620 Anos-Luz [COMPLETO]

By Estrela_Sol

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Já parou para pensar que o fato de você ainda não ter encontrado a sua alma gêmea seja porquê ela nasceu em u... More

Desabafo!
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1 - O que você vai fazer comigo?
Capítulo 2 - Só queremos uma cura
Capítulo 3 - Eu sou a sua unica e melhor chance
Capítulo 4 - Quem está aí?
Capítulo 5 - Se eu explicar, você para de falar?
Capítulo 6 - Por que você está nervosa, terráquea?
Capítulo 7 - Você gosta de ficar perto de mim
Capítulo 8 - Tem certeza?
Capítulo 9 - Deixe existir amor
Capítulo 11 - Alguém vai te ouvir
Capítulo 12 - Você gosta dela, Zaphy?
Capítulo 13 - Entendeu sim
Capítulo 14 - Dê permissão
Capítulo 15 - Eu não odeio ela
Capítulo 16 - Sim ou não?
Capítulo 17 - Você é tão...
Capítulo 18 - Como ela se chama?
Capítulo 19 - Venha aqui, estou mandando
Capítulo 20 - Mas eu não posso
Capítulo 21 - Eu estou no comando
Capítulo 22 - Ele te quer
Capítulo 23 - Não me force a te matar
Capítulo 24 - Tenho o dever de te proteger
Capítulo 25 - Venha comigo
Capítulo 26 - Você é o troféu dele
Capítulo 27 - O Rei não está vendo
Capítulo 28 - Muito obrigado, jovem!
Capítulo 29 - Senhorita Mel
Capítulo 30 - Você é o cara, Nepo
Capítulo 31 - Não começa, terráquea
Capítulo 32 - Ele é um sujeito bom
Capítulo 33 - O que fez com a humana?
Capítulo 34 - Você deveria fazer o que o Zaphy pediu
Capítulo 35 - Seu filhinho resolveu dar um tempo
Capítulo 36 - Zaphy, pare de ser ridículo
Capítulo 37 - E o que é popik?
Capítulo 38 - Bom saber disso
Capítulo 39 - Nunca mais a chame assim!
Capítulo 40 - O que você sente por mim, terráquea?
Capítulo 41 - Pare de levantar o meu vestido!
Capítulo 42 - Petwon spa-ro
Capítulo 43 - Você está diferente
Capítulo 44 - Vai levantar ou terei que te arrastar?
Capítulo 45 - Diga sim e eu faço
Capítulo 46 - Não estou disponível
Capítulo 47 - Acho que é doença mental
Capítulo 48 - Por favor, Zaphy...
Capítulo 49 - Eu que não quero a amizade dele
Capítulo 50 - Me ensina
Capítulo 51 - Pode tocar, se quiser
Capítulo 52 - Peça outra coisa
Capítulo 53 - 87! Modos!
Capítulo 54 - Tem cócegas?
Capítulo 55 - 87, não faça isso!
Capítulo 56 - Bom dia, borboleta
Capítulo 57 - Vai fazer pirraça, agora?
Capítulo 58 - Chame outro!
Capítulo 59 - Minha escolha?
Capítulo 60 - Bônus I
Capítulo 61 - Só nos seus, princesa
Capítulo 62 - Você é um monstro
Capítulo 63 - Bônus II
Capítulo 64 - Você é a fêmea da minha vida
Capítulo 65 - Humana! Humana? Hu-ma-na!
Capítulo 66 - Eu... estou sofrendo, Mel
Capítulo 67 - Só nós, mais ninguém
Capítulo 68 - Grita comigo, Mel
Capítulo 69 - Uma espada e uma arma
Capítulo 70 - Por que você não me hipnotizou?
Epílogo

Capítulo 10 - Só quero ver como é

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By Estrela_Sol

Mel

Despertei com a luz forte do sol em meu rosto. Peguei meu celular na bolsa para checar mensagens e ligações. Há mais uma advertência da faculdade, mas não vou responder, não tenho mais coragem. E duas ligações perdidas da Anne.

Depois eu retorno.

Me espreguicei enquanto puxava o cobertor alienígena que me aquecia. Aliás, uma das coisas nesta nave que mais me chamou a atenção, positivamente, foram justamente as roupas de cama. O material é absurdamente macio.

Levantei e segui até o banheiro para tomar um banho. Fiquei pensando em tudo isso que está acontecendo. E se eu não conseguir criar a vacina, o que irão fazer comigo? Já que não podem me libertar pois sei demais, provavelmente seria mantida como refém para sempre ou até me matariam.

Outro dos meus problemas tem sido a adaptação. Digo, não por causa das esquisitices da nave, com isso me habituei nas primeiras horas. Mas sim pelos aliens com olhos de demônio. Eles me olham com um certo desprezo, nojo, sei lá. Agem como se eu fosse um monstro. Um monstro assassino que quase exterminou o planeta deles, para ser mais exata. Preciso voltar para a minha vida sem graça, terminar a faculdade, ver humanos. Se essa nave não estivesse tão longe do chão, eu já teria encontrado um jeito de fugir.

Suspirei.

Então eu penso no Zaphy. Ele é insuportável, não é de falar muito e quando fala é grosso ou está reclamando da altura da minha voz. Mas mesmo assim, gosto da companhia dele. Apesar de que ontem, ele estava super gentil.

Até estranhei.

Talvez eu não devesse ter falado daquele jeito com ele. Mas a culpa não é minha se ele é bipolar. Qualquer um pensaria a mesma coisa que eu. Que ele estava apenas tentando me seduzir para conseguir o que quer.

Às vezes acho que ele me provoca de propósito. Acho nada, tenho certeza! Aparecer na minha frente todo suado, claramente faz parte dessa brincadeirinha dele. Inclusive, ainda não consegui tirar da cabeça aquela cena. Mesmo com muita raiva, por um segundo me vi pulando em cima do Zaphy. Ele exala testosterona.

Mas não posso continuar pensando nele dessa forma. Ele é um alienígena e me odeia!

Saí do banho e fui me vestir. Escolhi uma calça jeans preta e uma blusa pink de alça. A blusa é um pouco decotada, mas irei usar o jaleco por cima, de qualquer maneira.

— Rick, já tem sinal na casa dos meus pais?

— Ainda não, Melanie.

— Então ligue para Anne. — Prendi os cabelos e peguei o celular.

— Alô, Mel?

— E aí? Tudo bem?

— Tirando o preço do cornish pasty, os dois quilos que engordei e a falta da internet, está tudo ótimo.

— Mentirosa, você nunca engorda!

— Ok, mas as outras coisas são verdades. — Soltou um riso.

— Você deve ter feito pacto com o capeta, pra continuar magra e comendo tanto.

— Credo! Nem como tanto assim.

— Anne, a primeira coisa que você reclamou, foi do preço do cornish pasty.

— Tá. E como está aí, na casa dos seus pais?

— Isso, mude de assunto, sabe que estou certa. — Pigarreei. — Então... Aqui está tudo bem. Ótimo na verdade. Maravilhoso.

— Por que está sendo irônica?

— Não estou sendo irônica.

— Sei. Mas isso significa que vai continuar faltando na faculdade?

— Provavelmente.

— Aliás, você está me devendo uma explicação sobre ter ido assim, do nada, para a casa dos seus pais. Porém te cobro depois, estão batendo na porta e vou ter que desligar.

— Aposto que é o entregador de pizza. Vai lá, até mais.

— Eles não fazem entrega de manhã. Daqui a pouco te ligo. Beijos

Eu odeio ter que mentir para a Anne, mas não tem outro jeito. Não posso simplesmente dizer que fui raptada por um alienígena e que talvez, só talvez, eu esteja desesperadamente atraída por ele.

Só de imaginar que eu reclamava da minha vida por ser muito parada, agora vejo que o jogo enfim, virou. Recapitulando aqui, basicamente eu ia de casa para a faculdade e vice versa. Vez ou outra, saía com a Anne e uns amigos nos fins de semana e cobria algumas folgas no The Pub Drink para ajudar nas despesas, pois a grana que eu recebo dos meus pais ajuda, mas não muito.

Agora é um ataque cardíaco atrás do outro.

Enquanto amarrava meu tênis, ouvi a porta abrir e o causador dos meus ataques cardíacos entrar.

— Vamos ao laboratório.

Zaphy está sério como de costume.

— Ok.

No caminho para o laboratório, encontramos aquela alien que estava fazendo a contagem dos humanos nas gaiolas. E como ontem, também me olhou de um jeito esquisito. Mas não igual aos outros aliens, essa parece que realmente não foi com a minha cara.

— Essa aí não gosta de mim — falei para mim mesma.

— Ninguém aqui gosta de você.

— Você inclusive! — levantei um pouco a voz.

Fiquei esperando uma advertência mas ele continuou apenas caminhando.

Após entrarmos no laboratório, Zaphy foi direto para o seu banco e se manteve entretido com sua placa amarela. Ainda não consegui gravar o nome desse negócio.

Caminhei até a bancada para fazer o que eu tinha que fazer. A vacina. Já consegui isolar o agente causador da doença, agora só preciso da cepa atenuada. Estou quase lá. Coloquei a máscara, as luvas, peguei a amostra do vírus e comecei a examiná-lo mais uma vez.

Mas meu coração imediatamente deu um salto até a minha boca, resultado do susto enorme que acabei de tomar. Se não estivesse diante dos meus olhos, eu não acreditaria.

Isso não faz sentido!

— Não pode ser! — gritei, arrancando a máscara do meu rosto.

— O que aconteceu? — Zaphy correu em minha direção.

— Ele se transformou.

— Ele quem?

— Como ele quem? O vírus! — gritei mais uma vez. — Ele mudou completamente. Mas isso não é possível! — Eu ainda olhava atônica em direção ao microscópio. — Esse tipo de coisa dura anos para acontecer e se passou apenas um dia. — Me virei em direção a janela com as duas mãos cobrindo a boca.

— E isso significa que...?

— Que não conseguirei criar uma vacina. Eu posso criá-la hoje, mas amanhã ele poderá mutar novamente e ficará resistente a ela.

Já era!

— Rahtzy! — ele gritou aquela palavra novamente que provavelmente é um palavrão.

Depois derrubou os vidros que estavam na outra bancada, todos no chão.

Me aproximei da janela, no momento a minha fobia é o menor dos meus problemas. Desconfio que eles não iriam me libertar nem se eu criasse a vacina, e agora sem nem isso, certeza que me manteriam presa para sempre, ou me matariam mesmo. Nunca mais irei ver meus pais, a Anne e nem vou me formar.

Logo um nó surgiu na minha garganta e não consegui mais segurar as lágrimas.

— Eles vão me matar — falei num sussurro e tapei o rosto com as mãos.

Ouvi passos se aproximando atrás de mim.

— Ninguém vai te matar! — seu tom soou impaciente.

Como ele ouviu? Eu disse tão baixo.

Continuei chorando ainda de costas para ele. Então Zaphy me girou pelos ombros e desceu as mãos até meus braços, segurando-os com força. Mantive o rosto coberto com as minha mãos.

— Preste atenção, terráquea! Deve ter outra forma. Pense! — Respirou fundo. — Sei que você consegue!

Tirei as mãos do rosto ao ouvir a última frase. Sim, eu consigo! Não vou desistir tão cedo. Ao levantar meus olhos até os dele, percebi que me olhava curioso.

— O que é isso? — Soltou um dos meus braços e tocou em meu rosto.

— Isso o quê? Lágrimas? — minha voz saiu entrecortada.

Ele continuou com o mesmo olhar.

— Você não chora? — Agora eu é que estou confusa.

— Não faço ideia do que isso seja.

Como assim não faz ideia?

— É quando sente-se uma emoção muito forte, seja por dor, alegria, medo — dei ênfase na última palavra. — Então dos olhos, escorrem as lágrimas. — Suspirei enquanto secava meu rosto com as mãos. — Isso é chorar.

— Sinto emoções fortes mas não sai esse líquido transparente dos meus olhos.

Não sei porque me espantei tanto. Isso é absolutamente normal no mundo animal.

— Lógico que não sai. Com os olhos dessa cor, o máximo que sairia é petróleo.

— Quê?

— Nada. — Balancei a cabeça e ri da piada tosca que eu acabara de fazer.

Olhei para sua mão, que ainda segura um dos meus braços. Depois o encarei. Ele fez o mesmo trajeto dos meus olhos, parando-os sobre os meus, mas não me soltou. Ao contrário disso, guiou eles para dentro do meu jaleco, em meu decote. Em seguida olhou mais uma vez para mim e novamente tornou a fitar meus seios parcialmente à mostra. Eu quero me afastar mas estou gostando disso.

Então Zaphy soltou meu braço e se dirigiu ao botão do meu jaleco. Imediatamente segurei suas mãos.

— O que pensa que está fazendo? — Empurrei suas mãos cinzas.

— Só quero ver como é — falou inocentemente.

Espere um pouco. Ele quer ver como é?

— Você nunca viu um seio? — Franzi a testa. — Por acaso você é virgem?

Não sabe o que é beijar, não chora e nunca viu um peito. Que espécie estranha.

— Virgem? Não, não. — Riu. — As fêmeas da minha raça não têm isso. — Apontou para o meu decote.

— E como elas amamentam? Não me diga que vocês são ovíparos e botam ovos.

Acho que ele não entendeu o final pois me olhou confuso.

— Por aqui. — Passou a mão sobre a minha barriga.

Fiz uma cara enjoada imaginado e ao mesmo tempo recuei um passo, involuntariamente, após o toque dele.

Desviei o olhar.

— Agora fique quieta e me deixe ver. — Voltou com os dedos ao botão do meu jaleco.

— Não! — falei mais alto.

— Pare de falar nesse tom comigo! — Segurou um dos meus pulsos. — E por que não quer me deixar ver?

— Porque não! Isso não é algo que se mostre a qualquer um que peça — respondi sem olhá-lo.

— Eu não sou qualquer um!

Sem mais nem menos, Zaphy abriu meu jaleco com força, fazendo todos os botões voarem pelo laboratório.

— Seu, idiota! Olhe o que você fez! — Olhei indignada para os botões no chão. — Estragou o meu jaleco todo! Alien imbe... — Imediatamente me calei após ele me empurrar até um canto escondido no laboratório, que nem eu mesma havia notado antes.

Provavelmente é um depósito pois há vários itens empilhados. Zaphy me guiou até a parede e me prensou nela. Tentei empurrá-lo, mas com uma mão só, segurou meus dois pulsos acima da minha cabeça. Com a outra, afastou o jaleco e rasgou uma alça da minha blusa, deixando um de meus seios completamente à mostra.

E eu morrendo de vergonha.

— Pare com isso! Me solte! — gritei.

— Fale baixo. — Aumentou o aperto nos meus pulsos.

Ele dirigiu sua mão livre até o meu seio e como se tivesse apertado um botão, comecei a hiperventilar com o seu toque. Zaphy me toca com cuidado, como se eu fosse quebrar. Depois passou para o outro seio e fez a mesma coisa. Fui ficando ofegante, meu coração batia forte e desordenado. Meu peito subia e descia, à toda velocidade.

Ele me encarou e riu.

— Você está gostando disso.

— Que pergunta idiota. É claro que não! — Minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria.

— Não foi uma pergunta. — Passou o polegar sobre o meu mamilo.

Soltei um gemido baixo. Definitivamente eu estou gostando disso. Mas eu não posso.

Depois ele dirigiu a mão até a minha cabeça e soltou meu cabelo do rabo de cavalo em apenas um movimento.

— Gosto dele assim — sussurrou sobre meu rosto enquanto passava a mão em uma mecha.

Eu não disse nada, apenas fiquei encarando-o, com a respiração falhando.

Ao sentir ele afrouxar o aperto, aproveitei para puxar meus braços. Rapidamente empurrei-o pelo peito com as duas mãos.

— Melhor você parar com isso, Zaphy.

Mas ele é pesado, quase não se moveu, me mantendo ainda encurralada. Em seguida, olhou para as minhas mãos espalmadas em seu peito e me encarou.

— Assim... — Pegou elas e as colocou por baixo da sua camisa. — É bem melhor.

Seu cheiro cítrico, que até então eu estava fazendo o possível para não me possuir, aos poucos foi tomando conta dos meus pulmões.

Zaphy moveu minhas mãos por todo o seu peito, depois as desceu para seu abdome. Sempre me olhando. Não consegui resistir, comecei a tatear cada centímetro desse corpo enorme, tentando enxergá-lo inutilmente através da camisa.

— Isso, terráquea. Mate a sua vontade como eu estou matando a minha.

Assim como o meu, seu peito também subia e descia descontroladamente. Zaphy começou a descer ainda mais as minhas mãos, entendi onde ele quer que eu toque. Olhei para ele e o flagrei me olhando com uma excitação selvagem. No impulso, aproximei meu rosto do dele, para beijá-lo, mas ele continuou apenas me fitando. Até que a realidade me acordou e eu lembrei o quanto isso é errado.

Ele não é um humano.

Rapidamente tirei as mãos do seu corpo e tentei afastá-lo de novo. Então ele me girou, me prensando ainda mais com seu corpo contra a parede. Espalmei a superfície e colei a testa com a cabeça baixa na mesma, quando ele afastou meus cabelos e iniciou uma série de lambidas na minha nuca.

— Adoro esse cheiro. — Mordiscou a minha pele.

Zaphy seguiu com sua mão até minha barriga, por baixo da blusa, depois foi descendo e encontrando o cós da minha calça ao mesmo tempo que apalpava meu seio com o outra mão.

— Por que está fazendo isso comigo? — Virei minha cabeça, colando a lateral do meu rosto na parede fria.

Acabei soltando mais um gemido fraco após Zaphy começar a movimentar seu quadril contra o meu corpo. Seu volume está gritante.

— Porque eu quero você, terráquea — murmurou no meu ouvido.

Fechei os olhos quando ele forçou ainda mais seu quadril contra a minha bunda. Eu deveria pará-lo, ele é um ser de outra espécie, essas coisas não são assim tão simples. Há consequências. Mas eu estou travada. Sei que não deveria mas eu também quero ele.

E muito.

— Não foi isso que você me disse ontem — falei num suspiro.

— Você me obrigou a dizer aquelas coisas. — Sua mão resolveu descer para dentro da minha calça. — Estou interessado em tudo que venha de você.

Até que um som me levou de volta à vida real, mais uma vez, me salvando de fazer essa loucura. Bendita porta que sempre é aberta nas horas certas.

— Tem alguém entrando. — Me virei para ele.

O empurrei e juntamente levantei minha blusa, agora sem alças, para tapar meus seios. Tentei me afastar mas ele voltou a colar nossos corpos. Segurou o meu quadril e puxou-o contra o seu corpo, me grudou novamente na parede e seguiu com sua boca até o meu pescoço.

— Senhor, Zaphy 87? — A voz masculina o chamava.

— Vai lá — sussurrei enquanto dava tapas em seus ombros.

Zaphy não se moveu. Continuou grudado em mim, me apertando por onde suas mãos passavam.

— Príncipe?

Notei que a voz estava ficando mais próxima e mordi o ombro do Zaphy.

Ele enfim se afastou. Olhou para o ombro, depois para mim. Ficou me encarando com luxúria enquanto passava a língua no seu lábio inferior. Eu preciso beijar esse alien! Quando pensei em agarrá-lo e devorar a sua boca, Zaphy passou as mãos no rosto, colocou os cabelos atrás das orelhas, virou-se e saiu do local escondido.

— Fale! — pareceu irritado.

— O Rei quer vê-lo.

— Certo, vamos logo.

Após ouvir o som da tranca se fechando, saí do depósito também.

Sentei no banquinho próximo a uma das janelas e fiquei pensando naquilo tudo. Eu não posso pensar em fazer essas coisas com um alien. Isso não tem cabimento. Aquilo que aconteceu, ou quase aconteceu, não é certo. Somos de espécies diferentes, a biologia condena esse tipo de ato e eu como quase uma biomédica formada, deveria dar o exemplo.

Droga! Por que as coisas comigo são sempre mais complicadas?

Me virei no banquinho, olhei para a bancada à minha esquerda e me concentrei no meu outro problema. Tem que ter um jeito de eu vencer esse vírus. Ele não pode ser tão indestrutível assim.

Pensa. Pensa. Pensa.

Mas eu não consigo pensar em nada agora, somente naquele alien da pele clara como o dia e os olhos negros como a noite. O que está acontecendo comigo?

Será que ele realmente não me hipnotizou?

Não demorou muito e Zaphy voltou ao laboratório. Escorou-se na porta, cruzou os braços e ficou me olhando com os olhos cerrados.

Que lindo, meu Deus!

— O que foi? — perguntei.

— Nada. Por quê? — Sorriu de lado.

— Nada. — Sorri também.

Desfiz o contato visual quando ele caminhou em minha direção. Se eu deixar ele chegar perto de mim novamente, irá acontecer tudo de novo e desta vez, não terá porta se abrindo que nos impeça.

— Não estou conseguindo pensar em nada agora que ajude com a vacina, prefiro ficar no quarto. Pode ser? — falei antes que ele chegasse até mim.

— Pode. — Parou e voltou até a porta.

Caminhamos pelos corredores não só em silêncio mas também com constrangimento, pelo menos da minha parte. Mas todas as vezes que olhei para ele, seus olhos estavam cravados em mim. Isso só me deixou ainda mais sem graça.

Entrei após ele abrir a porta. Não ouvi o som da tranca sendo fechada, então me virei. Ele está parado segurando a porta. Talvez esperando algum convite? Logo ele que é tão intrometido?

— Até amanhã, alien. — falei baixo mas sei que ele ouviu.

Zaphy fitou o chão, deu um risinho decepcionado e fechou a porta, sem me olhar.

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