~ Flashback on ~
Acordei com uma baita ressaca, isso que da beber sozinha. Não que eu bebo sempre, bebi por beber mesmo. Tinha terminado com o Theo, bem, não eramos os melhores casais nem nada. Nem o amava, pelo pouco tempo, nem dá. Mas é meio difícil lidar com o término recente, nunca sofro por término, acho namoro um acontecimento, uma coisa que tem que acontecer. Então sei que amanhã ou depois vou ter superado, por isso não sei o porque de ficar chorando.
-Bom dia flor. - Alisson se jogou em cima de mim.
-Péssimo dia, porque está tão feliz? – Ela me deu um sorriso de ponta á ponta.
-Porque hoje é um dia tão lindo para ficar na cama. Vamos fazer alguma coisa. – Ela se levantou.
-Até queria, mas estou com dor de cabeça e muitas matérias acumulada, chama o Isaac para ir com você.
-Como você se atreve em falar o nome dele? Eu não gosto dele, só falei que ele era bonito. – Revirei os olhos, eu sabia que ela odiava quando eu falava dele, até porque eu sei que ela gosta dele.
-Tudo bem amiga, eu acredito. – Ela riu debochada.
-Talvez eu o chame mesmo, sua chata! – Ela saiu batendo a porta. Fiquei com mais dor de cabeça que o normal. Levantei, tomei banho e sai, não tinha pão e não estava com paciência de fazer alguma coisa para comer. Estava andando para ir para cafeteria quando me deparo com o Theo, meu ex. Ele me deu um grande sorriso e começou a tagarelar.
-Quanto tempo. - Ele cruzou os braços e estampou a cara com o melhor sorriso debochado possível.
-A gente se viu semana passada. - Revirei os olhos e coloquei a mão na cintura.
-Continua a mesma grossa de sempre.
-E você o mesmo fingido, não vou brigar com você. – Me virei e ele me puxou.
-Sinto saudades. – Puxei o meu braço de volta.
-Eu nem lembro que você existe, agora da para você deixar em paz. Obrigada. - Sim eu lembro da existência, como não lembrar. Ele é simplesmente maravilhoso, o gato do pedaço. Mas óbvio que eu nunca diria isso.
-Você sempre faz isso, nunca fala o que realmente sente. - Recuou os braços e colocou no bolso.
-É claro, se eu falar o que eu estou sentindo por você. Serei censurada. - Passei a mão no cabelo, já cansada.
-Eu não acredito que você poça me odiar tanto.
-Não odeio, só não sinto amor por você.
-Você sempre leva as coisas para o extremo delas, dificulta tudo. Uma coisa simples, para você se torna uma coisa impossível. – Outro terapeuta? 7 bilhões de pessoas no mundo e ninguém perguntou nada.
-Ela é assim mesmo. – Quando eu vejo, é o meu terapeuta.
-Ótimo isso. - Bati os pés no chão, e olhei para cima, como se não acreditasse no que estava acontecendo.
-Quem é você? – Theo falou um tanto curioso, e eu só queria sair dali.
-Stiles, prazer. Você deve ser o ex dela. - Stiles estendeu a mão para um aperto de mão, mas Theo só olhou de cima em baixo e continuou com a mão no bolso.
-Olha querido, isso não é assunto seu, nem de ninguém. Para falar a verdade meu dia já estava ruim, agora aparecendo vocês ficou pior. Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece.
-Nossa isso doeu em camarada. – Theo falou colocando a mão na boca.
-Isso também foi para você. Agora tchau, porque não sou obrigada. – Não dava para acreditar o quanto o Stiles ela intruso, ainda me seguiu. – Dá para você parar de me seguir.
-Eu não segui, só queria comer. Desculpa por te me metido. – Dei de ombros.
-A merda já foi feita mesmo, pedir desculpas não adianta nada. – Pedi o de sempre mesmo e me sentei. Ele ficou sentado no balcão, não é que eu não goste dele nem nada, até senti um pouco de pena por ele ficar sozinho. Eu também não queria ficar sozinha. – Se você quiser pode sentar comigo. – Falei no ouvido dele. Ele logo se levantou se sentou comigo. Ficou um silêncio perturbador, já que nenhum de nos falávamos nada.
-Bem então, pensei que você quisesse me matar. – Ele disse bebendo seu suco e eu sorri.
-Um pouquinho e a propósito obrigada por quebrar o silêncio, já estava ficando estressada. – Ficamos em silêncio por mais um pouco e isso é constrangedor. – Bem, vai ter uma festa, a AfterParty, quer ir?
-Isso foi um convite? - Ele apertou as pálpebras e riu.
-Estava tentando ser simpática, também não convido mais. – Tentei parecer chateada, mas logo comecei a ri.
-Você é muito mais bonita sorrindo. – Obrigada senhor, o que já estava constrangedor, ele tornou ainda mais. – Isso foi constrangedor, desculpa.
-Tudo bem, eu sei que eu sou linda, as pessoas ficam nervosas e intimidadas, com minha beleza. – Começamos a ri. Não posso negar que o sorriso dele também é maravilhoso, ou que os olhos dele tão são, e que o rosto também é lindo. Bem chega!
-Obrigada por convidar, mas vou ter que pensar. Estou cheio de matéria acumulada, os professores estão pegando pesado. - Coloquei a mão na mesa.
-E eu não sei, é meu primeiro ano.
-17 também?
-Sim e você?
-Também, nem sei como você vai conseguir entrar na After se é só maior de dezoito.
-Tenho meus contatos. Tenho tanta matéria acumulada, mas só quero assistir minhas séries.
-Quais?
-Bem, têm muitas. Gotham, bates motel, pll, the walking dead, the 100, skins, ahs. E várias outras.
-Demora anos para a Netflix atualizar uma série, estou esperando várias. – Começamos a conservar e eu nem me dei conta da hora. A conversa era tão boa, realmente ele era uma pessoa legal.
-Nossa já são 17:30.
-Você tem que ir?
-Tenho, mas valeu pela conversa, estava precisando. A gente continua qualquer dia desses. – Eu tinha tanta coisa para fazer, tanta matéria para estudar que eu cheguei ao quarto e apenas dormi.
-Merda Malia. Você não estudou para nada? – Alisson me acordou e eu tomei um baita susto.
-Eu acabei pegando no sono, mas eu revisei um pouco a matéria.
-Um tal de Stiles não sei o que, mandou avisar que vai na festa. Novo romance?
-Desencana, por favor. Nos nem tínhamos que ser amigos.
-Mas o destino pregou uma peça em você. Mais uma vez. Até que ele é bonito, deve ter um abdômen, e nossa que olhos.
-Cruzes, você já não tem o Isaac?
-Isso foi uma frase de ciúmes? – Ela só podia ter batido a cabeça.
-Querida quando eu tiver com ciúmes, por favor, me joga. Só falei para te irritar, você é muito pervertida.
-Ainda nem comecei falar que ele deve ter um belo p... – Fiz um "shii" com o dedo.
-Nem quero saber. - Revirei os olhos e balancei a cabeça. Não sabia como uma pessoa podia ser tão depravada.
-Você que é muito careta, fica abominando sexo. - Ela andou de lá para cá, quase me deixando tonta.
-Eu não o abomino, eu só não gosto de falar sobre o assunto.
-Mas é tão bom. Você sabe como é. - Se sentou e tirou os sapatos.
-É eu sei, por isso não quero falar.
-Eu já sei. O Theo não deve fazer direito. Por isso tomou trauma de sexo.
-Da para gente mudar de assunto?
~ FLASHBACK OFF ~
-Quem esteve aqui ontem? – Alisson pegou a sacola e a sacudiu.
-Ele. – Passei a mão no rosto e dei os ombros.
-O que? – Ela se sentou perto de mim e fez a maior cara de assustada.
-Sim, ele. – O que mais ela queria que eu dissesse?
-Por quê? Se não bastasse, ele sendo um grande bosta! Ter que vir aqui e te entregar essa maldita sacola. – Ela se levantou e pegou a sacola, foi até a porta e abriu. Merda, corri até ela e a fechei. Balancei a cabeça, peguei a sacola da mão dela.
-É tudo que eu tenho. Tudo o que eu tenho sobre ele. – Tentei explicar, mas ela estava tão transtornada.
-Você. – O seu dedo veio até mim. – Não merece sofrer por ele. – E jogou a sacola no corredor, foram roupas, fotos, presentes, sapatos, enfeites. Tudo para todos os lados, meu coração já estava uma merda, ainda mais quando eu vi a maldita foto, eu no carrinho de supermercado. Olhei para foto e sorri. Alisson me arrastou para dentro. – Pare de se torturar. – Eu nem estava me torturando, eu apenas sentia falta, falta do nosso começo. Até das nossas brigas, mas eu estava com a mente em paz. Sabia que ele estava bem, e eu também.