova de que, independentemente das surpresas que a vida pudesse trazer, elas sempre teriam uma à outra.
“Filha.”
“Sim, mãe?” Anne respondeu, um pouco surpresa com a mudança no tom de voz da mãe.
“Eu posso ter ficado uma vez ou outra com o pai de Bradley,” Diana disse, seu olhar se tornando um tanto quanto travesso, como se estivesse prestes a revelar um segredo guardado.
“Ah, não! Você está brincando, certo?” Anne arqueou as sobrancelhas, a expressão entre o choque e a curiosidade. “Eu não sabia que você tinha um passado com Goose!”
Diana deu uma risadinha, balançando a cabeça de maneira divertida. “Não era nada sério. Era mais uma daquelas histórias de juventude, sabe? Um encontro aqui, outro ali. Eu e Goose éramos amigos e, bem, as coisas simplesmente aconteceram. Mas não durou muito, porque logo ele conheceu a mãe de Bradley e eu conheci seu pai.”
Anne começou a rir, balançando a cabeça em incredulidade. “Você teve um romance com um piloto! Eu nunca imaginei que você fosse tão… rebelde!”
Diana riu, mas logo sua expressão se tornou mais séria. “Ah, não me chame de rebelde! Eu só era uma jovem cheia de sonhos, tentando encontrar meu lugar no mundo. E, quem diria que eu estaria aqui hoje, conversando com minha filha sobre o filho da minha antiga paixão de adolescência?”
“Essa é a melhor história que eu já ouvi!” Anne disse, ainda se divertindo com a revelação. “Agora eu não sei se quero que você conheça o Brad ou se quero proteger o meu pequeno coração de potenciais comparações com o pai dele!”
“Olha, eu não quero que você se preocupe com isso,” Diana respondeu, com um sorriso carinhoso. “O que importa é que você está feliz e encontrou alguém que faz seu coração bater mais forte. E, se ele se assemelha ao pai? Bem, isso pode ser uma história divertida para vocês compartilharem no futuro.”
“Mãe, agora você me deixou realmente curiosa. O que mais você sabe sobre Goose e Maverick que ainda não me contou?” Anne perguntou, sua mente já cheia de ideias sobre o que mais poderia ser revelado.
Diana soltou uma risada leve e começou a falar, pronta para compartilhar algumas das histórias mais engraçadas e divertidas do passado, enquanto a lua aparecia e refletia a conexão especial entre mãe e filha que se fortaleceu naquela tarde.
★★★
Quando Anneliese abriu a porta de seu dormitório na segunda-feira, o sorriso que nasceu em seu rosto foi instantâneo. Bradley estava parado ali, com um buquê de lírios nas mãos, os mesmos que ele lembrava serem os preferidos dela, os mesmos que, para ele, representavam a pureza e a delicadeza que enxergava em Anne.
Ele sorriu de lado, com uma timidez rara que apenas ela conseguia despertar. "Surpresa," ele murmurou, entregando-lhe o buquê. "Quis te dar um 'bem-vinda de volta'."
Ela riu baixinho, segurando as flores com carinho. "Você não precisava…" começou, mas, ao ver o olhar nos olhos dele, cheio de saudade e ternura, entendeu que ele realmente precisava. Ele precisava demonstrar, de alguma forma, o quanto sentiu sua falta.
"Eu sei," ele respondeu, coçando a nuca, "mas depois de te ouvir falando sobre lírios na última primavera… achei que seria bom."
Ela o puxou para um abraço, envolvendo-o com o perfume leve das flores entre eles. "Senti tanto a sua falta, Brad. Mais do que pensei que sentiria."
Bradley riu baixinho, puxando-a para mais perto, como se quisesse compensar os dias em que esteve sem ela. "Bem, agora tenho certeza de que não sei viver sem você. Esses dois dias sem você foram… intermináveis."
Anne se afastou só o suficiente para olhar nos olhos dele. "E eu estou aqui, com você. Não vou a lugar nenhum."
Eles sorriram um para o outro, e, naquele instante, parecia que o mundo ao redor tinha ficado em silêncio. Era apenas ela, ele, e o presente daquele reencontro, envoltos pelo aroma dos lírios.
Brad a beijou, um toque suave que logo se transformou em algo mais profundo e ardente. As mãos dele, firmes e carinhosas, deslizaram até a nuca de Anne, puxando-a para mais perto. Ela sentiu um calor se espalhar por seu corpo, como se cada batida de seu coração ressoasse com a intensidade do momento. O beijo se aprofundou, a urgência crescendo a cada segundo, como se eles estivessem desesperados por essa conexão, como se nada mais importasse.
Os olhos dela estavam fechados, entregues à sensação, enquanto uma onda de felicidade e desejo a envolvia. O sabor dele era inebriante. Anne se deixou levar, cada respiração compartilhada trazendo uma nova onda de emoção.
Quando finalmente se separaram, ainda estavam tão próximos que podiam sentir o calor um do outro, os rostos a poucos centímetros, como se o tempo tivesse parado. Anne abriu os olhos lentamente, e o olhar de Brad estava cheio de intensidade, um brilho que falava de promessas e sentimentos ainda por explorar. Anneliese deu um sorriso que iluminou o rosto de Brad, e naquele momento, souberam que não funcionavam separados.
“Você sabe, se continuar me olhando assim, posso acabar me apaixonando por você,” Anne provocou, sua voz suave e ligeiramente brincalhona.
“Essa é a intenção,” Brad respondeu, sua voz profunda e sedutora, enquanto seus olhos penetrantes a encaravam como se quisessem descobrir cada parte dela.
A atmosfera ao redor deles parecia vibrar, e Anne sentiu um arrepio percorrer sua espinha. “Senti muito a sua falta,” ela sussurrou, seus lábios tocando os de Brad de forma delicada, mas cheia de significado. Ao mesmo tempo, deslizou a mão livre até os cachos macios de Bradshaw, deixando os dedos se perderem entre os fios.
“Eu senti mais,” ele disse, seu tom sincero, como se cada palavra carregasse o peso de sua ausência.
“Impossível,” Anne retrucou com um leve tom de desafio, mas a alegria em seus olhos entregava que ela sabia que, para ambos, a saudade havia sido imensa.
A troca de olhares entre eles se tornou mais intensa, como se cada um tentasse entender o que o outro estava pensando. Anne mordeu o lábio inferior, sua expressão inocente e curiosa, enquanto ela olhava novamente para Bradley, que parecia mais do que disposto a se perder naquele momento.
“Anne…” ele começou, a voz suave, mas um pouco hesitante, como se estivesse se perguntando se ela sabia a intensidade da conexão que crescia entre eles.
“O que foi?” Ela respondeu com um sorriso travesso, que fazia seu coração acelerar. Com um movimento delicado, começou a distribuir beijos ao longo da linha do maxilar de Brad, descendo lentamente até seu pescoço. Cada toque de seus lábios era suave, como uma pluma, e ele podia sentir o calor dela pulsando contra sua pele.
Brad fechou os olhos por um instante, aproveitando a sensação dos lábios de Anne contra sua pele. “Você…” ele murmurou, a respiração começando a falhar, as palavras quase escapando dele enquanto a intensidade do momento o envolvia. O sorriso dela só aumentou, mais provocante e cheia de promessas, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre ele.
“Eu?” ela perguntou, afastando-se um pouco para olhar nos olhos dele, a malícia brilhando neles como um desafio. Era impossível não se sentir atraído por ela quando estava assim, tão perto, com aquela aura de confiança.
“Você é uma provocadora,” ele respondeu, tentando manter um tom sério, mas falhando ao ver o brilho de diversão no olhar dela.
“Obrigada, querido,” ela respondeu com um tom brincalhão, acompanhando as palavras com um beijo rápido nos lábios dele. Foi um toque suave, mas a eletricidade entre eles deixou um espaço a ser preenchido.
Apenas quando ele estava prestes a puxá-la de volta, ela se afastou para colocar seus lírios em um vaso de vidro com água, fazendo com que as flores dançassem levemente na superfície. O gesto simples parecia tão elegante, mas Brad não conseguia desviar a mente dos lábios de Anne nos dele.
“Pra onde você tá indo?” ele perguntou, um pouco confuso, como se quisesse entender por que ela havia interrompido aquele momento perfeito. A distância entre eles, mesmo que pequena, parecia ampliar o desejo que ele sentia.
Anne olhou por cima do ombro, seus olhos brilhando com uma mistura de diversão e mistério. “Só estou cuidando das flores,” disse ela, com um sorriso que poderia derreter qualquer coração.
“Você não pode simplesmente me deixar assim, com esse impulso todo,” Brad protestou, rindo. “Agora vou ficar aqui pensando em como você me provocou e como você pode ser cruel.”
Ela se virou, um sorriso travesso nos lábios. “Cruel? Eu diria que sou estratégica,” respondeu, piscando para ele antes de se agachar para arrumar os lírios, enquanto sua mente ainda estava cheia das possibilidades do momento que acabara de viver.
Brad observou, ainda hipnotizado, sentindo que aquele pequeno intervalo só aumentava a expectativa para o que ainda estava por vir.
“Anneliese Graham,” ele disse, quase como uma declaração, um sorriso de satisfação brotando em seu rosto.
“Bradley Bradshaw,” ela respondeu, se virando para encará-lo, os olhos dela brilhando com uma mistura de humor e intensidade. Ele não pôde resistir e se aproximou, envolvendo suas mãos na cintura dela, atraindo-a para mais perto. Os braços de Anne se deslizaram para o pescoço dele, criando uma conexão que parecia mais sólida a cada instante.
“Sou louco em dizer que você é a mulher da minha vida?” Brad questionou, seu tom brincalhão revelando o quanto se sentia à vontade com ela.
“Complementarmente,” Anne concordou, rindo, como se compartilhassem um segredo especial. “Mas não é de todo ruim…” Ela parou por um momento, o olhar dela se suavizando. “Porque também sou completamente apaixonada por você.”
O coração de Brad disparou ao ouvir aquelas palavras, como se cada sílaba fosse um feitiço que o prendia ainda mais a ela. “Eu te amo, Ann’,” ele declarou, sua voz carregada de sinceridade.
“Eu também te amo, Brad,” ela respondeu, o sorriso dela irradiando felicidade. Era um momento que poderia ter durado uma eternidade, o mundo ao redor deles desaparecendo enquanto estavam imersos um no outro.
Brad inclinou a cabeça, seu olhar sério, mas ainda iluminado pela alegria. “Me promete uma coisa?”
“Qualquer coisa,” ela disse, a sinceridade na sua voz ressoando como um eco em seu coração.
“Nunca me deixe novamente.”
A súbita gravidade na voz dele fez com que o coração de Anne acelerasse. Ela sentiu uma onda de emoção invadir seu peito, e a intensidade daquela promessa fez com que a atmosfera ao redor deles mudasse. “Só se você pedir,” ela respondeu, com um toque de brincadeira, mas o olhar nos olhos dela mostrava que ela estava sendo totalmente séria.
“Nunca,” Brad disse, seu tom suave, quase como se estivesse revelando um segredo. Ele se aproximou ainda mais, a respiração quente dele envolvendo o rosto dela. Com um movimento cuidadoso, Brad inclinou a cabeça e depositou um beijo demorado em seus lábios, um toque que parecia conter todas as promessas não ditas entre eles.
Brad afastou-se ligeiramente, mas apenas o suficiente para enterrar o rosto na curva do pescoço dela, respirando seu perfume como se fosse uma essência que ele quisesse guardar para sempre. Era um gesto íntimo e protetor que a fez sentir-se adorada de uma maneira que poucas coisas poderiam. Ele a abraçou com força, e Anne sentiu o batimento acelerado do coração dele contra seu peito, como se suas emoções estivessem entrelaçadas em um só ritmo.
O momento parecia perfeito, e enquanto as palavras ainda pairavam no ar, a conexão entre eles se fortalecia, tornando cada olhar, cada toque e cada riso um passo a mais em direção a um futuro que prometia ser tão vibrante e cheio de amor quanto eles sempre sonharam.
★ capítulo dedicado a mais mais (hourofthecregan) ★