Boa leitura ❤
Pela manhã acordei com muita dor de cabeça, acho que foi por conta do pesadelo. Começo a me lembrar do que havia acontecido, Juan entrando e me andando e do beijo, me lembro muito bem do nosso beijo.
Olhei no despertador e já marcava oito horas, me levantei fui ao banheiro, tomei um banho, sentir a água morna caindo sobre o meu corpo me fez relaxar, sai e vesti um vestido floral, fiz um coque e desci.
Fui até a cozinha, e tinha uma senhora ruiva de estatura média estava arrumando a mesa.
- É... Oi, bom dia, o senhor Shilder já saiu?
- Bom dia querida... - Seu sorriso foi amigável - O senhor Shilder, saiu bem cedo, nem tomou café, é ele deixou uma caixa para a senhorita lá na sala de estar.
- É, me chame de Lina, somente Lina. - Dei um sorriso para e ela e fui até a sala.
Vejo a tal caixa, não muito grande, fico até com receio de abrir, do jeito que Juan é, pode ter colocado algum inseto ainda dentro. Abri a caixa e olhado, tinha um notebook branco muito bonito e um cartão.
Bom dia senhorita Lina, espero que tenha gostado do presente, vai ser muito bom para você estudar e se distrair. Quando eu chegar iremos conversar.
Com carinho, Juan.
Até que eu gostei do presente. Sai da sala e fui para o meu quarto, com o meu mais novo presente, me deito em minha cama e começo a me lembrar dá noite passada, o pesadelo que tive, com o marido da tia Bel, senti quando fui abraçada e era Juan.
- Calma meu amor, eu estou aqui agora e ninguém ir lhe fazer mal.
Ele parecia se estar preocupado, ele me abraçou muito forte, ele me tocou pela primeira vez, me beijou pela primeira vez.
Mas, vai que ele me deu esse presente querendo algo em troca?
Ele que se engana, se ele me deu pensando que mudaria algo, não irá mudar, não sinto nada por ele e nunca irei sentir.
Tá bom que eu sinto algo novo, mas certamente ele nunca irá sentir algo parecido. Ouço um barulho de carro e corro na janela e vejo ele chegando, corro para minha cama, e tento parecer que estou dormindo.
Não demora muito para que a porta do meu quarto esteja escancarada, ele não tem educação não?
- Eu sei que não está dormindo levante-se.
Babaca. Me levanto depressa arrumando minha roupa.
- Bom dia senhor.
- Precisamos conversar sobre ontem por eu ter batido naquele homem e sobre, aquilo que você sabe que nunca deveria ter acontecido. - Sinto uma pontinha de dor, ele se referiu ao nosso beijo como aquilo?
- Sim. - Digo olhando em seus olhos. - Aquilo não deveria nunca ter acontecido.
- Eu só vim até o seu quarto, porque você estava gritando feito louca.
Sério? Eu estava sonhando seu idiota.
- O senhor veio correndo quando ouviu os meus gritos. - Pare de ser boba Lina. Ele não liga para você.
- Digo e repito: Você estava gritando feito louca, mas não é pra menos, não é mesmo? Uma selvagem como você.
Uma lágrima insistia em cair, não chore Lina, ele não merece.
- Isso não acontecerá novamente. - Digo respeitando fundo. - O notebook pode ficar para o senhor, eu não quero nada que venha da sua parte.
Eu não quero nada, está ouvindo? Nada que venha de você, eu estou aqui porque terei meu dinheiro e minha liberdade, eu tenho nojo de você, me arrependo amargamente por ter deixado você me tocar, você é um monstro!
Senti meu rosto arder com o tapa que ele me deu.
- Você é uma vagabunda da pior espécie, dona Elisa não te ensinou nada, você não presta para nada! Não sei por que veio ao mundo, coitado dos seus pais terem tido uma filha como você!
Eu estava destruída com suas palavras.
- Saia daqui, amanhã mesmo eu estou indo embora, eu nunca mais quero vê-lo, você acha que é superior a todos, mais na verdade é um egoísta! Sabe de uma coisa? Bem feito por você ter a vida que tem, você vai morrer sozinho, não vai ter filhos sabe porquê?
Porque você é um homem sem escrúpulos, um homem como você deve ficar sozinho!
Ele tirou o cinto de sua calça e começou a me bater.
- Sua puta, vadia, miserável, eu a odeio, você vai me pagar por ter dito cada palavra, e você não irá embora, eu mando em você, você me pertence!
Ele saiu do quarto e logo depois voltou com cordas e um chicote, ele colocou minhas mãos para trás e as amarrou na cama, e começou a me bater. Não chore Lina, eu dizia para o meu subconsciente.
- Vai ficar aí! Para aprender a me respeitar.
Eu conseguia ver a fúria em seus olhos.
Ele saiu me deixando sozinha. Eu só queria morrer.
Dois dias depois...
Hoje fazem dois dias que estou amarrada sem comer, fiz minhas necessidades na cama, estou imunda e marcada, não consigo sentir os meus pulsos.
Sai descontrolado, entrei em meu escritório e destruí tudo.
- Eu a odeio, odeio. - Eu gritava para mim mesmo.
Comecei a beber, eu estava com muita raiva, ela me disse coisas absurdas que nunca ninguém me disse. Lina passou dos limites mais uma vez. Pego meu telefone já sei para quem ligar.
- Elisa?
- Juan que surpresa, está tudo bem?
- Eu a tranquei no quarto e a amarrei.
- O que? Por que você fez isso?
- Ela me disse coisas absurdas, liguei para avisar, caso ela morra, será enterrada como indigente.
Desliguei o telefone. Preciso sair, preciso foder alguém, preciso descontar essa raiva toda que eu estou sentindo.
Peguei as chaves do carro e sai, parei enfrente de uma boate e desci, entrei e fui direto para o bar, não sei de onde surgiu uma loira do meu lado.
- Oi bonitão, está sozinho?
- Sim, me acompanha?
- Você sabe o que eu quero e eu sei o que você quer.
Todas iguais.
A levei para um motel não muito longe, chegamos e ela logo foi tirando a minha roupa, me beijando, fomos para cama, ela subiu encima de mim e começou a cavalgar.
Eu não estava sentindo nada, eu estava pensando somente nela.
- O que foi? - Quando vi, a loira estava se vestindo. - Para onde você está indo?
- Olha cara, eu não o conheço e também não sei nada sobre você ou sobre a sua vida, mais a sua cara é daqueles que o dia não foi bem. É o amor? É alguma garota? Se for corre atrás, não perca seu tempo com mulheres como eu.
Ela disse e saiu.
Realmente não posso ficar com Lina, ela não me merece.
Eu não sou o cara certo que ela sonha, mais eu não a amo e porquê eu estou pensando nisso.
Voltei para casa e me tranquei logo adormeci.
Três dias depois...
Três dias que ela está trancada, não tenha pena Juan.
Meu coração estava apertado, não me contive e fui até o seu quarto. Entrei ela dormia, cheguei mais perto e tirei as cordas que estavam amarradas em seus pulsos, ela estava toda marcada, tinha sangue em sua roupa.
- Lina, acorde...
Ela não se moveu.
- Lina, para de brincadeira. Acorde!
Eu gritei e ela não acordou. Que porra que eu fiz?
- RITAAAAA, SUBA ATÉ AQUI! RITAAAA!!!
- O que foi senho... Santo Deus, o que o senhor fez com ela?
- Sem perguntas agora, me ajude a pega-lá.
Sai as pressas e a levei para o hospital.
- Juan... - Pedro que é médico e um amigo de longas datas, veio até mim.
- Me diga o que ela tem.
- Bom, desidratação, ela está cheia de hematomas... Com o remédio que demos e os curativos ela ficará bem, e ela já está acordada. Eu não sei o que você fez meu amigo, mas é muito bom que você converse com a moça, ela teve medo de mim quando fui examina-lá. Se ela quiser ir para casa, já está liberada. Até logo.
- Até logo. Obrigado!
Lina recebeu alta e fomos para casa, o percurso todo ela não me dirigiu a palavra e se quer me olhou. Chegamos e Rita subiu com ela para o quarto, depois desceu fez uma sopa e levou para ela. Eu não poderia ficar parado, eu tinha que pelo menos tentar falar com ela.
- Posso entrar? - Não me contive e fui até o seu quarto.
- Entre senhor Juan... Se quiser mais alguma coisa menina, estarei lá embaixo, com licença. - Rita diz e logo sai, nos deixando sozinhos.
- Você está melhor?
- Não. Não está vendo o que você fez comigo? Eu estou toda machucada, você é um monstro mesmo. Eu pensei que você seria capaz de fazer muitas coisas, menos isso! E se eu tivesse morrido, você levaria essa culpa pra sempre. - Ela diz, com os olhos cheios de lágrimas.
- Lina me desculpe, não sei o que aconteceu comigo. - Digo passando as mãos pelos meus cabelos.
- Eu sei o que aconteceu! Você é louco, perturbado. Você já procurou um psicólogo, um psiquiatra? Você não é normal, pessoas normais não fazem o que você fez e faz!
- Eu não quero brigar Lina me perdoe. Por favor! Eu fiquei muito preocupado com você.
- Guarde suas preocupações para você, e eu não quero os seus pedidos de perdão. Senhor Shilder, agora o senhor pode ser retirar? Eu preciso muito descansar.
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