Ele continuou beijando o meu pescoço enquanto se ajeitava debaixo dos lençois. O corpo dele roçava no meu e eu me contorcia com aqueles lábios macios e quentes na minha pele fria. De repente, ele parou de me beijar e começou a desamarrar o meu roupão. Eu não quis interromper. Eu queria ver até onde ele iria com aquilo tudo e é claro aproveitar o momento.
Eu estava só de calcinha, então ao abrir o roupão ele olhou para os meus seios como quem olha uma obra de arte e não perdeu tempo. Ele mordia e chupava um dos seios enquanto acariciava o outro. Eu já estava molhada. Já estava preparada para ele, literalmente.
Enquanto brincava com meus seios ele desceu uma das mãos para a minha calcinha e a tirou. Eu já tinha esquecido o quanto ele era ágil. Ele voltou a mão para o meu sexo e abriu delicadamente as minhas pernas. Eu estava tão ofegante que achei que teria um infarto.
Ele massageava o meu clítores e descia para a minha entrada. Fez isso muitas vezes e só com isso eu já estava quase gozando. Eu estava muito molhada e ele sabia, claro. Ele estava sentindo todo o meu pulsar. Ele também não ficou muito nesse vai e vem e logo penetrou um dos dedos fazendo eu arfar imediatamente. Depois colocou outro dedo e eu já não aguentava mais, porque eu queria beija-lo. Eu estava tão excitada que queria ele dentro de mim, mas eu tinha que me controlar! Na verdade, eu queria saber o que ele queria antes de me descontrolar completamente.
Depois do vai e vem com os seus dedos ágeis ele fez o que eu já imaginava. Desceu beijando minha barriga e se encaixou entre as minhas pernas. Ameacei dar um tímido grito quando sentí sua língua em meu sexo. Ele estava mesmo lá! Tanto tempo eu não sentia aquela língua ágil e delicada. Como ele sabia fazer bem aquilo! Por isso que deve ter escolhido isso a dedo! Ele sabia que eu gostava...
Ele beijou todas as partes possíveis e me deixou ainda mais molhada. Depois teve a brilhante idéia de penetrar um dedo enquanto me beijava por lá. E então eu não tive mais como me controlar. Eu já estava prestes a gozar e quase rasguei os lençóis. Quando cheguei no ápice eu não me importei com o hotel ou com os vizinhos de quarto. Eu só me importei com o momento.
Minhas pernas estavam incontroláveis, mas ele as segurou muito bem, como sempre. Para finalizar, ele deu varios beijinhos como se estivesse beijando meus lábios. Sorri com a atitude e fechei os olhos me recuperando do orgasmo que tinha acabado de ter.
Percebi que ele foi ao banheiro e fechou a porta. Ainda ofegante eu coloquei minha calcinha e fechei meu roupão. E agora? O que será que ia acontecer? Eu ainda delirava e comecei a ficar inquieta porque ele demorou muito no banheiro. Deve estar arrependido, pensei.
Eu e Thomas tínhamos acabado de burlar as leis da BBO e ele como meu chefe e vice-presidente devia estar mais que arrependido. O mais engraçado é que ele não me beijou mesmo! Nenhuma vez!
Estava viajando nos meus pensamentos quando ele abriu a porta do banheiro, finalmente. Ele me olhou e sorriu discretamente. Aquele sorriso bem "Christian Grey", mas menos tarado. Sorri de volta e já comecei a tagarelar:
-Thomas, olha, eu sei que está arrependido e foi um erro mesmo! Nós temos que dar o exemplo! Você é o VP, eu sou a Diretora de Criação e não devemos fazer nada que...
-Anna, calma! – ele disse pegando nos meus dois braços
Eu falava muito mesmo!
-Como calma? Estou me sentindo péssima! – reclamei
-Sério? – ele me perguntou franzindo a testa
-Quer dizer, não por...
Eu queria explicar, mas não conseguia...
-Eu não estou arrependido e não burlamos as regras da BBO... - explicou calmamente
-Como não?
-Eu não beijei você, beijei?
Ai não, essa pergunta de novo?
-Não, mas...
-Então não desrespeitamos nenhuma regra... - ele disse
-A regra só serve para beijos? – perguntei inocentemente
-Serve para relacionamentos e não há relacionamentos sem beijo... - explicou
Ah claro. Estava muito explicado que Thomas não queria um relacionamento sério, mas queria me comer de vez em quando. Fiquei com ódio e me afastei.
-Anna...
Ele me chamou, mas eu me deitei, fingindo não escutar.
-Anna? – me chamou de novo
-Oi!?
Ele se aproximou e sentou ao meu lado. Fez carinho nos meus cabelos e disse:
-Eu só expliquei as regras, não expliquei o que eu sinto... - disse com os olhos marejados
-Thomas, o que fizemos foi um erro! – falei
-Você não fez nada, eu que fiz! E como eu já disse, não desrespeitamos nenhuma regra!
Ele tinha razão de certa forma.
-Vamos esquecer isso... - falei me deitando mais debaixo do cobertor
-Não quero esquecer... - ele disse ainda do meu lado
-Isso não vai dar certo Thomas... - continuei
Ele se levantou, foi para o lado dele da cama e eu fui dormir chorando.
**
Levantamos cedo para mais um dia de reunião. Acordei mais triste do que qualquer outro dia, mas não quis deixar transparecer.
-Dormiu bem? – Thomas perguntou sério
-Não...
Ele ficou me olhando e suspirou alto.
-Vamos tomar café? – perguntou
-Vamos.
Descemos para o café. Eu estava com cara de poucos amigos.
-Anna, você não comeu nada... - ele disse
-Você sabe que eu não consigo comer nada assim, tão cedo... - respondi
Ele me olhou e sorriu. Aquele idiota ainda era dono do meu sorriso favorito no mundo.
**
Fomos para a reunião com os clientes e o dia foi arrastado. Eu só conseguia pensar na noite anterior e no orgasmo que sentí. Só de pensar eu me arrepiava inteira. Só Thomas era capaz de fazer isso comigo, quer dizer, ele foi o único homem que eu transei e eu até tinha vontade de experimentar outras opções, para saber se ele era bom mesmo. E era exatamente isso que eu ia fazer.
Ao chegar no hotel, ao invés de subir para o quarto, decidi ficar no lobby.
-Não vai subir? – Thomas perguntou
-Não, eu preciso dar um telefonema.
Ele me olhou sem entender e subiu sozinho.
-Alo? Brian?
-Anna, tudo bem?
-Tudo! Preciso de um favor seu!
-Fala!
-Você tem um amigo solteiro para me apresentar?
-Que? Ficou doida? – Brian ria
-Estou falando sério!
-Ah, sei lá, preciso pensar... mas porque isso agora?
-Eu preciso tirar esse cretino do Thomas da minha cabeça de uma vez por todas!
-Anna, o que aconteceu aí hein?
-Nada! Depois eu conto, mas por favor, arruma um amigo, sei lá! Eu só quero...
Eu ia continuar, mas fiquei com vergonha, afinal, eu estava em um lugar público.
-Se você só quer transar, transa com o Thomas!
-Brian, é exatamente isso que eu não quero! Eu quero experimentar outras coisas!
-Ahhhhhhh agora eu entendí o que você quer!
-Tchau!
Desliguei com mais raiva ainda de mim. O idiota do Thomas, faz um baita sexo oral em mim e diz na minha cara que se não beijamos é porque não há relacionamento. Ai que ótimo! E eu ainda burra sou apaixonada por esse canalha!
Eu subi batendo os pés. Abri a porta do quarto e fechei com força.
-Nossa! – exclamou Thomas
Eu nem o olhei. Fui direto para o banheiro, tomei um banho e coloquei a minha camisola sexy. Eu não estava nem aí! Ele já me viu pelada milhões de vezes mesmo.
Quando saí do banheiro ele ficou parado me olhando como uma estátua. Eu o olhei e desviei o olhar imediatamente. Eu não estava a fim de falar nada. Me enfiei embaixo das cobertas e fiquei mexendo no celular. Vi que Brian já tinha me mandado a foto de um amigo que poderia me apresentar. Não era tão gato, mas para transar estava de bom tamanho.
Enquanto estava fuçando no celular sentí que Thomas estava na cama também e se aproximava devagar. Ele que nem tente tocar em mim! Pensei. De repente, sentí sua mão na minha cintura. Ele estava debaixo das cobertas e bem próximo de mim.
-O que pensa que está fazendo? – perguntei
-Não quer descer para jantar? – perguntou
-Não! – respondi tirando a mão dele da minha cintura
-Anna, o que você tem? Está assim pelo o que aconteceu ontem?
-Thomas, vai dormir ou jantar, sei lá! Me deixa em paz! – pedi
-Porque está assim? – insisti
-Porque você acha hein? Você me...
Eu sentia vergonha, mas desabafei de uma vez.
-Você diz que me ama e daí me toca e... fez o que fez e diz que se não teve beijo não tem relacionamento! Como pode ser tão frio assim Thomas?
Ele me olhou sério e disse:
-Anna, eu disse que estava explicando as regras, o que não quer dizer que seja o que eu sinto!
-E o que você sente? Fala! – gritei
-Eu amo você! Eu já falei!
-Esse amor não é o suficiente! – completei
-O que seria suficiente para você? – perguntou
-Não sou eu que tenho que te falar isso! – respondi
Ele ficou quieto e pensativo.
-Se nem me beijar você quer, acho que isso já explica tudo... - falei
-Quem disse que eu não quero beijar você?
-Se quisesse já teria beijado, mas eu nunca fui importante, não é Thomas? A BBO, a Suzan e qualquer outra coisa sempre foram mais importantes do que eu!
-Isso não é verdade! – retrucou
-É a mais pura verdade... - falei
Ele continuou me olhando, mas de repente pegou os meus pulsos com força e ficou em cima de mim.
-Hey! O que está fazendo? Não se atreva Thomas!
-Anna, não dá mais para ficar assim! Eu quero você e eu sei que você me quer!
-Não quero coisa nenhuma!
Ele riu.
-Eu nem estou mais fazendo força e você não se soltou...
-Ai como você é cretino!
-Eu amo você!
-Pára de dizer que me ama!
-Não vou parar!
-Thomas, isso não vai nos levar a nada! Eu quero continuar na BBO e você logo virará sócio! Mesmo que eu quisesse não podemos!
-Eu posso tentar mudar as regras! Posso falar com os sócios!
-Eu não quero que faça isso! Pode queimar o nosso filme e eu não perdoei você ainda!
Ele continuava me segurando e se aproximou mais de mim. Os nossos narizes se encostavam.
-Você é linda...
Não respondi.
-Eu desejo tanto você...
Também não respondi.
-Deseja tanto que me traiu...
Ele mudou o olhar e respondeu:
-Não fala isso agora, por favor, não agora...
-Porque? – perguntei
-Porque eu estou em um sonho nesse exato momento. Sonho com isso há dois anos...
Eu continuava séria sentindo o hálito dele. Então, ele soltou as minhas mãos e apoiou o corpo na cama.
-Posso beijar você? - perguntou
-Não...
Ele riu e continuou.
-Anna, eu posso beijar você?
-Qual a parte do "não" você não entendeu?
Ele não entendeu mesmo, continuou aproximando o rosto do meu e me beijou.