Yes, sir. | h.s

By harrysoberania

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onde uma garota se encontra perdidamente apaixonada pelo sórdido diretor de seu orfanato e vê sua vida transf... More

Prologue
Chapter two
Chapter three
Chapter four
Chapter five
Chapter six
Chapter seven
Chapter eight
Chapter nine
Chapter ten
Chapter eleven
Chaper twelve
Chapter thirteen
Chapter fourteen
Chapter fifteen
Chapter sixteen
Chapter seventeen
Chapter eighteen
Chapter nineteen
Chapter twenty
Chapter twenty one
Chapter twenty two
Chapter twenty three
Chapter twenty four
Chapter twenty five
Chapter twenty six
Chapter twenty seven
Chapter twenty eight
Chapter twenty nine
Chapter thirty
Chapter thirty-one
Chapter thirty two
Chapter thirty three
Chapter thirty four
Chapter thirty five
Chapter thirty six
Chapter thirty seven
Chapter thirty eight
Chapter thirty nine
Chapter forty
Chapter forty one
Chapter forty two
The Final Show
Considerações finais
CORRE PRA SEGUNDA TEMP!

Chapter One

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By harrysoberania

AVISO: o começo (apenas o comecinho) é semelhante ao prólogo, não deixe de ler!

*****

"Más decisões fazem boas histórias."

*****

 O cheiro de cigarros não incomodava mais pois finalmente as narinas haviam se acostumado com o fedor característico daquele lugar.

Nas paredes cresciam trepadeiras, as pinturas descascavam e havia muitos buracos espalhados pela rua, causando acidentes frequentemente. Não era incomum o som de sirenes durante a madrugada.

Toda a população que ali vivia estava sempre com portas trancadas, pois não era um ambiente agradável. Aquele bairro era perigoso e ninguém podia dar-se ao luxo de ficar ao menos sem a proteção de uma tranca, embora isso não conseguisse deter os criminosos.

As casas que muitos anos antes eram vívidas e cheias de cores não passavam de um cinza podre que se desenhava nas paredes e os jardins que antigamente eram tão bonitos se reduziam a uma grama rasteira, muito mal cuidada.

Os comércios eram poucos, pois a minoria tinha coragem de abrir um negócio ali. Era evidente que de hora em hora, alguém entraria roubando todo o dinheiro do caixa.

Enquanto passava, as poucas pessoas aventureiras na rua davam um aceno a ela, que retribuía com entusiasmo.

Abaixou a cabeça e se concentrou em chutar a pedra que a acompanhara o percurso todo. O bairro não mudara em nada, como se tivesse ficado preso no tempo, então se apressou a sair dali e logo chegou em sua casa.

As casas eram todas pintadas de um amarelo vivo, os jardins bem cuidados e havia pessoas felizes passeando com seus cachorros. Não conseguia parar de sorrir ao sentir o cheiro das flores ou ao ver alguma criança brincando na calçada.

Colocou uma mecha do cabelo que se soltara da trança para trás, deu mais alguns passos e finalmente chegou ao seu lar. Destrancou com a chave o portão alto e branco, dando alguns passos para chegar ao prédio em que passara a maior parte de sua vida.

O refeitório estava vazio, então tratou de subir para o quarto. Chegou ao cômodo e viu que todas as garotas estavam lá; algumas conversando, outras ouvindo músicas ou falando no celular.

Como todas estavam entretidas, foi para sua cama, que era a mais próxima da grande janela, o que a incomodava de manhã pois a claridade batia em seu rosto.

Se sentou e colocou uma almofada no colo, pegando um livro de dentro da pequena cômoda.

Algum tempo depois que começara a leitura, a irmã Maria apareceu.

"Meninas, temos um comunicado importante." - Todas pararam o que estavam fazendo e olharam para a senhora.

"O senhor Robin não virá mais ao orfanato a partir de hoje. Ele tem coisas importantes para resolver, então não irão mais vê-lo."

Antes que alguém pudesse questionar,  a irmã saiu do quarto. Os murmúrios começaram e a garota só conseguiu pensar em uma coisa:

Por que Robin não iria mais ao orfanato?

***

A chuva caía cada vez mais grossa, o cheiro de morte era latente e o barulho dos saltos ia ficando cada vez mais distante. Ele dava graças aos céus por isso, por aquelas hipócritas estarem voltando para suas vidas medíocres, parando de fingir se importar com algo que não fosse o próprio umbigo.

Não havia cores ali, somente um branco ofuscado em todo redor, mostrando que ricos sempre seguiam um padrão, na vida ou na morte.

Seus cabelos pingavam e o terno avaliado em mais de vinte e oito mil libras estava totalmente encharcado, assim como o sapato.

Levantou os olhos ao céu, vendo-o nublado e perguntando-se silenciosamente o porquê daquilo estar acontecendo exatamente com ele. 

O porque  de sempre acontecer com ele.

"Senhor, vamos para o carro. "

"Vá. Me espere lá. " - O empregado não ousou desobedecer a ordem, apenas assentiu e saiu.

Olhou para os lados, vendo que se encontrava sozinho, como era de se esperar. 

Se sentou na grama molhada e ficou olhando para aquele negócio branco com o nome de sua pessoa preferida no mundo escrito.

Uma lápide.

Debaixo de sete palmos de terra estava o homem que havia transformado sua vida, tornando-o em alguém que jamais imaginou que seria. Havia lhe dado tanto amor, carinho e ensinamentos que era impossível dizer adeus para aquele ser humano.

Antes que pudesse evitar, sentiu algo escorrer em sua face e se deu conta que não eram as gotas da chuva. Eram gotas de seu corpo, eram lágrimas.

Estava completamente sozinho naquele mundo e já não sabia se aguentaria mais algum abandono. A dor lhe rasgava o peito e uma voz silenciosa não parava de sussurrar que ele era condenado a perder as pessoas.

Talvez, apenas talvez, algum dia ele entendesse o porquê de todas as pessoas que o rodeavam certamente morriam.

O desespero tomava conta de seu ser ao ver que agora iria administrar a grande empresa sozinho. Fechou os olhos com força, puxando os próprios cabelos.

Olhou para a lápide novamente e tocou-a, esperando que seu pai voltasse.

Ele nunca voltou.

***
Seis meses depois.
***

O cheiro do chocolate quente invadiu o quarto, fazendo a menina querer que o tempo passasse mais rápido para que finalmente chegasse a hora do café da manhã.

Estava satisfeita com a trança simples que fizera no cabelo e agora penteava os cabelos de sua pequena mascote, fazendo um coque totalmente comportado.

Pediu para que a garotinha não se mexesse muito na cama, pois se ao menos um amassado surgisse ali teria que arrumar tudo novamente.

"Eu não gosto de ir pra escola. "

"Por que, Samantha? "

"Porque é chato. Você não pode fazer o que quer. "

"Mas em hora alguma podemos fazer tudo que queremos. Existem regras em todo lugar que vivemos, pequena."

"Mas regras são chatas. E você também acha, porque não obedece às vezes."

"Sim, acho. Porém, elas mantém a paz. Imagine só se na escola pudéssemos ficar gritando? Seria horrível estudar desse jeito, não é?" - A menor assentiu.

"Pois então, meu amor. Sempre devemos olhar o lado bom das coisas." - Sorriu e voltou a concentrar-se na trança.

 "Pronto, terminei seu cabelo. "

"Essa regra de não soltar o cabelo é muito chata. "

"Você quer que eles se encham de piolhos? E que você fique coçando, coçando e coçando? Aposto que não. Então para de reclamar, danadinha!" - Fez cócegas na barriga da menina, fazendo-a rir e pular da cama.

Samantha saiu para arrumar sua bolsa para a escola e a mais velha ficou para arrumar a própria. Não podia esquecer-se de nada pois não havia chances de voltar para buscar. Olhou para os lados e ao perceber que ninguém estava olhando, enfiou a pequena caixa de chicletes no bolso da mochila, fechando-a rapidamente.

Era muito raro terem chicletes ali, só tinha aquela caixa pois a irmã Maria lhe dera escondido.

"O que tanto mexe nessa mochila?"- Ouviu a voz que mais odiava no mundo.

"Não é da sua conta."

"É uma declaração de amor? Você sabe que Johny nem ao menos sabe da sua existência, não sabe? "

"O...o quê? De onde tirou isso?" - Bufou e pegou o celular, sentando-se na cama para esperar o horário.

"Você..."

"Cala a boca, Amanda! Para de ser chata, que droga!" - Anna se meteu, revirando os olhos para a loira.

"Mas que gritaria é essa? Acham que aqui é a casa da mãe Joana? É impossível manter a ordem desta maneira!"

"Foi ela, irmã! Olivia sempre está achando um jeito de quebrar as regras!" - A garota apontou para Olivia, que nem teve tempo para a defesa.

"Você não cansa de fazer coisas erradas, Linton? Parece que tem prazer em ficar de castigo. Andem, desçam para o café da manhã!" - Margaret gritou, o que fez as garotas abaixarem a cabeça e pegarem as mochilas.

A menina tentava entender o que aquela irmã tinha contra ela, pois sempre lhe dava castigos. Algumas vezes eram leves como por exemplo não comer sua sobremesa e outros eram bastante pesados, como lavar a roupa de todas as garotas do quarto.

Não encontrava onde tinha errado com a senhora, fazia algumas travessuras mas nada de tão grave que fizesse com que a odiasse.

Balançou a cabeça ao ver que estava sozinha no quarto, colocou sua mochila nas costas e desceu rapidamente as escadas, ansiosa para o café da manhã.

***
Um sol forte brilhava lá fora e isso incomodava o homem, que não estava acostumado. Aquela coisa de ficar suando e usar roupas sem mangas compridas não era para ele, definitivamente.

Não se via muitas pessoas na rua, apenas aquelas que andavam rapidamente para achar um lugar mais fresco ou parar para tomar um suco, esperando que durasse até que aquele calor fosse embora .

No lugar fechado estavam homens engravatados de mau humor e mulheres com roupas sociais finas, trabalhando incessantemente - não na empresa - e sim para conseguir a atenção de uma pessoa em especial.

Esta pessoa se encontrava trancada em sua sala com um potente ar condicionado para livrar-se das altas temperaturas, uma caneca de chá gelado, terno pendurado em sua cadeira e as costas um pouco curvadas para analisar todos os gráficos da empresa.

Embora os gráficos fossem importantes não estava conseguindo se concentrar. Jogou a cabeça para trás, massageando as têmporas.

Grunhiu algo que nem mesmo entendeu, tomando mais um gole de chá. Sua vida estava tão cinza que poderia ser chamado de Sr. Grey.

Não tinha alegria em nada que possuía ou fazia, o brilho dos olhos estava sumindo um pouco a cada dia e seu sorriso cativante se tornava cada vez mais forçado. Se algo estava sendo valorizado era seu físico, pois com o tédio e a tristeza que levava a única coisa que o acalmava era malhar, malhar até cair de exaustão.

Ouviu uma batida na porta e soltou um cansado "entre". Um sorriso verdadeiro foi dado quando viu a cabeleira loira adentrar sua sala, fazendo uma dança estranha e cantando alguma música que não conhecia.

"Você está péssimo."

"Oh, obrigado Niall, também estou feliz em ver você." - O homem riu e se sentou na cadeira que havia disponível ali.

"Demorei pra voltar, não é?"

"Dois meses, três dias e quatro horas? Sabe que eu nem notei?"

"Você está na merda mesmo."

"Tudo bem, agora me conte uma novidade."

"Está assim por..." Niall não precisou falar o nome para que soubesse quem era. Um sentimento ruim tomou conta de seu corpo e bateu a mão na mesa com força.

"Não vamos falar sobre assuntos deprimentes."

"Ok! Vou falar sobre coisas boas...Mulheres?" - Os dois riram levemente.

"Mas por falar em mulher e o orfanato que seu pai deixou?"

"Oh, o orfanato..."

Niall havia feito com que uma ideia se instalasse na cabeça do moreno. Como não havia se lembrado do orfanato? Gastava tanto todos os meses para manter aquelas garotas e nem ao menos se lembrava? Um sorriso sacana surgiu na face do homem.

O orfanato era algo mais fácil de ser cuidado, não dava tantos problemas e ali ninguém o incomodaria se ficasse o dia inteiro resolvendo seus assuntos. Era apenas um bando de garotas órfãs.

"Niall, irá administrar a empresa agora."

"O quê? Eu? Por quê?"

"Porque vou cuidar do orfanato. E você vai ver que bela cuidada vou dar a ele."

***
Uma semana depois
*** 

As garotas estavam para chegar da escola e as irmãs ainda comentavam a notícia entre si. Por que Harry Styles queria dirigir o orfanato pessoalmente? Não se lembravam de ter feito algo errado ou de algo que não deveria ter acontecido. As meninas estavam todas saudáveis, educadas - cada uma a seu modo, mas ainda assim, educadas - e nenhuma confusão acontecia fazia meses.

As refeições estavam sendo dadas regularmente, feitas pelas melhores cozinheiras possíveis e as roupas que chegavam para doação eram distribuídas igualmente. A pequena quantia de dinheiro - isso é, trinta e sete libras - para as meninas estava em dia e nenhuma havia perdido seu celular que possuíam fazia três anos. Estava tudo correto e não havia nenhum pingo fora do "i", mas o diretor insistia que agora dirigiria o orfanato pessoalmente.

Não tiveram muito tempo para pensar já que exatamente às 3:00PM as vans com as garotas chegaram e o prédio que antes era silencioso se transformou em palco de conversas e risadas.

As irmãs tentaram se distrair e foram receber as órfãs com o máximo de alegria que podiam.

Uma em especial estava nas nuvens e passava constantemente a mão em sua bochecha. Ainda não conseguia acreditar que Johny lhe dera um beijo no rosto! Era demais para ser verdade, sem contar o fato que sorriu para ela antes que a bruxa da Lilian o puxasse.

"Olá, menina Olivia."

"Oi, irmã Maria." - Deu um beijo no rosto da senhora e foi saltitando até o quarto, onde colocou a mochila no chão e tirou de lá seu diário, fazendo alguns rabiscos e escrevendo nomes.

"Você está louca de colocar os pés calçados sobre a sua cama?" - Se ajeitou rapidamente quando ouviu a voz de Margaret e se condenou por ter esquecido de tirar os sapatos antes de pisar no colchão.

"Foi mal."

" 'Foi mal?' Você acha que é assim que se fala?"

"Desculpa."

"Bom, caso você seja surda, pediram pra ficar lá embaixo para um comunicado. Mas já aproveito e o dou aqui mesmo. Hoje à noite chegará uma pessoa muito importante aqui no orfanato e como você está de castigo, não quero nem que dirija seus olhos a ele. É muito importante que todas estejam impecáveis e sejam extremamente educadas e como sei que você não é capaz de fazer isso, sua cabeça deve estar baixa.Se eu a pegar o olhando, você vai para o quarto do castigo, entendeu?"

"Sim, irmã."

"Ótimo. É bom que fique aí mesmo, porque está sem café da tarde." - Se virou e saiu do quarto, batendo a porta.

A morena bufou e mostrou a língua para onde a mulher havia saído, murmurando um "velha coroca". Espreguiçou-se e tirou da bolsa um pacote de cookies que Matthew lhe dera. Colocou seus fones de ouvido, e, não ligando para as broncas, os pés logo estavam em cima da cama novamente, enquanto desenhava coisas abstratas e rascunhava letras de músicas em seu diário.

Quem seria essa pessoa tão importante? Será que Robin voltaria a ir no orfanato? Deu um sorriso ao pensar nessa possibilidade.

"Oli, Oli!" - Um pequeno ser humano entrou no quarto com as mesmas roupas que a garota, só em tamanhos menores.

"Oi meu amor, você já chegou!" - A menina subiu na cama e se sentou no colo de sua protetora, sentindo o aconchego de seu abraço. A maior beijou-lhe a testa e ajeitou-a no colo de modo que seu rosto ficasse confortável.

"Você quer cookies?" - A menina assentiu vergonhosa, fazendo Olivia rir.

"Pode comer." - Samantha começou a comer sem ver e a mais velha apenas ria daquilo.

Depois de conversarem um pouco sobre a escola a garotinha pegou no sono e a mais velha lhe deu um beijo na testa, aconchegando-a novamente nos braços.

Olhou pela janela e viu que como sempre, chovia. Sempre que via a chuva refletia sobre sua vida.

Seria tão diferente se tivesse uma mãe que lhe amasse, afagasse seus cabelos na horas difíceis, a beijasse antes de dormir e ajudasse no dever de casa.

Uma família era tudo que desejava, que nas tristezas seus pais a acolhessem e passassem por aquilo junto da mesma. Era ruim parar pra pensar que não tinha nem ao menos um parente, alguém que tivesse sangue de seu sangue.

Poderia até ter, mas não se importavam com ela pois nunca chegaram a procurá-la.

Queria tanto que alguém a amasse, mas que amasse de verdade, que estivesse ao seu lado todo o tempo.

Porque amar é isso, colocar as necessidades da pessoa acima das suas.

Mas era só mais uma menina boba, quem se importaria com aquilo? E a dor era como a de navalhas cortando-lhe a pele, pois o que mais queria era que alguém se importasse.

Soltou um sorriso frouxo ao pensar que o quanto estava sendo hipócrita, pois ao seu redor existiam pessoas que a amavam. Não do jeito que queria, mas ainda assim, tinha alguma forma de amor.

A irmã Maria a amava de sua maneira, as garotas do orfanato - em sua maioria - também, e então, a fonte mais pura de amor que recebia...Samantha.

Sorriu mais ainda, acariciando a bochecha da menina. Não deixaria aquela menina carecer de amor, daria tudo de si para que tivesse uma boa vida.

Encostou sua cabeça na cabeceira da cama e acabou pegando no sono.

"Vamos, vamos, ele chegou! Você sua garotinha, vá para seu prédio!"- A mulher chegou gritando, assustando as meninas que conversavam e acordando Olivia e Samantha.

A criança ainda meio desorientada coçou os olhos, a mais velha lhe deu um beijo na testa e então a mesma saiu correndo.

"Quero que todas coloquem sua melhor roupa, estejam o mais arrumadas possível." - E então foi uma correria só.

As roupas das garotas ficavam em baús em frente a suas camas, e, naquele momento, só se via vestidos e saias voando de um lado para o outro, com murmúrios do tipo "este vestido está bom?".

Calmamente a garota abriu seu baú, não muito animada pois não veria quem quer que fosse tão importante assim. Pegou seu vestido mais bonito, um creme com mangas de meia estação, fez uma trança o mais arrumada possível e calçou seu único par de sapatilhas, sendo a última menina a sair do quarto.

Desceu vagarosamente as escadas, sem muita vontade de estar ali. Todas as outras já estavam posicionadas em seus lugares e Maria lhe puxou o braço, encaixando-a em sua posição.

De repente, os murmúrios cessaram, as mãos foram colocadas para trás e as cabeças erguidas.

Olivia jurou ter ouvido um coro de suspiros.

***
O homem se olhava no espelho satisfeito com a imagem e também com o que estava sentindo. Modéstia à parte, sua aparência era muito boa. Poderia dizer que qualquer mulher se apaixonaria por ele e de alguma forma, não estava errado.

Quem resistiria aqueles lábios rosados, os olhos verdes profundos, o cabelo encaracolado e o ótimo físico que possuía? Isto mesmo, ninguém. Todas as mulheres, para ele, eram presas muito fáceis. Nenhuma conseguia resisti-lo por muito tempo.

Sentia orgulho, também. Conseguira em seis meses realizar o sonho de seu pai, que era abrir uma filial na Austrália, a terra natal de sua mãe.

Agora, em Londres - a sua cidade natal - para cuidar do orfanato, se sentia seguro, pois havia deixado um pessoal de total confiança no comando de sua empresa.

A empresa dos Styles prosperou muito em pouco tempo e isso fazia o ego de Harry crescer. Ganhava dinheiro como se fosse água e poderia gastar com o que quisesse, até mesmo besteiras, como por exemplo, um grande barco que nunca usaria.

Seu lucro mensal poderia acabar com a fome de um estado todo ou poderia comprar ao menos um carro muito luxuoso no período de trinta dias.

É claro que se sentiria melhor se pudesse ter tudo aquilo e ter sua família ao seu lado. De certa forma era como se nada fizesse sentido sem os mesmos, como se todo dinheiro do mundo não fosse o suficiente para estancar sua dor nem ao menos por um segundo. E na verdade, não era.

A convivência com pessoas superficiais e interesseiras estava acabando com o último fio de esperança de se tornar uma pessoa melhor, o que o fazia aceitar que tinha se transformado num homem horrível e isso não negava a ninguém

A única pessoa que realmente estava ao seu lado era seu melhor amigo de infância, Niall Horan.

Mas não era o suficiente.

O suficiente para preencher o vazio de sua vida e tornar seus dias menos monótonos. Ele amava o amigo como a um irmão mas aquilo não lhe dava tudo que precisava.

Soraya dizia o amar também. Assim como Taylor, Emma, Judith, Barbara e Carolina. E ah, Emilly. Ma era mais que óbvio que não amavam Harry Styles, só amavam o bom sexo que ele proporcionava e todo o luxo e dinheiro que poderia dar.

Elas amavam seu dinheiro.

Isso causava uma tristeza tão profunda dentro de si que em algumas horas pensava que iria enlouquecer. Era tão ruim assim a ponto de ninguém querer amá-lo? Tão ruim a ponto de só quererem saber de seu dinheiro?

Tudo bem, não era o melhor do seres humanos, já tinha admitido isso. Na verdade, achava que podia ser o pior deles.

Era um homem podre de rico, tão podre que sua alma começou a cheirar mal.

Por mais que tivesse muito, ele sabia que não possuía absolutamente nada.

"Senhor?" - Uma voz lhe tirou de seus pensamentos. Se virou e viu Norma, a governanta da casa desde que era criança.

Aquela mulher esteve presente em todos os momentos de sua vida a partir do dia que fora adotado. Estava nas festas, onde viveram momentos de extrema alegria e na morte de sua mãe, de Gemma, de Robin. A senhora havia se esquecido de sua própria vida para servir a família Styles e ele não poderia ser mais grato por aquilo. O modo como ela o olhava era maternal e sempre estava ali para estender a mão quando um problema aparecia.

Depois da morte de sua irmã havia se afastado de todas as pessoas e consequentemente, da senhora. Ela havia mudado também...A dor muda as pessoas.

Mas a dor o transformou num ser odiável. Olhou-a pelo espelho e percebeu que havia perdido o amor de uma das pessoas mais importantes de sua vida.

Norma era a parte principal de tantas coisas.  

"Sim?"

"Mandaram te avisar quando chegasse seu grande carro novo. Chegou. "

Então era a hora. Hora de ir para sua nova missão: Simple&Same.

"Eu já vou." - Se virou para o vidro novamente.

"Não importa o fato de você ter se transformado nisso, sei que está ai em algum lugar, menino Harry. Só precisa entender que ás vezes, acontecem coisas que estão fora do nosso controle."

Antes que pudesse responder, a senhora saiu.

Bufou e não quis pensar no assunto, pegando sua pasta e indo a direção contrária às escadas, se esquecendo que essa era outra mansão que não possuía o pequeno elevador.

Desceu as grandes escadas de vidro temperado, abriu a porta e chegou ao jardim. Sorriu ao ver o Porsche 918 Spyder estacionado em frente a mansão, indo até ele e ligando-o, finalmente indo para o orfanato.

Chegou ao local em menos de quinze minutos e conversou com as irmãs, enquanto as mesmas davam a desculpa que as meninas estavam terminando de se arrumar. Era engraçado como as senhoras pareciam ter medo dele.

"Acho que foi uma má decisão vir para este orfanato", pensou, rindo internamente em seguida.

Você não sabe o quanto, Harry Styles.

******

Oi minha genteeeee! Então, gostaram?
A Thata me indicou, aquela linda, e espero que se leitoras dela virem minhas, eu atenda as expectativas tanto quanto ela atende!
Primeiro capitulo sempre é meio "que" mas logos vocês vão entender tudinho!
Para quem for ler, digo: BOA SORTE! São fortes emoções, devo dizer.
Até a próxima, quem puder comente e vote, beijo da nah!

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