Dirty Play | ChangHyunLix

By Mitsu-Kiss

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Continuaรงรฃo da fanfic (๐Š)๐ข๐ง๐ค๐ฒ ! Felix nรฃo pretendia se apaixonar por Hyunjin, sua conversa suja, sua sed... More

๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ: Amigos
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ: Inesperado
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ‘: De onde paramos
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ’: Confuso
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ“: Premeditado
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ”: Arriscado
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ•: Cรบmplice
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ–: Escondido
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ—: Sonoro
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐ŸŽ: Exibicionista
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ: Apegado
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ: Cruel
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ’: Vingativo
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ“: Carma
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ”: Travesso
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ•: Verdadeiro
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ–: Precioso
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ—: Atento
๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐ŸŽ: Calor

๐‚๐š๐ฉ๐ข๐ญ๐ฎ๐ฅ๐จ ๐Ÿ๐Ÿ‘: Acordado

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By Mitsu-Kiss


(K)inky | Capítulo 6: Doméstico

CB: (Está acordado? Topa sair para beber uma?)

P: (Noite difícil?)

CB: (Só quero beber uma cerveja. Posso te pegar em vinte?)

P: (Estarei pronto em quinze).


──── 𓍼𝗗ɪʀᴛʏ 𝗣ʟᴀʏ────

Não era apenas pela cerveja.

O barzinho onde eles se encontraram era pequeno, tranquilo, discreto. O cheiro de madeira envelhecida misturava-se ao som abafado das conversas, enquanto algumas notas de jazz suave tocavam ao fundo.

Changbin sentia que a mesa entre eles era como seu escudo físico e emocional, amenizando um pouco a apreensão. Ele tinha algo muito importante para dizer e temia a reação que Hyun teria.

O alfa tatuado, sentado à sua frente, era além de encantador. Seus traços bonitos foram sombreados pela penumbra do ambiente como uma pintura, somente os piercings e suas orbes negras brilhavam na direção de Bin. Ele parecia de bom humor e sua pele pintada pelas inúmeras tatuagens cobriam músculos relaxados.

Changbin não se sentia desconfortável com Hyun quase nunca, eles podiam falar de qualquer assunto que não fosse seus sentimentos por Bokkie ou de um pelo outro... Depois daquela noite, eles retornaram à sua amizade fácil e reconfortante de sempre, sabendo no fundo de suas almas que eles se importavam um com o outro, que se gostavam muito e que se cuidariam sempre que pudessem. Eles não precisavam colocar em palavras, era um conhecimento implícito, mas claro como cristal para ambos.

Só que o que o Seo estava prestes a dizer dessa vez estava a muitos quilômetros de distância dos tópicos que eles já conversaram, muito longe da zona de segurança, era uma confissão e um pedido inusitado que poderia mudar drasticamente as coisas entre eles.

Certamente mudaria.

Por isso, o coração batia forte, apertado no peito, e a apreensão do que viria a seguir pesava sobre seus ombros.

— Eu sei que o ômega com quem você está conversando é Felix — despejou o produtor em um ato impulsivo.

Ele queria ser mais delicado, falar aos poucos, mas as palavras simplesmente deslizaram por sua língua sem que ele pudesse controla-las a tempo.

— Hum? Você o conhece? — O cenho do tatuado franziu.

— Yongbok.

— O quê?

— Felix Yongbok Lee.

— Yongbok? — Hyun levou um tempo para processar, as engrenagens girando em cima de sua cabeça. — Aquele seu "irmão mais novo" adotivo de quem seus pais tanto falam?

Os senhores Seo conheciam todos os artistas que lançavam e eles não apoiaram o projeto de Changbin de lançar "Prince". Eles discutiram muito a respeito até o fim. Foi muito desgastante, mas o herdeiro decidiu lutar por seu amigo. Não apenas pelo dinheiro que ganharia, mas também pelo brilho da esperança que ele colocou nos olhos de Hyun.

Os pais de Bin perceberam como ele tratava o Hwang com tanto cuidado e carinho; e sabendo que ele era um alfa — classe que o filho deles confessou se interessar —, preocuparam-se com a reputação da família caso essa amizade tão intensa virasse algo mais... Então, faziam questão de mencionar Yongbokkie para Hyun a cada minuto, elogiando como ele era discreto e obediente, um bom rapaz.

Eles mal diziam o seu nome, para falar a verdade, eram apenas elogios e mais elogios sobre como ele era educado, gentil, puro e imaculado. Alguém que eles adoravam ter na família, alguém que jamais poderia ser substituído por outro, ninguém poderia competir com ele, ninguém podia ser melhor que Bok.

O músico entendeu muito bem o que eles queriam ressaltar: a diferença abismal que havia entre os ricos e poderosos de sobrenome famoso e ele... um mero cantor de bar. Mas, no fundo, Hyun sentiu pena de como o tal "rapaz perfeito" devia se sentir pressionado e controlado por todos eles, se realmente era tão submisso e sem opinião própria como descreveram.

Changbin e sua irmã prontamente defenderam a autonomia e independência de Bokkie, classificando-o como o "irmão mais novo adotivo" deles que era muito capaz e empoderado, não apenas uma marionete. Os senhores Seo se retrataram depois disso e confirmaram que ele era como um filho para eles.

Yongbok era um nome recorrente na vida de Bin, mas "Felix", se Hyun ouviu, não se lembrava mais. Era um choque.

— Sim... — Changbin desviou o olhar.

— Mas que porra... eu não sabia... — disse, culpado.

Oh, ow. O que ele fez com o irmãozinho de seu amigo?

— Tudo bem. Vocês apenas estão se conhecendo, fazendo amizade, trocando fotos, esse tipo de coisas... não é?

— Como você sabe disso? Você é um stalker? — Estreitou os olhos.

— Eu já disse que não tem problema. Não deixo qualquer um se aproximar dele, mas você não é qualquer um. Eu... eu já queria que vocês se conhecessem há um tempo.

— Porra. — Hyun passou as mãos pelos cabelos, tentando manter a calma. — Você realmente não vê ele como nada além de irmão?

— Não é assim... e-eu... gosto dele.

Sim, Changbin sempre gostou... não, ele sempre amou Yongbok, com uma intensidade que o assustava. Aquele era um sentimento que crescia desde o primeiro momento em que o conheceu. Ele o via como alguém que merecia o mundo, e isso o fazia questionar se havia um alfa digno de sua virtude, um realmente merecedor de seu bom coração.

Para ele, Bok era a personificação de todas as melhores qualidades da humanidade, do que havia de bom no mundo.

— Porra! — O mais alto suspirou, ainda mais angustiado.

— É por isso que... que eu queria a sua ajuda.

— Minha ajuda?

— Você sabe que tenho problemas com compromisso...

— Sim, você sempre fez questão de pontuar que nunca iria se comprometer seriamente com ninguém. — Riu, lembrando-se das brincadeiras do Seo. — Se eu não te desse uma chance, você dizia.

— Porque ser o responsável pela infelicidade de alguém é um fardo muito grande.

— Bom, sim, mas você sabe que eu também não me envolvo seriamente com ninguém porque essa merda é complicada. Então... quando nós todos nos conhecêssemos o que esperava que eu fizesse? Te ensinasse a fazê-lo feliz? Porque eu não tenho muito conhecimento de causa.

Bin sentia um instinto incontrolável de proteger e amar Yongbok, mas o medo de ser inadequado e insuficiente para fazê-lo feliz desenhou uma linha que o Seo nunca foi capaz de cruzar.

Essa insegurança cresceu e amadureceu junto deles, e se estendia a todo e qualquer outro com quem Bin se envolvia também, mas era insuperável quando se tratava do Lee.

O produtor acreditava fervorosamente que nunca seria capaz de reivindica-lo e dar a Bokkie o que ele queria. Afastava, egoistamente, pelo seu instinto de proteção, os pretendentes que lhe apareciam, mas sabia, no fundo, que em algum momento Yongbok encontraria alguém e ele não poderia impedir.

O demônio debaixo da cama de Changbin o atormentaria até o fim de seus dias, mas ele fez amizade com ele e se conformou com sua presença. Até a noite do beijo triplo com Hyunjin e o outro ômega desconhecido.

Naquela noite, algo se acendeu dentro de Changbin. Pela primeira vez, uma esperança estranha de uma solução para seu dilema pinicou seu peito. Quando se sentiu inseguro e receoso, Hyun apareceu para dividir o fardo com ele e ainda aumentar o prazer da situação.

Aquilo fez Changbin pensar que, talvez, incluir outra pessoa no relacionamento poderia tirar um pouco do peso de suas próprias inseguranças e dividir a responsabilidade de cuidar da felicidade de Bok.

Friamente analisando de maneira prática, parecia a chave para criar uma dinâmica mais equilibrada, onde juntos pudessem proporcionar ao Lee tudo o que ele merecia, suprindo as insuficiências um do outro.

Pensando com um pouco mais de realismo e noção? Era absurdo. Poligamia era imoral, totalmente condenável pela sociedade e raramente aceita pelos casais. Inferno, o próprio Seo queimava de ciúmes de Bokkie!

— Mesmo que não se comprometa, você sempre soube lidar com seus parceiros melhor do que eu. Eles não parecem infelizes quando as coisas acabam entre vocês.

Hyun riu.

— Ah, então é para ajudar no término?

— Não! Merda, não! É só que... Yongbok... você pode... pode ajudá-lo a se tornar mais forte. Você é bom em encorajar pessoas.

— Encorajar pessoas? Na cama, Bin. Sou um bom dominador na cama. E um bom negociador de vendas de mercadorias ilegais, não um conselheiro amoroso ou um coach de relacionamentos.

— Eu sei disso — o alfa continuou convicto.

— Você sabe? E mesmo assim... — As sobrancelhas do músico subiram até quase emendarem com o cabelo. — Espere aí, você está sugerindo... Você quer que eu...?

— Eu não sei lidar com parceiros apegados. Eu não sei lidar com pessoas obcecadas por mim e Yongbok definitivamente ficaria muito apegado e obcecado.

— Você quer que eu tire a virgindade do seu ômega? — Hyun não acreditava naquele absurdo.

— O quê? Não foi isso que eu disse! Eu quero... que você o conheça melhor e me guie no que fazer. E que o ensine a ter mais autonomia e independência. Eu o protegi demais.

— Você quer um guru. — O mais alto gargalhou. — Sinto muito, meu aconselhamento é prático, baby. Eu sou bom em conversar, mas conversar sujo, você sabe disso. Para seu Yongbok aprender, falar não é o bastante, também terei que...

— Não termine essa frase.

— Foi você quem começou com isso.

— Não distorça minhas palavras.

Hyun ficou subitamente muito interessado na ideia e decidiu que convenceria seu amigo a concordar.

— Qual é, seria divertido, Bin! Muito divertido. Nós dois compartilhando um ômega, você com certeza se lembra de como foi bom. Eu vou lapidá-lo para você, ajudá-lo a descobrir seus limites e ultrapassá-los, vou fazer com que ele fique muito safado; do jeitinho que você gosta, vou prepará-lo adequadamente, e quando ele chegar na sua cama estará aberto e pronto para você. Isso seria quente, não acha, baby?

— Não foi isso que planejei quando dei aquele ingresso para ele... — Bin apertou os olhos.

O músico franziu o cenho e ficou subitamente tenso.

— Que ingresso?

Changbin suspirou e bebeu mais um gole de sua cerveja.

— O ingresso que você me deu, o da sua exposição. Ele estava lá porque eu o mandei ir. Porra, eu usei meus contatos para a galeria perto do Secret Secret, a cafeteria favorita dele, expor seus trabalhos-

— Você pagou para que eu-

— Não! O mérito é seu. Sua arte é boa. Eu apenas... mexi uns pauzinhos para que o dono desse uma olhada. Ele só aceitou você como um dos artistas porque você é bom — assegurou.

— Deixe-me adivinhar, você foi o cliente que comprou todos os meus quadros, não foi? Eu vi que eles foram vendidos para a mesma pessoa.

O Seo desviou o olhar, culpado.

— E você ainda disse que não interferiu nisso... Talento. "Sua arte é boa" — Hyun meneou a cabeça em negação. — Seu manipulador do caralho...

— Eu interferi em algumas coisas, mas só porque eu queria dar uma ajudinha ao destino. De um jeito ou de outro vocês acabariam se encontrando, ele gostou de você antes de mim. Ele leu um de seus poemas na internet e ficou encantado. Aquele sobre o sol! Ele até adotou um codinome "Sun" por causa dele. Bokkie já queria conhece-lo de qualquer forma. E eu também pretendia apresentar meu outro melhor amigo a ele.

— Que fofo, você queria que fôssemos um trisal de melhores amigos? — Hyun debochou, levemente irritado.

— Bem, sim... Bok adoraria conhecer o poeta favorito dele. E talvez ler mais alguns dos seus poemas. — Bin gesticulou com a mão.

O maior cruzou os braços e o deixou falar.

— Por isso, há alguns meses, convenci Yongbokkie a fazer uma carteirinha na biblioteca perto do seu estúdio. Achei que eventualmente vocês se esbarrariam em algum corredor de poesia...

— Puta merda, quantos planos mirabolantes. Isso é a porra de um drama? Se estava tão interessado que nos conhecêssemos, por que simplesmente não nos apresentou? Em um almoço ou café, como um ser humano normal?

Changbin suspirou.

— Vocês nunca teriam essa intimidade se tivessem se conhecido através de mim. Porque ele não te daria nenhuma abertura por causa da nossa proximidade, ele possivelmente até te enxergaria como um rival. E você também não tentaria nenhuma aproximação por respeito a mim, já que ele é tipo... meu... ômega?

Hyun não podia discordar. Ele não chuparia o ômega de seu amigo.

Provavelmente.

Mas havia uma falha na lógica de Bin. Eles poderiam sim ter desenvolvido alguma relação amistosa por ambos gostarem tanto do Seo, um sentimento de camaradagem por serem melhores amigos do produtor musical. A menos que o objetivo dele não fosse esse tipo de amizade entre Hyunjin e Yongbok...

Hyun sacudiu a cabeça, afastando aquela linha de pensamento improvável. Changbin fingiu que eles não dormiram juntos, quando deu ao Hwang a melhor noite de sua vida em anos, porque ele provavelmente não queria complicar as coisas misturando sexo e trabalho.

Ele era certinho, altruísta, super responsável e pensava demais em tudo. Nenhum dos dois alfas queria compromisso, isso estava claro, mas mesmo uma amizade colorida era algum tipo de acordo mais sério do que apenas encontros casuais. Seria ruim para suas vidas já complicadas, e também havia o trabalho na gravadora... Ah, não, seria uma dor de cabeça.

Hyun ficou muito interessado na ideia, nos dias seguintes ao fim de seu cio, mas ele rapidamente reconheceu que, naquele momento, o melhor era fingir que não aconteceu. Nenhum dos dois estava disposto a comprar essa grande briga com a sociedade, com os pais de Bin, com os colegas de trabalho. Céus, até com Yongbok... ou melhor, Felix.

Então, pensar que Changbin queria que Hyun e Felix fossem mais que amigos... Para quê? Onde Bin entrava nisso? Não fazia sentido nenhum. Não passava de um absurdo muito louco.

— E eu queria que ele... sentisse que conseguiu algo por conta própria, sabe? — Changbin esclareceu.

— Então talvez você devesse parar de se intrometer na vida dele. — Riu em deboche. — Para quem não quer assumi-lo você é bem possessivo, sabia? Porra, até o amante dele quem escolhe é você?

— Eu não esperava que você fosse transar com ele no primeiro dia! — confessou o produtor. — Não fazia parte dos meus planos! Eu não esperava que ele tivesse coragem de fazer algo assim. Achei que apenas... trocariam números ou algo do tipo.

Hyun ficou chocado de início, mas logo sorriu maliciosamente, lembrando-se da noite especial. A tempestade irrompendo lá fora, a penumbra das luzes de emergência, o cheiro de antisséptico, feromônios excitados e o gozo de Lix...

— Com Yongbok e você fazendo amizade eu esperava que isso fortalecesse nossos laços, os meus e os dele... E também... os meus com você.

— Desculpe, eu estou confuso. Você colocou o seu Yongbok pelado na minha mesa para fortalecer os nossos laços? Como um presente para que sejamos mais amigos, compartilhando a mesma bunda?

Changbin ficou desconfortável com o modo como Hyun colocou.

— Espere, soa mal do jeito que você está falando...

— Você está tentando florear e fazer parecer algo diferente do que é. Que sentido faz você me entregar o seu ômega perfeito, que é exatamente o meu número, de mão beijada assim? O que você quer com isso? Que eu faça um test-drive e uma review detalhada de como você pode usá-lo da melhor forma possível?

— N-Não é bem assim...

— E o meu laço com você é teoricamente aprimorado pela gratidão que eu sentiria pela boa refeição e... E o quê? Nós passamos de melhores amigos para super melhores amigos? O que mais você esperava ganhar com isso?

"Você". Bin pensou, mas logo afastou para uma área remota de sua mente. Ele não sabia onde estava com a cabeça quando começou com tudo aquilo. Seungmin o disse que era loucura, alguém que mal consegue se comprometer com um, desejar dois...

— Você tem razão, isso é... idiotice. Eu não pensei direito, ok?

— E agora?

— Hum?

— O que acontece agora? Você quer que eu dê um fora nele?

Changbin passou as mãos pelos cabelos e bebeu um gole de sua cerveja.

— Eu não sei, cara...

— Então você vai abrir o jogo e dizer a verdade?

— Eu não sei. Não podemos simplesmente fingir que não aconteceu? Deixarmos como "tudo não passou de coincidência" e eu nunca tendo descoberto sobre vocês dois?

— Bom, tecnicamente a segunda parte não é fingimento. Você nunca descobriu porque foi você quem nos uniu.

— Tanto faz. Você pode... fazer o que achar melhor. Eu vou continuar mantendo distância dele até descobrir como não arruinar as coisas entre nós.

Hyun ponderou por um instante, mordendo os lábios.

— E se... continuássemos?

— Como assim?

— Talvez os seus planos não sejam tão ruins. Tenho certeza de que posso tornar seu Yongbok resistente o suficiente para você. — Lambeu os lábios. — Vou me certificar de que ele se divirta muito no processo. Eu certamente farei. Pense bem, todos sairemos ganhando.

— Eu não sei...

— Como não, baby? — Hyun aproximou-se sedutoramente. — Você se sentirá mais confiante para tentar algo com ele sabendo que estou lá com vocês. Vou ensinar seu Yongbok a atacar e se defender, ele não será quebrado no processo. Se você o magoar eu posso consolar ele direitinho. Conhecendo-o melhor, posso aconselhar você com mais precisão. Não era essa a sua intenção?

— Bem, sim...

— Além disso, eu ficaria muito feliz por você confiar tanto assim em mim que me deixa comer o seu ômega. Essa é uma prova verdadeira da sua amizade e da sua lealdade a mim. Eu não vou tentar roubá-lo de você, eu prometo, baby... — sussurrou para Bin. — Diga que sim, vai ser tão divertido...

Changbin sentiu-se enfeitiçado e compelido a concordar.

— Tudo bem, mas eu tenho uma condição.

— Qual? — Hyun se afastou, de cenho franzido.

— Você não pode dizer nada a ele.

— Tudo bem, mas... será que isso não vai nos colocar em um problemão no futuro?

— Não vamos esconder para sempre, vou dizer tudo quando ele fizer primeiro. Quando me confessar que encontrou jinnieret, eu o direi que trabalhamos juntos na gravadora e que eu... sugeri que vocês se conhecessem melhor. Vamos manter só entre nós que as coincidências na cafeteria e na galeria não foram tão aleatórias assim.

— Você não tirou a gasolina do tanque dele, nem cortou minha energia naquele dia, certo? — Hyun olhou-o desconfiado.

— O quê? Não. — Bin parecia realmente confuso sobre essa parte.

— Como você quiser, mas acho que ele vai nos odiar quando descobrir.

— Isso depende dele também. Quanto antes ele me disser a verdade, mais rápido vai descobrir que não está fazendo nada de errado.

— Você imagina o quão culpado ele pode se sentir?

— Vai ficar tudo bem se ele não for um mentiroso.

— Binnie! O mentiroso é você, não se esqueça disso. Porra. Eu não conhecia esse seu lado sádico, isso é cruel.

Não, Bin não queria ser cruel, mas se ele fosse o primeiro a dizer, isso afastaria Yongbok de Hyun e dele também. Isso o assustaria, o faria acreditar que estava no meio de algo que não devia, e, possivelmente, até fugir. Porque era um tabu absurdo dizer-lhe que ele podia estar com dois alfas.

Yongbok sempre foi um anjo, um rapaz correto e direito, que nunca mostrou sinais da perversidade que Changbin e Hyunjin compartilhavam; aquele tipo de relacionamento seria um passo muito grande para incitá-lo a dar. Sem falar que pensar que o Seo desejava firmar algo mais sério do que encontros casuais com outra pessoa quebraria seu coração, o deixaria enciumado.

Bokkie precisava querer contar sobre seu envolvimento com Hyunjin para que o produtor o dissesse que estava tudo bem, que os três poderiam tentar algo. Ao menos esse pontapé inicial tinha que partir do ômega.

— Tenho meus motivos. Mas, para seguirmos com isso, você tem que me dar a sua palavra de que não importa o que aconteça, você não contará a ele sobre o nosso acordo.

— Ok, ok. Eu não vou dizer. Nem sob tortura. Mas você também tem que me dar a sua de que não vamos parar até o fim. Até que o objetivo seja atingido: Lix se tornar menos ingênuo e mais forte; e você menos bundão e com colhões para reivindicá-lo oficialmente como seu companheiro; o jogo não pode parar.

Changbin suspirou e assentiu com a cabeça, estendendo a mão para o outro apertar.

— Feito. Temos um acordo.

──── 𓍼𝗗ɪʀᴛʏ𝗣ʟᴀʏ────

Eles fizeram o acordo e parecia que daria tudo certo.

Só que quando Hyun fodeu Bok pela primeira vez, um súbito incêndio de ciúmes irrompeu dentro de Bin. E quanto mais próximos eles ficavam, mais aborrecido e arrependido o produtor consequentemente se sentia.

Jin percebia o quanto Felix estava se entregando à ele, confiando cegamente e seguindo suas instruções sem questionar. Isso o fazia sentir-se culpado pela omissão, e além de Changbin tê-lo feito prometer que guardaria segredo, ele não queria contar e correr o risco de Lix parar o que eles estavam vivendo.

Era egoísta, o tatuado sabia, mas ele nunca prometeu altruísmo a ninguém, essa não era uma qualidade dele e sim de Binnie — ou ele costumava achar que sim. E por mais que tivesse tentado separar as coisas e reconhecer seu papel impessoal e prático naquilo tudo: ele era o guru do amor de Bin e Bokkie; o Hwang acabou se envolvendo mais do que deveria...

A aventura com Felix e Sr. Namorado era mais do que um escape da realidade ou sexo kink divertido, era também um espelho do que ele próprio gostaria de viver com Changbin, ora no papel submisso de Lix, ora no papel dominante de Bok; e estar sexualmente ligado ao único alfa que foi capaz de atraí-lo daquela forma, através do ômega mais irresistível que Jin já conheceu, era um privilégio e um paraíso que ele jamais imaginou conhecer.

Por isso, ele reprimiu os desejos de Bin sobre confessar a verdade para Lix. E mantinha a chama acesa de ambos os lados, com Changbin e Felix, para não abandonarem aquele sentimento e relacionamento louco que trazia a Hyunjin a adrenalina que jamais sentiu na vida. Com seu charme e sedução, que ele sabia serem infalíveis contra aqueles dois, ele garantiu que o jogo não terminasse.

Felix quase se deixou vencer pela culpa muitas vezes, mas o Hwang foi seu apoio para ignorá-la e continuar se divertindo. Changbin também hesitava, questionando se eles estavam fazendo a coisa certa, ou em dúvida do que fazer para agradar Bokkie, mas Hyun estava sempre lá para dar as melhores ideias e orientações — das românticas as mais sujas e pervertidas.

Hyunjin não era uma boa pessoa, ele se envolveu em muitas coisas sujas, não era nenhuma surpresa ele estar cometendo outro grande erro. Só que... algo em Felix o fazia querer ser uma pessoa diferente, um alfa digno de estar em sua cama. Um alfa que Changbin consideraria merecedor de reivindicar o seu ômega.

Por isso, ele se dedicou a findar de uma vez por todas seu acordo ilegal com Chefe, e se livrar de todos os seus pecados, tornar-se um homem direito com um trabalho honesto, alguém de quem Bin poderia se orgulhar e Lix pudesse se apaixonar.

Jin tratou Felix como seu ômega, porque, enquanto o Lee gostava de interpretar um namorado infiel aspirante a ator pornô; o tatuado gostava de fingir que tinha um namorado, um companheiro com quem ele iria se casar e ter filhotes. O roleplay era diferente para cada um.

Mas os sentimentos por Changbin, colocados em uma gaveta depois daquela noite que eles esqueceram; encontraram uma forma de se esgueirar pelas frestas da fechadura e cresceram tanto quanto a perversão de Lix.

O ômega os ligava e os separava ao mesmo tempo, era confuso, mas muito extasiante. Jin tentou fingir que não, que era apenas encenação, só que ficava cada vez mais difícil enganar a si mesmo.

Changbin estava incomodado com a proximidade de Hyun e Bok porque, no fundo, ele tinha medo de ficar de fora. De não saber como se entregar como os outros dois faziam tão naturalmente, abrir-se para a vida sem se preocupar com as consequências.

Bem, agora ele não podia voltar atrás, ele deu sua palavra. O dano estava feito.

Além de que, ele nunca viu Bok ou Hyun mais felizes.

Ele ficou feliz por eles, ficou sim, mas isso não queria dizer que seus ciúmes não tivessem tentado separá-los...

Porque em algum momento o acordo deixou de ser sobre orientação e preparo e começou a ser uma competição, onde nenhum sairia vencedor, mas todos acabariam apaixonados, enrolados em mentiras e manipulações, e, principalmente: fodidos.

Nunca foi a intenção de Changbin magoar Hyun ou enganar Yongbok, ele não era uma pessoa ruim. Mas seu acordo com o outro alfa causou danos na saúde mental do loiro, e mesmo que eles pudessem ter parado antes que eles se tornassem irreparáveis, Bin não quis. O Hwang era quem o convencia a não fazer no início, sempre mencionando sua parte no acordo, mas depois foi o próprio produtor que assumiu aquele papel.

Eles não queriam enganar Felix, nem se divertir com o caos que sua vida e sua mente viraram.

Ambos o amavam e fariam qualquer coisa por ele... Exceto o que pudesse afastá-lo deles. Mesmo que isso significasse obrigar o Lee a manter um segredo que não era realmente dele, e que o corroía por dentro.

Eles não eram maus, mas foram maus naquela situação. Foram maus com seu acordo inconsequente, em sua omissão diante do sofrimento do ômega, em suas mentiras.

Felix, o único culpado em seu próprio ponto de vista, era pelo menos mais inocente que os outros dois.

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