(PORTUGUÊS - BRASIL) The Good...

By DonutsAddict

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"É bem simples," Bennet me disse. "Você vai ser nossa boa menina," Declan disse. Jordan sorriu. "E a gente va... More

THE GOOD GIRL'S BAD BOYS
Parte Um
Prólogo
Capítulo Dois: O Contrato Do Starbucks
Capítulo Três: Acham Que Esquecemos de Alguma Coisa?
Capítulo Quatro: Quem Convidou a Nerd?
Capítulo Cinco: Um Por Todos, e Todos Por Um
Capítulo Seis: Strike Um Strike Dois
Capítulo Sete: Strike Três, Você Está Fora
Capítulo Oito: Não, Eu Não Sou a Nomi
Capítulo Nove: Porque Eu Sou Seu Namorado, Nomi

Capítulo Um: Eu Disse Pra Me Deixar Em Paz

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By DonutsAddict

Eu derrubei minha pasta.

Por ter sido derrubada, consequentemente me fazendo cair no chão, espalhando todo o meu dever de casa e anotações no chão do corredor.

Eu juro que não sou do tipo desajeitada. Nunca quebrei sequer uma louça antes na minha vida inteira. Foi por causa de um pé que estava no meu caminho enquanto estava tentando achar o meu dever de casa dentro da minha pasta, por isso eu tropecei. Tentei ignorar as risadas e comentários sobre mim enquanto engatinhava pelo chão tentando coletar as minhas coisas. Pessoas passando por ali chutavam os papéis mais longe e pisavam em cima deixando marcas de sapato. Fazia mal uma semana de aula aqui em Dartwell High, casa dos dragões, e já estou sofrendo bullying. Quando esticava minha mão para apanhar meu projeto de Inglês, no qual eu tirei 10 por ter me esforçado muito, um sapato pisou em cima dele.

"Ora, olá, Nerd Naomi," ele disse com um sorriso malicioso.

Cerrei os meus dentes, meus papéis se amassando em meus punhos cerrados. "Olá, Raymond."

Sua mão pegou no meu colarinho, forçando-me a levantar. Então ele me pressionou contra a parede dos armários, me fazendo derrubar minha pasta e tudo que estava dentro novamente.

Eu sorri. "O que há de errado, Raymond? Ainda odeia o nome que a sua mamãe te deu?" Murmurei para ele. 

Ele olhou para mim e me levantou do chão pelo meu colarinho. Isso apenas me fez encarar seus frios olhos castanhos. 

"Nunca soube que era assim que você fazia uma garota sentir alguma coisa por você."

Ele se aproximou de mim, com apenas alguns centímetros de distância do meu rosto. Meus olhos castanhos olharam através dos meus óculos para os dele. "Claro, se é que eu posso te chamar de garota."

Com essa palavra final, Raymond larga meu colarinho ab-ruptamente e me faz cair de bunda no chão. Estremeci de dor, tinha caído bem com o meu cóccix. Fiz o meu melhor para me levantar, mas ele me derrubou no chão novamente com seu pé.

"Nossa, Raymond, você sabe mesmo como deixar uma menina caidinha por você."

Ele não respondeu.

Não pude me impedir de levantar uma sobrancelha.

"O que houve? Não consegue pensar em mais nenhuma respostas ultimamente, Raymond?"

"Cala a boca, Naomi. Só fica onde você está," ele rosnou para mim antes de adicionar, "aí em baixo." Com isso, ele foi embora para se juntar ao seu grupo de amigos, rindo junto com eles.

Eu me sentei no chão. Pessoas passaram por mim sussurrando e rindo do meu estado. Eles chutavam, pisavam e até pegavam meus papéis só para rasgá-los em pedacinhos. Eu sabia que o que eles estavam fazendo isso com os papéis desejavam estar fazendo comigo.

Rapidamente me foquei e recolhi tudo de volta. Desta vez, coloquei minha pasta dentro da minha mochila e andei pelo corredor. Fui jogada contra paredes, empurrada de lá para cá e quase fui tropeçada por outros pares de pés que apareciam magicamente no meu caminho enquanto passava pelo corredor. Quando cheguei em meu armário, eu retirei a placa de chute-me das minhas costas e joguei dentro do meu armário. Ouvi um coro de 'ahhs' e 'ooohs' de um grupo de garotos que deviam ter sido os que colocaram o papel nas minhas costas.

Esse é um dia normal para Naomi Lorraine, também conhecida como Nerd Naomi. A boa menina e nerd de 17 anos com um boletim só com notas 10, um guarda-roupa pobre e uma fixa de frequência intacta. A vítima perfeita para alguém zoar quando você se sente chateado ou irado ao ponto de querer espancar alguém, todos vêm direto até mim. E o que eu faço? Deixo eles virem até mim. Não tento dizer nada a ninguém. Meus pais ou professores não vão resolver nada dessa situação. Eles até podem piorar. E eu não tenho amigos. Falando sério, quem iria querer ser meu amigo só para abaixar seu status social?

Honestamente, não sei o que fiz para fazer com que isso acontecesse comigo. Sou uma garota de aparência normal, pelo menos nos meus olhos. Pessoas sempre se preocupam em como se parecem, enquanto estou mais preocupada com as minhas notas. Pensei que se eu não ligasse para minha aparências, isso não importaria. Mas mesmo assim importava, por qual outro motivo eu sofria bullying?

Talvez seja porque alguma coisa esteja simplesmente errada comigo. E é por isso que eu venho sofrendo bullying por tantos anos que me tornei hostil ao olhos de qualquer um, ou até mesmo todos. Como você pode confiar em uma pessoa quando todo o resto já te tratou como um pedaço de chiclete sem gosto preso na sola do seu sapato pelo resto da sua vida–nojento, irritante e desnecessário.

O sinal tocou para a quinta aula do dia, química avançada. Eu suspirei, um ótimo jeito de alguém 'acidentalmente' derramar químicos perigosos em cima de mim. Todos já haviam saído do corredor enquanto trocava meus livros. Sou provavelmente a única fora de sala. Mesma que eu esteja atrasada, pelo menos ninguém vai zoar comigo enquanto estivesse a caminho da sala de química avançada. Me dirigi para a sala de aula e fiz uma curva acentuada em um dos corredores apenas para esbarrar em alguém, me fazendo cair no chão pela segunda fez. 

Eu grunhi. "Muito obrigada."

Olhei para cima e vi que tinha esbarrado em Bennett Frazier. Ele é o novo estudante de trasferência, tinha vindo para a nossa escola apenas alguns dias atrás junto com outros dois garotos. Estudantes de transferência são bem raros, todos na escola já se conhecem desde o ensino fundamental, alguns até do maternal. Quando ele esbarrou em mim, ficou assustado e com seus olhos azuis arregalados em surpresa, mas então colocou uma expressão vazia quando viu que era eu.

"Desculpe. Não vi você aí," ele me disse em um tom vazio, me fazendo suspeitar se ele estava sendo sarcástico. 

Fuzilei ele com meus olhos. "É claro que não viu."

Bennet piscou. "Não, é sério–"

"Sabe, só porque as pessoas fingem que eu sou invisível, não significa que eu vou agir como se fosse."

Ele recuou. "Espera, eu–"

"E só pra você saber," eu continuei. "Só porque você tem um status social maior que o meu, não significa que você pode só ir andando por cima de mim."

"Eu nem sei do que você está–"

Eu o cortei. "Deixa pra lá," eu rebati. "Estou atrasada para a aula por sua causa."

Rapidamente eu me levantei do chão, era a segunda vez que eu precisei fazer isso no mesmo dia. Me abaixei para pegar a minha pasta, e ele fez o mesmo.

"Aqui, me deixe–"

Apanhei minha pasta antes que ele pudesse. Eu olhei para ele. "Não pedi pela sua ajuda," retruquei, fazendo com que ele recuasse com meu tom áspero.

Me levantei e então empurrei meu caminho por meios de segurança antes de me mandar.

Uma ótima primeira impressão, você não acha?

Você provavelmete deveria pensar sobre o porquê de eu ser tão hostil com alguém que acabo de conhecer. Não, talvez eu devesse ter dado a ele uma chance e teria sido bem simpático comigo, meu amigo, só para depois me esmagar e zoar comigo como o resto deles. Muitas vezes eu caí na pegadinha de pessoas sem nada melhor para fazer além de mexerem com alguém e 'fingir' ser seu amigo. Então ao invés de assistir ele recolhendo minha pasta e depois jogando-a por trás dos ombros para depois ver todos os papéis voando pelos ares, preferia ir para a aula, muito obrigada.

Cheguei na sala de aula, a qual estava em um completo caos. Alunos estavam fora de seus assentos, conversando no volume mais auto possível, usando os celulares, mastigando chiclete para depois colar debaixo da carteira ou na minha cadeira. Quando entrei, todos eles me ignoraram. Grata por isso, sentei-me na minha cadeira. Meu parceiro de laboratório gemeu quando me viu.

"O mesmo pra você," rosnei de volta para ele.

O Sr. Ford, meu professor de química avançada, limpou sua garganta, embora isso fosse inútil já que todos continuaram a conversar. Mas tirando esse fato, ele começou a falar. "Turma, nós teremos que mudar os assentos. Vocês não precisam mais sentar em ordem alfabética. Mas estarei escolhendo os seus parceiros, vocês ficarão com eles pelo resto do ano."

Alguns comemoraram, e outros gemeram com a ideia de terem que sentar do meu lado. Meu parceiro comemorou com seu punho no ar.

"Eu sou um homem livre!"

"Primeiramente," o professor falou, olhando para um pedaço de papel onde ele havia escrito todos os nomes. "Lorraine e Wallace, vocês ficam com a mesa um."

Levantei da minha cadeira e me sentei na carteira perto da janela. Jordan Wallace, outro estudante de transferência. Ele olhou para mim enquanto estava andando em direção a mesa. Ele me deu um sorriso grande, provavelmente dando o seu melhor para esconder sua carranca ao invés disso. Ele tinha aquele par de olhos brincalhões, eu conheço aqueles muito bem, eram como os das pessoas que zoavam comigo. Reencostei-me na cadeira, decidindo ignorá-lo para me aproveitar do momento de paz enquanto ele ainda não decidiu zoar comigo.

Ele levantou sua mão para mim come se quisesse que eu a apertasse, ou me dar um tapa na cara com ela. Provavelmente a segunda opção.

"Oi, meu nome é Jordan."

Olhei de soslaio para ele. Ele está mesmo sendo simpático comigo? O que ele vai fazer? Vai me dar falsas esperanças que nós vamos ser amigos então fazer seu melhor para zoar comigo como o Bennet ia? Então ao invés disso, voltei meu olhar para o quadro.

"Naomi," eu murmurei.

"Você se chama suja?" Ele perguntou confuso. 

Eu olhei para ele. "É Naomi," eu corrigi. 

Ele sorriu de orelha à orelha. "Bom, não consegui ouvir o que você tinha falado, então pensei que você tinha falado suja. Mas você não parece desse tipo."

"Por que você diria isso?" Perguntei incrédula. 

Ele deu de ombros inocentemente. "Você me pegou. Não devia ficar murmurando."

"E você tem que fazer um teste de audição," falei de volta.

 Ele levantou uma sobrancelha. "Uau, você é feroz."

Abri minha boca para respondê-lo, mas o Sr. Ford me cortou.

"Na lição de hoje, vamos misturar soluções diferentes e ver as reações."

"Eu sei a minha reação pra essa aula," Jordan anuciou.

A turma inteira se virou para ele, que bocejou dramaticamente.

"Chato!" Ele exclamou.

Ele conseguiu algumas risadas, até do Sr. Ford. Jordan olhou para mim desapontado por eu não ter nem sorrido.

"O que você tem, botox?" Jordan perguntou. "Se você não consegue demonstrar nenhuma expressão, pisque duas vezes."

"Isso foi tão engraçado que eu até esqueci de rir," eu disse com uma cara séria.

Quando todos começaram a falar entre si, comecei o meu trabalho. Eu rapidamente escrevi anotações e fórmulas que precisaria para o experimento. Mas então olhei para o Jordan para ver que ele estava olhando para mim.

Nós só encaramos um ao outro estranhamente.

Ele coçou sua cabeça, seu cabelo loiro desgranhado mechendo enquanto ele o fazia. "Entāo presumo que você não seja do tipo sociável."

Eu ri sem humor e voltei a fazer meu exercício. "Eu sou, mas os outros escolheram não se socializar comigo."

Ele riu. "Isso é meio triste."

"Não preciso da sua piedade," falei abruptamente.

"Não pensei que quisesse."

Eu me endureci, pausando no meio de uma fórmula. O que ele quis dizer com...

"Ei, prof, quando a gente vai começar essa festa?" Jordan brandou. 

O Sr. Ford suspirou. "Mais tarde, Sr. Wallace, mais tarde."

"Paciência é uma virtude," eu murmurei para mim mesma. 

Jordan piscou. "O que pa-ci-ên-cia significa?" Ele perguntou enquanto virava sua cabeça para o lado.

Por alguma rasão desconhecida, eu consegui sorrir um pouco. Isso causou Jordan a sorrir para mim de novo. Era tão contagiante que eu tive que lutar contra ele.

"Aí está," ele disse, piscando com um dos seus olhos verdes. "Sabia que você não era um robô."

Eu pisquei. "Licença? Um robô?"

"Ah, você sabe. Por que aquele humano está vazando?" Ele disse em uma voz robotizada e balançou seus braços como um robô.

Não pude deixar de rir um pouco. Por que ele está fazendo isso? Por que está dando o seu melhor para fazer alguém como eu sorrir?

Jordan riu e socou meu braço. "Aí está. Ficar preso com uma parceira séria dexaria esse ano muito chato, não acha?"

"E você não liga pra quem eu sou?"

"O que você quer dizer com isso?" Ele perguntou

Não sabia se ele estava brincando ou não. Abri minha boca para responder, mas o Sr. Ford limpou sua garganta, de novo cortando a minha fala. O que os professores fazem hoje em dia...

Pelo resto da aula, tivemos que fazer mais trabalho. De tempo em tempo, Jordan fazia um show ao pedir para o professor ajuda que ele não precisava. Então, ele encarava meu trabalho por um bom tempo, me fazendo cobrí-lo com minha manga. Ele devia conseguir suas notas por si mesmo. Quando a aula acabou, eu rapidamente arrumei minhas coisas e saí da sala. Jordan estava tentando muito ser meu amigo e, mesmo que tivesse bons motivos, não podia deixar ele fazer isso. É melhor ele não arruinar sua reputação por minha causa. Até eu consigo me surpreender com minha compaixão.

Mas ou Jordan era muito ingênuo, ou ele realmente não se importava.

"Ei, Naomi!" Jordan me chamou enquanto empurrava outras pessoas para fora do seu caminho. "Me espera! Eu quero te levar até sua próxima aula!"

Tiveram alguns soluços de surpresa aqui e ali quando os outros escutaram o que ele tinha falado. Dedos foram apontados e risadinhas foram dadas. Isso era exatamente o que eu não queria que acontecesse. Eu me misturei com a multidão e, o mais rápido que eu consegui, despistei Jordan.

Fique longe de mim. Para o melhor de nós dois.

-

Minha última aula era de educação física. Não sabia se devia ficar orgulhosa de ter sobrevivido mais um dia de aula ou aterrorizada de ainda ter que passar por educação física.

Essa aula é a hora perfeita quando minhas notórias 'imperfeições' eram apontadas no vestuário. A hora perfeita para 'acidentes' acontecerem e as pessoas 'acidentalmente' me derrubarem ou 'acidentalmente' jogarem uma bola na direção errada e vir do nada direto em mim. São cinco pontos se eu cair, dez se acertar o meu torso, um bônus se deixar uma marca e cinquenta por acertar minha cabeça, com um bônus se eu tivesse uma contusão.

É, educação física é minha aula predileta.

Eu peguei minhas roupas do meu armário, ignorando as risadas atrás de mim, e me troquei no banheiro onde ninguém podia falar mal de mim. Então eu escapei do vestuário e fui em direção à minha aula. Todos estavam em seus próprios grupinhos, falando entre si. Mas quando eu entrei no campo, todos só me encararam com desgosto. Estava ficando bem acostumada com isso, então os ignorei e sentei em meu lugar. Segundos depois, Srta. Ramos assoprou o seu apito, causando todos a pularem de medo. E em pânico, todos sentaram em seus lugares também.

A srta. Ramos era a professora mais estrita que você poderia conhecer, como se você quisesse. Se você não fisesse um ângulo perfeito de 90º graus enquanto fazia uma flexção, ela faria você correr voltas até seus pés sangrarem. Perguntem ao Manuel Price. Ele não volta para a escola desde da maratona que a srta. Ramos fez ele correr quando teve a audácia de mascar chiclete no meio da aula.

"Escutem só," a srta. Ramos disse, encarando todos nós. "Hoje nós vamos praticar um pouco de futebol."

Todos começaram a imediatamente falar com os amigos que queria fazer dupla. Mas o apito da srta. Ramos fez eles calarem a boca.

"Não fiquem aí pensando que vão escolher suas duplas," ela disse. "Seus nomes vão."

Um grunhido foi ouvido de todas as direções enquanto os alunos olhavam para seus amigos nas fileiras da frente e de trás. Alguns estavão felizes, outros não. O garoto na minha frente que era para ser a minha dupla parecia como se ele preferisse morrer.

"Ah, pelo amor de–"

"É bom ver você também," falei abruptamente.

Ótimo. Ele nem parece tão atlético. Talvez fosse até um dos meus amigos nerds que teria os óculos esmagados no meia de sua cara. O tempo todo, ele ficaria tropeçando pelos seus próprios pés, ficando o mais longe possível da bola e de mim.

Ó como me machuca saber que até meus amigos nerds têm um status social mais alto que o meu.

"Vão ser duas duplas que vão se enfrentar," a srta. Ramos explicou. "O time atrás de vocês será seu oponente."

Nós todos nos levantamos e seguinos as instruções da srta. Ramos. Ela aleatoriamente escolheu uma letra e depois seus dois times. E como eu sou sortuda, 'L' foi a letra aleatoriamente escolhida por ela. Minha dupla, que conheço pelo nome de Daniel Lee, e eu andamos para o meio do campo.

"Fica longe do meu caminho," eu simplesmente disse a ele. "Você só vai me atrapalhar."

"Idem," ele falou, fazendo buracos na minha cabeça com seu olhar.

A turma toda se sentou no canto do campo atrás da linha branca ou se não eles correriam dez voltas como a srta. Ramos tinha ameaçado. Nosso time oponente andou até onde estávamos no campo. Não me conti em levantar uma sobrancelha, era Declan Lynch. O último dos estudantes de transferência da escola nesse ano. Ele parecia ser o mais atlético dos três, você podia ver seus músculos do outro lado do campus. Olhei de volta para as arquibancadas e vi as meninas se abanando, e com certeza não era por causa do sol. Havia um boato de que ele é bom em todos os esportes, mas são apenas boatos. Ele podia ser tão ruim quanto o Daniel Lee aqui do meu lado.

Me virei para a minha dupla, Daniel, vendo que estava paralizado em que parecia ser por medo.

"É o D-Declan Lynch," ele gaguejou.

"Sim, ele tem a mesma letra no sobrenome que a gente, não é?"

"E-eu acho que acabei de me mijar," ele murmurou bem fraco.

Pulei para longe dele. "Isso é sério?" Meus olhos foram parar em seus shorts de ginástica que estavam formando uma mancha. E no chão, estava uma poça do seu...você sabe, não quero me lembrar disso.

"Eca," eu grunhi, não acreditando no que eu estava vendo.

No campo, todos conseguiam ver o que estava acontecendo e tiveram a mesma resposta. Eles ou davam um passo para trás em desgosto ou mais perto para ver. Minha mão tampava o meu nariz. EU juro, você conseguia cheirar daqui. Como é que alguém iria se mijar por causa desse cara chamado Declan?

A face da srta. Ramos se contorcionou em disgosto. "Lee, você acabou de perder dez pontos! Agora vá para a enfermaria! Você é uma desgraça para os homens!"

Daniel parecia como se estivesse prestes a chorar, então foi apenas capaz de assentir com a cabeça. Ele então choramingou para fora do campo, correndo para o prédio principal.

"Essa foi provavelmente a coisa mais hilária que eu já vi!" A dupla de Declan, Keith Lowry, exclamou. Ele levantou sua mão mas Declan nem olhou para ela.

Keith colocou-a para baixo desajeitosamente e enfiou-a em seu bolso. Ouvi um plástico sendo amassado e assisti com pavor quando Keith colocou uma batata chips em sua boca.

Uau, ele quer muito morrer.

"Lowry!" A srta. Ramos exclamou.

Keith Lowry pulou com o som de seu nome.

"Shim–" ele cobriu sua boca e engoliu. "Quero dizer, sim?"

Srta. Ramos respirou profundamente. "O que foi que você acabou de engolir?"

Keith riu nervosamente. "Minha saliva?"

"Vire os seus bolsos para fora, Lowry!" Ela ordenou.

Keith obedeceu ele deixou cair o pacote de batatas no chão.

"Você vai correr vinte voltas pela escola, e cinco a mais só por ter jogado lixo no meio do meu campo!" A srta. Ramos gritou.

"O quê?" Keith perguntou, dando um passo para trás.

"Não me faça repetir, Lowry," ela avisou.

"Sim senhor, é...senhora."

"Seu–" Declan disse enquanto dava um passo na direção da sua dupla.

Keith deu uma passo para trás. "Calma, calma, cara. Eu só fiquei com um pouco de fome."

"Eu te vi na hora do almoço pegando seu segundo prato," Declan rosnou, seus olhos o ameaçando. "E você ainda está com fome?"

"Eu não tava pegando meu segundo prato. Era para um amigo!"

"Você está me chamando de mentiroso? Porque eu tenho certeza de que te vi comendo aquele lanche do seu amigo."

"O-o que eu quis dizer é que é–"

"Você está abaixando a minha nota, Lowry."

"M-me desculpa," Keith disse baixo.

Declan estalou os dedos da sua mão. "Estacionamento. Depois do sinal," foi tudo o que ele disse.

Keith assentiu e correu para fora do campo. Mas ele voltou para pegar o seu pacote de batatas, jogando-o no lixo. Então ele correu novamente como se estivesse em nas Olimpíadas.

A srta. Ramos estava tocando a ponte do seu nariz enquando folheava sua prancheta.

"Lorraine! Lynch!" Ela anunciou. "Por causa das suas duplas idiotas, vocês dois vão ter que formar um grupo."

Nós dois automaticamente olhamos um ao outro. Eu assisti enquanto ele me olhava de cima para baixo, e aposto que estava julgando um livro pela capa. Não era uma boa escolha.

Andei até seu lado e esperei até a srta. Ramos acabar de escolher o nosso time oponente. Com tédio, assisti enquanto ela examinava as arquibancadas, procurando pelo melhor time para nós que não iriram mijar nas calçar por causa do Declan.

Ele limpou sua garganta desajeitosamente. "Você consegue chutar?"

"Licença?"

"Você pode chutar uma bola?"

"Eu posso chutar as suas bolas?" Eu respondi.

Declan deu um passo para trás. "Tudo bem, deixa eu reformular essa frase. Você é boa em futebol?"

Eu bufei, mas não respondi.

"Você não me respondeu."

"Eu não preciso," simplesmente falei.

"Como assim?"

Olhei para ele. "Olha, só porque eu sou uma nerd não quer dizer que eu não sou atlética. Não tem nenhum time de futebol ou basquete feminino nessa escola. Eu sou provavelmente a menina mais atlética que essa escola tem. Então é melhor você calar a sua boca e me deixar fazer isso."

Agora era a vez dele de dizer: "Licença?"

"Bom, você acabou de mudar seu horário para essa aula," boatos diziam que o outro professor tinha tanto medo dele que fez com que transfirisse. "Então eu não sei quais são suas abilidades ou se você tem experiência com isso. Os boatos podem ser mentira, já que são apenas boatos."

Seus olhos castanhos olharam fixamente nos meus. "Quem foi que disse que são só boatos?"

"Sanchez! Simpson!" A srta. Ramos ordenou. "Entrem no campo ou então vão me pagar vinte."

Os dois pareciam como se preferissem fazer vinte flecções, mas sabiam que era melhor não aborrecer a srta. Ramos mais, então caminharam até o campo. David Sanchez e Marco Simpson são os garotos mais atléricos na minha turma. Então fiquem bem surpresa quando vi os dois tremendo quando viram Declan.

"Pelo menos a dupla dele é a Naomi," Marco disse bem fraco.

"Sim, o cara tem uma péssima desvantagem," David concordou.

Bufei e ignorei os seus comentários.

"Nerd Naomi," Declan murmurou para si mesmo. "Uma desvantagem? Vamos ver."

A srta. Ramos andou até o meio do campo e colocou a bola de futebol na grama. Eu normalmente jogo futebol no meu quintal. Jogar aqui quando eu estou sozinha ou enquanto os outros estão perto de mim é perigoso. Alguém pode 'acidentalmente' jogar uma bola de futebol em mim. Eu tinha minhas próprias feridas para que tenho que inventar desculpas novas todos os dias quando vou explicar para a enfermeira ou para os meus pais.

"Bom, vocês sabem as regras, a menos que estivessem vivendo debaixo de uma pedra durante as suas vidas lamentáveis inteiras," a srta. Ramos disse. "Quem ganhar, ganha. Só quando eu estiver satisfeita com os resultados que o jogo acaba. Pode ir até 56 à 81 e eu ainda iria fazer vocês jogarem até depois dos seus toques de recolher. Perguntas?"

Marco levantou sua mão. "A gente pode fazer pausas pra ir ao banheiro? Porque eu bebi uma garrafa de Gatorade uma hora atrás, não acho que consigo segurar até meia-noite."

"Simpson, cala a boca."

Marco engolhiu em seco. "Sim, senhora." David deu um soco no ombro dele, dando um olhar para ele parar de falar.

Então a srta. Ramos saiu do campo. Todas as outras crianças sentaram em seus lugares nas arquibancadas debaixo do sol escaldante. Keith passou pela arquibancada e parou um pouco para assistir o jogo que estava começando, mas a srta. Ramos gritou com ele para ir mais rápido.

Declan parou em frente à bola e eu fiquei ao seu lado direito. Marco e David estavam conversando entre si, dizendo para o outro marcar o Declan. Finalmente, David aceitou e andou até a bola. Nós quatro encaramos uns aos outros, tentando intimidar o outro. Mas Marco e David nem olharam para mim, seus olhos estavam em Declan. Mas Declan não ia desistir, ele só olhou para os dois até que eles olharam para baixo em derrota.

O problema era que eu tinha mudado para essa nova aula de educação física alguns dias após as aulas tinham começado. Eu estava tendo muitos "acidentes" que eles me fizeram trocar de classe. Então ninguém aqui sabe das minhas abilidades atléticas, já que me subestimam só por seu uma nerd.

O apito ensurdecedor da srta. Ramos soou pelo campo. Os alunos mais perto dela cobriram seus ouvidos com suas mãos e se encolheram.

Hora de mostrar a eles do que eu era feita.

Não sei o que fez com que ele fizesse. Ou porquê ele não conseguia lidar com os dois caras ao mesmo tempo, ou, por um motivo não conhecido, ele acidentalmente me passou a bola. É claro que eu estava preparada mesmo que o ato tivesse me deixado surpresa. Pensei que ele os desafiaria e passar a bola por eles. Mas ele a passou para mim, ele confiava em mim. Nossos olhos se encontraram e eu sabia o que eles estavam dizendo.

Prove.

Os caras ficaram surpresos com o passe. Eles olharam para o Declan como se ele tivesse mais de dois braços. Usei a sua confusão para minha vantagem e passei por eles, driblando a bola. Eles descobriram o que tinha acontecido e avançaram na minha direção. Segurei um sorrios, eles teriam mais chance roubando a bola de Declan. David tentou me dar um pontapé, mas eu pulei por cima das suas pernas enquanto elas tentavam pegar a bola da grama, com a bola no ar junto comigo. Então, Marco pulou na minha frente, tentando roubar a bola de mim. Eu girei em volta dele com a bola aos meus pés, passando ela depois livremente para Declan.

Grande erro em não marcarem o Declan.

Ele sorriu quando conseguiu a bola e correu até a rede vazia. David e Marco pareciam atordoados, não acreditando no que tinha acabado de acontecer. Somente alguns segundos atrás eles estavam centímetros perto da bola, e agora Declan tinha a bola. Eu acabei de destruí-los só chutando uma bola.

Declan fez um gol e todos na arquibancada ficaram em silêncio absoluto. Eles não estavam encarando Declan, quem tinha marcado o gol, e sim a mim. Nerd Naomi. A garota que se atreveu a desafiar os dois garotos mais atléticos dessa escola. E que dançou ao redor deles com uma bola come se fosse nada.

Eu estava amando aquilo.

Voltamos para o meio do campo. Marco e David já estavam com falta de ar, suas caras brilhando com o suor. Porém nem Declan nem eu estavamos suando, parecendo como se não tivessemos feito exercício algum. Dessa vez, eu fiquei em frente a bola. Agora Marco e David não olhavam mais para Declan. Seus olhos estavam em mim, me examinando como se lasers sairiam deles.

A srta. Ramos soprou o seu apito e eu passei a bola para Declan. Os dois garotos investiram nele, me deixando livre. Declan sorriu quando viu que os dois estavam o desafiando, então correu na direção deles, ousando-os a roubar a bola. Ambos tentaram fazer isso ao mesmo tempo. Tentei denuciá-los para a srta. Ramos por ser injusto dois contra um, mas percebi que era exatamente o que tinha acontecido comigo, então fiquei assistindo. Declan chutou a bola para as suas costas e depois pulou por cima dos caras, usando sua mão para ajudá-lo a sair do chão com uma cambalhota. Então ele voltou ao chão e começou a correr novamente com a bola. Não consegui deixar de piscar atônita. Acho que aqueles não eram só boatos. David saiu do transe e voltou a correr atrás de Declan, mas ele ainda tinha alguns truques na sua manga. Ele ziguezagueou com a bola ao entorno de David, brincando com ele enquato ele ainda tentava roubar a bola. Marco então veio por trás, mas Declan conseguiu driblar a bola e chutou-a para mim. Eu facilmente recebi a bola e corri até a rede.

Enquanto Marco foi deixado marcando Declan, impedindo-o de me ajudar, David veio atrás de mim. Entretando ele sabia que não chegaria a mim a tempo de roubar a bola. Não que ele conseguiria. Mas ao invés disso, ele correu até o gol para bloquear o meu chute. Eu sorri, como se isso fosse ajudar em alguma coisa. Chutei a bola no ar, avistei um ponto que ele não estava cobrindo e chutei-a novamente. Certamente, a bola voou além David, parando na rede.

Ninguém comemorou, as arquibancadas estavam em silêncio mais uma vez. Todos estavam incapazes de falar sobre o que tinha acabado de acontecer. Então ouvi sussurros falando que os garotos estavam pegando leve comigo, ou que eu tinha tomado esteróides ou algo parecido. Talvez até tivesse usado meus poderes nerds e achado uma fórmula para driblar uma bola e chutá-la. Fórmula é o caralho.

"Isso foi roubo!"

Uma força gigante me empurrou e eu de repente estava no chão. Eu fiquei parada um pouco atordoada, minha cabeça girando por causa do que tinha acabado de acontecer. Olhei para cima e vi que tinha sido David quem tinha me jogado no chão. Sua face estava coberta de raiva, seus olhor com um olhar de desgosto. Dessa vez, as pessoas na arquibancada comemoraram. Antes, eu teria chorado por causa de todo o ódio que meus colegas de classes tinham de mim. Porém agora eu sou acostumada a isso, então apenas deixei acontecer.

Senti um golpe no meu estômago. Eu grunhi e me encolhi em uma bola, choramingando de dor. David me chutou no mesmo local novamente, dessa vez bem mais forte. Os outros estavam de pé, comemorando e rindo da cena. A srta. Ramos dessa vez não sabia o que fazer. Ela soprou o seu apito. Talvez em uma tentativa de calar os alunos ou de parar David. Nenhum desses funcionou.

Protegi meu corpo para bloquear outro chute, então segurei seu pé quando estava centímetros longe do meu estômago. Ele gritou comigo para largá-lo e assim conseguiu me virar de costas e pisou na minha barriga. Soltei um grito com esse golpe.

Eu sabia que ele ficaria entediado comigo depois de alguns chutes, sua raiva já tinha se acabado. Ele provavelmente faria a mesma coisa amanhã. E então todo mundo iria me deixar, rindo da minha dor e sofrimento. Por isso eu só fiquei parada ali, assistindo enquanto ele puxava o seu pé devolta só para me chutar novamente.

Mas quando ele estava prestes a fazê-lo mais uma vez, alguém pulou em cima de David. Ouvi grunhidos e socos enquanto as crianças da arquibancada vaiavam. Eu olhei para cima, segurando minha barriga, para ver o que estava acontecendo.

Declan estava espancando David. Ele subiu em cima dele, dando socos e mais socos, um atrás do outro. Isso foi quando vi sangue voando para fora da boca de David. Ele era fraco de mais para tentar se defender, talvez até já estivesse inconsiente.

"O que diabos tem de errado com você?" Declan exclamou. "Batendo em uma garota! Você não tem vergonha?!"

Eu pisquei, o que está acontecendo? Ele está, ele está do meu lado?

"P-pára!" Eu disse a ele. "V-você só vai piorar! Pára com isso!"

Eu estava assistindo quando Marco tentou libertar David, mas foi apenas derrubado no chão. Finalmente, Declan se acalmou e se levantou do chão. David estava deitado na grama imóvel e Declan estava respirando profundamente depois de ter usado o garoto como saco de pancadas. Marco também se levantou e começou a arrastar seu amigo até a enfermaria.

"Declan, sua aberração, ficando do lado daquela nerd," Marco sibilou. "Pensei que você era melhor que isso."

"O que você disse, seu bosta?" Declan rosnou, dando um passo para frente na direção do garoto, seus punhos cerrados.

Marco não respondeu enquanto dois outros garotos vieram ajudá-lo. Eles carregaram David para fora do campo, em direção a enfermaria. O sinal tocou, marcando o final do dia escolar, o dia tinha acabado. A srta. Ramos saiu do campo para ir até seu escritório, sem nem me olhar. Todos os outros foram para o vestuário para trocarem de roupa, perguntando uns aos outros o que tinha acabado de acontecer. Alguns até riram do meu estado.

Voltei a encostar minha cabeça no chão, olhando para um pedaço de grama em frente aos meus olhos. Então um tênis entrou no meu campo de visão e vi Declan olhando pra baixo. Ele estendeu sua mão para me ajudar, a qual eu encarei por um longo tempo. Algo certamente estava errado com ele.

"Você está bem? Aqui, deixa eu te ajudar a levantar. Acho que o chão não parece tão comfortável."

Eu não respondi e voltei a olhar para o chão. Me enrolei novamente em uma bola bem devagar.

"Me deixe em paz."

Ele piscou. "O quê?"

"Eu disse para me deixar em paz. Vai embora, não preciso da sua ajuda."

Declan estreitou seus olhos em minha direção. "Aquela cara estava te chutando no estômago mesmo você sendo uma garota, e eu acabei de espancá-lo por isso. O mínimo que eu espero é um obrigado."

"Obrigada." Eu disse. "Por perder seu tempo e energia em mim."

"É por causa do seu orgulho que eu não posso receber um obrigado decente?"

Eu forcei uma risada. "Orgulho? Que orgulho? Perdi isso anos atrás. Não é como se você espancando aquele cara melhoraria as coisas," falei com desgosto, colocando minha mão em frente à minha cara para esconder a vergonha. "Ele vai voltar no dia seguinte, e no dia seguinte. Você acabou de fazer as coisas ainda piores."

Ele não disse nada.

"Só me faça esse favor e vá embora," disse silenciosamente, minha voz se quebrando.

Houve uma pequena hesitação da sua parte. Ele não se moveu até–

"Tudo bem. Tanto faz."

Ouvi seus passos crescendo cada vez mais distante. Seria melhor desse jeito. Se ele continuasse a me defender, isso faria tudo muito pior pela sua parte. Seu status estava caindo cada vez mais a cada minuto que ele me passava aquela bola, socava aquele garoto e estava perto de mim. Porém mesmo sabendo disso, ele continuou a me ajudar. Ele me defendeu.

Continuei deitada na seca grama verde, sem mexer sequer um músculo. Havia uma pequena rajada de vento que assoprava o meu cabelo para fora do meu rosto. Tentei piscar as lágrimas para dentro, mas dessa vez elas não me escutavam. Engoli um soluço e fiquei parada no chão sozinha.

Do jeito que sempre estarei.

Calmamente eu me sentei, e a seguinte consegui me levantar do chão. Dei um passo, mas acabei recuando. Agarrei meu estômago, que estava dolorido pelos chutes que havia levado. Não culpava a pobre da minha barriga. David era o garoto mais atlético da escola por uma razão.

A escola estava bem vazia, os únicos que ainda deviam estar nela seriam os funcionários ou os alunos que permanecia depois do sinal. Sem chance de eu querer encontrá-los no estado que eu me encontrava. Tentei evitar as áreas mais populares e segui em direção ao meu armário.

Foi então que eu percebi que ainda estava com minhas roupas de ginástica. O vestiário estaria provavelmente fechado a essa hora. Eu teria que ir com elas para casa e recolher minha roupa no dia seguinte. Abri meu armário e peguei a minha mochila.

Meus pais deveriam estar pensando aonde eu estava. Eu teria apenas de inventar uma desculpa que eu havia ficado na biblioteca da escola fazendo dever de casa. E se eles quisessem provas, eu já havia acabado meu dever da semana inteira no primeiro dia de aula.

Sim, pode me chamar de nerd.

Peguei meu livro de cálculo para fazer exercícios de prática já que eu tinha tirado menos de nove em um teste de matemática. Não vou deixar isso passar assim tão fácil. No momento em que eu estava tirando o meu livro do armário, um pedaço de papel caiu dele. Estreitei meu olhos em sua direção. O que é isso? Uma ameaça de morte? Um lembrete de quão nerd eu sou? (Não vejo a necessidade disso, sendo que eu já sei). Poderia ser talvez ser um bilhete de alguém que quisesse se encontrar comigo, para depois o time inteiro de futebol americano aparecer inconscientemente para jogarem balões de água em mim? Isso seria com certeza um jeito muito divertido de passar a minha sexta-feira.

Segurei o bilhete, que era um simples pedaço de papel dobrado ao meio. Na frente, meu nome estava escrito em caneta grossa. Por que só o meu nome? Onde estava a parte 'Nerd' do nome Nerd Naomi? Ou os apelidos como aberração, geek, e assim em diante. Abri o bilhete e encontrei apenas uma frase, com apenas três assinaturas escritas em baixo dessa.

A parte engraçada era que não envolvia ameaças de morte. Não era a lista das minhas imperfeições. Não era um encontro falso. Era algo que eu mais tarde descobri que iria mudar a minha vida.

Nos encontre no Starbucks amanhã ao meio dia.

- Os Três Mosqueteiros:

Bennet, Jordan e Declan

-

Oi, gente. Aqui é a tradutora. Me desculpem por não ter postado isso mais cedo, eu estava muito apreesiva de que tinham muitos erros por esse ser um capítulo tão longo. Vou tentar não me acostumar a isso já que mais ou menos todos os capítulos desse livros são enormes. Obrigada pelos comentários que vocês deixaram no prólogo, eles me ajudam muito a querer continuar.

- Bea



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