_ Não Jane, já disse que hoje não posso. - Digo pela decima vez para minha melhor amiga.
_ Mas Mila, minha mãe só irá viajar de novo daqui dois meses. - Argumenta também pela decima vez.
_ Eu sei e me desculpe por isso, mas essa festa do pijama terá que ficar para uma outra hora. - Pego as chaves do meu carro dentro da bolsa e desativo o alarme do mesmo. - Eu e Lauren já havíamos combinado de sair.
_ Desde que vocês começaram a namorar, você não tem mais tempo para as amigas, Normani sente sua falta, sabia?
_ Primeiro, eu e Lauren não estamos namorando, apenas nos conhecendo melhor e segundo, não estou abandonando minhas amigas.
_ Então me diga, qual foi a ultima vez que você saiu conosco?
_ Há três semanas quando você e Mani ficaram se pegando na minha frente, fazendo de mim um candelabro humano. - Dinah abriu e fechou a boca diversas vezes sem emitir som algum. - Olha, podemos marcar de sair todas juntas, que tal?
_ Como um encontro de casais?
_ Quase isso, como já disse, eu e Lauren não estamos namorando.
_ Ainda, porque está mais do que na cara que a garota está caidinha por você.
_ Você tem que parar de falar besteira e eu tenho que ir embora. - Abro a porta do meu carro e antes que o adentra-se dou um beija na bochecha de minha amiga. - Diga a Mani que mandei um beijo.
_ Iriei dizer. Nos vemos amanhã? - Assinto e fecho a porta do meu carro, ligando-o e dando um tchau para Dinah antes de sair do estacionamento do shopping.
Dirijo tranquilamente até minha casa pensando no que iria usar para sair com Lauren esta noite.
_ Mãe, cheguei. - Aviso depositando as chaves do meu carro em cima da mesa de centro na sala.
_ Estou aqui na cozinha, querida. - Caminho até o cômodo e encontro-a preparando algo para comer. - Estou fazendo lasanha para o jantar.
_ Hum... Mãe? - Ela fez um som nasal para que eu continuasse. - Hoje a noite irei sair com a Lauren.
_ Quer dizer que não irá jantar em casa?
_ Provavelmente não, me desculpe deveria ter avisado antes.
_ Não precisa pedir desculpas, deixarei um prato para você na geladeira caso tenha fome durante a noite. - Sorri agradecida, minha mãe realmente era um amor de pessoa.
_ Mãe?
_ Sim, querida? - Ela estava de costas para mim, picando alguns legumes.
_ Foi fácil? Sabe, você e o papai, foi fácil para vocês ficarem juntos?
_ Nunca é fácil, filha. - Ela parou de cortar os legumes e se virou para me olhar. - Sua avô não aceitava o nosso namoro, para ela eu era a interesseira que queria dar o golpe da barriga em seu
pai, por vezes nos separamos por conta de brigas durante o namoro, seu avó era o único que nos apoiava.
_ Vovô não te aceitava na família por causa de você não ter tanto dinheiro quanto ela, não é?
_ Seu pai sempre me disse que sua avô era alguém difícil de lhe dar, no fundo ela só queria o melhor para o filho.
_ Mas você e o papai ficaram juntos, mesmo com todos te acusando de ser interesseira.
_ Para nós apenas o nosso amor importava, a opinião alheia nunca foi algo relevante. Se tivéssemos dado importância para tudo o que nos diziam, hoje não teríamos filhas maravilhosas como você e Sofia.
Sempre admirei a história de amor dos meus pais. Minha mãe era de uma família de classe baixa diferente de meu pai que sempre teve tudo o que queria. Minha avô tentou fazer de tudo para que eles se separassem, alegando que minha mãe só queria o dinheiro da família. No final, depois de tantos obstáculos impostos por minha avô, meus pais acabaram fugindo e se casando escondidos. Minha avô acabou aceitando o relacionamento dos dois depois que percebeu que era melhor aceitar minha mãe como sua nora do que ter um filho longe dela.
_ Você acha que a Lauren possa ser igual o papai? Sabe, lutar por mim mesmo que todos sejam contra, até a mãe dela.
_ Eu acho que aquela garota é capaz de tudo por você, basta olhar no fundo dos olhos dela.
_ Um dia quando tiver filhos, quero contar a história de como eu e Lauren nos conhecemos, por uma pegadinha do destino e uma blusa manchada de cappuccino.
_ Mas enquanto esse dia não chega... - Minha mãe se virou novamente para continuar cortando os legumes. - Me ajude com essa lasanha, por favor.
_ Amor, no que está pensando? - Ouço a voz de Lauren e me desperto de meus devaneios.
_ Hum... Nada demais, apenas me lembrei do dia em que demos nosso primeiro beijo.
Me ajeito no banco do carro e percebo que faltava pouco para chegarmos em casa.
_ Por quê estava se lembrando disso? - Olha para mim rapidamente antes de voltar sua atenção para a rodovia.
_ Comecei a pensar no casamento de Vero, isso me fez lembrar do nosso casamento, o primeiro beijo que demos depois de trocar as alianças e consequentemente me lembrei do nosso primeiro beijo.
_ Você estava tão linda naquele vestido, uma pena ele ter sido rasgado durante a lua de mel.
_ Você rasgou ele durante a lua de mel Lauren, não se esqueça disso.
_ Desculpe, sempre achei que você fica mais linda sem roupa.
_ Você é tão cafajeste.
_ Eu sei. - Ela se virou rapidamente para mim e piscou. - Vero ainda irá me pagar por ter me feito usar esse vestido. Não acredito que ela me fez ser madrinha de casamento dela com a Lucy.
_ Segundo ela, foi uma promessa que vocês fizeram quando tinham 19 anos.
_ Não foi uma promessa, ela quem inventou isso assim que começou a sair com a Lucy. Elas se comem e eu quem sofro as consequências.
_ Se você soubesse o quão sexy está nesse vestido de madrinha, calaria a boca agora e dirigiria mais rápido para a nossa casa. - Levo uma mão até sua coxa e aperto a mesma.
_ A gente pode, sabe... Parar no acostamento e...
_ Não vou transar dentro do carro, Lauren.
_ Mas... - Solto meu cinto de segurança e aproximo minha boca de sua orelha.
_ Dirige mais rápido. - Dou uma mordida no lóbulo da mesma, voltando a posição inicial e colocando o cinto.
_ Você está tão ninfomaníaca ultimamente, o que é isso? Tara de gravida?
_ Na verdade, ainda não comecei a ter aqueles desejos que toda gravida tem, mas segundo o doutor é normal meus hormônios ficarem mais atiçados agora.
_ Mal posso acreditar que teremos nosso primeiro herdeiro.
_ Sua mãe quase caiu da cadeira quando soube. - Ri me lembrando do dia em que Lauren e eu contamos que estávamos grávidas.
_ Seu pai ficou me questionando durante meia hora se eu era intersexual e não havia contado a ele.
_ E minha mãe quase me bateu por não ter contado a ela sobre a fertilização.
_ Nossos pais são loucos.
_ As filhas também não são muito normais.
_ Está dizendo que eu sou louca?
_ Não, mas digamos que acordar as três da manhã para transar na piscina não é uma das coisas mais normais do mundo.
_ Ei isso foi uma ideia sua, não minha.
_ Você concordou, então é culpada também.
_ A gravidez te deixou tão boa assim nos argumentos? - Lhe dou um tapa no braço. - Aiii, amor eu estou dirigindo.
_ Eu sou uma advogada, meu trabalho é ser boa em argumentos.
_ E precisava me bater?
_ Isso foi pela sua demora em chegar em casa.
_ Quando nós chegarmos, eu vou te levar para o quarto e...
_ Amor, não fale, apenas faça. - A olho e mordo o canto do lábio, sabia que isso a deixava louca. Não demorou até que a velocidade do carro fosse aumentada. - Se levar uma multa, não irei pagar.
_ Que se foda a multa, chegar em casa rápido tá sendo mais importante nesse momento.
_ Dinah ligou, disse que conheceu uma garota em Las Vegas o nome dela é Ally.
_ Ela conseguiu superar a Mani?
_ Ambas sabemos que não, mas a Normani foi embora para a Grécia sem nem ao menos se despedir direito dela.
_ Normani perdeu uma grande chance de ser feliz, Dinah é alguém que vale a pena.
_ Se não fosse casada comigo, diria que há alguma coisa entre você e minha melhor amiga.
_ Amor, sou somente sua, mas convenhamos que será difícil alguém fazer Mani tão feliz quanto a DJ fazia.
_ Ela foi atrás de experiência profissional, para conseguir alguma coisa teve que abandonar outra. Não se pode ter tudo na vida.
_ Mas podemos tentar manter o que nos faz feliz com o que nos faz bem. Eu entendo que a Normani ame ser arquiteta e tudo mais, mas... A Dinah é a Dinah.
_ E é exatamente pela Dinah ser a Dinah que ela não iria viajar para a Grécia com a Normani.
_ Espero que essa Ally a faça feliz, caso contrário ela ficará arrasada. Quando DJ volta?
_ Semana que vem, talvez essa garota irá vir junto.
_ E quando a Mani volta?
_ Semana que v... - Parei de falar e encarei minha esposa.
_ Reze para que elas não se encontrem, caso contrário...
_ Será um estrago.
Lauren estacionou o carro na garagem de casa e me olhou com a cara mais safada do mundo.
_ Chegamos.
_ Irei tomar um banho antes de dormir, você pode preparar algo para mim comer, por favor? - Sai do carro e fechei a porta, procurando na minha bolsa pela chave da porta de entrada principal.
_ Espera, então é assim? - Ouço sua voz e a porta do carro bater com força. Sorrio sem que ela perceba e abro a porta que dava acesso a sala de estar. - Você me provoca o caminho todo e quando chegamos em casa, simplesmente diz que irá dormir?
_ Lauren, estou cansada e nosso filho também. - Caminho em direção ao nosso quarto ouvindo seus passos atrás de mim.
_ Camila, nosso filho não tem nem três meses. - Me viro para encara-la.
_ Amor, por favor, estou cansada, você como uma boa esposa e futura mãe deveria entender.
_ Tudo bem, você tem razão. - Ela respira fundo e se aproxima de mim, dando-me um selinho. - Vou preparar algo para nós comermos, tome um banho e relaxe.
_ Você é a melhor esposa do mundo sabia? - Lhe dou alguns selinhos pelo rosto.
_ Pretendo ser a única esposa que você terá pelo resto da vida.
_ Acho bom. - Lhe dou um último beijo e caminho até o banheiro deixando minhas roupas pelo chão. - Pode preparar um sanduiche de peito de peru pra mim?
_ Como quiser senhorita.
(...)
Após terminar o banho, visto apenas uma calcinha boxer e uma blusa do Los Angeles Lakers. Lauren estava deitada na cama apenas de calcinha e moletom, provavelmente ela tomou banho no outro banheiro.
_ Por quê não tomou banho comigo? - Questiono me deitando ao seu lado.
_ Porque tomar banho juntas significa transar e você não quer transar e eu também não quero ter que satisfazer minha vontade com meu dedo, então tomei banho no outro banheiro.
_ Você é tão dramática sabia? - Peguei o sanduiche que estava num prato em cima do criado mudo e dei uma mordida. - A gente transa quase todo dia, não deveria estar com abstinência.
_ Camila, ficar sem sentir seu corpo por mais de duas horas já me causa abstinência. Sou uma maquina do sexo e você é meu combustível.
_ Experimente me trocar por qualquer outro combustível vagabundo, que irá ver essa maquina quebrar rapidinho. - Dou outra mordida em meu sanduiche.
Ela se aproxima de mim e ao invés de me beijar dá uma mordida em meu sanduiche.
- Não quero um motor 1.7 quando tenho um V8 bem na minha cama.
_ Odeio quando me compara com um carro. - Dou a ultima mordida em meu sanduiche e o mesmo acaba.
_ São minhas duas paixões, você e carros. E num futuro próximo, nosso filho. - Suas mãos pegam o prato que eu segurava e o coloca de em cima do criado mudo. Sua boca vai em direção a minha deposita leves beijos. - Tem certeza que você não quer aproveitar melhor a noite?
_ Eu odeio esse seu jeito cafajeste que consegue tudo o que quer. - Meu corpo aos poucos vai se deitando na cama, Lauren deita por cima de mim, mas sem soltar todo o peso do corpo.
_ Não odeia não.
Seu sabor se dissolve em meus lábios, seu beijo é o único que me faz ter arrepios com apenas o toque. Meu dedos vão de encontro ao cabelo de sua nuca enquanto sua mão segura firme minha cintura. O beijo que antes era calmo agora mais parece uma batalha pelo controle.
_ Você está com roupas demais. - Levo minha mão até a barra de seu moletom e o puxo para cima, Lauren separa seus lábios dos meus e retira a peça de roupa. Percebo que ela estava sem sutiã.
Suas mãos vão ao encontro da barra de minha camisa enquanto seus lábios se ocupam em beijar e chupar meu pescoço.
_ Eu amo quando você usa essa camisa. - Diz contra minha pele do pescoço enquanto sobe as mãos pelo meu tronco levando junto minha blusa, poucos segundos depois estou apenas de calcinha boxer. - Mas sinceramente, vê-la sem roupa é a visão do paraíso.
_ Você fala de mais. - A puxo pela nuca e mordo seu lábio. - Cala a boca e continua.
Suas mãos voltam a apalpar-me o corpo enquanto aos poucos seus beijos descem rumo aos meus seios. Puxo os cabelos de sua nunca quando sinto sua língua contornar meu mamilo arrancando-lhe um gemido, suas mãos agora já estavam em minhas coxas.
_ Adoro morder sua pele. - Diz dando uma leve mordida em minha coxa. - É tão macia.
Logo fui tomada pela sensação de seus beijos no interior de minhas pernas e logo em minha intimidade. Seus movimentos eram calculados, como se ela previsse cada reação de meu corpo ao seu toque. As mãos massageavam as minhas coxas enquanto seus beijos me faziam arfar lentamente, arqueando minhas costas ao senti-la.
Era uma mistura de amor, êxtase puro e felicidade que se mesclavam em meu coração. Relembrei nossos momentos, quando nos conhecemos, os primeiros encontros, os segredos revelados e tudo isso acontecendo sobre a condição de que estava amando-a.
_ Laur... Eu vou... Laur...
Comecei a sentir meu corpo ferver. Mordi o lábio repreendendo um gemido e soltei a respiração que já ofegava. Agarrei o lençol com força, cravando minhas unhas no mesmo e sentindo as mãos de Lauren indo e voltando por toda a extensão de minhas pernas.
Logo senti a reação de relaxamento correr por meu corpo. Eu havia chegado ao orgasmo rapidamente, porém o sorriso que se instalara em meu rosto compensaria tudo. Lauren subiu, fazendo trilhas de beijos de meu umbigo até minha boca.
_ Poderia fazer isso a noite inteira se em troca ouvisse você gemendo meu nome. - Estava ofegante e o suor porejava em minha testa. Beijos eram depositados por toda extensão de meu pescoço e clavícula, enquanto recuperava o folego. - Quero aproveitar ao máximo esses momentos, quando nosso filho nascer mal poderemos dormir.
_ Então vamos aproveitar o tempo que ainda temos. - Desci a mão por seu tronco até chegar em sua bunda, dando um leve apertão.
_ Segundo round? - O sorriso malicioso estava novamente em seu rosto, assim como seu olhar de luxuria.
_ Segundo round.