Sinto a minha mão ser apertada milhares de vezes. Estes movimentos fizeram-me acordar e preparar-me psicologicamente para mais um dia.
Mas... o Harry está a trabalhar e claramente, a Felicity está no infantário!
Abro as minhas pálpebras de repente, assustada com os meus próprios pensamentos, porém, acalmo-me assim que vejo (afinal) o Harry com um doce sorriso nos lábios.
"Harry...?" Fecho novamente os olhos, quando os seus lábios colaram na minha testa e lhe depositaram um beijo. "Não devias estar a trabalhar?" Agarro a mão dele novamente e acaricio-a, ganhando alguma coragem para me levantar: mas sem sucesso.
"Bem... Eu devia mas, tenho boas notícias: consegui convencer o Simon a dar-me uma folga, neste preciso dia. Após uma longa conversa por chamada telefónica, ele autorizou devido a eu ter-lhe explicado que queria passar um dia com a minha família."
Estava a necessitar desta notícia para realmente despertar. Um sorriso de orelha a orelha apareceu nos meus lábios e as minhas pálpebras abriram revelando a cor dos meus olhos escuros.
"Então a minha Felicity está cá?" Ele assente com um doce sorriso no rosto. "E, hm, e..." Não conseguia controlar o entusiasmo, sinceramente. "Durante este dia não vai haver interrupções profissionais? Isto é, vais estar concentrado em nós e não no teu telemóvel onde caiem todos os problemas do teu trabalho, certo? Sem chamadas ou mensagens...?!"
"Afirmativo. Só espero que gostes então do dia de hoje."
"Mal posso esperar. Onde vamos?"
"Isso é surpresa..."
[...]
Fomos almoçar fora – um restaurante bastante sofisticado – e agora estamos em Kent (uma cidade vizinha de Londres). A Felicity adorou, principalmente, os Fortes Marinhos que conseguiu avistar ao longe; a catedral Rochester e o Bluewater, claro [um centro comercial].
Na verdade, foi uma longa tarde bastante divertida. Admito que sentia saudades destes momentos em família em que todos gargalhamos, divertimo-nos... enfim, não há palavras que descrevam o quão grata estou a Harry (ou talvez a Simon?) por ter conseguido este dia de descanso. É mesmo bom.
É óbvio que também nos deparamos com fãs dele e eu admirei a atenciosa paciência que ele teve para tirar fotos com as vinte, no máximo, que se juntaram em seu redor.
Como já disse imensas vezes, eu não tenho jeito para ser famosa, porém, para minha surpresa, houve raparigas a quererem tirar fotos comigo e com a Felicity. Não recusei. Por um lado, até me senti feliz porque afinal até há pessoas a aceitarem toda esta reviravolta do casamento, da minha menina... Talvez não deva preocupar-me com os insultos que recebo, e não preocupo, porém, é sempre bom ouvir palavras como "São tão queridos juntos!" ou "Vocês têm a filha mais adorável de sempre, quem me dera que fossem os meus pais.". Cheguei até a ouvir "Já ninguém queria ver a Christine com ele!" o que chegara a ser um pouco desagradável mas ao mesmo tempo algo que me alegrava – eu sei que é errado e lamento isso.
E em plenas nove da noite, estamos à espera que a Felicity termine de comer. Novamente, fomos jantar a um restaurante caro e com uma decoração rústica, o que de certa forma me impressionou pois nunca tinha visto algo assim. Mais incrível é estarmos no segundo piso e este ser no exterior.
Permaneço concentrada no céu decorado com imensas estrelas e a bela lua cheia. Por mais incrível que pareça, não está frio, apenas passa uma brisa fresca, porém, agradável; o dia esteve todo assim.
"Gostaste do dia de hoje?" O Harry cortou o silêncio agradável formado entre os três.
"Adorei." Coloco a minha mão por cima da dele, pousada por na toalha da mesa.
"Eu também." A Felicity fez-se ouvir e eu gargalhei para Harry que fazia o mesmo.
"Bem, sendo assim, fico feliz por tal." Ele orgulhou-se, beijando a minha mão e a da filha que nos sorria. Acaricio os seus cabelos ruivos que lhe davam pelos ombros (os de Felicity).
"Nunca vim cá, por mais incrível que pareça." Saliento. "Fiquei tão feliz quando ouvi aqueles elogios todos por parte das fãs, nunca pensei sequer no que lhes passava pela cabeça sobre nós e, hm... quem diria que era assim tão positivo. Eu sei que também há pessoas que só rezam pelo dia em que nos iremos separar mas são essas que eu ignoro. Porque eu amo-te." Murmuro e suspiro, esboçando de seguida um curto sorriso.
O Harry não pareceu querer responder-me. Compreendi.
"Papá, olha aquelas pessoas todas a dançar!" A Felicity aponta, após proferir, para um canto do piso exterior onde estávamos.
Casais, amigos, familiares... tudo agarrado, a dançar ao ritmo da música calma e agradável tocada ao vivo.
O Harry levantou-se da sua cadeira e pegou na Felicity que envergava um vestido cor de rosa que a mãe dele oferecera no passado aniversário, bonito. Encaminharam-se à "pista de dança" que não era bem isso mas era o único sítio onde as pessoas dançavam enquanto olhavam sorridentes para o luar. A minha filha colocou-se sobre os sapatos do meu noivo e começaram os dois a dançar calmamente e entre gargalhadas que se ouviam da minha mesa.
Levanto-me e dirijo-me a eles, esboçando um doce sorriso. Sou uma mãe babada, sem dúvida.
Mal a música terminou, a minha pequena correu para os meus braços, fazendo-me pegar nela ao colo; abracei-a com força e beijei a bochecha dela inúmeras vezes.
"Danças muito bem, anjinho." Pronuncio ao ouvido dela que continuava agarrada ao meu pescoço.
Uma outra música calma começa a ser tocada e dou por mim a ser pedida por Harry para uma dança.
As minhas bochechas arrefecem, a timidez ataca-me. Aceitei.
As suas mãos agarram a minha cintura, puxando-me contra ele, enquanto as minhas mãos rodeiam o seu pescoço. Pouso a minha cabeça no ombro dele, balançando-me calmamente, ao mesmo ritmo da música.
A Felicity permanece ao nosso lado, porém, distraída a olhar para um casal de idosos que também dançava animadamente.
"Um dia seremos assim." Ele murmura, de súbito.
"Referes-te a quê?" Digo no mesmo tom, sem perceber o que é que ele me estava a querer dizer.
"O casal que a Felicity está a olhar."
Gargalho levemente e escondo o meu rosto na curva do pescoço de Harry. "Isso é muito tempo." Profiro quase inaudivelmente.
"Eu sei. É de loucos, não é?" Dou de ombros. "Mas vai acontecer, eu prometo."
"Isso é quas-" Sou interrompida pelo telemóvel do Harry que começa a tocar.
Continuei agarrada a ele, esperançosa de que ele não fosse atender como prometera hoje de manhã.
Para minha infelicidade, fui largada por ele que rapidamente pegou no dispositivo tecnológico irritante.
"É o Simon." Ele profere, encarando-me de seguida.
"Não vais atender, pois não?"
"E-Eu... Tenho a certeza que ele não me ligava se fosse algo desinteressante ou sem revelância."
"Responde-me. Vais atender?" Pronuncio, já com o tom de voz ligeiramente mais elevado e raivosa.
"É melhor. Eu volto rápido, prometo."
"Não, Harry. Tu prometeste de manhã que não ias atender nenhuma chamada do Simon ou de fosse quem fosse ligado ao teu emprego. Não atendas, por favor." Entristeço um pouco com a resposta dele que não era bem o que eu esperava vindo dele.
"Eu... Desculpa... Eu prometo que te recompenso, pode ser? Ainda falta uma hora para a meia noite, sei o sítio ideal onde podemos ir em Kent. Eu prom-" Interrompi-o.
"Não prometas." Suspiro.
Pego na minha filha ao colo e encaro o pai dela, desiludida com a decisão que ele tomara.
"Não quero recompensa nenhuma, Harry. Vamos para casa, por favor. Já arruinaste tudo!" Profiro. Os meus olhos encontram-se vidrados. "Eu e a Felicity esperamos-te no carro." Murmuro.
Começo a caminhar num passo apressado para o primeiro piso e depois, para o parque de estacionamento privado onde estava o carro do Harry estacionado.
"Mamã, porque é que tu e o papá discutiram?"
"Não te preocupes, anjo."
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ooolá ! então... parece que as coisas entre Hanna nunca acabam bem /:
o que é que acham que o Simon quer do Harry? será algo bom ou mau? o mais provável é ser mau! (SPOILER)
O PRÓXIMO CAPÍTULO VAI DAR MUITOOO QUE FALAR!
comentem e votem para fazer crescer a fic , pode ser? ❤
BTW digam-me : preferem que eu faça capítulos com mais ou menos de 1000 palavras? por favor respondam! (p.s- eu faço com mais de mil, mas gostaria de saber se querem que altere)
Dear Me.