Entrelaçados - Nosso amor ins...

By Umaescritoracriativa

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O que você faria se alguém que amasse muito te pedisse para se desapegar e seguir sua vida sem ela? Essa resp... More

Epígrafe
Apresentação dos personagens
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27

Capítulo 14

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By Umaescritoracriativa

As coisas com o Isaias estavam desandando de maneira terrível. Onde estava escondido esse ser sem sentimento que eu dividia a casa e as despesas. Eu tentei pesar as coisas boas que vivemos juntos até aqui, mas a cada nova atitude dele, mais borrada ficava o sentimento que nutria por ele.

Segui com as minhas sessões com o Leo, mas tentei manter a linha profissional com ele dentro do consultório, só que ele era brincalhão quando pegava intimidade e eu tinha dado essa intimidade para ele, ao aceitar sair para um encontro de amigos e almoçar fora.

Tentei desviar o foco, mas ele me intimou a arrumar uma bolsa e me colocou em seu carro chique indo para a casa dos meus pais em Campinas com ele, algumas semanas após o nosso almoço.

-Seu noivo sabe que você está viajando com um homem jovem e solteiro ao seu lado? E lindo também. – Ri da sua cara de pau.

-Você me deu tempo de falar com ele sobre o assunto? – Perguntei rindo. - Me ligou de madrugada e mandou arrumar uma bolsa. Nem sei se trouxe tudo que precisava.

-Se não trouxe, você compra no caminho. – Falou, dando de ombros.

-Ei, dinheiro não nasce em árvores, Leo. – Chamei sua atenção.

-Eu sei. Estou brincando. Só não quero que tenha problemas com o seu noivo.

-Ele está viajando. Cobrindo um jogo fora de São Paulo. – Deixei uma mensagem para o meu noivo avisando da minha decisão de viajar, ele deu ok, e me desejou bom passeio. Não me perguntou mais nada e não enviou cumprimentos aos meus familiares.

Para a minha irmã e minha mãe, avisei que levaria um amigo comigo, pois ele me daria uma carona. Sem dar maiores detalhes sobre o tipo de relação que ele tem comigo de psicóloga/paciente. Para o Leo falei o mesmo, e ele agradeceu por eu separar essa parte da nossa convivência.

No caminho ele recebeu uma ligação, seu telefone estava conectado ao carro e vi o nome de quem ligava, Stephan. Vi ele engolir em seco, mas atendeu assim mesmo.

-Oi, Stephan, estou com uma amiga no carro.

-Olá LJ, bom dia. E bom dia amiga do LJ.

-Oi, bom dia. – Respondi.

-Qual o seu nome, linda? – Ele perguntou.

-Me chamo Rebeca.

-Prazer Rebeca, eu sou o Stephan, como esse idiota não me apresentou, eu me apresento a você. – Sorri e Leo bufou no volante. – Estão indo passear uma hora dessas?

-Estamos indo para Campinas. O Leo me ofereceu uma carona para a casa dos meus pais.

-Leo? - Perguntou surpreso. -  Você tem um novo apelido. Posso usá-lo também?

-Não. – Ele respondeu seco. – Stephan, o que você precisa? Estou dirigindo agora e logo o sinal na estrada vai sumir e não quero reclamação que desliguei o telefone na sua cara.

-O que eu queria, pode esperar quando você voltar.

-Eu só volto amanhã à noite.

-Então amanhã à noite eu te ligo.

-Aí vai estar de madrugada.

-Não importa. Eu vou te ligar.

-Tá ok. Aproveite o seu final de semana.

-E você também curta o seu com a sua amiga. – Senti uma entonação diferente quando ele falou a palavra amiga, mas não poderia colocar o dedo nisso. – Prazer conhecê-la, Rebeca.

-O prazer é meu, Stephan. – Após o telefone ter a chamada finalizada, um clima estranho ficou no carro e o Leo colocou uma música para espantar todo o silêncio. Encostei a cabeça no encosto do banco e fechei os olhos pensando sobre o homem que tinha acabado de ligar para o meu companheiro de viagem. Quem era ele com a voz grave e parecida com ciúme.

Chegar na minha casa de infância tem um sabor todo especial, porque ela tem o aconchego e parte da minha essência. Minha relação familiar tinha altos e baixos, mas tínhamos o principal, união.

Minha mãe, dona Clarinda, é a típica vizinha da rua que tem sempre a novidade na ponta da língua. Trabalha dia e noite em uma casa de família, a mesma desde que me conheço por gente. Ela tem sua carteira assinada, mas ainda falta muito para ela conseguir se aposentar. Meu pai, Luiz, é um marceneiro de um pequeno estabelecimento na cidade, mas nunca conseguiu juntar o suficiente para ter o seu próprio negócio. Ele é bom no que faz e merecia ganhar melhor por todo o trabalho e dedicação na sua função.

Meu irmão mais velho, Otávio, é motorista de caminhão de um supermercado, nunca quis estudar e vivi às turras com a esposa, os seus dois filhos ficando no meio das brigas.

O outro irmão, Cássio, tinha um bom emprego em um escritório imobiliário e aparentemente tem uma boa vida com a sua família, mas ele não se misturava muito. Ele se achava melhor que todos nós. Eu não o via a muito tempo.

Fábio e Luara são os caçulas, e ainda estavam na fase de estudos. Eu ajudava no que podia para eles terem uma chance melhor no futuro. Mas, o Fábio precisa levar uns puxões de orelha vez ou outra.

Indiquei para o Leo, um local que ele poderia estacionar e descemos do carro juntos. Vi alguns vizinhos observando a minha chegada, mas só acenei e segui em direção ao portão. Eu ainda tinha as chaves da casa e foi com ela que abri e convidei ele para me acompanhar. Ele com a minha mochila e a dele em cada uma das mãos, pois não deixou que eu carregasse.

-Mãe? – Chamei da sala, abri a porta o suficiente para o Leo entrar. Minha irmã saiu do quarto com uma toca de plástico na cabeça, fones no ouvido e cantando como uma gralha desafinada. Coloquei a mão na boca tentando segurar a risada. Leo tentou ser um cavalheiro, mas quando a minha irmã levou um frasco de produto de limpeza próximo a boca como um microfone e rodando um pedaço de pano no ar para a sua performance de dança. Não tinha como não rir.

-Oh merda. – Ela parou no meio da música sertaneja que estava cantando.

-Leo, essa é a minha irmã, Luara. – Ela tirou os fones e ficou sem graça ao encará-lo, pois ele chamava a atenção por sua aparência.

-Você canta bem, Luara. – Coloquei a mão na boca e dei uma tossezinha para disfarçar a risada.

-Aí, que vergonha, meu Deus. – Ela falou e levou a mão a frente para cumprimentá-lo. – Desculpe. Estava empolgada.

-Não precisa se desculpar. Você está na sua casa.

-Achei que chegaria mais tarde. Estou limpando o quarto do Fábio, para o seu amigo.

-Não quero dar trabalho. – Ele falou, mas fiz pouco caso com a mão. Logo a minha irmã se jogou nos meus braços e era maravilhoso ver o quão bem ela estava. Luara estava tão linda e faltava poucos meses para o seu aniversário de quinze anos. Sua festinha já estava sendo organizada e eu estava louca para vê-la em seu vestido de debutante.

-Que monumento é esse, maninha! – Falou em meu ouvido e sorri, pois era verdade. Leo era um rapaz de encher os olhos.

-Cadê a nossa mãe? – Mudei de assunto, pois a pirralha ia me encher o saco em breve.

-Foi comprar algo especial para fazer para você e seu amigo. – Falamos um pouco mais sobre as novidades e Leo foi atencioso com a minha irmã, e logo se fez em casa.

Levei a mochila dele para o quarto do meu irmão, e a minha para o meu antigo quarto, que dividia com a Luara, quando morava nesta casa.

Meia hora depois a casa já estava cheia. Minha mãe chegou e ficou encantada com a educação do Leo, que beijou seus dedos com gentileza. Meus sobrinhos passariam o dia na casa e foi uma farra só com o meu convidado. Richard e Ryan eram os espoletinhas do meu irmão, Otávio. Já o Theo e o Juan não tinham muito contato com a minha família. Minha cunhada não se misturava.

-Oh, tio, aquele carro é seu? – Richard perguntou. Ele é o mais velho com nove anos.

-É sim.

-Caralho. – Minha mãe, minha irmã e eu chamamos a sua atenção e ele pediu desculpas pelo palavrão. – Você dá uma voltinha comigo, tio?

-Se sua vó não se importar, posso levar vocês, sim. – Ele foi com aqueles olhinhos pidões e minha mãe o reprimiu.

-O amigo da sua tia está cansado da viagem.

-Não tem problema, senhora.

-Então depois do almoço, vocês vão. – Confirmou e voltamos a colocar os assuntos em dia. Meu pai chegou mais tarde e mediu o meu amigo de cima a baixo, como se perguntasse se era somente amigo mesmo. Confirmei que sim com um aceno.

-Então você é piloto de corrida. Nossa. Eu nunca conheci alguém que corresse por dinheiro. – Meu pai falou, quando perguntou para o Leo o que ele fazia da vida.

-Esse é o meu primeiro ano oficialmente, sr. Luiz. – Meu pai ficou interessado em saber como funcionava o campeonato e eles ficaram muito tempo falando sobre o assunto. – Queria dizer que recebo muito dinheiro com isso, mas o que ganho só dá para as minhas despesas do momento. - No final ele arrancou risadas de todos da família. Principalmente do meu irmão caçula que ficou encantado com a profissão dele.

-Onde você conheceu minha filha?

-Rebeca está trabalhando na clínica Bem-estar, e essa clínica é da minha família de coração. – Falou. – Eu meio que me introduzi na família, sabe? Mas o que posso fazer se sou cativante. - Ele falou e rimos da sua humildade. Fiquei feliz por ele ter sido discreto no nosso tipo de convívio.

Após o almoço onde a minha mãe caprichou no cardápio e recebeu muitos elogios do meu amigo, levamos as crianças para passear e tomar sorvete na praça próximo a casa dos meus pais.

Fui deixada com as crianças em casa e ele foi passear com o meu irmão em seguida.

-Minha filha, o Isaias sabe que você tem um amigo gato desse jeito? – Minha mãe falou e eu franzi a testa, pois nem estava lembrando do meu noivo nesse momento.

-Ele não conhece o Leo ainda. – Falei e fui metralhada com perguntas dela e da minha irmã. – Isaias anda tão atarefado com o trabalho que mal temos tempo um para o outro. E não estou escondendo algo, mas eu não quero que ele use o Leo para material de entrevista.

-Isso é muito complicado, pois você sendo uma mulher praticamente casada, ficar andando sozinha com um homem, pode gerar conversinhas das quais você não vai gostar, minha filha.

-Mãe, não estamos fazendo nada demais.

-Pode até ser que não, mas as pessoas são meio cruéis e você sabe disso.

-Sim, eu sei. – Falei e abaixei a cabeça. Eu não deveria ter trazido o Leo para o meio do meu convívio íntimo. Ele é meu paciente e assim seria quando eu voltasse para casa. O problema? Como eu faria para quebrar esse vínculo formado.



"Em geral, na natureza humana existe mais tolice do que sabedoria."

Francis Baccon



Ciúmes batendo na porta. LJ e Rebeca em uma amizade fora do consultório que pode ser um problema. E põe na conta o noivo que ainda não sabe dessa amizade. Receita total para o desastre. 

A imagem da capa é a irmã da Rebeca, Luara. E o carro é do LJ.

Votem e comentem, o que vocês acham que irá acontecer com esses três.

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