Gelei.
- Co-Como assim a vida?? - Gaguegei, descrente.
Amy suspirou.
- De forma mais resumida, é exatamente isso. Cada bolha aqui é a vida de uma pessoa do mundo. E você foi a escolhida pra protegê-las nessa geração.
Perdi o fôlego.
Aquilo não podia ser verdade.
- Mas... Mas... Não pode ser!
Amy me abraçou.
- Eu sei que é difícil, querida! Eu sei! - Sussurou no meu ouvido.
- Não é só difícil, é impossível! - Chorei em seu ombro me agarrando a ela e a abraçando forte.
Ela nada disse. Apenas ficou acariciando os meus cabelos, me dando consolo.
Aquilo não podia estar acontecendo. Eu não conseguiria guardar a vida de todas as pessoas do mundo nem com um exército inteiro e uma macumba das boas. Eu estava perdida.
Só consegui me acalmar de verdade quando ouvi Amy cantar baixinho no meu ouvido, como se fosse uma mãe. As palavras daquela música que sempre amei me deram força.
"Então menina não vá desanimar. Feche os olhos você vai encontrar a força que precisa para alcançar. O céu em você vai apostar. Se cair levante e caminhe, você é linda e tem companhia. Você é forte, só não sabia. Quando elas decidem acreditar, elas são fortes e sabem sonhar. Imperfeitas princesas feitas de realeza, que em suas histórias, escolheram lutar."
Aos poucos fui acreditando naquilo e soltando Amy. Quando estava totalmente desprendida de Amy, limpei as lágrimas.
- Eu gosto dessa música. Ela me faz acreditar que eu posso. - Comentei, ainda com a voz meio chorosa. - Mas, nesse caso... Eu não posso. Não consigo guardar a vida de todas as pessoas do mundo simplesmente por que acho que consigo.
Esperei que ela me olhasse com o olhar de reprovação. Mas em vez disso, encontrei compaixão em seu olhar.
- Sim, você vai conseguir. E sabe por que? Porque você não estará sozinha nessa. E também por outra coisa: quem te escolheu não erra. Apenas acerta. E se ele te escolheu, é porque você é a certa.
- Espera... Quem é "ele"?? - Perguntei, confusa.
Amy suspirou.
- Isso é uma pergunta que a resposta eu não posso conceder agora. Mas prometo que na hora certa você saberá.
Suspirei.
- Okay...
- Por hora, apenas acredite. Por que você consegue.
- Tentarei...
- Não. Você conseguirá. - Falou ela com um sorriso.
Depois da estranha e "reveladora" conversa, resolvemos que estava tarde e que era hora de ir pra casa.
Me despedi de Amy e atravessei o espelho.
Então voltei pra música da qual eu nunca deveria ter saído.
E os meus pensamentos voaram até a área proibida sem o meu consentimento: Reflection e Amy.
Por que eu teria sido escolhida por quem quer que fosse pra guardar vidas?? Eu não conseguia nem guardar a minha vida direito! Quanto mais a de todas as pessoas do mundo!
Por que, de todas as pessoas possíveis, eu, Milena, uma menina magricela com sentimentos estranhos e mente totalmente desfocada seria escolhida pra fazer algo tão importante como isso?? É muita responsabilidade pra mim! Talvez essa pessoa misteriosa tivesse errado afinal. Eu não poderia fazer isso. Ele tinha escolhido a pessoa errada.
- Lena??
Dei um pulo de susto.
Erick riu.
- Argh! Quando é que você vai parar de me assustar? - Perguntei, rindo também.
- Desculpa! - Disse ele rindo junto. - Mas é que eu e Sophi acabamos de chegar e falamos com você, mas você não respondeu! E, da pra parar de ouvir essa música um pouco? Só pra eu falar com você?
- Ah, claro! - Disse, retirando os fones do ouvido, me dando conta de que ainda estavam lá.
Erick sentou ao meu lado no sofá e já ia começar quando olho em volta e me dou conta de que Sophi não está lá.
- Cadê Sophia? - Pergunto, alerta.
- Calma! Eu pedi pra ela ir tomando banho enquanto converso com você!
Dei um suspiro de alívio.
- Mas enfim, o que você queria falar comigo?
- Bom... Você sabe que não sou burro.
- Sei. - Confirmei.
- E que te conheço relativamente bem...
- Relativamente? Se isso é relativamente eu não quero nem respirar no mesmo ar que você respira quando for por inteiro! - Ri.
- É! - Me acompanhou na risada. - Bom, mas eu sei que você está escondendo algo e sei que já conversamos sobre isso... Mas, eu vejo no seu olhar que algo mudou nessa pequena saída.
L-A-S-C-O-U!
Vei, a mente dele ta conectada com a minha? Não é possível!
- Você... Está pronta pra me contar? - Perguntou, meio inseguro.
- Não sei se posso...
Ele suspirou.
- Imaginei.
- Desculpa... - Sussurei, triste.
- Tudo bem... - Falou, quase sem forças.
Mergulhamos num silêncio constrangedor.
Argh! Foi horrível! Não sei por quanto tempo exatamente ficamos ali, embora tenha parecido séculos! Até que Sophia (GRAÇAS A DEUS) resolveu entrar na cena e falar, me fazendo levantar o olhar em sua direção:
- Lenaaaaaa!
Sorri e abri os braços pra receber minha irmãzinha.
Ela correu e pulou nos meus braços. Eu a segurei e coloquei no meu colo, virada pra Erick.
- Oi, amor! - Eu disse, beijando sua testa. - Como é que foi lá?
Ela sorriu. Um sorriso tão puro e genuíno, que me conquistou, e sorri também enquanto ela explicava, feliz.
- Foi muito legal! Meu irmão me balançou no balanço e ficou me olhando enquanto eu brincava! E eu não soltei a mão dele quando atravessei a rua como você mandou!
- Erick? - Perguntei, no final, me assustando e ficando feliz ao mesmo tempo quando ela falou a palavra "irmão".
- É! - Falou, meio surpresa por eu dar tanta importância pra uma palavra.
Olhei pra ele pelo canto do olho.
Seus olhos eram um misto de surpresa e alegria, como os meus. Só tinha uma diferença: seus olhos estavam mil vezes mais felizes que os meus. Sorri quando notei que os seus lábios traziam o sorriso mais lindo que eu já vi na vida!
Irmão... No final era exatamente isso que éramos.
Irmãos!
Uma família!
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Oieee, gente! Tudo bem com vocês? Sinceramente, espero que sim! O que acharam do cap? Me contem tudo aqui nos comentários! Gente, vcs notaram que eu não demorei? Pois é! Estou na meta de não demorar tanto! Ah, outra coisa: eu sei que estou me empolgando talvez um pouco (MUITO) com aparições das músicas da Marcela hehehe! Mas não me culpem! Eu amo a Marcela e as músicas dela me lembram muuuuito a fic! Enfiiiiiim! Sério, obrigada por acompanhar a minha fic! Byeeeee!!