A primeira noite de comemoração ao casamento de Harllan e Alice havia sido um sucesso e saído do mesmo jeito que Sargon planejara.
- Sir. Austin – ele fala quando vê o homem entrar em seu escritório pessoal – sente-se – e aponta para uma poltrona a sua frente ao lado de Lord Ortus Sainviltare.
- O que posso fazer por vossa majestade? – ele senta no lugar apontado por Sargon.
- Com a morte do príncipe Christian, creio que Harllan agora seja o herdeiro de Lord Darkus, estou correto?
- Corretíssimo majestade – Sir. Austin afirma.
- E com a doença de Lord Darkus que logo falecerá, creio que sobrará para assumir o trono do Sul o príncipe Harllan.
- Desculpe majestade, mas como sabe que Lord Darkus falecerá? –Sir. Austin pergunta.
- Providenciei que isso acontecesse – Sargon fala com um sorriso no rosto.
- O que o senhor quer dizer com isso? – Sir. Austin ainda não compreende.
- Com a chegada da princesa Alice ao Sul, dei a ela um pó de Boudus para que ela colocasse na bebida de Darkus e com a trágica notícia creio que ela fez como desejado – Sargon olha para Lord Ortus que abre um longo sorriso – logo será declarado a morte de Lord Darkus e posteriormente Harllan declarado rei.
- Mas, creio que vossa majestade não deseja isso – Sir. Austin começa a compreender.
- Não desejo, Sir. Por isso temos que dar um jeito acabar com Harllan, aí o reino seria de posses e direito a princesa Alice.
- Vossa majestade pretende então envenena-lo também?
- Muito pelo contrário, não acho que Harllan mereça um destino tão fútil – ele sorri – vamos fazer com que ele pague com a vida perante a lei.
- Só os crimes de traição levam a morte – Sir. Austin fala.
- Exatamente – Sargon abre um sorriso malicioso – e é isso que vamos fazer.
- Mas, como?
- Assim que o casamento da princesa Alice e do príncipe Harllan estiver consumado, Sir. Austin haverá um assassinato.
- Colocarei Alice para pegar a espada do jovem príncipe e assim assassinarão o jovem príncipe Antony – Lord Ortus continua.
- Matar seu próprio filho majestade? – Sir. Austin fica pasmo.
- Eu não, mas sim o príncipe Harllan. E sacrifícios são necessários.
- Mas a espada não são provas suficientes majestade.
- Não, mas na noite de núpcias o príncipe estará totalmente embriagado e assim que acordar sua roupa estará toda suja com o sangue de meu pobre filho – Sargon conclui com um sorriso no rosto – então posso contar com o senhor que jugará de acordo com a lei de meu império Conde? – ele fala e entrega para Sir. Austin a escritura de Montes Caiados que estava até no momento sem um senhor protetor.
- Pode contar comigo majestade – Sir. Austin fala e pega a escritura do território. A única coisa que lhe faltava eram terras e ele não pretendia negar o pedido do imperador.
- Creio que estamos entendidos então – Sargon levanta e olha para Sir. Austin – tenha uma boa noite.
- Obrigado majestade – ele faz uma reverencia e sai do escritório do imperador.
- Lord Ortus?
- Sim majestade.
- Quando tudo estiver feito, certifique-se de que Sir. Austin não abrirá a boca.
- Será um prazer majestade – ele fala com um enorme sorriso faz uma breve reverencia e sai do escritório a passos largos.
Depois de algumas horas Sargon decide subir até seus aposentos para dormir e assim que se deita ele escuta sua porta se abrir.
- Papai – Antony entra no quarto com uma voz de sono.
- O que foi meu querido? – a voz de Sargon é doce.
- Papai, eu não consigo dormir – ele fala quase chorando, Antony tinha apenas seis anos e tinha pesadelos facilmente.
- A meu querido, venha cá – ele chama o filho e o coloca ao seu lado da cama – o que acha de dormir aqui hoje? Você estará seguro.
- Obrigado papai! – ele fala e deita na cama – onde está a mamãe?
- Sua mãe decidiu dormir no quarto dela hoje querido.
- Tudo bem então, eu te amo pai. Boa noite.
- Durma bem querido – ele passa a mão nos cabelos do filho e fecha os olhos.