"Deixas rostos no meu peito durante horas.Dou com cabelos teus colados, dias depois , a roupa do meu sorriso.
Encontro nos vincos mais longínquos dos meus dedos o cheiro parado do teu olhar tão móvel.
Procuro te
Nas esquinas dos instantes que passam.reconheço te.
No vinco que a ternura deixa na face do peito do meu olhar, aquele mando para longe para outra esquina, de onde recebo mensagens de outro olhar igualmente teu , igualmente meu , refletindo na vitrine de uma loja do nosso sono .
Deslizo.Deito me sobre as lembranças."
Milton Ribeiro
Por incrível que pareça Elias estava se mostrando um cavalheiro, abriu a porta do carro quando chegamos, na casa dos pais dele , fiquei encantada não só com o cavalheirismo dele mas com a casa que era enorme dava pra ser um orfanato, enorme portas bem grande de madeira fiquei olhando pra cima feito boba.
- Venha Lolla ,vamos entrar ?
- Eu estou tensa , não sei se sua mãe vai gostar de mim, se eu fizer algo que ela não goste , se ela de cara já não gostar de mim? Continuei parada na frente da casa.
- Vai sim ,meu bem e quem não se encanta por você ? com esse jeito de menina do mato.
- Ai que hoje ele só está me atacando! Aff!
- Não meu amor , me puxou pra próximo dele - quis dizer que seu jeitinho cativa a todos, se acalme ,mas quero te falar que minha nona é um tanto expansiva.
- Pare de falar vamos entrar logo pra eu me acalmar ou me agitar de vez.
Segurei na mão dele , estava gelada , quando chegamos ele foi abrindo a porta ,apertei com mais força sua mão ele me olhou ,beijou minha testa afagou meu cabelo, bem nessa hora vi uma senhora baixinha ,vindo em nossa direção.
- Buona notte !falou com um sorriso enorme, as bochechas vermelhinhas.
Me abraçou forte ,olhei pra Elias tentando entender mas ele apenas balançou os ombros .
- Buona notte ! Tutto bene ?
- Você não disse que ela não falava Italiano Eli ?
- Disse nona ,mas ela está aprendendo,ela é Brasielira esqueceu?
- Venha Lolla pode falar portugues falo bem ,vamos pra mesa, pode chamar de Lolla nao é ? Foi Eli que disse que você gostava que te chamasse de Lolla, seguro minha mão saiu me levando pra dentro da casa.
- Pode sim ,Descobri que não perguntei, o nome dela - Como a senhora se chama mesmo?
- Giuliana !
- Lindo nome! Falei
- Sim vamos pra mesa ,ela pegou em minha mão mais uma vez , estou achando que seu Elias falou ago sobre meu apetite ,saiu me levando
Mal pude ver a casa paramos numa sala de estar enorme com uma mesa para umas dez pessoas, um lustre daqueles antigos, todo de cristal pairava no meio da sala de jantar fiquei fascinada, as cadeiras de mogno escuro, estava distraida que não notei duas pessoas ao canto conversando mas assim que as vozes entraram nos meus timpanos ,quando meus olhos foram aos rosto eram Domenico e Sabrina ,no mesmo instante parei bruscamente , tenho certeza que minha cara de pânico me denunciou.
- Deixe eu te apresentar meu filho Domenico e uma amiga da família Sabrina ,ela falou.
Domenico quando me viu ficou tenso , chegou mudar de cor.
- Eu ja conheço Domenico ele cuidou de mim assim que cheguei fiquei doente , tentei sorrir sem graça mesmo assim ele veio me beijou o rosto, Sabrina continuou no mesmo lugar , não fui até ela, mas dona Giuliana insistiu ela veio a contra gosto, nos apresentamos .
Elias percebeu o ar pesado e falou.
- Vamos nos sentar pra comer ? Cadê nosso pai?
- Está cochilando lá no fundo pra variar, falou sua mãe - Mais tarde ele vem é sempre assim não se importe Lolla .
- Claro que não! Não quero incomodar.
Me sentei ao lado , dele ,Sabrina e Domenico sentaram de frente a nós, sua mãe sentou numa ponta e seu pai Acho que sentaria na outra ponta , começamos a comer ,foi servido um Baccala é um bacalhau diga se de passagem estava divino, eles conversavam comedidamente eu sentia algo estranho entre eles, Sabrina me olhava so falava quase me comendo com os olhos e meu cunhado nem se fala ficava me olhando fingi não ver ,mas eu tinha que encontrar o melhor momento pra falar a Elias o que aconteceu comigo e ele.
Depois de acabado o jantar sentamos na sala tomamos um ponce alla livornese que na verdade é um licor de café servido quente. Comi bem pouco pra não causar má impressão , Elias ficava me olhando querendo rir assim que fiz meu prato e eu tentando me controlar pra não rir, não comer muito e não dá bandeira pra Domenico e pra megera loira.
Estávamos numa conversa sobre o Brasil , quem sempre começava as conversar era dona Giuliana.
- Bem que Elias me disse que você era uma mulher linda , suas formas são perfeitas além disso e encantadora.
Sabrina se engasgou que quase botou o licor, pra fora eu quis rir ,me deu vontade de dizer toma distraída ,minha sogra gostou de mim, huruu! Ponto pra mim .
- Muito obrigada, a senhora que é muito simpática.
- Mas o que você veio fazer aqui na Toscana ?Domenico me perguntou de repentem
- Sou sobrinha de António ,herdei tudo que era dele , quero que a Fazenda cresça , por isso vim pra ficar.
- Muito bem !falou
Sabrina a indelicada me olhava com um olhar fatal eu sentia que ela iria aprontar alguma coisa ,não foi dois minutos, ela me perguntou.
- É sua família ,menina não vem também pra Toscana?quase dava pra ver o veneno escorrendo.
Mesmo Elias intervindo - Não responda se não quiser Lolla ,apertou minha mão ,não sei se ele não queria que eu falasse mas falei.
- Não tudo bem! Eu não tenho familai a não ser uma irmã de criação ,me criei em um orfanato assim que meus pais morreram no acidente .
- Sinto muito Lolla dona Giulian falou, - E Sabrina não seja indelicada ,você aqui não é a convidada .
Eu estava dando pulinhos internos minha sogrinha não tem papás na língua.mas em seguida ja que eu edtava na berlinda tinha que sofrer era saindo de um o outro vinha foi Domenico de novo.
- Mas como foi que você é meu irmãozinho se conheceram se faz pouco tempo que você está aqui na Toscana? Falou ironicamente , agora tive a comprovação que eles não se suportam.
- Tem dois meses mais ou menos que estou na Toscana ,eu o conheci no primeiro dia que cheguei , quando fui a Villa , desde então andamos nos vendo , falei e segurei em sua mão apertei forte ,encostei a cabeça em seu ombro - E de hoje em diante não nos separar mais. Sorri pra ele é pra minha adorável sogra deixando Sabrina fora do meu campo de visão.
- Com licença vou me recolher ,Sabrina falou e saiu.
- Arriverderci! Falei e sorri pra ela ,me fazendo de educada.
- Então .. vamos também Elias preciso descansar amanhã acordo cedo, tenho que trabalhar.
- Claro ! Mas pode voltar sempre que quiser , achei você muito simpática, venha provar minhas compotas ,Dona Giuliana falou toda simpática.
- Claro que venho , adoro doces , vou marcar um dia .
- Mas você mal comeu , não gostou da comida?
- Mãe não cutuque essa menina é um monstro ela come que dá medo.
- Para Elias você prometeu ! Você me paga. Mas tenho que ir quero ver se em dois dias deixo tudo pronto pra ir a capital fazer umas compras pra mim ir no shopping me divertir um pouco.
- Tá certo !Addio!
Ela me abraçou apertado mais uma vez adorei ela pena não ter conhecido o pai dele.
- Addio! Aproveitei pra me despedi de Domenico .
Cheguei próximo dele ,dei um beijo de um lado quando fui da o outro ele me abraçou E falou.
- Você escolheu o irmão errado ,ele está te enganando.
Meu coração acelerou na mesma hora ,foi como se houvesse caído da caixa torácica para os pés , não sabia porque ele falou aquilo. Voltei pra segurar a mão de Elias que no momento era minha fortaleza, ele percebeu que eu estava tremendo ,me olhou como que me perguntando o que foi?Mas sorri pra que sua mãe não percebesse .
- Pena não conhece seu esposo Dona Giuliana ,
- E ele é muito reservado fica horas olhando o céu so entra quando está com fome ,mas haverá outra oportunidade.
- Claro que sim ! Agora sim já vou ,mais uma vez muito obrigada!