Eu estava a caminho da casa da mãe do Apollo para checarmos se estava tudo certo com os preparativos do casamento. Kakau ia pra lá também, como ela mesma dizia, queria fazer parte da "operação noiva". Não vou mentir, nunca fui muito fã desses detalhes de casamento. Sinceramente, preferia casar só no civil, ainda mais considerando que sou atéia. Mas eu sabia o quanto isso era importante para o Apollo. Por que não? Ele já abriu mão de tantas coisas por mim, retribuir não custava nada.
— Linda... — a voz dele me tirou dos pensamentos.
— Oi? — respondi, me ajeitando no banco do carro.
— Você vai ficar chateada se eu não chorar? — ele perguntou, enquanto mantinha os olhos na estrada.
Virei para ele, confusa. — O quê? — perguntei, soltando uma risadinha.
— Se eu não chorar no casamento. Vi umas meninas no TikTok falando que ficariam chateadas se o noivo não chorasse — explicou, virando na rua dos pais dele.
Dei uma risada, entendendo o que ele queria dizer. — Não, eu não ligo pra essas coisas — respondi, passando um pouco de brilho nos lábios.
Ele soltou um suspiro aliviado. — Que bom, porque eu não sou de chorar. Já tava preocupado — falou rindo, e eu ri junto.
Ele estacionou o carro em frente à casa dos pais.
— Por que você não fica com a gente hoje? — perguntei, fazendo um bico enquanto o olhava.
Apollo tirou a mão do volante e levou até o meu rosto. — Eu queria, mas preciso comprar o terno. O Neo vai comigo — disse, olhando nos meus olhos.
Franzi a testa, surpresa. — Rogério Caui! Você deixou pra comprar o terno a uma semana do casamento? — perguntei, incrédula.
Ele riu da minha reação. — Ué, terno não é complicado igual vestido de noiva. Tem milhares do meu tamanho, é só escolher um — respondeu com a maior tranquilidade.
Antes que eu pudesse retrucar, senti meu celular vibrar. Quando olhei, vi que era uma mensagem da mãe dele, avisando que tinha deixado o portão aberto.
— Vou lá antes que sua mãe saia pra me buscar — falei, rindo.
Apollo se inclinou, abrindo a porta do carro para mim. — Se divirta, linda. E, se sentir qualquer coisa, me liga que eu venho na hora — disse, puxando-me para um beijo. Fui pega de surpresa, mas logo retribuí, passando os braços ao redor do pescoço dele. Me perdi na sensação, sentindo a respiração começar a falhar. Mas ele cortou o beijo, rindo, ofegante.
— Chega de beijo, senão dou meia-volta com esse carro — brincou. — Eu te amo.
Ele me deu um beijo rápido na testa e, abaixando-se, beijou minha barriga. — E eu te amo também — disse, arrancando de mim um sorriso bobo.
Desci do carro. — Também te amo! Boa sorte com o terno. Beijo! — falei, fechando a porta.
Caminhei até o portão e entrei, já que estava aberto. Só quando cheguei na porta da sala escutei o barulho do carro dele dando partida.
— Oi, sogra! — falei, entrando e vendo ela lendo na sala.
Assim que ouviu minha voz, ela deu um pulo e veio rápido na minha direção.
— Oi, coisa linda da sogra! Que saudade! — exclamou, me dando um abraço apertado. Retribuí com um sorriso.
Assim que nos afastamos, ela olhou para minha barriga e sorriu. — E você, coisinha linda? Vovó tá ansiosa! Não enrola pra sair não, hein? — disse, acariciando minha barriga com voz doce.
Dei uma risada. — Espera até o casamento, pelo menos — brinquei.
— Ah, é mesmo, pelo amor de Deus! — respondeu rindo, enquanto fazia sinal para eu me sentar.
Sentei no sofá e ajeitei uma almofada na coluna.
— Falando em casamento, como você tá com tudo isso, Léo? — ela perguntou, me entregando uma xícara de café recém-preparado.
Dei um gole antes de responder. — Tô bem, só cansada e meio estressada — resmunguei.
Ela riu. — Até que eu tô te achando calma. E olha que você tá grávida! Na minha vez, passei a semana inteira acordada, dormia só duas horas por noite. E em toda oportunidade, falava do casamento. Tive que usar um quilo de maquiagem pra esconder as olheiras — comentou, rindo nostálgica.
— O Rogério que tá assim. , toda noite sinto ele virando pra um lado , pro outro e depois saindo da cama , Hoje ele veio perguntar se eu ia ficar chateada se ele não chorasse. Fiquei tipo: "Ué, por que eu ficaria?" — contei, rindo.
Ela gargalhou. — Ah, Léo, ele vai chorar, pode acreditar. O pai dele me disse a mesma coisa e, no dia, chorou mais que eu! — disse, e nós duas caímos na risada.
— Vamos esperar a sua amiga chegar pra começarmos a olhar as coisas do casamento? — sugeriu a mãe do Apollo, ajeitando o cabelo e sorrindo para mim. — Assim ela participa de tudo e já deixa a "operação noiva" ainda mais animada.
Ri baixo, concordando. — Pode ser. Ela ama organizar essas coisas.
Ela apoiou as mãos no colo, inclinando a cabeça com curiosidade. — E você, tá tranquila com tudo isso? O casamento, os preparativos... não tá achando demais?
Suspirei, sincera. — Ah, é um pouco cansativo, sim, mas eu tô levando. Confesso que preferia algo mais simples, só no civil, sabe? Mas...
Ela me interrompeu com um sorriso cúmplice. — Mas é importante pra ele, né?
Assenti, olhando para minhas mãos. — É. Ele já abriu mão de tanta coisa por mim, que não vejo problema em retribuir.
Ela me olhou com ternura, como se estivesse analisando cada palavra minha. — Isso é bonito, Léo. Nem todo mundo entende o que significa ceder pelo outro. Você e o Rogério têm uma coisa muito especial.
O jeito que ela falou, tão sincero, fez meu peito aquecer. Sorri, meio tímida. — Obrigada. Às vezes, acho que não mereço tanto.
— Não fala isso, menina! — ela exclamou, com um tom que misturava repreensão e carinho. — Vocês se completam, e isso é o que importa.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ela mudou o assunto de repente.
— E aí, já decidiu mesmo que não vai querer saber o que é o bebê?
Dei uma risada curta. — Não. Quero que seja surpresa até o final.
Ela arqueou uma sobrancelha, curiosa. — Ah, mas não te dá nem uma pontinha de curiosidade?
— Dá, né? — confessei, rindo. — Mas acho que vale a pena esperar. A gente já sabe tanto sobre tudo o tempo todo. Pelo menos dessa vez, quero ser surpreendida.
Ela assentiu, mas tinha aquele olhar de quem ainda não estava completamente convencida. — Tudo bem, mas me conta... você tem alguma preferência?
Parei um momento, acariciando a barriga com suavidade. — Acho que preferiria menino. Não sei por quê, só me parece mais fácil.
— Ah, é? — ela perguntou, com um sorriso divertido. — E o que você faria se fosse menina?
— Ué, ia amar do mesmo jeito, né? — respondi, rindo. — No fundo, não faz diferença. Só quero que venha com saúde.
Ela sorriu, apoiando o cotovelo no braço do sofá enquanto me observava. — Bom, eu já vou te adiantar: acho que é menina.
Virei para ela, surpresa. — Sério? Por quê?
— É um palpite de mãe, Léo. — Ela começou a rir, levantando a xícara de café como se brindasse à própria sabedoria. — Quando estava grávida do Rogério, minha barriga ficou enorme, e eu enjoei tanto que achava que ia morar no banheiro. Já com a Anna foi completamente diferente. Minha barriga ficou pequenininha, igual a sua, e eu não enjoei nem uma única vez.
— Então quer dizer que meu destino é uma menina? — brinquei, com um sorriso.
— Não sei, né? Mas vou te falar, hein... se eu estiver certa, vou querer ser chamada de vidente!
Caí na risada com o jeito dela, sempre brincalhona e acolhedora. — Fechado, pode ser.
Ela esticou a mão e deu um leve aperto no meu braço. — Mas falando sério, Léo... você tá muito bem, sabia? O Rogério me conta que você tem enfrentado tudo com uma coragem incrível. E eu sei que essas mudanças não são fáceis.
Olhei para ela, sentindo uma pontada de emoção. — Obrigada. Eu me esforço, mas tem dias que parece difícil até levantar da cama.
— E mesmo assim, você levanta. Isso é o que importa. — Ela sorriu com aquele olhar de mãe que sempre parece enxergar além.
Antes que eu pudesse responder, a campainha tocou.
— Deve ser a Kakau — falei, me levantando devagar.
Ela sorriu, já se ajeitando para ir abrir a porta comigo. — Pronto, hora de começar os trabalhos.
A campainha tocou novamente, e eu e a mãe do Apollo nos levantamos para abrir a porta. Antes mesmo que ela pudesse girar a maçaneta, a voz animada da Kakau já ecoava do lado de fora.
— Oi, minhas lindas! Abre logo essa porta, tô cheia de novidades! — disse ela, rindo.
A mãe do Apollo abriu a porta com um sorriso caloroso.
— Oi, Khauane! Seja bem-vinda, querida!
— Oi, tia! — Kakau respondeu animada, dando um abraço rápido nela antes de me encontrar no meio da sala. — Mas cadê a minha noiva favorita e o meu baby do coração?
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Kakau correu até mim, me envolvendo em um abraço apertado.
— Ai, Léo, olha você! Tá ainda mais linda com essa barriguinha. — Ela se afastou um pouco para me olhar melhor e logo se abaixou para acariciar a barriga. — E você, hein, bebê? Dá um chutinho pra dinda Kakau!
Ri, sentindo meu rosto aquecer com o carinho dela. — Calma, ele ou ela ainda tá tímido.
A mãe do Apollo observava a cena, rindo. — Eu adoro a energia dela. Essa casa já tá mais animada com ela aqui.
Kakau piscou para a sogra. — Pode me chamar sempre, tia. Eu trago a festa no bolso!
— E na língua também, né? — brinquei, rindo.
— Sempre! — Ela se jogou no sofá ao meu lado e suspirou dramaticamente. — Então, meninas, vamos aos preparativos. Quero conferir cada detalhe.
A mãe do Apollo já estava pegando uma lista na mesa de centro e organizando as pastas. — Ótimo, porque tem muita coisa pra revisar. Vamos começar pelas flores ou pelo buffet?
— Buffet! — eu e Kakau falamos ao mesmo tempo, rindo em seguida.
Nos inclinamos para ver a lista enquanto a mãe do Apollo explicava os fornecedores, as opções de cardápio e o que já estava fechado.
— E as lembrancinhas? — perguntou Kakau, anotando algo em seu celular.
— Já estão prontas — respondeu a sogra, sorrindo satisfeita. — Ontem mesmo finalizei as caixinhas. São simples, mas acho que ficaram lindas.
Kakau assentiu, entusiasmada. — Ai, amo simplicidade. E as flores?
— Rosas brancas e lírios brancos. Tudo bem clássico, gosto de clássico — expliquei.
— Chique demais! Olha, amiga, você tá arrasando. Tô até com medo de competir quando chegar a minha vez.
— Competir nada, Kakau — brinquei, rindo. — Do jeito que você é, vai fazer algo digno de red carpet.
— Se depender de mim, pode apostar! — Ela piscou e voltou a anotar mais coisas no celular.
A mãe do Apollo observava tudo com um sorriso no rosto, claramente adorando o clima. — Acho que já dá pra abrir uma empresa de organização de casamentos com vocês duas.
— E você, tia, seria a chefe! — Kakau falou, empolgada.
Ficamos ali conferindo cada detalhe: o som, o DJ, as mesas, os convidados... A cada nova ideia, Kakau vibrava, cheia de energia, enquanto a sogra e eu ríamos do entusiasmo dela.
Depois de um tempo, Kakau se recostou no sofá, suspirando. — Tá tudo perfeito. Esse casamento vai ser inesquecível.
A mãe do Apollo concordou, olhando para mim com ternura. — Vai ser lindo, Léo. E, mais importante, vai ser muito feliz.
Dei um sorriso tímido, sentindo o carinho das duas. — É o que eu espero.
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