ESTA OBRA FICOU DISPONÍVEL PARA LEITURA ATÉ 26/12/2016, APÓS, FOI RETIRADA PARA REVISÃO.
- Está feito. - disse Matthew algumas horas depois, sentado atrás da mesa de seu escritório. - Tenho duas cópias. Levamos uma conosco, como uma reserva, e deixamos a outra com alguém de confiança.
Concordei com a cabeça antes de voltar a tentar amarrar o cadarço do tênis, mas falhando miseravelmente. Meu lado doía toda vez que eu tentava me abaixar para amarrar o novo tênis que Matthew havia me comprado.
- Espere, deixe que eu te ajude. - Matthew saiu de detrás de sua mesa e se ajoelhou em minha frente, colocando meu pé sobre sua coxa para amarrar o cadarço. - Você não pode se mover muito bruscamente ainda. Pode abrir a ferida.
- Eu sei. - disse, frustrada. - Só estou ficando de saco cheio disso! Odeio dar trabalho para os outros.
Matthew ergueu seus olhos para os meus, um meio sorriso surgindo em seus lábios.
- Não é trabalho algum. - disse, colocando meu pé de lado e pegando o outro, o do tornozelo torcido, e calçando o tênis nele com cuidado. E abaixando a cabeça, ele completou baixinho: - Eu meio que gosto.
Paralisei, olhando-o.
- Eu entendi bem? Você disse que gosta?
Olhando-me sob seus cílios, o meio sorriso voltou a aparecer.
- Você não tem provas de nada.
Inesperadamente, isso trouxe um pequeno e modesto sorriso para os meus lábios. E foi quando me dei conta de uma coisa: Matthew Sinclar estava sorrindo para mim! E seu sorriso era ainda mais bonito do que eu imaginei que seria. Muito mais.
Sua mão apertou levemente o meu tornozelo quando ele terminou de amarrar o cadarço, e aquilo trouxe a lembrança de suas mãos em meu corpo, o que me fez corar terrivelmente.
Ainda de joelhos, Matthew se aproximou mais de mim, ficando parcialmente entre as minhas pernas, e apoiou as mãos ao lado do meu corpo no sofá em que estava sentada.
- Mas te darei uma - disse ele, sussurrando com sua voz rouca. - Sim, eu gosto de cuidar de você, Leyla Carter.
O modo como disse meu nome fez minha pele se arrepiar, e eu inalei profundamente, absorvendo o seu cheiro que me cercava. Seu cheiro forte, amadeirado, fresco, que fazia a sua presença ainda mais predominante.
Se elevando sobre mim, reprimi a vontade de me afastar enquanto olhava em seus olhos castanhos escuros. Seu rosto estava tão perto do meu, que eu duvidava que tivesse, no máximo, cinco centímetros nos afastando.
- E, sim, tem muitas outras formas de que eu gostaria de cuidar de você. - sussurrou ele, seu hálito mentolado fazendo carícias em meu rosto.
A forma como disse, como me olhava, parecendo completamente desejoso, me fez desejar que todo o resto sumisse, e que ficássemos apenas nós dois e mais nada. Queria que tudo fosse fácil, e que nós pudéssemos se entregar àquela insana luxúria que sentimos na noite passada. Saber que ele me desejava, tornava pior ainda.
E por conta disso, ao deixar meus olhos caírem para o seus lábios, não consegui segurar-me, e apensas uni nossas bocas, e o que aconteceu depois disso somente fugiu do meu controle.
Matthew fez um som em sua garganta, aproximando-se mais e beijando-me com fervor. Meu corpo imediatamente se aqueceu, tornando ainda mais difícil pensar de forma coesa.
Minha boca se abriu, e Matthew logo fez proveito disso, afundando sua língua quente em minha boca, contorcendo-a contra a minha. Eu gemi, levando minhas mãos para seus ombros, para seus cabelos.
As mãos que estavam em ambos meus lados seguraram minha cintura e ele me fez recostar-me contra as costas do sofá. Seu corpo pairou sobre o meu, enquanto Matthew continuava a me beijar profundamente, com tanta vontade quanto como me beijou pela primeira vez. Mas de alguma forma, aquele beijo era melhor. Não só porque ele era profundo, intenso e voraz, mas também porque ele me trouxe novamente aquela impressão de estar flutuando, e tudo em que eu poderia pensar naquele momento era na sensação de seus lábios nos meus.
Inconscientemente, senti meu corpo se remexer sob ele em uma tentativa de obter mais contato com o seu corpo. Queria sentir outra vez suas mãos, seus lábios pelo meu corpo. Queria sentir sua pele contra a minha, quente, macia, pecaminosa.
Gemi novamente contra seus lábios, e ele fez novamente aqueles barulhinhos em sua garganta que enviavam arrepios por minha espinha. Sugou minha língua em sua boca de uma forma tão excitante, que ascendeu meu corpo para a vida como se tivesse apertado um interruptor, um pequeno clique que me teve novamente quente e pulsante.
Agarrei seus cabelos com mais força, querendo-o ainda mais perto de mim. Beijei-o profundamente, apreciando a neblina de veleidade que se formou a nossa volta, e querendo mais do que nunca me entregar à ela, me entregar à Matthew Sinclar, porque eu confiava nele. Mesmo que não devesse, mesmo que meu irmão sempre me ensinou a não confiar, eu confiava. Eu confiava a Matthew Sinclar o meu corpo, assim como a minha vida.
- Matthew... - murmurei, arrastando os meus lábios para seu pescoço, querendo ter uma prova de sua pele quente.
Beijei sua garganta bem sobre o ponto ruidoso, e lambi o local com a ponta da minha língua, gemendo com o gosto salgado de sua pele.
O corpo de Matthew tremeu sobre o meu quando ele fez aquele barulho novamente, que parecia um gemido misturado com um rosnado. Aquele som rouco, groso, que fazia minha pele se arrepiar a cada vez que eu o ouvia. Era como um ronronar, que transmitia para mim todo o desejo de Matthew, que tão perfeitamente se igualava ao meu.
As mãos de Matthew apertaram meus quadris, os polegares sorrateiramente erguendo a barra da minha camisa para que pudessem tocar minha pele. Quando o fizeram, aplicaram pequenas pressões em meus quadris, que se mexeram involuntariamente.
Eu podia sentir o quanto estava excitada, e cada pulsar era doloroso, quase insuportável, e enlouquecedor.
- Matthew... - gemi novamente, quanto ele trouxe seus lábios para o ponto atrás de minha orelha, traçando um caminho perfeito de pequenos beijos e chupões por todo o meu pescoço. - Por favor...
Não sabia pelo que estava pedido, mas eu o queria desesperadamente.
Minha respiração já ofegante se engatou quando Matthew levou uma de suas mãos para o botão do meu jeans, e o desfez. Meu coração pulou mais frenético em meu peito quando ele abriu o zíper. E meu núcleo quase se rescindiu em felicidade quando seus dedos sumiram dentro da calça, sob a calcinha.
Quase passei sobre a borda ao primeiro contado de seu dedo com o meu broto pulsante. Meu corpo se retesou em expectativa, quanto mais próximo de minha entrada seu dedo estava. Mas em vez de me penetrar como pensei que faria, ele só brincou com minha abertura e retornou para meu clitóris inchado.
- Matt... - gemi, arqueando os quadris.
Sua resposta foi morder a curva do meu pescoço com força o suficiente para deixar uma marca. E o pequeno grito que soltei tanto foi de dor pela mordida, quanto de prazer quando ele penetrou-me com seu dedo, indo fundo dentro de mim, e dando um pequeno giro antes de sair.
- Tão molhada! - rosnou ele, com minha pele entre seus dentes. - Meu Deus, Leyla...
Seu polegar começou a girar freneticamente ao redor do meu ponto sensível. Minha pélvis o acompanhou ansiosamente, quase implorando para que rompesse aquela pequena e fina barreira que me prendia na terra e me levasse de uma vez para ver as estrelas.
Pensei que fosse explodir quando seu dedo retornou a me preencher, acompanhando o seu polegar que girava sem piedade contra meu clitóris. Mas não. A pressão em meu núcleo só aumentou, e aumentou, deixando-me com medo de quando finalmente explodisse, sobrariam somente pedaços de mim. Pequenos fragmentos, lascas lascivas quentes como lavas. Porque era assim que eu me sentia: um vulcão prestes a entrar em erupção.
E não demorou nada para isso acontecer, com seu polegar e seu anelar torcendo minha vulva, e dois de seus outros dedos penetrando-me arduamente.
Meu grito prazeroso foi engolido por sua boca, tomando-o de mim, enquanto ainda vibrava dentro e fora de mim, prolongando a onda quente de meu orgasmo. Meus dedos se torceram em seu cabelo dolorosamente enquanto tentava puxá-lo para longe para que pudesse respirar. Mas Matthew não deu o braço a torcer, e somente retirou seus dedos de mim quando meu núcleo deu o seu ultimo espasmo, deixando-me tremendo toda.
Seus lábios beijaram os meus, dessa vez com mais delicadeza, antes que ele os afastasse e finalmente me permitisse tentar controlar minha respiração quase inexistente.
Colocou a testa contra a minha, tentando acalmar sua própria respiração. Ficamos assim por alguns segundos, antes que, ainda com a testa contra a minha, Matthew subisse o meu zíper e fechasse o botão da minha calça. Suas mãos pegaram as minhas, e ele me puxou para cima, colocando nós dois de pé.
Cambaleei, totalmente desequilibrada, e suas mãos me pararam antes que eu caísse. Hesitante, olhei para seu rosto e vi seus lábios vultosos, assim como os meus deviam estar. Seus olhos estavam encobertos pelo desejo, e me senti sendo sugada por eles.
Não dissemos nada, não precisávamos dizer. O que aconteceu foi mais do que uma simples loucura total e completa. Era uma perda de controle, e não só minha: eu podia ver isso no modo em que me olhava, e na rouquidão de sua voz enquanto gemia ao me dar prazer.
Era errado, eu sei, ainda mais na situação em que nos encontrávamos. E era ainda mais errado para mim, e logo a culpa se estabeleceu em meu peito. Mas por mais culpada que eu pudesse me sentir, não estava arrependida. O que Matthew me deu, aquele pequeno momento de esquecimento, de certa forma me incentivou a continuar, a me manter firme e lutar por John. Lutar por mim mesma, e lutar por Matthew, esse que eu sabia que estaria ao meu lado se e quando eu precisasse.
E isso era tudo o que eu precisava: alguém em quem pudesse confiar.
Matthew pegou meu rosto entre as suas mãos e beijou-me a testa.
- Está bem? - perguntou, a rouquidão ainda presente em sua voz.
Assenti levemente com a cabeça, não confiando em mim mesma para formar palavras.
Sem dizer nada, ele puxou-me contra o seu peito, envolvendo-me em seus braços. O calor de seu corpo fundiu-se ao meu, e me senti segura, coisa que tão poucas vezes havia sentido desde a última vez que estive com meu irmão. E algo me dizia que era um dos poucos lugares onde eu me sentiria segura outra vez.