O segundo amor de Annabelle L...

By aceitaessamerda

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"Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto,me olhando com um sorriso... More

Antes de tudo
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Epílogo
Bônus

Capítulo 55

36 1 0
By aceitaessamerda


Annabelle

Vê aquilo? É um elefante.

Discordo com a cabeça, meus cabelos curtos balançando sob meus ombros.

- É uma cobra. Com certeza, uma cobra.

- Cale a boca, é um elefante.

Ignoro-a. Sinceramente, essa garota praticamente estupra minha vida, entrando sem minha permissão, e ainda me manda calar a boca.

Mas mamãe me mandou tratá-la bem. Disse que ela era sozinha.

" Isabella é uma garota muito legal, você verá".

Ainda não vi lado legal nesta garota.

- Anna?

- Hm.

- Quer vir na minha casa? Quer dizer... quando as aulas..-

- Não sei. Tenho muita coisas para fazer.. dever, trabalho, e eu dobro minhas próprias roupas! Acredite, é difícil dobrar as próprias roupas..-

- Você pode ir quando puder.

Suspiro lentamente, expulsando a irritação, e sorrio. - Se for dessa maneira, sim.

Ela desvia seu olhar para o céu novamente. - Agora, parece uma cobra.

...

- Anna, por que você não tem amigos?

- Por que você acha que não tenho amigos?

- Nunca te vi com alguém. As pessoas dizem que você é metida.

- Aí está: sou metida. Por isso não tenho amigos.

...

- Em parte, é muito difícil fazer amizade com você.

...

Nos anos seguintes, consegui entender o significado daquela frase. E até hoje não sei como ela ainda não foi embora.

***********

Sinto uma pontada de dor latejante de um lado da minha cabeça, que não posso identificar qual é, já que a dor passa por todo o meu corpo.

Merda.

Abro os olhos, a visão embaçada pela dor. Tenho um gosto ruim na boca, como se estivesse de... ressaca.

Minhas costas estão doloridas, e ao tentar me esticar para movimentá-las, acabo enfrentando outra dor terrível, que me deixa levemente tonta.

Mas que porra..-

Finalmente, consigo me localizar. Minha primeira visão são meus pulsos, amarrados fortemente e o esquerdo praticamente em carne viva, de tanta irritação.

Os braços passam por uma barra de metal, que está parafusada no chão e termina em uma espécie de mesa, um pouco acima de minha cabeça. O único movimento que posso fazer é o de movimentá-los para cima e para baixo.

Sinto um cheiro fétido, de esgoto, e torço o nariz, reparando nas minhas pernas, que também estão presas de modo que eu fique de joelhos.

Não consigo sentí-las.

Desespero toma conta do meu ser, e arregalo os olhos, o coração à mil.

- QUE MERDA É ESSA??!

- Shhh!!

Movo minha cabeça para a origem do barulho automaticamente, me sentindo um pouco mais iluminada por ter alguém ali.

E encontro dois olhos castanhos.

- ISABELLA??

- Cale a boca! Você está muito agitada!

Grudo meus lábios, tentando desvendar o que diabos está acontecendo comigo.

Isabella está na mesma posição que eu, mas as pernas estão para frente, de modo que ela possa movimentá-las.

Quanta injustiça.

Ela mantém os olhos atentos na porta, esperando qualquer movimento.

- Isabella? - falo baixo dessa vez, mesmo que o desespero esteja entalado em minha garganta. - O que está acontecendo?

Se vira para mim, com os olhos tristes. - Nos pegaram.

Tento compreender o que ela disse, mas não consigo. Como assim nos pegaram? Quem nos pegou? Para quê?

Minha família não tem dinheiro o suficiente para pagar um sequestro. Talvez a mãe de Isabella tenha, depois de tantos divórcios, mas não se espera nada daquela mulher.

Ouço um ruído vindo de fora da porta, que está aberta, e Isabella fica atenta novamente. Escuto os passos se aproximando, e olho ao redor tentando pegar o máximo de detalhes possíveis sobre este lugar.

Há uma janela grande no cômodo, quase do tamanho de uma varanda. Suponho que, se ficasse em pé, ela chegaria nos meus joelhos, e vai até o teto.

Está aberta, de modo que o céu escuro e agourento possa ser visto. E árvores. Copas de árvores.

Por mais que o lugar pareça ter sido bonito um dia, é perceptível que, atualmente, está abandonado, tanto pelas paredes desgastadas quanto pelo acúmulo de poeira nos lugares, o que me deixa ainda mais preocupada.

Enfim, os passos chegam à porta.

Paraliso.

Isabella enlouquece.

- FILHO DA PUTA! VOCÊ VAI PAGAR CARO POR ISSO! SEU..-

- Cale a boca, ou farei com você o que fiz com aquela ali. - aponta para mim com o queixo.

O quê? O que ele fez comigo? Meu Deus, e se ele me violentou? Não me lembro de nada.

- Você realmente acha que eu teria medo de você?? - Isabella se aproxima de Jonh, de modo que seus rostos estão quase se tocando. - Eu disse que ia dar uma surra em você. E pode ter certeza, que eu cumpro minha palavra.

Ele ergue as sobrancelhas, avaliando o estado inofensivo da minha amiga.

Depois, abana a cabeça, desinteressado, e se vira para mim.

Ainda mantenho meus olhos sob seu rosto, tentando entender o que ele iria querer comigo.

Lucas.

Suspiro quando a resposta vem até mim, e uma sensação de cansaço toma conta do meu corpo. Nem eu tenho Lucas, para entregá-lo a Jonas.

- Chegou tarde. - um riso sarcástico toma conta do meu rosto. - Ele terminou comigo. Por sua causa, aliás. Não posso ajudá-lo nessa espécie de vingança doentia e familiar.

Sinceramente? Sinto sono. Estou tão cansada. Só preciso de distância. Distância de Lucas e essa merda toda que vem com ele. - Só quero ir embora, e já que não tenho nada a oferecer, posso?

Ele se aproxima, ficando de frente para mim. Avalia um dos lados da minha cabeça, e só então percebo a trilha de sangue seco que passa por minha orelha e desce até meu pescoço. Foi isso o que ele fez comigo?

Talvez seja essa a origem do cansaço.

- Você é, realmente, ingênua, apesar de não parecer. - ele sorri. - Sabe, foi muito fácil pegá-la sozinha, naquele estacionamento.

Franzo a testa. Sozinha? Sim, eu estava sozinha. Não havia Lucas, nem Jared, nem Isabella, que provavelmente teria ido atrás de mim quando notara meu sumiço.

Furia queima meu peito. - Foi tudo um plano. Separar-nos.

- O quê?! - Isabella se pronuncia.

- Você sabia que ele ia terminar comigo. Só esperou o momento certo. Sabia que ele não estaria lá. - outra risada sarcástica sai pela minha boca. - Porque ele achou, uma vez na vida, que você cumpriria sua palavra.

Ele me dá um tapa no rosto, e o som passeia pelo cômodo fedorento. Sinceramente? Não ligo.

- Não ouse dar palpites sobre minha relação com meus filhos. Você não sabe de nada. - diz, os olhos em chamas. - Mas confesso: você acertou. Só não achei que fosse demorar tanto. E, quando estava para desistir, soube que finalmente aconteceu. Diga-me: a culpa lhe fez contar?

Ao longe, ouço um suspiro pesado de Isabella. Sei o que ela está pensando.

- Ele descobriu. Uma hora ou outra ia acontecer. Não conseguiria mantê-lo por tanto tempo.

- Claro, claro. Mas isso não importa. Foi ótima, essa estratégia de separá-los. Tentei me aproximar, mas ele sempre estava por perto. Como uma porra de um carrapato. Diga-me: como aguenta?

- Não sei.

Encaro seu rosto envelhecido, marcado pelo cigarro. - Por que está me contando seu "plano"? Não vejo motivo.

- Não estou contando. Estou cantando. Vitória.

Isabella bufa. - Lucas foi muito ingênuo, mas ele já deve saber a essa hora. Acha mesmo que irá deixar por isso?

Quando ele está prestes a responder, mais passos se aproximam da porta. Movo meus olhos para a garota loira, de olhos castanhos e face angelical na minha frente.

Estou prestes a perguntar quando Isabella se adianta.

- Que merda é você?

Ela tem uma expressão assustada, ou ansiosa no rosto, de modo que pareça um esquilo. Seria engraçado se... nada disso estivesse acontecendo.

Ela garota bufa, mas seu nervosismo é perceptível. - Quem é quem? - ela pergunta para Jonh.

Ele aponta para mim. - Essa aqui? É a nossa Annabelle. E aquela revoltada..- - Isabella sacode os braços, fazendo jus ao adjetivo. - É Isabella.

A garota arregala os olhos quando os para em Isabella. Engole em seco. - Isabella..-

- Prazer. - Isabella resmunga. - Quem é você?

- Acho melhor ficar calada..-

- Camille. Você deve saber quem eu sou.

Isabella parece meio perdida, mas eu sei. O nome Camille me é vagamente familiar.

- Foi você quem falou para Jonh onde Jared estava. Você o trouxe até aqui. É a ex. Acertei? - atiro.

Isabella franze a testa. E então estreita os olhos, lembrando-se. - Camille. - fala o nome lentamente. - A ex louca. Diga-me: como está a criança?

Os olhos da garota saltam das órbitas, e ele avança sob Isabella, agarrando seus cabelos. Jonh se levanta e rapidamente a separa da garota amarrada.

- NUNCA MAIS! SUA VADIA! VOCÊ O TIROU DE MIM!!

- O quê???! Você é louca!!

Jonh empurra Camille de modo que ela caia no chão, o redemoinho de cabelos loiros sob seu rosto. - Não te trouxe aqui para isso. Comporte-se, ou lhe mando para o lugar onde achei.

Ela arregala os olhos, enfurecida, mas logo sai do cômodo a passos largos.

Jonh se vira para Isabella. - Mais uma dessas, e vou repensar em tê-la aqui. E pode ter certeza que para casa você não irá.

Os dois estão ofegantes quando ele sai do cômodo.

Permaneço calada, estática com o ocorrido. Estática com a visão de Camille.

- Isabella? Você está bem?

Ela tem um monte de cabelos no rosto, e logo os sacode, jogando-os para trás. Avalia seu estado.

- Merda.

Me espanto. - O quê??

- Essa vadia me arranhou.

Suspiro pesadamente. Depois suspiro de novo. Pela primeira vez na vida, não sei. Não tenho a mínima ideia do que fazer.

Meus olhos começam a arder.

- Hey. - Isabella me encara. - Pare de chorar. Você não chora por besteiras, e também não berra, nem implora. Viu? Quem brigou aqui fui eu.

Um riso toma conta dos meus lábios, mesmo em meio às lágrimas. - Eu não sei o que fazer, Isabella.

- É o que você pensa. Você sempre sabe o que fazer, Anna.

Sacudo a cabeça. - Não, eu não sei.

- Pense.

Fecho os olhos com força. E depois os abro, olhando ao redor.

- A janela é grande. Mas vejo a copa das árvores. - digo em meio às lágrimas. - Devemos estar em uma casa de 3 andares.. na floresta.

- Sim. - Isabella olha ao redor. - Então a fuga pela janela está anulada, a não ser que você queira quebrar o pescoço. - diz, tentando fazer graça.

Permaneço calada. Tento mover minhas pernas novamente, elas saem um pouco do lugar, me deixando mais confortável.

- A garota. Camille. - Isabella bufa. - Parece... agitada demais. Transtornada. Não acho que queira fazer isso.

- Você só pode estar brincando. Ela acabou de avançar sobre mim!

- Porque você a irritou. Nunca viu os filmes de ação? Não provoque os bandidos.

- E você realmente acha que ela nos ajudaria?

- Não sei, não se conversarmos com ela, mas os dois parecem ter ideias divergentes. Se alguém pode ficar do nosso lado, é ela.

Isabella pensa um pouco, passando a língua pelos lábios ressecados. - Sinto muito. Foi por minha culpa, se eu..-

- Não. Eu sei que ele terminou comigo por saber, e estamos nesta situação, mas não foi por sua causa. Ele saberia do mesmo jeito, acredite.

Ele fica calada, pensativa. - Ele ainda a ama.

Não respondo. Sei seus motivos para ter feito o que fez, mas ainda assim, as dúvidas permanecem na minha cabeça.

- Anna? Ele ainda a ama. Não duvide disso. E não desista dele. Sei que incentivei sua independência com aquela história do celular, mas..-

Arregalos os olhos. - O que você disse???

- Independência?

- Não! Celular!!!

Ela parece confusa, mas sei o que fazer. Sei como pedir ajuda.




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