Something to say | FayeYoko

By itsfayeyoko

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Uma showrunner e sua assistente dão ao mundo algo para falar quando acidentalmente alimentam um boato ridícul... More

Capitulo 1 - O vestido
Capítulo 2 - A preparação e o tapete
Capítulo 3 - O dia depois
Capítulo 4 - O artigo
Capítulo 5 - O karaoke
Capítulo 6 - Nova York
Capítulo 7 - O roteiro
Capítulo 8 - A verdade

Capítulo 9 - A mágoa

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By itsfayeyoko

Faye sempre gostou do primeiro dia de volta do hiato. Era mais uma reunião do que um dia de trabalho. A agenda nunca era apertada, havia muito espaço para as pessoas se reconectarem e relembrarem. Era como uma festa de encerramento com menos álcool e mais responsabilidades. O almoço era um grande evento com bufê, e este ano ela também ganhou café da manhã, croissants e bolos de mel e uma variedade de doces cujos nomes ela não sabia. Yoko gritou quando eles chegaram em sacolas com o logotipo da Floured Up na lateral.

Yoko passou boa parte do dia gritando, na verdade. Ela parecia ter voltado ao normal, cheia de entusiasmo por seus colegas de trabalho. Tate a abraçou forte o suficiente para levantá-la do chão, embora ela tivesse uma polegada a mais que ele. Ela sorriu amplamente para Chantal, que categoricamente não era uma pessoa que abraça. Aly, Gina e Holly clamavam ao redor de Yoko, ​​vozes se sobrepondo com atualizações e é tão bom ver vocês. Yoko empurrou um dos assistentes de adereços — Phil, Faye pensou que era o nome dele — para fora da fila em volta dos doces, com risadas ecoando sobre sua indignação.

Faye ficou na lateral da sala, tomando seu café e pensando em pegar um croissant. Chantal se juntou a ela, e ela se sentiu um pouco como os adultos em uma festa infantil — todos os outros animados e barulhentos. Ela não tinha tomado café o suficiente para ficar muito animada com alguma coisa.

Antes que ela reunisse energia para dizer bom dia a Chantal, Yoko entrou, pressionando um guardanapo com um doce recheado em forma redonda em sua mão. Seus dedos se roçaram quando Faye o pegou dela. Foi o mais próximo que elas estiveram uma da outra em uma semana.

– Ok, eu sei que você não gosta de açúcar de manhã, mas precisa experimentar isso – disse Yoko. – Minha irmã faz o melhor Khanom tom. Coma, você não vai se arrepender.

E ela saiu novamente, sem dar a Faye a chance de protestar.

Faye a observou ir embora, então olhou para Chantal na esperança de se solidarizar — Você acredita nessa garota? — mas Chantal apenas levantou uma sobrancelha para ela.

– E como foi seu hiato? – disse Chantal, não tão direta quanto poderia ter sido, mas direta o suficiente.

Faye acenou com o doce com desdém. – Você sabe como foi – ela disse, porque Chantal sabia. Ela seria a única a assumir totalmente o lado da produção de Innocents quando Faye oficialmente se mudasse, então ela tinha se envolvido bastante durante o verão. – Boa sorte controlando essa equipe quando eu for embora.

Chantal riu. Faye deu uma mordida no doce e soltou um murmúrio de prazer. Estava fantástico. Ela decidiu guardar outro para mais tarde antes mesmo de terminar o primeiro. Investir na Floured Up foi definitivamente a escolha certa.

Naquela tarde, Faye respondia e-mails enquanto Yoko estava sentada no sofá trabalhando em algo; ela não tinha certeza do que. Yoko estava lá desde o almoço, com um pé debaixo do corpo. O barulho estava mais alto do que em meses — a porta estava aberta e o prédio novamente cheio de outras pessoas — mas Yoko estava quieta. Ela estava quieta há uma semana. Subjugada. Faye tinha perguntado e foi ignorada. Ela não queria se intrometer. Ela era chefe de Yoko, ​​não sua amiga. Yoko não precisava dizer a ela se algo estava errado, embora isso não significasse que Faye não se preocupasse.

Faye nunca tentou escrever no primeiro dia de volta — muitas interrupções e distrações. Aly e Phil chegaram primeiro com perguntas sobre adereços. Yoko torceu o nariz em saudação a eles, mas continuou focada em seu trabalho. Faye resolveu alguns de seus problemas e deu margem de manobra a Aly com o resto. Tate interrompeu em seguida — não diretamente, mas por meio de um novo estagiário, tremendo de nervosismo, pedindo os roteiros de toda a temporada. Faye não revirou os olhos, porque Tate mandava um garoto novo em uma missão idiota todo ano, e não era culpa do estagiário.

– Você aprenderá a não acreditar na metade das coisas que Tate diz. – Faye disse gentilmente. – Sinta-se à vontade para dizer a ele que estou matando o personagem dele nesta temporada. Veja se isso o fará se comportar.

Depois que o estagiário saiu, parecendo exatamente tão nervoso quanto quando entrou, Yoko sorriu para ela. Fazia muito tempo que Yoko não fazia isso.

– Talvez ele também aprenda que você não é tão intimidadora quanto ele parece ser. – ela disse.

Faye deu de ombros. – Ajuda deixá-los aterrorizados nas primeiras semanas. Mantê-los na linha.

Ela tentou não pensar na outra irmã Apasra — que também sabia que ela não era tão durona quanto sua reputação a fazia parecer. Faye esperava que Neko tivesse contado a Yoko sobre os jogos de beisebol a essa altura, especialmente depois que Faye investiu na padaria. Toda vez que ela pensava nisso, sentia uma sensação estranha de ansiedade no estômago. Ela não sabia o que dizer a Yoko então não disse nada.

Chantal apareceu logo depois. Yoko disse olá e voltou ao trabalho. Quando Faye olhou para cima para ver o que Chantal precisava, ela foi recebida com mais sobrancelhas levantadas. Chantal não disse nada sobre Yoko estar lá, mas Faye percebeu que ela tinha pensamentos sobre isso. Era desnecessário — ninguém mais parecia achar estranho. Yoko sempre trabalhou no escritório dela de vez em quando. Não havia nada de diferente nisso só porque o mundo decidiu que elas estavam namorando.

Faye quase tinha esquecido dos rumores durante o verão. Houve uma fotos do almoço quando discutiram a promoção de Yoko — incluindo uma foto dela apertando a mão dela em cima da mesa. Ela deveria ter sido mais esperta do que isso. Tirando aquela saída e os upfronts, no entanto, elas não tinham saído nos tabloides. Isso não significava que os tabloides tinham esquecido dos rumores; mas Chantal não, aparentemente. O pensamento irritou Faye por dois dias. Ela trabalhava com Chantal há mais de meia década. A mulher deveria conhecê-la melhor do que dar importância a fofocas.

Na quarta-feira à tarde, ela estava presa em uma cena e irritada pra caramba. Ela estava irritada por Yoko ainda não estar em seu escritório, como ela tinha estado em tantos outros dias. Ela estava irritada por ela ainda não tê-la convidado para entrar — as sobrancelhas levantadas de Chantal influenciando suas ações. O verão tinha sido um descanso tão bom que ela parou de se preocupar com como suas interações com Yoko poderiam ter parecido para observadores externos. Faye realmente gostaria de não se importar com as aparências, mas isso era Hollywood, e ela não era ingênua.

Foi por isso que ela esperou tanto, lutou por tanto tempo, antes de finalmente chamar Yoko para trabalhar em seu escritório.

Ela foi, como sempre fazia, mas em vez de se sentar e começar a trabalhar, ela ficou de pé ao lado do sofá, segurando seu tablet contra o peito.

– Você tem certeza de que eu deveria estar trabalhando aqui? – ela perguntou.

Faye olhou para cima distraidamente, sua testa franzida. – Por que você não deveria?

– Eu só não quero que ninguém pense... nada.

Era a razão pela qual Faye demorou tanto para pedir, mas ela se irritou de qualquer maneira.

– Pense em algo assim, você é minha assistente e às vezes tenho um trabalho que exige que você esteja no meu escritório. – ela retrucou. Ela estava irritada com o diálogo em que estava trabalhando e sobre se importar com o que os outros pensavam. Essa frustração piorou agora que sua dinâmica com Yoko havia mudado o suficiente com as pessoas ao redor para que sua assistente estivesse fazendo um grande alarido sobre isso.

– Eu só quis dizer... – Yoko começou.

– Se você vai ficar falando, saia. Não consigo trabalhar com você falando comigo.

Faye podia sentir o peso do olhar de Yoko sobre ela, embora não estivesse olhando para cima.

– Você foi quem me pediu para entrar aqui – disse Yoko. Sua voz estava baixa, magoada.

– E agora estou pedindo para você sair. – disse Faye.

Houve um momento, mas Faye ainda se recusou a olhar para cima. Yoko fechou a porta ao sair.

Faye não terminou a cena.

Faye quase não atendeu o telefone quando Engfa ligou naquela noite. Ela estava sozinha com uma taça de vinho tinto e pensou em ficar assim, não deixar ninguém interromper sua lamentação exagerada, mas acabou atendendo antes que fosse para o correio de voz.

– Ouvi dizer que sua namorada se sente bem confortável trabalhando no seu escritório.

– Que porra voce está falando?

Engfa parou diante do sarcasmo na voz de Faye. Ela suspirou e tomou um gole de vinho.

– Desculpe – disse ela, mais gentil. – Do que você está falando?

– No site da Star – disse Engfa. – Eles têm um artigo sobre como você e Yoko devem ter ficado mais próximas durante o verão, considerando o quão confortável ela estava trabalhando no seu escritório, mesmo com outras pessoas por perto.

Faye esfregou os olhos. Estavam secos, cansados. Ela deveria tirar as lentes de contato.

– Quando esse artigo foi publicado? – perguntou ela.

– Fa, o que está acontecendo? – perguntou Engfa. – Por que você parece... exausta?

– Você parece ótima também – disse Faye, sem ironia. Engfa não respondeu, e Faye sabia que era melhor contar a ela o que estava acontecendo, porque, do contrário, a amiga simplesmente esperaria. – Yoko estava preocupada em trabalhar no meu escritório hoje, e eu não sabia o porquê e gritei com ela. Eu não sei de ninguém — Deus, alguém deve ter vazado isso. As pessoas estão de volta há dois dias e estamos nos tabloides de novo. Se eu descobrir quem é, vou matá-los.

– Aposto que Yoko viu o artigo – disse Engfa – porque foi publicado esta manhã e ela provavelmente tem um alerta do Google definido para os seus nomes juntos.

– Não a acuse de coisas que eu sei que você faz – disse Faye , sorrindo levemente. – De qualquer forma, agora vou ter que me desculpar com ela de manhã.

– Eles sempre dizem que sexo de reconciliação é o melhor sexo.

– Vou desligar agora.

– Não, não, vamos lá, estou brincando – Engfa riu. – Como estão todos de volta, além da sua briga com Yoko?

– Mais barulhento do que o normal – disse Faye. – Mais distrações. Sempre levo um tempo para me acostumar.

– Tate já fez alguma coisa estúpida?

– Quando ele não faz?

– Vou encontrá-la quando for visitá-los, ok? – Engfa disse. – Vou ao set dessa vez, para conhecer todo mundo.

– Você já decidiu quando vai? – Faye provocou, colocando sua taça de vinho no chão e se acomodando mais profundamente nas almofadas do sofá.

– Seu aniversário, talvez? Ou eu simplesmente apareço e te surpreendo um dia.

Faye ficaria feliz com qualquer um dos dois.

– Vou ter que ver se Char também está livre – disse Engfa.

Faye sabia que ela estava brincando — Charlotte Austin tinha interpretado a irmã mais nova de Faye em The Johnson Dynasty, e Engfa a bajulava desde então. Faye tinha quase certeza de que Engfa começou sua paixão como uma forma de incomodar ela, décadas atrás, mas ela a manteve por tanto tempo a essa altura que deve ter havido alguma verdade nisso.

– Você vai ter que lutar comigo por ela – Faye provocou. – Na verdade, vamos jantar no sábado.

– Diga a ela que estou solteira.

Faye revirou os olhos e não conseguiu evitar sorrir. Um pouco de sua tensão desapareceu quanto mais ela falava com Engfa. Ela se sentia mal por ter gritado com Yoko, ​​mas com o contexto, tudo fazia sentido, e seria uma solução fácil pedir desculpas pela manhã.

-

Posso tirar a tarde de folga? – Yoko perguntou na manhã seguinte antes mesmo de Faye ter a chance de agradecer pelo café.

Faye piscou. Yoko tirava folga apenas para consultas no dentista, feriados e a única vez no ano em que ficava doente.

– Claro – disse Faye.

– Obrigada. – Yoko voltou para o computador antes que Faye pudesse dizer mais alguma coisa.

Faye ficou ao lado da mesa dela por um momento, mas quando Yoko continuou a não olhar para ela, Faye entrou em seu escritório e fechou a porta atrás de si.

Tanto para uma solução fácil.

Em um dia normal, Yoko diria a Faye por que precisava da tarde de folga. Hoje, Faye só podia presumir que estaria no jogo de beisebol dos gêmeos. Ela tinha que se desculpar antes de sair. Ela gritou com Yoko quando Yoko estava tentando fazer seu trabalho — ou, não seu trabalho, não exatamente.Yoko estava tentando conter os rumores, e Faye não se incomodou em ouvir antes de dispensá-la. Yoko estava fazendo mais do que seu trabalho, estava fazendo o que podia para tornar a vida de Faye mais fácil. Faye não tinha entendido isso ontem, mas ela entendeu hoje. Ela precisava contar a Yoko.

Mas durante toda a manhã, Yoko evitou deixar qualquer pausa permanecer em suas interações. Faye abria a boca e Yoko interrompia com alguma coisa, então ela não conseguiu se desculpar.

Quando Yoko deixou o almoço Faye, ela não ficou para comer com ela.

– Eu vou sair – ela disse em vez disso.

Faye olhou para ela e sorriu gentilmente. – Tenha uma boa tarde, Yoko.

– Você também, Srta. Malisorn.

Faye podia sentir seu sorriso ficar tenso. Yoko se virou e saiu sem dizer mais nada. Faye pensou em não ir ao jogo. Mas Ethan não merecia que ela não aparecesse por causa de problemas pessoais. E isso lhe dava outra oportunidade de se desculpar com sua assistente.

Como fazia em todos os jogos, Faye usava seu boné de beisebol e óculos escuros e sentou-se na fileira de cima das arquibancadas. Ela rolou por vários aplicativos em seu telefone em vez de ficar olhando ansiosamente para o estacionamento para ver quando Yoko chegaria.

Ela a viu imediatamente de qualquer maneira. Dani e Ezra correram para o campo como sempre faziam, Palita e Neko se movendo mais devagar, três rottweilers e a assistente dela com elas hoje. Yoko estava de regata e shorts, ondas de cabelo abaixo dos ombros e óculos escuros no topo da cabeça. Foi a vez mais casual que Faye já a viu. Faye prendeu a respiração.

Ela se preparou para Yoko notá-la, percebendo para onde ela se esgueirava em todas essas tardes de verão. Ela esperava que Yoko congelasse, parecesse confusa, talvez até magoada. Ela não esperava que Yoko sorrisse para ela e acenasse enquanto subia nas arquibancadas. Faye tentou seu típico aceno indiferente, mas seus dedos estavam rígidos.

Neko ficou quieta quando ela e Yoko se juntaram a Faye na fileira de cima. Ela se sentou ao lado de Faye, Yoko do outro lado da irmã. Os olhos de Faye e Neko se encontraram, então os de Neko se afastaram rapidamente, de volta para sua irmã.

– Belo dia para um jogo de bola, não é? – Yoko perguntou, abaixando os óculos escuros sobre os olhos.

– É – disse Faye.

Ela não tinha ideia do que estava acontecendo.

Yoko sabia que ela estaria ali. Neko contou a ela hoje ou Yoko sabia há algum tempo? Faye estava confusa sobre como contar a ela seu motivo? Yoko sabia, mas não achava que era importante o suficiente para discutir? Faye precisava perguntar a Neko, ou mesmo a Palita, que ainda estava na grama com os cachorros.

Faye já tinha passado por muitas situações embaraçosas no trabalho. Ela conseguia ser charmosa e desarmada e vencer o dia. Ali, porém, ela não conseguia descobrir como manter a conversa fluindo. Ela ficou sentada em silêncio até Vincent chegar. Ela viu seu sorriso quando ele notou Yoko e rezou para que ele não dissesse nada estúpido.

– Yoko – disse Faye – Este é meu irmão, Vincent.

Yoko sorriu e apertou sua mão. Faye estava imaginando como seu movimento parecia rígido?

– É um prazer conhecê-lo – disse Yoko.

– O prazer é meu. – disse Vincent, seu sorriso se transformando em um sorriso largo. – Fiquei surpreso que minha irmã deixou você tirar a tarde de folga. Do jeito que ela fala de você, você pensaria que o show iria desmoronar sem você lá.

Faye poderia tê-lo sufocado.

– Tenho certeza de que isso não é verdade – disse Yoko.

Faye se mexeu na arquibancada. Yoko olhou para a primeira linha de base.

– De qualquer forma – ela disse – Agora que Palita foi quem teve que limpar o cocô do cachorro, eu vou tirar aqueles filhotes das mãos dela.

Yoko foi embora antes mesmo de Vincent se sentar. Faye deveria tê-la impedido. Deveria ter ido atrás dela. Deveria ter dito a ela que era verdade, não apenas que ela falou bem dela para seu irmão, mas que o show não seria nem metade tão bom sem ela. Faye havia dito a ela uma vez, na festa de encerramento que parecia ter acontecido há tanto tempo agora. Elas tiveram aquele beijo bêbado ridículo, upfronts e asma e um verão se aproximando desde então, e ainda assim Faye sentia que nunca tinha ficado tão longe de sua assistente.

– Como você demorou tanto para deixá-la ir a um jogo, Faye? – Vincent disse.-- Sinceramente.

Faye deu de ombros, olhando para Neko. Seu irmão deixou o assunto de lado, felizmente.

– Eu disse a ela quando você investiu – Neko disse pelo canto da boca. — Parecia demais não contar.

– Certo. – Faye disse.

O momento da melancolia de Yoko fazia sentido agora. Ou—não fazia sentido, mas Faye tinha contexto. Não fazia sentido, porque Yoko ficaria triste por ela ter investido na Floured Up? O investimento de Faye foi porque a padaria de Neko estava indo bem, e seu dinheiro permitiu que ela fosse ainda melhor. Yoko deveria estar feliz com isso.

– Ela não quer falar comigo sobre isso. – disse Neko, com uma ponta de dor na voz.

Faye ainda precisava se desculpar com Yoko por ter gritado com ela no dia anterior. Talvez fosse uma boa abertura para uma conversa maior. Não que ela sentisse necessidade de se desculpar por não ter contado a Yoko sobre o investimento na padaria, mas se pudessem discutir,Yoko poderia entender sua perspectiva. Elas poderiam seguir em frente.

Faye durou apenas meio inning antes de decidir ir se desculpar. Yoko levou os cães para o campo externo ao longo da primeira linha de base. Faye desceu das arquibancadas e foi em sua direção. Pareceu, por um momento, que Yoko queria fugir, mas dois dos cães estavam deitados e a ancoraram no local.

– Oi – Faye disse, ainda a alguns metros de distância.

– Oi. – Yoko mal abriu a boca para dizer isso. Ela não tirou os olhos do campo.

– Me desculpa por ter gritado com você ontem – disse Faye. – Agora sei que você estava apenas ciente dos rumores. Eu não entendi na hora, mas entendo agora.

– Ótimo. – Yoko disse, e nada mais.

Nem um espaço para abrir uma conversa.

Yoko não podia estar tão brava com ela. Por quê? Não dizer nada sobre os jogos de beisebol? Por que isso era responsabilidade dela? Ela era a chefe de Yoko, ​​não sua amiga, e certamente não sua irmã, que também não disse nada. E quando se tratava de investir na padaria, era uma decisão de negócios. Yoko não precisava saber o que Faye fazia com seu dinheiro. Sem mencionar que Yoko deveria estar feliz com esse investimento em particular.

Quando Faye estava errada, ela se desculpava. A prática a ajudou ao longo de sua carreira. Admita quando você estava errado, peça desculpas, faça melhor. Mas Faye não deveria precisar se desculpar por apoiar a irmã de Yoko.

Faye foi quem se sentiu desconfortável, no entanto, mandando mensagem para Yoko dizendo que chegaria atrasada na manhã em que foi ao Floured Up. Mesmo assim, ela sentiu que deveria contar a ela. E agora estava claro que ela a havia magoado. Ela desejou não ter feito isso.

Mas isso não significava que seu comportamento necessariamente justificasse um pedido de desculpas.

O argumento parecia fraco, mesmo em sua cabeça.

Em silêncio, elas assistiram a dois rebatedores sendo eliminados.

– Eu... – Faye começou. Ela não sabia o que dizer. – Você trouxe seu inalador? Está bem empoeirado.

– Sim – disse Yoko.

Faye se sentiu tão pequena, apesar de ser muito maior mesmo de tênis em vez de salto. Yoko parecia imponente, ombros para trás, cabeça erguida.

– Você deveria ir ao último jogo. Se quiser.

Yoko zombou. Talvez ali sua frustração fosse justificada. Se Faye tivesse contado antes, ela poderia ter vindo apoiar a sobrinha e o sobrinho durante toda a temporada.

Faye queria ficar, queria explicar. Mas ela não tinha uma explicação, e tentou se convencer de que não precisava de uma de qualquer maneira. Yoko nunca olhou para ela. Frustrada, ela voltou para as arquibancadas.

Ela ficou ao lado deles em vez de subir até o topo novamente. Ela não conseguia suportar sentar ao lado de ninguém, tendo que bater papo. No quarto inning, Neko desceu. Ela parou ao lado de Faye.

– Vou fazer minha irmã passar protetor solar – ela disse.

Faye assentiu. – Ótimo. Cuide dela.

-

O time das crianças perdeu, mas a tristeza desapareceu quando Neko anunciou que iriam tomar sorvete. Então, tudo era sorrisos e aplausos enquanto os pais colocavam as coisas nos carros. Faye estava perto do carro de Vincent, sem olhar para Yoko, ​​que estava na lateral do estacionamento com os cachorros.

– Vincent, você e Ethan vão tomar sorvete com a gente? – perguntou Palita.

– Contanto que Ethan não conte ao irmão mais novo que tomou sorvete antes do jantar – disse Vincent.

– Não vou, prometo! – disse Ethan, com os olhos arregalados.

– Faye? – perguntou Neko.

Faye estava olhando para Yoko quando Neko perguntou, e os olhos de Yoko se voltaram para os dela. Faye se virou para Neko.

– Acho que não hoje à noite –disse ela.

– Vamos – disse Yoko. – Você deveria vir.

Faye olhou para ela. Yoko piscou algumas vezes, sorrindo como se tudo estivesse bem. Por que ela estava fingindo?

– Não, é melhor eu... é melhor eu ir para casa – disse Faye. Ela olhou para o sobrinho. – Seu irmão não ficaria feliz se eu levasse você para tomar sorvete, mas não ele. Da próxima vez, levo vocês dois, ok?

Ethan sorriu. – Ok!

Os ombros de Yoko estavam quase na altura das orelhas, como se ela estivesse tentando se afundar em si mesma. Ela não olhou para Faye novamente, não sorriu até Dani e Ezra dizerem que queriam ir com ela. Faye olhou uma última vez para ela antes de entrar em seu próprio carro e ir embora.

Faye ligou para sua cafeteria preferida na manhã seguinte, aquela onde Yoko pegava seu café com leite todos os dias. Ela acrescentou um chai gelado ao seu pedido. Era algo que ela fazia às vezes, depois de filmagens noturnas ou antes de um longo dia. Um pequeno estimulante para Yoko.

Normalmente, quando ela chegava ao trabalho de manhã, Yoko se levantava e entregava seu café. Normalmente, Yoko sorria para ela. Normalmente, Yoko se certificava de que ela tinha tudo o que precisava antes de voltar ao seu próprio trabalho.

Naquela manhã, Yoko sentou-se à mesa e empurrou a xícara de café na direção dela sem olhar para cima. Uma segunda xícara, com seu chai, não estava à vista.

–Obrigada. – Faye disse enquanto pegava o café. – Bom dia.

– Bom dia – Yoko disse.

Faye ficou parada ali por um momento.

– Yoko. – Yoko finalmente levantou a cabeça para ela.

– Você precisa de alguma coisa, Srta. Malisorn?

Faye se irritou com a formalidade, a distância no tom de Yoko.

– Não se esqueça de que você estara acompanhando Barry Davis na terça-feira, Srta. Apasra. – ela disse em vez de qualquer tipo de pedido de desculpas.

Faye havia organizado a visita de Barry Davis porque sabia que ele era o diretor favorito de Yoko. Ela mexeu os pauzinhos com várias conexões e ajustou a programação de Innocents. Havia uma chance de ele acabar dirigindo um episódio nesta temporada, uma chance de ele gostar de Yoko o suficiente para ajudá-la a seguir o caminho certo dentro do Directors Guild, talvez até contratá-la ele mesmo. Yoko precisava estar preparada.

– Você tem alguma pergunta antes? – perguntou Faye.

– Não.

Yoko voltou para seu computador. Faye entrou em seu escritório e fechou a porta.

Depois do almoço, Faye teve uma reunião com Chantal. Yoko sentou-se para tomar notas. Eram atualizações gerais sobre o início das filmagens, incluindo um pouco sobre a visita de Barry Davis. No final da reunião, Faye deu instruções específicas a Yoko sobre dar continuidade a algo. Ela quase parou no meio das instruções, quando notou a assistente olhando por cima do ombro em vez de fazer contato visual. A garota não conseguia nem olhar para ela. Isso tinha se tornado uma bola de neve muito mais rápido do que Faye esperava.

Elas não interagiram novamente até as cinco horas.

– Você pode ir para casa, Yoko – disse Faye. – Tenha um bom fim de semana.

Yoko normalmente se certificava de que Faye também estava indo para casa antes de sair. Ela normalmente não deixava Faye sozinha no escritório sem lutar. Hoje, ela assentiu.

– Boa noite, Sra. Malisorn. – Ela disse, e foi embora.

Havia muitos babacas em Hollywood. Os babacas pisavam em seus funcionários. Você trabalhava para eles porque tinha que trabalhar, não porque eles eram bons chefes. Suas cartas de recomendação eram escritas por assistentes porque eles não conheciam seus funcionários o suficiente para escrever algo eles mesmos.

Faye poderia ter sido uma dessas babacas se quisesse. Ela tinha dinheiro suficiente, poder suficiente. Ela era chamada de vagabunda simplesmente por causa de seus padrões, mas ser babaca não era uma reputação que ela tinha. Seus funcionários gostavam dela — gostavam dela o suficiente para dizer a um repórter que ela seria incrível escrevendo Agent Silver. Havia um vazamento agora, sim, mas também havia pessoas como Chantal que estavam com ela desde antes de Innocents. Elas eram leais, porque Faye nunca tinha sido uma babaca.

Ela se sentia como uma agora, no entanto. Quanto mais Yoko ficava brava com ela, pior era o trabalho dela em se convencer de que não precisava se desculpar. Sim, Neko deveria ter contado a irmã sobre Faye ir aos jogos de beisebol, mas isso não absolvia Faye da responsabilidade. Sim, Faye era a chefe de Yoko, ​​mas ela não precisava ser uma babaca. Yoko a estava ajudando com Agente Silver — com sua presença e apoio, claro, mas também lendo o roteiro. Isso não estava na descrição do trabalho dela, mas ela fez. Por que, então, Faye estava agindo como se o relacionamento delas não fosse nada mais do que profissional? Não era íntimo como os tabloides alegavam, mas ser amiga de Yoko não dava nenhum mérito aos rumores.

Faye magoou Yoko. Ela estava tão focada em como contar a ela parecia difícil e confuso que não se importou com o que Yoko poderia sentir sobre a situação. Isso valia a pena se desculpar. Ela pensou em enviar uma mensagem na sexta-feira à noite, pouco mais de 24 horas depois do jogo de beisebol, mas decidiu que Yoko merecia que o pedido de desculpas fosse entregue pessoalmente.

Faye continuou se preocupando até encontrar Charlotte para jantar no sábado à noite. Ela a encontrou na frente do restaurante, envolvendo-a em um abraço que a fez se sentir querida. Ela eram quase da mesma altura — ela se lembrava de quando ela atingiu seu pico de crescimento enquanto elas estavam filmando The Johnson Dynasty, o quão desajeitada e desengonçada ela era naquela época. Quase trinta anos depois, ela tinha mais do que crescido. Seu cabelo ainda era castanho escuro, sem sinal de cinza. Só de vê-la, Faye se sentiu melhor do que ela se sentiu por dias.

Ela havia escolhido um restaurante especializado em gastronomia molecular. Era para ser a última moda. Faye não conseguiu deixar de tirar sarro disso.

– Foie gras de algodão-doce? – Ela bufou uma risada. – Char, você sempre foi tão pretensiosa?

– Estamos pedindo isso agora – ela disse. – E você vai gostar.

Ela acabou gostando, embora se recusasse terminantemente a admitir.

No bar de café e chocolate que eles foram depois do jantar, Charlotte se amontoou no mesmo lado da cabine em que ela estava. Ela a cutucou na lateral como fazia quando queria algo dela quando eram crianças.

– Então me conte sobre Agente Silver – ela disse. – Como está o roteiro até agora?

– Você sabe que se eu te contasse alguma coisa, o estúdio me mandaria embora na hora – ela disse.

– Vamos lá – ela choramingou. – Só uma coisinha.

Ela imitou trancar a boca e jogar a chave fora. Spoilers estavam bloqueados para algo tão grande quanto Agente Silver.

Mas isso não a impediu quando Yoko pediu para ajudá-la. Yoko não apenas sabia um pouco do que aconteceu, ela leu, bem ali no roteiro.

Charlotte não mencionou Yoko a noite toda. Faye não sabia se ela estava sendo gentil ou se ela simplesmente não dava importância aos rumores e, portanto, não sentia necessidade de trazê-los à tona. O pensamento em Yoko fez o peito de Faye apertar. O que ela faria se Faye pedisse para ela dar uma olhada no roteiro agora? Ela estava tão magoada que recusaria? Faye cutucou as unhas.

Charlotte cutucou-a na lateral novamente, tirando-a de seus pensamentos. – Estou ansiosa para que todos os idiotas que pensaram que você não conseguiria engolirem suas palavras quando você explodir essa coisa da água.

Faye riu do elogio repentino. Ela tentou não pensar em quem mais acreditava nela tão fortemente.

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Ei gente :) desculpa a demora para voltar, tive alguns problemas com meu notebook e tive que colocar no conserto. Finalmente ficou pronto mas acho que vou ter que comprar outro... enfim, vou voltar a postar a historia para vocês. Até muito e breve.

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