Mentes Obscuras - Sangue Cérb...

By AutoraLyMeri_

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Agnes Winyler, uma adolescente de Morgan City, tem uma vida bastante difícil. Seus pais abusivos estão mortos... More

AVISOS+GATILHOS
CAST
Dedicações.
1; Nós três para sempre.
2; Hierarquia.
3; Terror mental.
4; Futuro.
5; Dia das garotas.
6; Novos sentimentos.
7; Perigo Noturno.
8; Vinculados.
9; Helena.
10; Convite.
11; Paladar infantil.
12; S.O.S .
13; Furiosas.
14; Árvore da memória.
15; O Plano.
17; Ameaça.
18; Rasga Mortalha.

16; Festa dos novatos.

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By AutoraLyMeri_

09/02/2017 – Quarta-feira, 22:40 p.m.
CTEA, Quadra de esportes.

Sinto meus olhos doerem e meu estômago revirar a cada luz colorida que passa por mim e pisca.

Me sinto um pouco pressionada e sensível demais hoje. Nunca estive numa situação tão cheia de pessoas e com tantos planos "mirabolantes".

Ontem foi o dia que nos fez ter certeza sobre o que queremos; Que todos os mascarados paguem por suas atitudes. Francesca, Marcos e os outros três, que ainda não sabemos quem é, decidiram fazer uma "visita" para nós no intervalo.

Jogaram um balde cheios de larvas em Chiara, um balde cheio de terra em Daniela e um balde de água tingida de vermelho em mim. Depois, fomos agredidas. A boca de Daniela que já estava arroxeada, depois de ter sido agarrada pelo gárgula, ficou com um corte gigante nos lábios. De inicio, eu fiquei com medo e tentei fugir como sempre. Depois que as coisas ficaram feias, eu tentei revidar, o que não funcionou e só fez piorar.

Chiara foi a que mais saiu machucada, por mas que todas nós tenhamos sofrido agressão física e verbal.

A loira está com vários machucados pelo corpo, culpa de Marcos, que bateu na loira com a bandeja do refeitório.

Se não fosse por Nevan intervindo os comando de Francesca sobre eles, os mascarados teriam continuado a nos machucar.

Eu não entendo. Por que Francesca obedece ele? E por que ele fala desse jeito com ela? Foi tão de repente essa aproximação deles...Posso estar errada, mas quando ele se aproximou dela, que estava com a mascara idiota de pássaro, meus ouvidos escutaram a voz rouca e rude dele dizer: "Francesca, eu mandei você parar de mexer com elas."

Bufo irritada com os meus pensamentos.

Eu deveria acabar com Nevan também, quem
sabe assim eu esqueço ele e meu estresse e
minha ansiedade diminuem.

—O que foi?—Chiara perguntou enquanto mistura a sua bebida azul amarga com a vermelha e doce de Daniela.

Encosto minhas costas na cadeira de plástico e
cruzo os braços.—Nada.—Respondo olhando
para os alunos dançando no meio da quadra.

Daniela suspira.—Esse ambiente está sugando minha energia.—Disse devagar por conta dos
seus lábios machucados.

—Me poupe!—Chi exclamou.—Nem energia você tem para esse tipo de "evento", já começa por aí.—A loira rebateu.—Sua energia só existe em lugares insalubres.—Terminou levando seu copo em direção a boca e tomando um gole.—Caramba!—Gemeu feliz.—Ficou uma delicinha!—Lambeu os lábios.

Sorrio para o seu entusiasmo enquanto Daniela fica inexpressiva.

—O que foi, ruiva?—Perguntei ficando preocupado com essa falta de expressão de Daniela.

Depois que decidimos nos vingar, ela tem estado diferente. Isso é preocupante.

—Estou cansada, só isso.—Respondeu suspirando.

—Olha...—Chiara iniciou mexendo sua bebida com o canudo.—Faltam poucos minutos para saírmos daqui.—Disse olhando o relógio grande e redondo na parede que fica atrás das arquibancadas da quadra.—Por que não aproveitamos um pouco para dançar?—Perguntou sorrindo no final.

Cruzo os braços.—Não.—Respondo.

—Ah! Qual é?—A loira deixa sua bebida em cima da mesa e tenta descruzar meus braços.—Vamos nos divertir só um pouquinho!—Ela tenta me convencer chacoalhando meus braços.

—Não.—Nego seu pedido.—Não mesmo.—Faço não com a cabeça.

Ela revirou os olhos e virou seu rosto para Daniela.—Vamos?—Pediu manhosa para a ruiva que continua estranha.

Daniela olha para os alunos dançando e depois para o relógio.—Dez minutos.—Disse se levantando da cadeira.

A loira bate palminhas de animação e eu murcho mais na cadeira. Vou ficar sozinha.

—Bora, Agnes.—Daniela mandou vindo até mim com as mãos na cintura.—Adiante seus passos.

Viro o rosto.—Não vou.—Me recuso a dançar em publico.

Daniela inclina seu corpo apoiando suas mãos nos braços da cadeira que estou, ela aproxima seu rosto do meu.

—Se você não se levantar e dançar, eu vou contar para Vó Mirla que quem deixou a porta aberta no dia que o cachorro dela sumiu, foi você.—Ameaçou.

Empurro os ombros dela afastando seu corpo da cadeira. Me levanto e começo a andar mexendo meu corpo de um lado para o outro no ritmo da música.—Quem aí quer dançar?!—Pergunto fingindo animação.

—Sua alma é podre, Ag.—Daniela afirmou andando em minha direção parando ao meu lado esquerdo.

—Não mais que a sua.—Chiara respondeu por mim enquanto dançava um passinho muito estranho.

Andamos até o meio da quadra e começamos a nos juntar com os outros estudantes. Era apenas uma batida muito louca e forte.

Acompanhamos todos os estudantes. Levantamos os braços e começamos a pular igual três retardadas.

Daniela começa a ficar cansada mas continua a pular.—Cacete!—Resmunga.—Esses jovens não sabem fazer outro movimento, não?—Perguntou.—Eu sou velha demais para ficar pulando tanto assim!—Disse alto.

Chiara a olha incrédula enquanto pula.—Você tem dezesseis anos.—Disse alto e negando com a cabeça.

Paro de pular e tiro o suor da minha testa.—Eu estou cansada.—Digo ofegante.—Vamos voltar para as cadeiras, pelo amor de Deus!—Imploro.

Toxic da Britney Spears começou a tocar e nós três nos entreolhamos esquecendo totalmente do cansaço que sentimos. Gargalhamos juntas ao lembrar da mesma coisa ao mesmo tempo.

Nós amamos a Britney Spears, amamos tanto que criamos uma coreografia só nossa para essa música.

—Temos uma regra.—A loira afirmou.—Lembram dela?—Chiara perguntou começando a se movimentar para o meio entre mim e a ruiva.

—Sempre dançar Britney Spears quando ela tocar!—Falamos em uníssono.

Foi tão animado e contagiante o jeito que falamos, que todos começaram a nos olhar e fazer um círculo a nossa volta.

Nós ficamos em forma de triângulo com Chiara no meio e eu e Daniela nas pontas, cada uma olhando para o seu lado com as pernas um pouco distantes e as mãos na cintura.

Quando a primeira frase da música começa a tocar, nós começamos a esquecer tudo e todos.

"Baby, can't you see..."
Chiara junta suas pernas em um pulo sútil enquanto seus braços se estendem para os lados e os dobra subindo para o seu rosto com suas mãos fechadas para cobrir seus olhos. Ela abre as mãos como uma janela e puxa com sua mão esquerda a mão direita para o lado esquerdo do seu rosto fazendo um celular com a mão direita enquanto toca com um dedo da sua mão esquerda.

"I'm calling?"
A loira volta sua mão direita em direção ao seu ouvido direito enquanto desfila graciosamente
para a direita.

"A guy like you..."
Ela para de frente para um estudante e o empurra para trás sutilmente com um dedo.

"Should wear a warning"
A loira volta para a nossa formação enquanto dubla, para os estudantes, e canta para si. Ela para no meio.

"It's dangerous"
Em sincronia, nós três fazemos um X com os braços em frente aos seios e giramos nosso quadril para esquerda trocando o X por uma passada de mão sútil no colo dos seios enquanto voltamos o nosso quadril e giramos para a direita.

"I'm falling..."
Levamos as mãos do colo dos nossos seios para a cabeça fazendo poses diferentes que lembrassem
uma "queda".

Quando fica apenas a batida, nós trocamos de lugares fazendo movimentos pequenos e
diferentes. Daniela fica no meio, eu fico na
ponta da direita e Chiara na ponta da esquerda.
Nós nos viramos de costas.

"There's no escape."
Nos viramos de frente ao mesmo tempo, mas apenas Daniela faz movimentos. Ela se vira lentamente enquanto estira o braço esquerdo para frente e depois levando o direito juntando suas mãos e cruzando os dedos um no outro. Ela dá um desliza um passo a frente enquanto solta suas mãos deixando a esquerda mais para baixo e a direita um pouco acima da cabeça.

"I can't wait.."
Sua mão direita vai para o ombro esquerdo e sua mão esquerda para no lado direito da sua cintura. A ruiva troca as mãos de lugares fazendo um movimento "circular" com o quadril.

"I need a hit."
Ela faz uma leve encenação enquanto dubla e dança. Suas mãos sobem e param no meio do caminho apontando para o chão e depois as mãos se cruzam como um X rapidamente.

"Baby, Give me it."
Daniela faz o mesmo que Chiara, anda para a frente e aponta para um menino aleatório fazendo toda uma encenação.

"You're dangerous."
Ela chega no menino e dubla a Britney olhando nos olhos dele que ficou vermelho.

"I'm lovin' It"
Daniela faz um coração para ele e assopra um beijo para o garoto que fica mais tímido e acanhado.
Enquanto apenas a batida toca, a ruiva volta dançando para a formação distanciando suas pernas e deixando as mãos na cintura. Ela vira seu rosto de lado encostando seu queixo no ombro.

"Too High, can't come down."
Nós voltamos nossas cabeças para frente e juntamos a perna esquerda com a direita em sincronia. Começamos a trocar de lugar lentamente em movimento horário enquanto gesticulamos com as mãos, dublamos e dançamos de jeitos diferentes.

"Losing my head"
Fazemos movimentos "brutos" com a cabeça, Daniela até acaba se perdendo na personagem e bagunçando todo seu cabelo.

"Spinnin 'round and round"
Giramos os pulsos da mão enquanto apontamos
para pessoas aleatórias.

"Do you feel me now?"
Paramos na formação do triângulo, agora comigo na frente, Daniela e Chiara nas outras pontas.

O primeiro toque fino começa e eu faço uma pose, no segundo toque Daniela faz outra posse diferente e no terceiro toque Chiara faz também.

Quando o ritmo da melhor parte da música começa, nós fazemos movimentos diferentes, mas ambos lentos. Eu enfio minhas mãos dentro dos meus cabelos curtos dando uma leve empinada no quadril para gira-lo, Daniela fica de lateral e inclina seu tronco para baixo e dobrando seu joelho direito deixando o outro esticado. Por estar de lateral, ela passa suas mãos sobre o seu cabelo colocando ele todo para o lado direito. Chiara ergue seus braços para cima bagunçando seus cabelos loiros, seus quadris fazem um movimento lento.

"With a taste of your lips, I'm on a ride."
Nós ficamos retas e rapidamente damos um passo inclinado para a esquerda com a perna direita, dobramos a perna e o nosso joelho esquerdo o tocamos com a mão direita, quando a perna desce para o chão, a mão que estava no joelho sobe para os lábios. Mandamos um beijo assoprado enquanto a outra mão faz um sinalzinho de "tchau" pequeno.

"You're toxic, I'm slippin' under"
Nós apontamos para as pessoas que estavam olhando e em seguida fazemos caretas e movimentos como se estivéssemos com falta de ar.

"With a taste of a poison paradise"
Nós inclinamos nossos corpos para frente enquanto tocamos no canto dos nossos lábios, em seguida nós colocamos uma mão na testa e inclinamos o corpo um pouco para o lado.

As meninas andam para a mesma linha que eu e ficamos em fileira. Ficamos de lateral com uma mão na cintura.

"I'm Addicted to you." Gesticulamos com as mãos enquanto nos olhamos entre risadas e dublagens extravagantes feitas por nós.

"Don't you know that you're toxic?"
Começamos a rodar em um circula novamente enquanto dançamos de vários jeitos diferentes.

"And I love what you do."
"Don't you know that you're toxic?"
Terminamos uma do lado da outra e em sorrisos e abraços de animação.

A música corta bem na hora em que não temos
mais coreografia, as palmas que recebemos nos surpreendem, mas rimos do que fizemos.

O círculo que tinha sido formado para nós, se desmanchou assim que começou a tocar a musica Telephone da Lady Gaga com a Beyoncé.

Começamos a nos contagiar de novo com a musica, pulamos e cantamos a três pulmões.

—POR QUE NÃO VIEMOS PARA CÁ ANTES?!—Tentei falar o mais alto possível por conta da barulheira que está.

—PORQUE VOCÊ É CHATA.—Chiara respondeu aproximando seu rosto da minha orelha.

Reviro os olhos mas continuo a curtir a musica, as risadas aleatórias e o momento com elas.

Sinto alguém cutucar meu ombro. Me viro para trás e encontro um garoto alto de cabelos escuros, olhos de raposa e jeito de pegador.

Ele pede para eu aproximar mais o meu rosto do dele com a mão, e eu aproximo, sua mão toca a lateral do meu rosto e o vira para a esquerda. Sua boca se aproxima da minha orelha.

—Qual é a série de vocês?—Perguntou alto para eu conseguir ouvir.

Afasto meu rosto do dele.—Primeiro ano.—Respondo alto.

Ele faz uma feição diferente, como se estivesse satisfeito com a minha resposta. Seu sorriso se abre para mim enquanto aproxima nossos rostos.

Seu rosto fica pouco distante do meu.—Você quer me dar uma chance, gracinha?—Perguntou aproximando nossos rostos.

Franzo o cenho e me afasto rapidamente.

Uma mão grande cobre metade da nuca do menino e o puxa para longe de mim.—Você quer conhecer a morte?—Nevan perguntou rude.

O garoto fica assustado e se solta do aperto de Nevan logo fugindo entre os estudantes dançando.

Quando o garoto some entre os estudantes, Nevan me olha cruzando os braços.

—Que porra foi essa?!—Questionou parecendo irritado.—Você é nova demais para ficar dançando essas coisas, Agnes!—Repreendeu alto.

Arregalo os olhos em surpresa.—Você virou meu pai?—Questionei.—E por que está falando assim comigo?—Faço cara feia.—Deveria dizer esse tipo de coisa para a sua namorada, não para mim.—Respondo irritada.

A música muda para uma mais calma e com batidas menos forte, fazendo ser possível ouvir tudo sem precisar gritar ou falar alto.

—Essa doeu até em mim.—Nôllan falou aparecendo de repente junto a Miguel entre os estudantes dançando.—Vocês arrasaram.—Elogiou.—Acho que deveriam me ensinar essa dança.—Brincou parando ao lado de Chiara e bagunçando os cabelos loiros.

—Concordo com Nevan.—Miguel disse com a feição insatisfeita.—Vocês são muito—Sua fala é cortada por Daniela que tapa sua boca com a mão direita.

—Cala a boquinha, cala.—Disse olhando para ele.—Estava melhor sem vocês aqui.—Revirou os olhos enquanto retirava a mão da boca de Miguel.

—Infelizmente, as endemoniadas aqui—O loiro apontou com o dedo para cada uma de nós.—não tem meio de transporte para ir para FortSouls.—Miguel pontuou olhando para Daniela que cruza os braços.

—Endemoniadas?–Daniela questionou erguendo uma sobrancelha.

—Sim, cabelo de fogo.—Miguel afirmou dando língua para ela.

Daniela mostra o dedo do meio para ele.

—As duas crianças querem parar, por favor?!—Chiara perguntou gesticulando com as mãos.

—Estamos com uma moto e um carro.—Nôllan disse mudando de assunto.

—Eu vou no carro!—Garanto o meu lugar desejando ser bem longe de Nevan.

—Eu também!—Chiara disse mais rápido que Daniela.

A ruiva fica emburrada e infla as bochechas.—Por que não pode ficar as três na droga do carro?—Perguntou batendo o pé.—Cabe as três atrás, poxa!

—Porque é injusto com quem tá na moto.—Miguel respondeu tranquilo.—Seis pessoas, três duplas.

—Que conta errada é essa?!—Daniela questionou.—Dava para fazer tranquilamente duas meninas e dois meninos, e o casal ia ser você e sua irmã!—Concluiu.

Ele franze o cenho.—Chiara não gosta de moto.—Respondeu.—Ela disse que a bunda dela é murcha e ossuda e que por isso fica doendo.—Disse fazendo todos sorrirem, inclusive Daniela que estava fazendo drama e estava estranha.

—Parem de rir!—Chiara falou rindo dela mesma.—Seus fedelhos ridículos!—Nos xingou.

—Tudo bem, tudo bem!—Nôllan disse controlando sua risada.—Vamos voltar para o foco de antes.—Concluiu dando um pigarreio.—Chiara e Agnes ficam no carro, Daniela na moto.

—Quem que está com a moto hoje?—Daniela perguntou com uma feição péssima.

—Eu.—Miguel disse levantando suas sobrancelhas diversas vezes.—Para o seu desgosto.—Concluiu brincando com ela.

—Idiota.—Ela diz cruzando os braços.

—Resolvidos?—Perguntei.—Melhor adiantarmos nossos passos.—Digo.

—Todos, menos você e Nevan.—Nôllan disse.—Acho que vocês deveriam conversar.—deu sua opinião.

—Não temos nada para conversar.—Sou ignorante com minha fala.

Escuto a respiração dele ficar pesada.

—Andem.—Ele ordenou passando por todos nós com sua expressão mais fechada que o comum.

Todos começamos a andar para fora da quadra. Durante a nossa ida em direção a saída da escola, Miguel fica em cima de Daniela a irritando de tudo que é jeito. Até me perguntei se o que ele não estava fazendo era bullying, mas depois eu conclui que não, ele não fazia piadinhas ruins ou com a vontade de deixa-la mal. Ele é apenas brincalhão demais com ela, que fica irritada com facilidade.

Os outros dois andam um ao lado do outro, enquanto eu e Chiara estamos juntas também.

Observamos os dois meninos a nossa frente, Nôllan parece estar brigando com Nevan, mas Nevan parece não dá a mínima.

—Eles parecem estar discutindo.—Chiara disse enquanto caminhamos lado a lado pelos corredores pouco iluminados da escola.

Continuo olhando para eles e acabo por dar de ombros.—Nôllan está discutindo sozinho.—Digo—Nevan é um idiota.—Concluo.—Sangue frio...—Deixo no ar.

—Acho que você está sendo muito franca com ele.—Chiara disse calma e baixo.

Olho para ela sem entender o que ela quis dizer.

—É, Agnes.—Afirmou.—Você está sendo muito franca com alguém que não te deve nada e que não sabe se expressar direito.—Concluiu.

—Ãn?—Resmungo sem entender.

Ela sorri pequeno.—As vezes eu esqueço que você é bobinha para muitas coisas.—Disse para si.—Nevan não sabe se expressar, Ag.—Falou levando seu olhar para os dois garotos da frente.—E vocês não são nada além de colegas. Ele não precisa explicar nada para você e nem você para ele.—Completou.

—Não acho.—Sou direta.—Se não somos nada, por que ele sempre me leva para a escola? Por que me protege como se fosse algo para ele?—Pergunto.—E "colegas" não fazem metade do que ele faz por mim.—Digo e ela concorda com a cabeça.—Podemos até ser considerados melhores amigos agora, mas colegas seria loucura.—Ironizo um pouco no final.

Talvez ele, realmente, só me ache parecida demais com a irmã morta dele e quer me proteger como não conseguiu proteger a irmã.

—Perguntas sem respostas.—Chiara diz.

—É.—Eu digo.—Ou não.—Eu penso.—Não devemos nada um para o outro, mas ele ao menos poderia dizer o motivo de sempre agir assim comigo.—Digo o que penso.—Uma hora ele parece me querer por perto, outra hora ele parece me querer longe.—Olho para ela me sentindo desconfortável.—É estranho...frustrante demais.—Termino.

Chiara dá de ombros.—Ele sempre foi assim.—Começou o olhando de longe.—Pelo menos eu acho.—Disse sua opinião.—Quando eu era criança, sempre via Nôllan e Miguel descontraídos e bobalhões, mas Nevan era, e continua, tão dentro de si mesmo, tão...—Procura o que falar.—sozinho.—Termina me olhando.

Observo ele de longe. Jaqueta da Cérberus, mãos nos bolsos e passos fortes e certeiros. Não consigo ver seu rosto de frente, mas ele vira de lateral para ver o rosto de Nôllan. Eles não pareciam discutir mais.
Parecem ter uma conversa mais tranquila, por mas que Nôllan esteja rindo e Nevan com um sorriso bem pequeno. Nôllan dá umas leves batidas em suas costas e ele não parece achar ruim...Ah!...Slá!

Nevan é tipo um cubo mágico para mim. Quando termino de montar um lado, os outros cinco ainda estão todos bagunçados e difíceis de resolver sem desmanchar o lado que solucionei.

—Não sei.—Digo por fim.

—Não seja tão franca com ele.—A loira disse de novo.—Tente conversar com ele.—Completou.

Assinto com a cabeça em resposta.

A infância dele deve ter sido difícil. Eu deveria ser mais empática com ele por ter tido uma infância difícil também? Entendo um pouco sobre ter uma família anormal.

Chegamos na saída do colégio e vamos logo em direção ao carro, Daniela e Miguel fazem o mesmo, mas em direção a moto.

Nôllan abre a porta para mim e Chiara, enquanto isso, Nevan já está sentado no banco do motorista encaixando as chaves no carro.

Entro dentro do carro e Chiara vem em seguida, Nôllan fecha a porta e vai em direção ao passageiro, ele abre a porta se sentando e fechando a porta.

—Melhor ele ir na frente.—Nôllan disse olhando para Nevan.

—Sim.—Concordou.—Eu também acho.—Disse apertando um botão ao seu lado.

A janela dos dois garotos da frente descem, mas apenas Nôllan coloca sua cabeça para fora.

—Ei, caveira!—Gritou pelo irmão da loira sentada ao meu lado.

Olho pela janela de Chiara vendo a ruiva sentada na garupa com os braços cruzados e com um capacete.
Sorrio pequeno pela birra dela. Não seria a primeira vez que ela age dessa forma por conta de Miguel...

—Qual foi?!—Ele gritou de volta.

—Vai na frente!—Nôllan disse alto.

Miguel deu um joinha para ele em resposta.

—Que nadie muera hoy.—Nôllan disse voltando sua cabeça para dentro do carro.

Levanto as sobrancelhas em surpresa.—¿Eres de fuera?—Perguntei sorrindo pequeno.

Nôllan se vira no banco para mim com um olhar surpreso.—Sí. Soy de Puerto Rico.—Respondeu sorrindo.

Franzo as sobrancelhas.—Puerto Rico?—Pergunto e ele afirma com a cabeça.—Tu acento no es fuerte.¿Por qué?—Perguntei confusa.

Ele vira para frente quando escuta o rancher da moto de Miguel.—La mitad de mi vida estuvo en Italia y en Belphegor.—Respondeu.—Mi acento ya no es tan fuerte.—Explicou.

Assinto com a cabeça e o carro começa a se movimentar.—Qué interessante...—Digo pensativa.

Ele se vira e me mostra um sorriso com covinhas.—A diferencia de mí, siempre pensé que su acento era diferente. No es de aquí, ¿verdad?—Perguntou parecendo curioso.

Encosto minhas costas no banco macio do carro e suspiro pesado.—Soy de cuba.—Respondo fazendo ele franzir o cenho.

—Está muy lejos, ¿no?—Perguntou me olhando.

—Tú también...—Deixo no ar.

Ele parecia curioso e querer perguntar mais, porém o garoto se calou me dando mais um pequeno sorriso e voltando a olhar para a estrada.

—De tudo o que vocês falaram, eu só entendi o "Belphegor, Cuba, Porto Rico e Italia."—Chiaria disse me fazendo rir.—Sério, amiga! Eu me senti muito burra agora!—Disse rindo no final.

—Para de coisa.—Eu digo.—Eu sei uma língua muito comum. Você é russa, garota!—Pontuo.—Me deixa no chão facinho.—Digo a fazendo rir e negar com a cabeça.

O silêncio permanece e apenas os gritos dos motores do carro e da moto são ouvidos. A "dupla" dos birrentos estão sempre na frente mas sempre acompanhando bem a velocidade do carro.

Subimos na ponte Barki e assim que a primeira estrada para a esquerda aparece, Miguel vai em direção com a moto e Nevan o segue.

Estamos em uma estrada bem estreita, se tivesse mais um carro aqui, teríamos problemas.

O carro anda mais alguns quilômetros começando a se distanciar da paisagem "Tranquila" da Ponte. Estávamos em FortSouls, às árvores, o chão cheio de pedras e até mesmo a energia do lugar que estamos diz isso.

—FortSouls é assustador...—Chiara disse olhando para a janela concentrada e sem piscar.

—Você não viu nada, branquinha.—Nôllan disse sem olhar para trás.

Escuto Chiara engolir em seco e depois passar a língua nos lábios ressecados.

Ela está nervosa.—O que foi?—Pergunto me aproximando dela e tocando seu ombro.

—Estou com medo.—Assumiu baixo.—Somos cascas grossas, mas também somos vulneráveis...—Ela diz.

—Não tenha medo.—Nôllan disse.—Você está segura.

—Obrigada.—Ela agradece sem jeito.

Miguel para a sua moto e consecutivamente Nevan para o carro também.

Nós paramos bem no inicio da floresta, eles estacionam os veículos e assim, todos nós descemos do carro e vamos em direção ao loira e a ruiva parados ao lado da moto.

—Vamos ter que ir andando.—Miguel disse.—Estacionar perto da festa pode dar uma merda do caralho.—Explicou do jeito dele.

Começamos a andar em direção a festa dos novatos, que fica no centro da floresta, os meninos se juntam andando na nossa frente e nós três nos juntamos andando atrás.

Sinto um frio na barriga, acho que é o medo começando a reagir.

—Quero voltar atrás.—Chiara sussurrou para mim e Daniela.

A ruiva a olha estranho.—Eu não quero.—Respondeu.—Ele merece tudo o que vamos fazer com ele.—Concluiu.

—Eu sei, Dan.—Afirmou.—E eu também acho que ele merece.—concordou.—Mas eu me sinto nervosa, minha barriga está doendo.—Explica tocando o local.

—Precisa cagar, então.—Daniela falou tão sincera que nos fez rir.—É sério!—Ela disse.—Quem tem dor na barriga é quem não caga!—Pontuou.—Deve ser intestino preso!—Brincou sem muita vontade.

—Nós que vamos ser presas.—Chiara brincou.

Ficamos em silêncio de repente. O clima pesou.

Os três garotos andavam tranquilos na frente, conversavam descontraídos, com exceção de Nevan. Os três vestidos de preto dos pés a cabeça, menos Miguel, por que ele é loiro. Um deles está fumando, não sei dizer quem. A fumaça estava arrodeando eles por inteiro. Honestamente, todos são tão errados que é capaz dos três estarem fumando e não só um.

Vamos ser presas um dia.—Daniela quebra o silêncio.—O que fazemos vai se tornar hábito e esse hábito vai se tornar defeito, o defeito vai se tornar prejuízo e o prejuízo vai se tornar um fardo, o fardo vai acabar com nossas mentes e assim seremos presas por confissão.—Disse apressada.

—Muita informação.—Eu digo olhando para os meus pés.—Mas eu entendi o que quis dizer.—Digo soltando o ar com força.

—Vamos virar presidiárias.—Chiara disse dramática.

Reviro os olhos.—Pare de pensar demais.—Eu digo.—Estamos no presente e com um plano para concluir, foque nisso.—Falo firme.

—Plano assassino.—A loira disse o que pensa.

—Alguma novidade nisso?—Daniela perguntou parando e erguendo uma sobrancelha.—Estou te estranhando, Chiara.—Ela disse se aproximando da loira que se afastou com um passo.—O que está escondendo?—A loira abaixa o seu olhar.

—Já vão brigar?—Miguel interviu alto parando de andar e mostrando o cigarro em sua mão.—Vocês deveriam ouvir mais louvor para purificar essa alma briguenta de vocês!—Disse levando o cigarro a sua boca e voltando a andar.

—Falou o pastor!—Nôllan brincou recebendo um soco de Miguel. Ele rir em resposta.

—Pare de tremer.—Daniela disse baixo a olhando irritada.—Isso não vai ajudar em nada.—Foi grossa e saiu andando sozinha.

Pisco duas vezes. Eu realmente ouvi isso? Estava tudo bem a minutos atrás, ate dançamos juntas!

O que está acontecendo com a nossa amizade saudável? Está virando um cadáver também?

Ando até Chiara juntando nossas mãos.

—Está tudo bem, Chi.—Eu tento dar apoio.—Não podemos voltar mais atrás...—Eu digo.—Mas você poderá ficar em paz depois que ele sumir.

Ela me olha com uma lágrima caindo sobre sua bochecha. Seus olhos parecem querer dizer alguma coisa para mim, mas não é o que sua boca faz.

A loira apenas assente e solta nossas mãos fazendo o mesmo que Daniela, andar sozinha enquanto conversa com seus próprios pensamentos.

Bufo em resposta, me sinto cansada do nada.

O sentimento de estar morta volta para o meu corpo.

Volto a caminhar olhando para frente, os três garotos um ao lado do outro e na nossa frente, Daniela atrás deles e distante de Chiara e eu bem distante das duas.

Nego com a cabeça. Estamos cada vez mais bipolares, pensei que estivesse tudo bem.

Mas nada nunca está bem e nunca vai ficar em nossas vidas, estamos fadadas a desgraça.

Somos vingativas demais e duas pessoas mortas em dois anos não foram o suficiente para pararmos com isso. Daniela está mais agressiva e Chiara está se sentindo culpada, e a culpa é o pior sentimento de todos.

A culpa só vêm depois que se é descoberto, antes a loira não se importava, nós não nos importávamos. Mas ainda seria loucura dizer que gostamos de tirar as vidas do garoto da rua treze e Cristian Salvatore.

O garoto da rua treze foi por acidente, por mas que nunca tenhamos pedido perdão pelo o que fizemos. Eu não me arrependo. Ele era um garoto mal, nós só fizemos ele pagar por sempre fazer bullying conosco e com outras crianças.

E Cristian Salvatore tinha uma paixão esquisita por Chiara. Quando descobrimos, estávamos na casa dela fazendo uma festa do pijama, ele subiu a sacada e ficou nos observando por horas. Foi desconfortável e medonho, ficamos com tanto medo que nem dormimos. Na manhã seguinte, Chiara nos contou que ele sempre fazia isso e que a observava sempre, até mesmo pelada e enquanto tomava banho.

Eu sempre quis perguntar o motivo dela nunca ter dito nada para nós ou para os pais e Miguel, mas deve ser um assunto delicado para ela.

Cristian tinhas quinze anos na época e era filho de um amigo próximo da familia, então ele conhecia bem a casa, sabia todos os lugares, cantos e até mesmo saídas e entradas escondidas dentro e
fora da mansão dos Rossi.

Ele era um maníaco, nós fizemos uma boa ação em apaga-lo do mundo e universo.

Os Salvatore iam uma vez por semana na mansão dos Rossi e durante uma dessas idas, Chiara ouviu seus pais e os dele conversando sobre fechar um casamento arranjado para os dois assim que estivessem na maior idade.

Foi ai que a loira surtou e decidiu que queria mata-lo, óbvio que eu e Daniela apoiamos ela, fiz um plano e Daniela procurou o que Chiara iria precisar usar.

O plano era fácil e simples. Chiara apenas precisava ir na cozinha e pedir para ajudar com a mesa, quando todas as cozinheiras e ajudantes estivessem arrumando a mesa, ela iria para a cozinha e pôr o veneno no prato de Cristian para que quando fosse servido, a comida se misturasse com o liquido no prato. Ela só não podia errar a cadeira que ele iria se sentar e ela disse que sabia exatamente onde ele se sentava, sempre ao seu lado.

Após o plano ter sido arquitetado, Daniela foi atrás do veneno para rato, um que fosse transparente e viscoso, a ruiva encontrou e trocou as embalagens para Chiara não ter problemas e pudesse se livrar do frasco queimando ele depois.

E assim foi feito, Cristian morreu por envenenamento, mas o real fator da sua morte foi ter morrido engasgado com o próprio vômito.

Chiara disse que foi uma cena nojenta e ao mesmo tempo aliviadora. Deu tudo certo, ninguém descobriu que fomos nós que matamos o garoto.

O pai de Chiara colocou a culpa na cozinheira, ficamos mal por acabar envolvendo alguém que não tinha nada haver com isso, mas pelo menos a loira estava segura de novo e longe de um pervertido.

—Estão ouvindo isso?—Nôllan perguntou alto tocando seu ouvido. Ele olha para trás e franze as sobrancelhas.—Por que estão separadas?—Perguntou sem entender.

—Elas são lentas.—Daniela respondeu sem
Humor e parando atrás dele.—Estou ouvindo.—Ela responde a primeira pergunta de Nôllan.

—Eu também.—Chiara concordou parando perto deles.

Não digo nada em resposta. Foco na minha audição começando a escutar as batidas rápidas e forte.

—Estamos perto.—Miguel disse jogando o cigarro no chão e pisando em cima.—Melhor se preparem, garotinhas.—Avisou voltando a andar entre as árvores.

Suspiro cansada e volto a seguir os garotos junto as duas meninas caladas que, agora, estão ao meu lado.

Vamos em silêncio, mas aproveitamos a companhia uma da outra. Contávamos apenas com os barulhos de alguns galhos que pisávamos ou dos nossos passos em folhas secas e caídas, às vezes algum pássaro ou o cantar dos ventos, mas nada vindo de nós.

O som fica cada vez mais forte, estávamos mais próximas do que eu esperava.

Seguimos os garotos o tempo todo em silêncio e sem medo mas em um determinado tempo e lugar, tudo começou a ficar mais barulhento e mais cheio de árvores.

—Estamos na direção certa?—Perguntei receiosa.

—Estamos, Agnes.—Nôllan me respondeu enquanto passa por cima de um tronco longo e caído no caminho.

Fazemos o mesmo que ele e continuamos a andar pela floresta, O som cada vez mais alto.

Morcegos passam bem em frente ao rosto de Chiara assustando e a fazendo gritar fino. Os garotos se entreolham rindo do susto da loira, nem mesmo Nevan ficou de fora.

Luzes fortes começam a aparecer entre os topos das árvores, como se fossem postes de uma estrada. Como se...

—Meu Deus.—Arfo surpresa.

—Como isso é possível?—Daniela perguntou olhando para todos os cantos.

Miguel da de ombros.—Esse lugar sempre existiu.—Respondeu.—Só começaram a decorar e dar mais atenção.—Explicou.

Estávamos de frente para um dos lugares mais lindos e mais naturais que eu já vi e já estive.

Uma cachoeira enorme cobre metade desse lugar com água, deixando apenas alguns lugares livres.

Há pessoas nessas cachoeiras, alguns brincando de briga-de-galo, outros conversando em cima de pedras grandes que ficam livres da água que as arrodeiam e outros dançando, bebendo...Estão fazendo tudo o que pessoas comuns fazem quando vão para uma festa, se divertir.

As luzes não eram postes, são várias árvores espalhadas e extremamente longas com um buraco no meio delas, dentro desses buracos tem luzes, assim como no topo delas, as folhas das árvores estão cheias de pisca-piscas coloridos.

Na parte que a cachoeira não cobre com água, fizeram barracas de lanches e bebidas. Além do DJ que está tocando a música, ele parece estar se divertindo mesmo que esteja trabalhando.

—Com licença.—Uma menina pediu empurrando Chiara para o lado.

—Desculpa.—A loira pede haixo.

Me viro olhando para trás encontrando mais pessoas chegando. Pessoas com rosto memoráveis e que estudam na CTEA.

—Bem-Vindas à cachoeira!—Nôllan disse "entrando" na festa todo animado.

Seguimos os três garotos que continuam na nossa frente.

Nunca estive numa festa adolescente e a primeira vez que vou, eu tenho o plano de ameaçar alguém. Que ótimo jeito de aproveitar a juventude!

Nós paramos em frente a uma barraca de bebidas com duas pessoas, um está entregando duas bebidas rosas para um casal e o outro está limpando a bancada.

—O mesmo de sempre, Cérberus?—O homem tatuado que limpava a barraca perguntou sem nos olhar. Sua voz é tão rouca quanto a de Nevan, até me deu arrepios igual.

—Sim.—Nevan respondeu seco deixando sua voz mais gostosa de se ouvir que o normal.

—Jeffrey, um chernobyl, uma vodka com soda e um chevette!—Falou alto para o outro homem de cabelo vermelho. O tatuado olha pela primeira vez para Nevan, mostrando o seu rosto.—Quem irão matar hoje?—Perguntou sem dar muita relevância.

Olhos puxados igual aos de asiáticos, maxilar pouco marcado mas não tira a beleza dele, cabelo em corte mullet e bem escuro, o que dá um toque a mais no seu rosto pelas suas sobrancelhas serem loiras, muitas tatuagens em seus braços e inúmeros piercing nas orelhas. Ele me lembra alguém...

Miguel suspira.—Não vamos matar ninguém, T-Bear.—Respondeu por Nevan.

T-Bear? Que apelido mais esquisito. Ele nem é fofo para ser chamado de urso.

Nevan suspira profundo.—Marcos da O.T.D.—Respondeu a pergunta do tatuado.

T-Bear fica pouco surpreso com a resposta.—Seu tio sabe disso, Cugino?—Perguntou sorrindo pequeno.

Nevan revira os olhos.—Ele sabe.—Nevan estente seu braço para pegar a bebida verde que o homem de cabelos vermelhos traz.—Seu pai sabe que está vendendo bebidas da Diablo para menores de idade, Cugino?—Perguntou de volta dando um gole grande em seu drink verde escuro e estranho.

T-Bear rir e o olha.—Obviamente que não.—Respondeu rindo.

Nevan solta uma risada sincera e arfada.—Cuidado para não ser pego, idiota.—Ele disse rindo.

O cara de cabelos vermelhos volta com duas bebidas nas mãos e as entrega para Miguel e Nôllan.

—Nós estamos tendo cuidado.—O de cabelo vermelhos disse.—Seu tio nos matará se souber que estamos aqui.—Disse parando ao lado de T-Bear.

—Eu sei.—Nevan concordou.

—Por que vão matar Marcos?—T-Bear perguntou mudando de assunto.

Nevan leva o copo a boca e olha para os dois garotos ao seu lado.

—Ele está ameaçando minha irmã.—Miguel disse depois de dar uma boa golada em sua bebida.

T-Bear ergue as sobrancelhas.—Qual delas?—Questionou apontando para nós três.—A loira?—Perguntou olhando para Chiara.

Miguel assente com a cabeça e T-Bear passa a língua sobre os lábios.—Lei è carina.—Sorriu de canto.—Marcos está de ameaçando do que, menina?—Perguntou a olhando sem desviar.

Chiara fica, visívelmente, desconfortável e ele percebe isso, porém continua a olhar para ela.

A loira resmunga—Não é da sua conta.—Respondeu desviando do olhar dele e cruzando os braços.

Ele ri.—Lei è testarda.—Disse em italiano.—Ela seria uma boa garota na Diablo.—Falou malicioso.

Miguel muda de expressão.—Minha irmã nunca irá ser uma Diablo.—Disse rude.—Pare de estragar os outros com as merdas que tem nessa sua mente doentia, Teodoro.—Miguel avisou se aproximando dele na barraca.—Nem todo mundo quer se foder na vida e se tornar uma moeda de troca do seu pai.—Cuspiu as palavras cheio de raiva.

T-Bear sorriu pequeno e ajeitou sua coluna enquanto cruzava os braços com uma feição interessada na reação e fala de Miguel.

—"Nem todo mundo quer se foder na vida e se tornar uma moeda de troca do seu pai."—Repetiu a fala de miguel rindo no final.—Deveria agradecer, Miguel.—Falou.—Meu pai te tirou da merda em que você mesmo se colocou, Rossi.—Pareceu uma ameaça.

—E ainda assim ele continua sendo um pau no cu do caralho.—Miguel completou.—Você é maneiro, Teodoro.—Elogiou o tatuado.—Mas não vou deixar você falar o que quiser para a minha irmã como se ela fosse uma das putas que você come.—Avisou puxando Chiara pelo braço e saindo dali.

Nevan dá uma golada no seu copo terminando de tomar o que tinha ali.—Rilassati, è solo troppo protettivo con su sorella. Non vuole che lei segua la stessa strada di lui.—Nevan disse para T-Bear que o olhou suspirando.

—Scusa, cugino.—T-Bear respondeu.

Nevan nega com a cabeça.—Va tutto bene, impara solo cosa dire e cosa no.—Disse entregando o copo vazio para o cara de cabelo vermelho.

—Poi parla com lui.—Nôllan se intrometeu na conversa—E anche per lei, essere convocata da te non è una cosa bella.—Disse levando seu copo a boca.

—Lo vado.—T-Bear concluiu.

—Ei, Seus merdas!—Miguel gritou pelos seus amigos.—Ele mandou mensagem!—Gritou mostrando o celular de Chiara que estava em suas mãos.

Suspiro olhando para a ruiva.

Que a vingança comece.—Daniela disse parecendo estar cheia de um sentimento ruim dentro de si.

Ela passa por mim para ir na direção dos irmãos, mas eu a seguro pelo braço.

—Dani.—Chamo por ela que me olha sem expressão.—Está tudo bem?—perguntei preocupada.

—Sim.—Respondeu se soltando do meu aperto e voltando a andar.

—Meu deus...—Suspiro.—O que está acontecendo?—Pensei alto.

Escuto um pigarreio vindo de um dos garotos que esqueci estarem aqui.

—A ruiva está bem brava.—Nôllan concluiu sozinho.—O que ela tem?—Perguntou.

—Ela está prestes a explodir.—Eu digo exausta.—Ninguém vai conseguir se salvar quando isso acontecer.—Digo a observando de longe.

Postura reta, braços cruzados, sobrancelhas franzidas e olhos atentos em tudo.

Aos poucos, estamos voltando a ser quem éramos e dessa vez não ter mais volta.




















○●○●

Oi, meus amor!
Espero que estejam gostando ainda e que continuem cuirosos com a fase deles adultos.
Prometo tentar fazer de tudo para postar os três últimos capítulos da segunda fase até o final de dezembro!!!!

          Xero no bumbum de vocês, AutoraLyMeri!💋

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